Dad And Dad? escrita por MAHximum


Capítulo 17
Capítulo 17: FlashBack Parte 1 - Lucius.


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capitulo começa os super flashbacks! *--*
São 4 capitulos de volta no tempo onde mostra o que exatamente rolou com Reinald e Lucius pra tudo acabar do jeito que acabou... :D
Na minha opinião, são os capitulos mais fofos e fodas UIDASHIUDAS *--*

então, bom proveito!
bjs, MAH.



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Idades diferentes. Aparências diferentes. Personalidades diferentes.

       Porem, mesmo sexo.

 

 

   Lucius Greswily, cursando o primeiro colegial. Era seu primeiro ano no novo colégio. Tornara-se popular entre as garotas logo que chegara, bonito e alegre, uma boa combinação. Sempre com um sorriso estampado no rosto, sempre otimista e chamativo, com seu jeito extravagante e escandaloso de ser. Não demorou muito pra começarem boatos sobre sua opção sexual, ele nunca foi normal. Mas Lucius não era gay (ainda) e saber disso já era o suficiente, não precisava da aprovação dos outros. Ele podia viver sozinho em seu próprio mundo.

Pelo menos era o que ele achava até conhecê-lo...

   Reinald Hanckson, cursando o terceiro colegial. Era o veterano mais popular do colégio. Lindo, bom em esportes, charmoso, inteligente e um formando, ele sem duvida conseguia qualquer garota que quisesse. E talvez ate alguns caras se ele mudasse seu gosto. Defeitos? Sim, um completo idiota. Um tipo de valentão infantil que se diverte à custa dos outros. Humilhando, roubando, zombando e às vezes, batendo. Seu tipo de vitimas favorito: nerds, góticos, excluídos e gays. Ou que ele achava que era gay...

Foi assim que seus caminhos se cruzaram...

 

- Passe todo o dinheiro que tiver! – Berrou o garoto impaciente.

Lucius estava cercado por dois garotos berrando de punhos fechados. A aula já tinha terminado e o corredor estava vazio, isso é, sem chances de ele ter alguma ajuda. Ele olhou por trás dos dois caras e viu um terceiro garoto, reconheceu ele na hora, qualquer um naquele colégio sabia quem era, tinha fama de valentão e tudo mais. Mas isso não era motivo pra que Lucius ficasse com medo, afinal o garoto só estava observando tudo como se fosse um tipo de reserva.

- Me dê um motivo! – O moreno fez uma cara de tédio proposital diante das ameaças e sabia que isso iria irritá-los.

- Porque eu estou mandando! – Berrou o outro garoto cerrando mais os punhos. – PASSE LOGO!

- Isso não é convincente. Se quiser algo de mim terá que ter um argumento melhor... – Lucius sabia de uma coisa: cachorro que late, não morde. Por isso não tinha medo dos dois, já o terceiro cara lhe assustava, mas não o suficiente pra que ele calasse sua grande boca.

-Nós vamos te bater e muito! QUE TAL ISSO? É CONVINCENTE? – Berrou o garoto como um ultimo recurso.

- Ah, por favor! – Lucius riu - A não ser que voce tenha força o suficiente pra esmagar meu crânio, eu não to nem aí... – Após dizer isso, ele viu que era uma boa hora pra entrar em pânico e ficar quieto, pois o terceiro cara que ate agora estava imóvel, foi pra frente e o prensou contra a parede. Os outros caras recuaram e ficaram quietos admirando seu líder fazendo o trabalho.

- Escuta aqui, seu viado! Você passa o dinheiro, cala sua boca e vai embora, aí eu penso se torno sua vida um inferno ou não! – Por mais que as palavras dele fossem ásperas, o tom permanecia o mesmo, de indiferença. Isso deixou Lucius com raiva, por algum motivo que ele não sabia explicar.

- Espera aí, quem é voce pra tornar minha vida um inferno? – Lucius falou em tom irônico e fez cara de desentendido.

- Não se faça de idiota! Sabe muito bem quem eu sou, não sabe? – O tom dele alterou um pouco, mas permaneceu indiferente, o que fez com que Lucius quisesse provocá-lo ainda mais.

- Não faço idéia e também não faço questão de saber quem você é. – Ele encarou aqueles olhos azuis que ardiam em chamas. Pelo jeito o grande rei do colégio não suportava que alguém não o conhecesse.

- Então decore isso... – Ele suspirou – Sou Reinald Hackson, o cara que todo mundo obedece. O cara que controla a sua vida partir de agora...

- Nossa, que complexo de superioridade! – Lucius revirou os olhos e colocou a mão no ombro de Reinald mesmo sabendo que não devia. – Psicólogo, sério! – Ele debochou e gostou de ouvir os dentes de Reinald trincando de raiva. Mas ele ainda não tinha acabado, sempre teve uma língua afiada – A propósito, melhor rever seu conceito de “todo mundo”, porque eu definitivamente não vou te obedecer! Agora, licença... – Lucius tentou soltar um dos braços que Reinald segurava firme contra a parede, mas não conseguiu, sem duvida o loiro era mais forte.

- Você não vai sair daqui até resolvermos esse probleminha... - Reinald agora tinha um tom de voz mais raivoso, porem ainda falava baixo de um modo tenebroso.

- Que problema? Eu só vejo um problema aqui e é você! Então, some da minha frente e o problema acaba... – Apesar de estar com um pouco de medo, ele não se continha, queria ver até onde podia cutucar o veterano para que ele deixasse de tratá-lo de forma tão indiferente.

- Você não mede suas palavras, sua bicha idiota? – Reinald sentiu por um momento ter encontrado uma vitima a sua altura e resolveu fazer daquilo uma briga pessoal. Na verdade ele já tinha esquecido o motivo inicial de tudo aquilo que era pegar o dinheiro, mas queria que o novato o obedecesse. – Sua vida será um inferno se não me obedecer agora! E pode apostar que isso será muito mais doloroso do que eles – Ele fez um sinal com a cabeça para trás apontando os dois garotos que agora sorriam sadicamente – esmurrando seu estomago até você vomitar... – Lucius nunca foi de ceder a ameaças e não ia começar a fazer isso agora, só riu e disse:

- Eles vão me bater, é? Por que não VOCÊ? Não quer machucar suas mãozinhas de príncipe? - A paciência de Reinald era grande, mas tinha limite e Lucius tinha atingido esse limite.

- CALA...ESSA...SUA...BOCA! – Reinald estava prestes a explodir com aquele cara. Ele nem sabia quem ele era, só sabia que o detestava – O único aqui com “mãozinhas de príncipe” é você, seu gay filho da puta! Ele rosnou apertando o braço de Lucius com o máximo de força que conseguiu. Lucius gemeu com a dor, mas ainda assim pensou rápido o próximo insulto. Só não sabia que ia ser o ultimo.

- Você insiste tanto que eu sou gay... – Ele se forçou a abrir um sorriso maldoso – Talvez você queira que eu seja gay! – Ele pode sentir a mão de Reinald que estava apertando seu braço diminuir a força. Reinald estava em choque, não esperava que o garoto fosse tão atrevido a esse ponto. Estava sendo chamado de gay por um calouro do primeiro colegial. Não ia perdoá-lo.

O soco foi direto no nariz de Lucius. Talvez pelo susto ou mesmo pela dor, suas pernas ficaram bambas e ele caiu ali mesmo com a mão no rosto que agora sangrava, tudo que ele pôde ver depois foram os pés dos três caras se afastando. Seus olhos se encheram de lagrimas que ele se esforçou pra segurar, já tinha levado socos piores e a dor depois do susto se tornara suportável, então não havia motivos pra que aquelas lagrimas insistissem em cair. Ele não queria chorar, não mesmo, não diante daqueles idiotas. Mas não conseguiu, e logo seu rosto estava molhado pelo sangue e pelas lagrimas. Depois de algum tempo, quando os caras finalmente tinham sumido de sua vista, ele se levantou com a visão embaçada e foi até o banheiro. Lavou seu rosto, estancou o sangue e se olhou no espelho se perguntando o que tinha acontecido com ele. Era fácil retribuir o soco de Reinald, ele tinha força pra isso, mas ele não conseguiu juntar forças o suficiente pra fazer outra coisa além de chorar. Era humilhante.

Assim foi o começo do que deveria ser o pior ano da vida de Lucius.

Reinald cumpriu o que disse, fez de tudo pra tornar a vida do novato um inferno e sádico como era, fez questão de ser o líder de tudo isso e deixar bem claro, comparecendo a cada momento de humilhação que Lucius passava. Mas só o deixava com mais raiva, afinal, Lucius nunca se abalava, não importa o quanto apanhasse, o garoto mantinha aquele sorriso idiota no rosto.

Lucius havia jurado consigo mesmo nunca mais chorar ou demonstrar fraqueza diante de Reinald.

 

Faltavam poucos dias antes da formatura do colegial, o ano tinha passado do mesmo jeito que começou, uma troca de insultos (e até coisas piores) entre os dois. Mas será que deveria acabar daquela maneira? Lucius sabia que não...

- Você foi o maior idiota que eu já tive o prazer de conhecer! – Lucius parou Reinald no meio do corredor e colocou a mão sobre seu ombro, com um sorriso sincero no rosto – Isso não é um insulto... – Ele completou. Mas só de olhar pra sua expressão já dava pra saber disso.

Reinald estranhou aquilo, mas não sentiu raiva. Jamais tinha falado com aquele cara numa boa, sempre que trocavam palavras eram momentos de briga ou coisa parecida. Mas o sorriso dele era tão sincero e amigável que Reinald não resistiu em perguntar:

- Lucius, - Era a primeira vez que o chamava pelo nome – você...er, não me odeia? – Ele olhou pro chão sem vontade de ouvir a resposta, era obvia demais. Quero dizer, como Lucius não odiaria um cara como ele? Mas Lucius pareceu surpreso ao ouvir aquilo, depois riu e respondeu:

- Por que eu te odiaria? – Na verdade, ambos podiam pensar no mínimo em uns mil motivos pra isso, mas ele, por mais que tentasse, não conseguia odiá-lo.

- Talvez porque eu seja o maior idiota que você já conheceu. – Reinald respondeu a pergunta retórica.

- Ah, isso é só um defeito, - Lucius sorriu fazendo aquilo parecer realmente insignificante – também tenho os meus. – Como estar apaixonado por um homem? É, esse era o grande defeito de Lucius no momento.

- E por eu ter tornado sua vida um inferno? Não me odeia por isso? – Reinald parou de olhar pro chão e passou a olhar Lucius. Ele parecia tão inocente e amigável, Reinald passou a sentir uma profunda vergonha pelo que tinha feito.

- Bom, eu não acho que minha vida seja um inferno. – Lucius se balançou de um lado pro outro e falou quase cantarolando: - Você tentou, mas não conseguiu... – Ele sorriu.

- Que bom... – Reinald abriu um pequeno sorriso. Saber que tinha fracassado nunca tinha sido tão bom. – Me desculpe por tudo.

- Tudo bem, tudo bem! – Lucius riu de nervosismo, na cabeça dele só passava o fato de Reinald ficar realmente fofo envergonhado. – Já passou. – Reinald sabia que não tinha passado, que aquilo só ia acabar quando Lucius se formasse. Ele era o culpado disso tudo e se sentiu na responsabilidade de contar a ele, mesmo contra sua vontade.

- Sinto em ter que dizer isso, mas... – Reinald parecia mais arrependido a cada palavra que dizia – mesmo com o terceiro ano se formando, os outros anos ainda vão te odiar sem motivos. Sei que fui eu quem causou isso e queria poder desfazer, mas não tenho mais tempo. Meu reinado acabou... – Reinald suspirou. Lucius não estava mais sorrindo, estava sério, e isso o fez se sentir pior. Queria fazer alguma coisa pelo garoto! – Mas... comigo longe daqui, acho que as coisas serão mais fáceis pra você! – Ele tentou animar Lucius, mas só o fez ficar pior. Sem Reinald lá seria MUITO mais difícil de suportar, afinal o único motivo pelo qual ele se segurava pra não chorar e se mantinha sorrindo era ele.

- Tanto faz. – Lucius apesar de saber que Reinald ia se formar naquele ano, ainda não tinha sacado que não iria mais vê-lo. Até aquele momento. Ele sentiu um aperto no coração e viu que o melhor que tinha a fazer naquele momento era sair de perto de Reinald, senão era capaz de ele chorar pela segunda vez na frente dele. Ele deu de ombros e falou em um tom indiferente: - Boa formatura... – Se virou e saiu andando, ciente de que agora sim sua vida se tornaria um inferno e tudo que ele podia fazer era tentar esquecer aquele cara e se apaixonar por outra pessoa, de preferência uma mulher! Mas não parecia ser tão fácil assim... Não parecia ser nenhum pouco fácil...

Reinald ficou olhando enquanto Lucius se afastava.

Sem duvida esse garoto não é normal, mas não merecia tudo isso..., pensava Reinald.

 

Inicio do segundo colegial de Lucius.

- Por favor filho, me diga que isso é uma brincadeira! – O velho estava aos prantos diante de seu filho.

- Por que eu faria uma brincadeira dessas? – Indagou Lucius sentado em uma cadeira diante de seu pai. Ele se sentia em um interrogatório, ele era o suspeito e seu pai o policial mau... Em historias verídicas não tem o policial bonzinho.

- Eu não acredito nisso, Lucius! – O velho balançava a cabeça tentando não acreditar naquilo – Meu próprio filho um...um...um...

- Gay? – Lucius levantou as sobrancelhas e cruzou as pernas.

- Não diga essa palavra! – Ele o corrigiu em desespero.

- Homossexual? – Lucius perguntou a fim de provocar o pai.

- LUCIUS GRESWILY! – Bronqueou o pai. Aquilo não tinha graça pra ele, afinal, que tipo de pai quer ver seu filho saindo do armário? Principalmente se é uma família rica e influente. Sim, Lucius veio de família rica...

- Bicha? – Lucius sabia que aquilo ia fazer seu pai explodir de raiva e era exatamente por isso que ele estava fazendo.

- ISSO NÃO ESTÁ TE AJUDANDO! – O pai esfregou seu rosto tentando acordar de um pesadelo, mas infelizmente (ou não) era a vida real. – Você tem só quinze anos, não sabe o que faz da vida... Vai ter muito tempo pra pensar nesse tipo de coisa, por isso não saia por aí falando essas palavras em vão!

- Na verdade em breve eu terei dezesseis e eu já tenho mentalidade o suficiente pra saber do que eu quero pra minha vida... Não sou mais uma criança! – Claro que nada disso é verdade, Lucius é uma criança até hoje... – Alem do mais isso também é culpa sua...

- Culpa minha? Que mentira! – Ele além de ter que suportar o fato do filho ser gay ainda ia ter que assumir responsabilidade? Não mesmo!

- Quem mandou me dar Lucius como nome? Além de horrível é derivado de Lucia que é um nome feminino... – Pode parecer incrível, mas na cabeça dele isso faz sentido!

- Que lógica estranha é essa? Isso não tem nada a ver com seu nome, garoto! Tem algum outro motivo, não é? É culpa de alguém, não é? – Questionou o velho.

- Não tem, pai... – Mentiu Lucius. Mas o que ele poderia dizer? “Acho que estou apaixonado por um cara que me odiou, se formou e nem deve se lembrar de quem sou”? Ou que tal,  “Sonho todas as noites com um certo loiro que tem raiva de mim”?
Huum, nenhuma das opções acima...

- Eu não vou aceitar isso! – O homem socou a parede.

- Eu sei que não... – Era uma das únicas certezas que Lucius tinha. – Mas vai ter que suportar mais um ano, pai. Aí eu me formo, vou pra faculdade de direito e – Lucius foi interrompido pelo seu pai:

- Direito? Achei que ia fazer marketing!

- Mudei de idéia... – Lucius havia mexido uns pauzinhos e descoberto que Reinald tinha ido fazer direito. Ele ia segui-lo, mesmo sabendo que era errado e que não levaria a nada... Ele só queria vê-lo novamente. – Mas enfim, ano que vem, quando eu me formar, vou sair de casa e inutilizar meu sobrenome, então pode ficar tranqüilo.

- Como assim inutilizar seu sobrenome? – Ele pareceu espantado, mas quem não ficaria?

- Já que eu não posso tirá-lo definitivamente da minha vida, vou passar a assinar somente como Lucius e me apresentar pras pessoas do mesmo modo... – Ele suspirou – Quem sabe que até consigo fazer com que na lista de chamadas só conste Lucius, não seria ótimo?

- Pra que tudo isso? – Ele estava cada vez mais inconformado com essa historia.

- Não é óbvio? – Lucius perguntou como se tivesse dito que um mais um dá dois – Você mesmo disse que não vai aceitar que eu seja gay... Já que vai me negar como seu filho, eu vou negar essa família! Trará menos problemas pra nós, não acha? – Ele olhou pro rosto perplexo de seu pai e resolveu dar o ultimo golpe de seu repertorio – Cansei de ser um Greswily! – Seu pai se se encostou à parede e segurou na mesma pra não cair. Surpresas demais pra um dia só, talvez tivesse um infarto por causa de seu filho.

- Você está cada vez mais louco, garoto!

- Também acho... – De fato ele não tinha como negar que se sentia cada vez mais insano, tudo que ele pensava agora era em como daqui a alguns meses ele encontraria Reinald novamente.

                Como será que ele está agora?, ele não conseguiu deixar de pensar.

 

 

- Você é muito chato, sabia? – Uma garota de cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor, ria alegremente enquanto se pendurava no braço de Reinald.

- Mas bem que você gosta da minha chatice... – Reinald a abraçou sorrindo.

- Claro, não tem como ser diferente! – Ela se pôs nas pontas dos pés e sussurrou no ouvido dele – Afinal, eu te amo.

- Também te amo, Liza... – Ele a Beijou e os dois permaneceram assim. Juntos.


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Notas finais do capítulo

Ok ok, até eu fiquei com raiva do Reinald nesse capitulo! e_e'
Ele era um idiota né? Mas com o tempo as pessoas melhoram... Acho que no caso dele, o Lucius deve ter ajudado né? :B

Ah, isso vocês só vão saber nos proximos capitulos... *--*

Sou má, eu sei :B
Me matem depois que acabar DAD pelo menos u_ú'

Espero reviews :x
bjs, MAH.