For Amelie - 2a Temporada escrita por MyKanon


Capítulo 18
XVII – Encontros, desencontros e re-encontros


Notas iniciais do capítulo

Beta reader: Keli-Chan
Música: Quicksand (Britney Spears)
Link: http://www.youtube.com/watch?v=raNfg1i0rMk



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N/a: Tá bom, mais de 1 mês sem atualização... Mas tenho lá meus motivos... Prefiro nem comentar para não contagiá-las com aura tão maligna... Rsrsrsrs. Ok, não é pra tanto, mas de verdade, se eu postasse antes, sairia uma bela de uma porcaria. Uma porcaria nível 7... ¬¬

Entonces, desculpem-me my flowers!

Enjoy!

<3


*

*

*

 

Quando minha mãe surgiu na porta, não parecia surpresa com a figura da derrota que encontrou. Veio até minha cama e sentou-se ao meu lado. Acariciou minha cabeça por um tempo, sem dizer nada, até que começou:

_ Algo me diz que a dona Lívia falou com você.

Seria esse algo a perturbação estampada no meu semblante?

_ É. Falou.

Ela voltou a afagar meus cabelos:

_ Ah, Mel... Queria poder ajudar. Mas eu não posso.

Levantei-me para encará-la firmemente:

_ Não se preocupe, mãe. Está tudo bem.

_ Não tente me poupar...

_ Tá certo, não está. Mas não vou deixar isso me consumir.

Ela continuou me estudando, incerta.

_ Tá bom. Vamos jantar?

Forcei um sorriso ao concordar com a ideia. Não tinha fome, nem vontade de conversar. Só queria pensar mais um pouco, mas isso nada resolveria, era apenas uma tortura a mais.

Ao me deitar, fiquei tentando antecipar meus sentimentos do dia seguinte para saber como lidar com eles. Não podia fraquejar, nem demonstrar isso.

“Devia ter treinado em frente ao espelho...” Pensei arrependida. Afinal, 70% das mensagens que transmitimos são de formas não verbais. Será que ele entendia de linguagem corporal?

Ouvi o celular vibrar sobre a mesa de cabeceira, mas não me movi. Minha mãe certamente não me ligaria do quarto ao lado. Por mais insensata que fosse.

Cruzei as mãos sobre meu corpo, lutando contra mim mesma para não atender.

Parecia que nunca mais ia parar, até que parou. Continuei imóvel, até que ele vibrou outra vez. Foi curto e rápido, o que significava mensagem de texto.

Estiquei o braço e li a mensagem.

 

Q pena... Vc já terá acordado qdo receber meu boa noite! Desculpe não ter ligado antes, mas prometo compensar amanhã. Luv ya.

 

“Se ele pelo menos parasse de ser tão lindo!” Pensei quase com raiva dele.

Desliguei o celular sem necessidade, e voltei para meu treinamento emocional.

 

*~*~*

 

Era o terceiro dia consecutivo que chegava na escola quase antes dos portões serem abertos. Logo os porteiros achariam que eu era funcionária nova...

A primeira aula era de SIC. A única produtividade daquela aula eram as minhas conversas com o Aquiles. Eu teria de encontrar outra atividade.

Algumas pessoas me cumprimentaram de longe, e depois cochichavam discretamente sobre mim. Não tinha escapatória, eu seria assunto até haver nova briga. Como eu poderia contribuir para uma acontecer sem me envolver nas fofocas?

No meio dessa ponderação, ele chegou. Senti minhas mãos suarem, mas tentei ignorar o fato.

_ Bom dia!

Ele parecia muito calmo para quem era o centro das atenções.

_ Bom dia.

Desviei-me sutilmente do seu beijo, mas não o suficiente para que ele não notasse. O Aquiles me encarou com curiosidade, então tive de dar uma desculpa:

_ Parece que temos melancias penduradas. Figurativamente, claro.

Ele deu uma olhada ao redor, mas não pareceu se incomodar. Sentou-se ao meu lado e disse:

_ Ser o casal mais notório da escola tem lá suas vantagens.

_ Quais?

_ Ahn... Bem, nós descobriremos.

Não sabia mais como prosseguir. Observei seu rosto tão sereno que chegava a dar nos nervos. Tinha um pequeno curativo sobre a sobrancelha machucada.

_ E então... Tudo bem? - perguntei sem jeito, indicando o ferimento.

_ Claro. Ficou até estiloso, não acha?

_ Você ainda consegue fazer piada?

_ Mel, foi só um arranhão. Quase nada. Você nunca levou pontos?

_ Nunca por culpa de terceiros.

_ Nós só estamos encarando de formas diferentes.

Só agora ele percebeu?

_ Nós encaramos tudo de formas diferentes, Aquiles.

Ele percebeu a seriedade no meu tom:

_ Isso é ótimo. Se juntarmos os dois, teremos cada vez mais pontos de vista.

_ O problema é que eu acho que eles não podem se juntar.

_ Podem sim, Mel. Quando você não estiver mais sob os holofotes – dizendo isso, acenou com a cabeça em direção aos que nos observavam -, vai ver que não é pra tanto.

É, não seria tarefa fácil fazê-lo entender o abismo entre nós. Ele continuava muito devagar para entender as coisas...

Decidi continuar a conversa mais tarde, aquela não era uma boa hora. A plateia já estava ficando populosa.

Vi a Thaís com a Camila, que acenaram de longe, e logo imaginei que elas entenderam a conversa não muito casual entre mim e ele.

Foi uma das poucas vezes que fui obrigada a prestar atenção na aula de SIC. E até me lembrei do nome da professora.

Na aula de matemática ele me perguntou várias vezes as mesmas coisas, e as mais simples. Tive certeza que foi proposital, mas procurei não demonstrar nenhuma emoção, nem mesmo impaciência.

_ Iiihhh! Estão brigados, é? - perguntou a Bia, irritantemente.

A aula de biologia havia começado já tinha quase meia hora, e eu e o Aquiles ainda não tínhamos nos falado.

Não era da conta de ninguém a nossa frequência de conversa, mas eu não podia impedi-la de especular.

_ Eu só quero prestar atenção à aula. - justifiquei sem encará-la.

Ela então cochichou para mim:

_ É por causa daquele menin-

_ Estou tentando prestar atenção! - disse um pouco alto demais, atraindo a atenção da professora.

Voltei a escrever, tentando fingir que estava tudo bem.

_ Desculpa, é que está todo mundo perguntando... - ela disse parecendo ofendida.

_ Então diga para todo mundo - “se f****”, mas eu não teria essa coragem – cuidar das respectivas vidas. É só uma sugestão.

_ Tá bom, não está mais aqui quem perguntou.

Quem dera.

Esperei todo mundo sair para deixar a sala. O Aquiles tentou pegar a minha mão, mas desviei, apontando com o polegar para as minhas costas:

_ Aquiles, eu vou ao... - mas onde eu poderia ir sem que ele me acompanhasse?

Depois de pensar alguns segundos, encontrei a solução perfeita:

_ Eu vou à biblioteca.

_ Você podia simplesmente dizer que não quer minha companhia.

Foi chocante ouvir isso dele. Não era que eu não queria, mas não podia. Não daria certo.

Não tinha como desmentir, consertar ou amenizar. Só calei, consentindo.

_ Tá bom, Mel. Nos vemos na sala.

Suspirei fundo quando ele sumiu de vista, tentando recompor minhas forças e fui direto para a sala.

Incrivelmente ele não parecia chateado comigo quando se sentou atrás de mim, e quase tive câimbra por ficar tão rígida durante toda a aula.

_ Podemos ir juntos para o ponto, ou prefere que eu espere? - ele me perguntou divertido, tentando esconder a consternação.

_ Não, eu te devo mesmo uma explicação. Vamos?

Ele gesticulou para que eu fosse na frente.

Ensaiei mentalmente antes de começar, mas nada parecia justo.

Já estávamos na metade da descida quando consegui:

_ Não quero que me leve a mal por isso, mas... Como vou dizer? Você também deve ter notado que isso não vai dar certo, não é?

_ “Isso” o quê?

Caminhamos mais um pouco antes de eu responder. Esperei até chegar à portaria para continuar. Olhá-lo nos olhos demonstraria maior convicção de minha parte.

Ainda me assegurei de não termos nenhuma companhia, para dizer:

_ Nosso relacionamento. Não vai dar certo. Na verdade, vem dando errado desde que começou. Ou melhor, até antes de começar!

O silêncio dele me incitou a continuar:

_ Eu não sei por que insistimos até agora. Não podemos passar por cima de tudo e de todos por capricho. Estão todos tão infelizes... E só tem uma forma de mudar isso.

_ Capricho? Querermos ficar juntos pra você é capricho?

_ Querer ficar junto não, mas insistir nisso, mesmo quando não está dando certo.

_ O que é que está dando errado? Você quer terminar porque eu me machuquei?

_ Não é só um machucado, Aquiles. Mas tudo. Todo o contexto.

_ Certo, vamos ao contexto: acabei brigando com o seu ex porque ele estava te ofendendo. Concordo que não foi a melhor opção, mas quem não perde a cabeça? Você não perdeu a sua ano passado?

_ Mas não arruinei ninguém. Era somente eu comigo. Agora, é diferente. Temos de ser racionais. Muita gente está sofrendo. Não quero que nosso relacionamento represente isso.

_ Quem está sofrendo? Você? Me desculpe pela forma que agi. Não vai acontecer de novo. Lição aprendida.

_ Tá, ótimo.

Eu não esperava que ele me confrontasse de forma tão firme. Tentei me acalmar e adotar uma postura mais honesta:

_ Eu não quero que você mude Aquiles. Não quero ser a culpada por você se tornar uma pessoa pior.

_ Do que você está falando agora?

_ Eu sei que comigo você não tem mais vida social. Está em conflito com seus pais, com a sua irmã... Não quero que você esteja sempre preocupado e mal-humorado, como eu era. É triste.

_ Você está parecendo...

Então parecendo fazer uma grande descoberta, deu uma risada sarcástica. Depois, sério, pediu:

_ Por favor, me diga que não falou com a minha mãe.

O que eu deveria dizer? Não queria que ele soubesse, mas também não queria mentir.

_ Por que você acha isso?

_ Porque coincidentemente é o mesmo discurso que eu ouço em casa. Ela falou, não falou?

_ Não vem ao caso. O que importa é que eu não quero que seja assim. E não vai ser. - acrescentei com firmeza.

_ Mel... Por favor, Mel! Não acredito que vai se deixar influenciar! Poxa, é comigo que você está namorando, então é comigo que deve decidir se vai terminar ou não!

_ Eu só quero que você entenda...

_ Por que será que estou em conflito com a minha mãe e com a minha irmã? Você sabe muito bem o que elas querem o que eu não quero, não é? Agora me diz, estou errado?

Antes de esperar pela minha resposta, continuou:

_ Preocupado e mal-humorado? Talvez porque agora eu esteja dando mais valor para a escola e para o vestibular, que está logo aí. Mel, entenda uma coisa: minha mãe achava que teria uma vida glamorosa e badalada se tivesse uma nora do meio artístico. Ela só esqueceu de se preocupar com uma coisa: eu. Agora, além de poder namorar uma pessoa tão especial como você, eu tenho a oportunidade de ter um futuro brilhante e meu! Sem ser a sombra de alguém. Você não acha que assim é mais legal?

Eu continuava sem palavras. Ele se aproximou e tentou me abraçar, mas percebendo minha recusa, se deteve. Apenas acariciou meus braços, enquanto arrematava:

_ É só uma questão de adaptação.

Ele parecia mesmo coerente. As carícias dele eram tão reconfortantes...

Mas eu ainda não estava convencida. Aquele era só o ponto de vista dele. Passei por ele, me livrando de suas mãos.

_ Devemos pensar um pouco. Por favor.

Percebi que ele estudava minha expressão tentando descobrir o quão sério era.

_ Então não é o fim? - perguntou.

Encolhi os ombros.

_ Somente se descobrimos que é o melhor. - finalizei.

_ Não acredito que seja. Mas tudo bem. Acho que você só vai se convencer se descobrir por conta.

Consenti e olhei as horas para desfazer o contato visual. Estava quase atrasada para o curso preparatório para o vestibular que ia começar naquele dia.

_ Você também vai para o trólebus? - perguntei um tanto constrangida pela obviedade da resposta.

_ Está meio tarde, e se eu me atrasar, meu chefe vai descontar. Então vou pedir para ele me buscar.

Achei graça na contradição, mas não disse nada. Ele só estava concedendo meu desejo.

_ Tá. Então até amanhã.

_ Até, Mel.

Minhas pernas pareciam não obedecer, e tive de fazer uma força descomunal para ir embora.

“O que tiver de ser, será.” Consolei-me.

 

*~*~*

 

Fui até o mural de recados do cursinho, enquanto esperava o intervalo acabar. Todo mundo parecia muito concentrado em absorver o maior volume de informações no menor período de tempo. Era engraçado imaginar que eu estava entre tantos aspirantes a médicos.

O mural tinha alguns avisos de cursos e palestras. Além de frases de incentivo.

_ Você aqui?

Por que eu sempre tinha que encontrar alguém?

_ Caio?! - estava tão chocada que nem lembrei de fingir ter esquecido seu nome.

_ Que infortúnio, não?

Esperei meu sangue voltar a circular para poder responder de boca cheia:

_ Acho que mais pra mim que pra você.

Voltei-me para o mural novamente, só para sinalizar que a conversa estava acabada.

_ Ah, então, sei que está bem brava, mas foi mal pelo passeio.

Ele não precisava se desculpar, por que simplesmente não me ignorou?

_ Hum-hum. - murmurei sem dar maior atenção.

_ Então você me desculpa mesmo?

Encarei-o curiosa.

_ Meu guia espiritual disse que preciso obter o perdão de todos para evoluir.

Minha expressão de estranheza aumentou.

_ É só brincadeira. Caso você acredite.

_ Qual o seu problema? - por fim perguntei.

_ Ok, se não vai da forma política, vai da forma franca! Vocês do curso intensivo receberam a prova do ano passado, e eu quero emprestada para fazer uma cópia.

Então me lembrei que ele ainda estava no segundo ano do ensino médio, e já estava se preparando para o vestibular. Ergui as sobrancelhas em descaso e tirei algumas folhas da bolsa.

_ Me devolva antes de ir embora. - recomendei.

Parecendo preocupado, olhou no relógio e perguntou quase sério:

_ Será que levariam três horas pra copiar dez folhas?

_ São onze folhas.

_ Ah, tá! Então pode ser que demore mesmo.

Por que ele não ia logo copiar as malditas folhas? Eu não estava a fim de discutir.

_ É, pode ser. - voltei a observar o mural, outra vez.

Ele se retirou e pouco antes de acabar o intervalo, devolveu as folhas com um “obrigado” quase imperceptível.

Saí pouco antes do fim da aula para não correr o risco de encontrá-lo novamente. Tentei ficar o menos visível possível, mas em um local onde fosse possível ver minha mãe chegar.

E como num rompante, entendi porque ela havia me indicado este curso preparatório.

_ Oi gatinha, como foi a aula? - ela perguntou quando eu embarquei.

_ Mãe, desculpa, mas não seremos uma família feliz se continuar assim.

_ Como? - perguntou desentendida.

_ O filho do Fred também faz curso aqui. Não gostei nem um pouco.

_ Ahn. Já se encontraram, é?

Ela sorriu simpática, mas eu não retribuí. Depois de pegar a avenida que ela começou:

_ O Fred sugeriu, disse que era um preparatório especializado em saúde... Só achei que fosse bom pra você.

Talvez somente eu visse maldade em todos...

_ Veremos, mãe. Resta esperar que o pirralho não me encha as paciências.

_ Ah, que isso! Ele me pareceu tão gentil no sábado...

_ Pareceu, né. Uhun.

_ Por quê? Sabe de alguma coisa que eu não sei?

Abri a boca para começar com a enxurrada de adjetivos que já havia atribuído a ele, mas não tive coragem. Ele era o filho do príncipe encantado de dona Diangeles...

_ Não. Só que geralmente os garotos nessa idade são bem irritantes.

_ O Aquiles é irritante?

Que golpe baixo. Eu já estava conseguindo não pensar nele. Emudeci e voltei a olhar pela janela.

_ Não.

_ Então...

_ Tem razão. - Era melhor dar razão a ela que continuar falando do Aquiles.

Mas não tinha mais jeito. Eu ia pensar nele o resto do dia. Afinal, já não tinha mais nada para ocupar a minha mente.

Voltei a sentir dormência cerebral quando cheguei em casa e pensei na minha atual situação. Nem solteira, nem namorando...

Nenhum de nós dois queríamos romper, verdadeiramente. Eu o amava muito, e justamente por isso queria fazer o que fosse melhor.

 

You came along I didn't know of love

Quando você apareceu, eu não conhecia o amor

But now I know that sometimes it's just not enough

Mas agora sei que às vezes não é o suficiente

 

Ele apresentou argumentos perfeitamente plausíveis para sustentar a teoria de que estava feliz e bem comigo. E melhor, que toda a chateação da mãe dele não passava de birra.

Ao me deitar, fiz a conta mental:

 

Contras:

Bia – desconsiderar.

Daphne – tem seus motivos.

Dona Lívia – birra (?).

Íris – birra!

 

Prós:

Mel – Parte interessada I.

Aquiles – Parte interessada II.

Thaís e Camila – Amigas

 

Neutros:

Minha mãe

 

Se eu somasse um ponto para cada pró, meio ponto para cada neutro e subtraísse um para cada contra, ainda ficaria com saldo de meio ponto.

Embora os neutros não devessem entrar em lado nenhum...

 

Ri da apuração besta de dados que estava fazendo. Eu estava era perdendo minha sanidade mental...

Logo meu sorriso voltou a se apagar. Observei meu celular imóvel sobre a mesinha. Sabia que ele não ia ligar, mas mesmo assim, ansiava por aquilo.

 

I hear your footsteps in my corridoor

Eu ouço seus passos no corredor

But it is just my heart, it's pounding like before

Mas é apenas meu coração, batendo como antes

 

Por isso me assustei quando de fato vibrou.

 

Mesmo que seja para errar, nós temos esse direito. l.y.

 

Meu sorriso se abriu outra vez. Respondi:

 

O erro também é um aprendizado. a.v.

 

Wish I, could try 

Queria poder tentar

But I just can't say goodbye

Eu simplesmente não consigo dizer adeus

No not, tonight

Não, não esta noite

No, I just can't say it

Não, eu simplesmente não consigo dizer isso

 

Aquela seria uma longa noite.

 

*~*~*

 

Queria poder abraçá-lo logo. Abraçá-lo, beijá-lo, e quem sabe fugir pra longe?

Foi só uma metáfora.

Apesar de não termos marcado, sabia que ele estaria me esperando lá.

 

Cause I'm gonna hold on, yeah, I'm gonna hold on

Porque eu vou continuar, sim, eu vou continuar

Baby, gotta keep holding on to what we had

Baby, preciso continuar com o que tínhamos

'Cause I don't wanna move on, so I gotta hold on

Porque eu não quero mudar, então eu preciso continuar

Baby because you and me are sinking like quicksand

Baby porque você e eu estamos afundando como areia movediça

Like quicksand, like quicksand

Como areia movediça, como areia movediça

 

Tentei não correr quando desci do trólebus. Ainda mais porque o reconheci ao pé da passarela. Àquela altura, já era a nossa passarela. Casais convencionais tinham músicas, nós tínhamos uma passarela.

_ Bom dia. - ele sorriu graciosamente.

_ Bom dia.

Eu também sorri. Estendi a mão até seu rosto e o acariciei. Mordi o lábio inferior, apreensiva em estar fazendo a coisa errada, mas fiz mesmo assim. Beijei-o com amor.

Ele enlaçou minha cintura e retribuiu à altura.

 

Only got one life to live, hold on

Só temos uma vida pra viver

We don't even need a piece of sand

Nem ao menos precisamos de um pedaço de areia

Only you and me

Só você e eu

We need to hold on and hold on and

Nós precisamos continuar e continuar

 

Quando por fim nos encaramos, eu disse:

_ Eu vou ficar com você. Enquanto nós dois quisermos.

_ Que fique claro que não curti sua “racionalidade”, beleza?

Abracei-o apertado enquanto dizia:

_ Acho que você conseguiu tirar toda minha razão, então, não precisa mais se preocupar.

_ Que bom.

Um “eu te amo” sussurrado, fez com que eu me arrepiasse, mas era uma ótima sensação.

_ Eu também te amo. - respondi.

 


And hold on...

E continuar...

 And hold on...

E continuar...

And hold on...

E continuar...


Baby because you and me are sinking like quicksand

Baby, porque você e eu estamos afundando como areia movediça


Continua


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