Never Forget escrita por Ray chan


Capítulo 1
Promise of Love


Notas iniciais do capítulo

A história segue fiel ao jogo até quando o Garry descobre quem Mary é de verdade, a partir dai o enredo vira meu. Então... Não vou enrolar muito. Espero que gostem.



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Capítulo I: Promise of Love

Após ler sobre algumas obras de Guertena, Garry tomou um grande susto ao ver o nome e a imagem de Mary entre elas; preocupado com o bem estar de Ib, ele correu em seu socorro, subiu as escadas desesperadamente, mas ao chegar no alto do patamar, viu algo que tirou totalmente a cor do seu rosto.

Ib estava aparentemente desmaiada e Mary a carregava nos ombros com uma facilidade não humana. Quando a "criança" loira o viu, ela sorriu vitoriosa e passou pela porta, batendo-a em seguida.

Garry ainda correu atrás dela, gritando o nome de Ib, mas uma daquelas mulheres sem cabeça, vestindo apenas um vestido vermelho, se pôs entre a porta e ele, bloqueando o caminho.

Levou pouco tempo para afastar a pesada obra, mas quando Garry conseguiu, Mary já havia sumido, levando Ib - a Ib dele– nas costas. Isso não podia ficar assim. Garry reparou uma porta marrom destrancada do seu lado esquerdo e não hesitou em seguir por ela e logo ele se encontrou num mundo de rabiscos.

Os quebra cabeças eram de outro nível nesse lugar, mas a preocupação por Ib o impulsionou a desvendar todos, e em pouco tempo ele se viu frente a frente com a tal caixa de brinquedos que guardava a chave rosa - a chave que o libertaria e libertaria Ib assim que a achasse - e com um "empurrãozinho", literalmente, Garry se viu dentro da caixa, cercado por obras assustadoras que se mexiam, tentando matá-lo. Porém, no desespero de se salvar, um brilho rosa chamou a sua atenção - a chave! - Garry a pegou e uma passagem entre duas bonecas azuis e amedrontadoras surgiu, e sem pensar duas vezes Garry correu para ela, vendo-se em fim a salvo em um extenso corredor vazio e silencioso.

Depois de se recuperar da corrida, Garry andou pelos corredores, procurando qualquer pista de Ib ou de Mary. E um pouco a frente ele viu uma pétala de rosa vermelha caída no chão, indicando o seu caminho.

Garry empalideceu e um frio subiu pela sua espinha.

Pedindo mentalmente que Ib estivesse bem, Garry abriu a próxima porta. Neste quarto havia um vaso com benção, uma outra porta e uma entrada bloqueada por rosas enormes rabiscadas com giz de cera, embora fossem reais o suficiente para barrar Garry de entrar.

Então Garry se lembrou do isqueiro no bolso do seu casaco, tentou queimar as flores e suspirou satisfeito ao ter sucesso na sua tentativa.

O quarto era comprido e a início parecia vazio, mas Garry podia ver ao fundo algumas coisas no chão como livros, desenhos a giz e outra daquelas bonecas malditas que Garry definitivamente não queria mais ver.

De repente a porta foi aberta, fazendo um barulho que fez Garry virar sobressaltado e dar de cara com Mary. A sua primeira reação foi interrogá-la a respeito do paradeiro de Ib, porém Mary não lhe disse nada a respeito, apenas sorriu de forma doentia e disse que não deixaria o garoto atrapalhar os seus planos e que iria acabar com isso agora.

Mary brandiu a faca de paleta e se jogou em direção a Garry, ele correu até a parede oposta onde um quadro rasgado se escondia, olhou para o quadro e de volta para Mary, no instinto Garry sacou o isqueiro e ateou fogo a obra, Mary tentou impedi-lo, mas antes de poder sequer chegar em Garry, ela se retorceu em dor, sufocou e então virou cinzas sob o olhar arregalado do garoto, restando apenas a faca no chão.

Por alguns segundos Garry continuou paralisado e arfando, mas então a imagem e Ib sozinha e assustada o tirou do choque e ele recolheu a faca - por precaução - e saiu do quarto de Mary. Ainda restava uma porta, bloqueada por uma estátua de gesso que Garry prontamente empurrou do seu caminho, liberando a passagem. E assim que abriu a porta, Garry deu um daqueles seus típicos gritos "Eeeeeeeck!" ao sentir algo se jogando contra o seu corpo e exclamando com uma voz infantil e amedrontada que Garry, percebeu aliviado, conhecia muito bem.

– Garry! - Ib com lágrimas nos olhos se jogou no garoto mais velho em um forte abraço, ainda tremendo de medo por pensar que nunca mais o veria - Que bom que você voltou! Fiquei com medo que você não conseguisse voltar!

– Ib...! - Garry se surpreendeu com o abraço repentino, mas sorriu levemente em seguida, retribuindo o abraço doce daquela criança - Está tudo bem agora... A Mary não vai mais vir atrás da gente, então você não precisa chorar mais.

Docemente Garry afastou Ib pelos ombros, agachou-se de modo que ficasse da altura da menor e tirou-lhe as lágrimas que manchavam o adorável rosto infantil.

– Mas eu não estou chorando por causa da Mary... - Ib soluçou, derramando mais algumas lágrimas que o maior prontamente enxugou.

– Não? - Garry indagou, baixando as mãos para os ombros da menor.

Ib balançou a cabeça negativamente.

– Então porque você estava chorando, Ib?

A criança fungou e limpou as últimas lágrimas antes de responder.

– Porque eu pensei que a Mary não ia deixar voltar... E eu não queria voltar sem você. Eu quero ficar com você. Porque eu amo você, Garry.

O maior paralisou com aquelas palavras tão diretamente sinceras e quando as absorveu por completo, percebendo que Ib havia simplesmente se declarado, Garry corou, ficando completamente bobo.

– A-A-Ama? - ele gaguejou, desajeitado, escorregando as mãos de volta ao corpo - P-Porque você me a-ama, Ib?

– Porque? - Ib franziu as sobrancelhas sem entender a pergunta, para uma menina de nove anos, o "porquê" era óbvio - Porque você é o Garry.

A resposta ainda mais sincera dela fez Garry corar ainda mais forte.

– Como você ama um de seus amigos...? - ele tentou esclarecer.

– Não. É diferente. - Ib tentou explicar o que nem entendia muito bem - Eu amo você muito mais.

–...

O rosto queimando, Garry baixou a cabeça tentando esconder o quanto aquelas palavras vindas de Ib o deixavam sem graça e ruborizado.

– Garry? - Ib chamou, inclinando a cabeça para baixo, tentando ver a face escondida do garoto - O que foi? Eu disse alguma coisa errada?

Lentamente, Garry ergueu o rosto rubro sob o olhar vermelho atento de Ib, e então ele não conseguia suportar mais.

– Não, Ib... - ele levou a mão direita ao cabelo escuro da menina, fazendo uma suave carícia - Você não fez nada de errado. Mas...

Ib continuou encarando Garry fixamente, esperando que ele continuasse, mas ele apenas devolveu o olhar com certa hesitação e então suspirou.

– Garry...?

– Só um minuto, Ib... - ele pediu gentilmente.

Ib calou-se, esperando.

Garry, por sua vez, desceu a mão do cabelo de Ib para o rosto alvo, um pouco hesitante e envergonhado, o maior aproximou o seu rosto do de Ib devagar, até que pudesse sentir a respiração calma da menor, e então a beijou suavemente, apenas uma leve pressão sobre os lábios intocados.

– Hm...? - Ib murmurou confusa, embora não o afastasse.

Por alguns segundos, Garry afastou os lábios dos de Ib por poucos centímetros, abrindo os olhos lilás só um pouco, fitando os da menor.

– Só um momento, Ib... - ele falou e sorriu gentilmente, com o rubor pincelando o seu rosto quente de vergonha - Abra um pouco a sua boca...

O pedido baixo fez Garry corar ainda mais, embora fosse o seu próprio pedido.

– Mas, Garry... - Ib não entendia.

– Tudo bem se não quiser, Ib. - Garry acariciou-lhe o rosto, tranquilizando-a.

A mente inocente de Ib não entendia o que Garry queria fazer ou porque queria, mas ele fizera de tudo para mantê-la segura nesta galeria assustadora, mesmo que tivesse que arriscar a própria vida. Garry a protegia, e Ib confiava nele mais que tudo.

Ela separou um pouco os lábios.

– Assim? - perguntou enrolando um pouco a fala.

Garry arqueou as sobrancelhas, surpreso em ter o seu pedido atendido, mas sorriu tímido em seguida, respondendo a Ib.

– Sim. Assim está bom.

Garry cobriu a distância mais uma vez, encaixando os seus lábios perfeitamente, formando uma bela imagem como os quebra-cabeças que preferia montar. E delicadamente Garry os moveu, sentiu a mão pequena de Ib agarrar o seu casaco esfarrapado sem saber o que fazer, então Garry a guiou pacientemente a imitar os seus movimentos sutis, quase sorrindo quando Ib inconscientemente também fechou os olhos e, com certa dificuldade, moveu os seus lábios em conjunto com os dele.

Alguns segundos depois, Garry afastou-se, ruborizado, e observou com um pequeno sorriso Ib abrir os olhos vermelhos e soltar o seu casaco enquanto respirava com certa dificuldade, as bochechas vermelhas como as de Garry.

– Como foi, Ib? Como você se sente? - ele perguntou amavelmente enquanto brincava com o cabelo castanho da menor, colocando as mechas que escapavam atrás da orelha pequena.

Ib levantou os olhos para ele.

– Quente... - ela respondeu, tocando o próprio rosto que estava estranhamente aquecido.

Garry sorriu ligeiramente satisfeito.

– Tudo bem, é assim mesmo. - ele apoiou as mãos no chão e se levantou, voltando a ser alto o suficiente para que Ib ter que inclinar a cabeça para poder ver o seu rosto - Acho que com isso eu posso suportar por alguns anos... - comentou para si mesmo.

– Isso...? Como assim? - Ib peguntou.

Garry estava falando e fazendo coisas que ela não entendia hoje.

– Não se preocupe com isso, agora, Ib... Você vai entende quando ficar um pouco mais velha. - Garry disse com um sorriso adorável e acariciou o cabelo de Ib - Nove mais seis... Será que é o suficiente...?

Ib fitou Garry murmurar coisas que a sua cabeça de nove anos não compreendia e disse:

– Garry está estranho hoje...

O maior riu.

– Eu estou estranho? - ele se agachou novamente a altura de Ib - Pode até ser, mas lembre-se de uma coisa, Ib. - Garry olhou diretamente nos olhos da menor - Não importa quando tempo passe, eu vou continuar amando você, hoje e sempre.

Ouvi-lo fez o rosto de Ib se iluminar e um belo sorriso tomou os seus lábios antes de Ib se jogar em outro abraço apertado.

- Opa! - Garry apoiou-se com uma das mãos no chão para não cair e derrubar Ib junto.

– Eu também amo você, Garry! - ela repetiu adoravelmente feliz.

Garry retribuiu o abraço, sentindo o rosto corar outra vez com as palavras que Ib dizia sem sequer perceber o que causavam no maior.

– Vamos, precisamos continuar a andar... - Garry se levantou do chão, mas se interrompeu quando Ib agarrou a sua mão, fazendo-o corar mais uma vez, porém ele obrigou-se a continuar - ...P-para acharmos a saída desse lugar maluco.

– Garry. - Ib chamou, começando a andar de mãos dadas com ele - O que vamos fazer quando a gente sair daqui?

O maior sorriu, inclinando a cabeça para poder olhar para Ib.

– Não se lembra? Vou comprar aquele macaron ( http://blog.camicado.com.br/wp-content/uploads/2012/07/macaron3.jpg )que eu falei para você provar. Tenho certeza que você vai adorar, Ib! E quem sabe daqui a uns seis, sete anos... - Garry murmurou o resto.

– Está falando coisas esquisitas de novo, Garry.

– Hahahah! Desculpe, mas pode ignorar, desde que se lembre do que falei.

– Que você me ama! - ela exclamou, o rosto iluminado novamente.

– S-sim... - Garry gaguejou, desajeitado - M-mas você não precisa ficar falando...

Ib olhou para o rosto envergonhado de Garry, confusa, mas sorriu, deixando de lado, afinal, a exceção de ele ter dito que a amava, o maior não estava fazendo muito sentido hoje.

– B-bem...! - Garry exclamou, tentando mudar o assunto e a cor do seu rosto - Só precisamos achar a porta desta chave agora e estaremos finalmente livres! - ele comemorou, tirando do bolso do casaco uma pequena chave rosa.

Ib concordou com um aceno, ansiosa com a ideia de voltar ao mundo onde quadros eram inofensivos; e animada com a empolgação que Garry demonstrava.

E foi logo que Garry e Ib puderam sair daquela dimensão apavorante, juntos, como Ib desejara, para continuarem juntos até dali a seis, sete anos, quando Ib tivesse idade o suficiente para entender o sentimento que de fato começava a preencher o seu coração ainda imaturo demais para compreender, e quando isso acontecesse, Garry estaria lá, como sempre estaria a partir de hoje, para que afinal pudessem ser completamente felizes, juntos.









Fim
































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Notas finais do capítulo

Bom, bom, bom...! Essa fic eu escrevi logo depois de zerar o jogo "Ib", depois de muito sofrimento para conseguir chegar ao "final perfeito". Fiquei tão empolgada e maravilhada com o Garry e o jeito que ele cuidava da Ib que não resisti tentação de escrever sobre essas duas personagens adoráveis (exceto pela Mary, odeio '-').

Sendo minha primeira, talvez a personalidade possa não estar muito de acordo ou algo assim... Peço a quem ler que faça a sua crítica nos reviews, é rápido, e faz a autora aqui muito feliz heh.

Obs: Provavelmente terá um extra que logo eu postarei, eu ficaria feliz se o lessem também quando eu postasse :)

Então...! Obrigada a quem leeer ~~ E kissus de chocolate a quem me presentear com um review *-*

Bjs,

Ray-chan.