Capítulo 5
Jacob POV
- Cacete! – a escutei gritar outra vez.
- Diabos, Leah. Quer me dizer algo? – estava preocupado e ela não me falava qual era o problema, apenas xingava.
- Idiota. – ela resmungou. Me ofendeu, então tudo estava bem.
- Argh! – ela se queixou. Ela estava bem, mas com certeza algo nela doía.
- Leah, onde dói?
- Meu pulso, me apoiei nele ao cair.
- Vamos, te levo para a enfermaria.
- Nem pensar. Se descobrirem que estou machucada não me deixarão treinar. – ela argumentou na defensiva.
- Sou capaz de te obrigar, se necessário. Te levo até no ombro.
- Atreva me tocar e ficará sem ombro Black.
Discutimos por dez longos minutos. Ao final consegui convencê-la a ir para a enfermaria ou eu mesmo cuidaria para que Collin não a deixasse treinar. Esse argumento e a multidão que se formava ao nosso redor ajudaram-na a mudar de idéia.
Fomos pelo caminhando que dava na enfermaria calados, o silêncio me incomodava.
- Porque tanto medo de deixar de correr? – perguntei de forma casual, ela me olhou surpreendida.
- Quem te disse isso?
- Ninguém, apenas adivinhei.
- Isso não é da sua conta Jacob, meta seu nariz nos seus problemas. – disse dando por encerrada a discussão.
- Jesus, queria apenas iniciar uma conversa, Leah!
- Você não sabe conversar, Black.
- Já te disseram que você é muito amarga?
- E você um imbecil. Isso definitivamente já te disseram.
A conversa não ia por um bom caminho.
- Tá bom. Você começa a conversa então. – ela me olhou por um segundo, pensando o que me perguntaria.
- Já que o senhor insiste. Porque mudou de universidade?
- Essa é fácil. Minha mãe morreu em um acidente de carro faz 8 meses e depois do luto decidi que o melhor a fazer era uma mudança. – respondi... de forma bastante sincera.
- Oh, sinto muito. – ela me disse segurando com força o pulso machucado.
- Não por isso, já passou.
- Mas... porque aqui? – ela continuou erguendo as sobrancelhas delineadamente perfeitas.
- Bom... – por alguma razão desconhecida estava prestes a lhe contar tudo sobre minha vida. – Meus pais se separaram quando eu era pequeno, eu fui com minha mãe e meu pai me visitava de vez enquanto. E quando minha mãe faleceu Billy quis que eu fosse morar com ele, mas a idéia não me pareceu boa, entende? Procurei por uma universidade perto de casa, e optei por morar nos dormitórios. Claro que tive que prometer que o visitaria sempre. Mas ainda não o fiz.
Dei um sorriso meio sem graça.
Ela me olhava com os olhos cheios de perguntas, mas parecia que não queria repeti-las em voz alta. Assim me adiantei e continuei meu relato.
- Se você se pergunta por que não quero morar com ele essa também é fácil de responder. Não consigo vê-lo como uma figura paterna e sim como um bom tio, ele nunca esteve presente como um bom pai faria...
- Posso saber o por que de tanta sinceridade? – ela me perguntou. Eu me perguntava o mesmo.
- Realmente não sei. Nem Bells sabe de toda a história.
Ela se calou. Finalmente chegamos à enfermaria. A enfermeira a examinou e disse que não era nada grave, apenas uma leve torção. Precisaria de uma faixa compressora e gelo para o inchado. Tal como Leah disse, não poderia correr por dois dias.
Isso a fez ficar com um mau-humor dos diabos.
- Viu?! Eu disse que não era nada... Agora por você e sua boca grande terem me traído não poderei treinar por dois dias... Definitivamente você é um imbecil Black... E eu que pago o pato.
- Relaxa Leah, são só dois dias... Não vai morrer ou algo assim por não correr em 48 horas. – respondi, a verdade era que me sentia aliviado por ela estar bem. Eu sei, estava com uma preocupação besta. Mas nem sequer conseguia imaginá-la ferida... super proteção idiota.
Nem me dei conta do quão rápido chegamos ao seu quarto.
- Bom, o melhor a fazer é entrar... Já que não posso correr por culpa de um idiota, - me olhou significativamente. – vou estudar. – podia sentir todo o ódio em sua voz.
- Claro. – me resignei a falar. – Cala a boca e vê se cuida desse pulso Leah. – alertei e fui embora.
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