–Então, precisamos dividir o nosso tempo... Poderíamos juntar os dois navios, é até mais seguro, mas só até A Casa De Hades. De lá, um pequeno grupo partiria para fechar as Portas e salvar Percy e Annabeth. E o resto, seguiria para Épiro. O grupo que ficou para trás nos acompanhará quando puder. No grupo terão gregos e romanos. Porém, a maior parte dos semideuses vai seguir para a guerra. –Reyna explicava seu plano, apontando ao mapa improvisado que fez numa folha sulfite, em cima da mesa de refeições. Tinha uma expressão um tanto quanto carrancuda, mas nela, isso apenas significava concentração. Aquela inabalável concentração que um líder tem em momentos desse tipo.

Todos ficaram um tempo em silêncio, concordando. Octavian se levantou bruscamente e começou a falar, gerando tensão geral.

–Temos armas suficientes para todos? Temos – Fez sinal um de aspas com os dedos – soldados suficientes? Não estamos lidando com um simples exercito de monstros qualquer. Você nem ao menos me consultou sobre essa aliança! Se esses gregos nos abandonarem no meio da batalha estamos perdidos! Nós e Nova Roma! –Olhou para a tripulação veterana do Argo II, com um desprezo tão sólido que quase podia ser sentido em forma de punhaladas.

A resposta que obteve foram outros olhares. Não só dos gregos, mas também dos romanos. Seja efeito do charme ou não, eles estavam cansados de suas ordens esdrúxulas e psicóticas, de seus preconceitos incontestáveis. Aqueles olhares não só devolviam todo o desprezo, como carregavam pena. Pena de Octavian, por ser quem é e pensar como pensa.

Reyna prosseguiu, apenas respondendo ao que era importante.

–Como pretor, Octavian tem conhecimento de nosso armamento e de nossas capacidades. Sem falar que depois do resgate, teremos mais dois semideuses muito poderosos ao nosso lado. –Virou se aos tripulantes que a observavam. – Sei que não é fácil, e muitos de nós podemos morrer na missão, só que... Sempre foi assim. Somos os heróis que o mundo tem, seja isso bom ou não. Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance e ainda mais. Vamos reduzir os exércitos de Gaia ao pó! E jogaremos esse pó nas profundezas do Tártaro!

Soltou o cinto de Piper, e piscou para ela. Ao que tudo indica, a moral foi levantada. Todos estavam gritando vivas e frases de encorajamento.

–Ok, Ok... E quem vai para o grupo das Portas?

–Eu me ofereço. Eu e minha irmã. Afinal, é a Casa de Hades. –Nico segurou a mão de Hazel, tentando passar segurança. Ela acenou afirmativamente em resposta.

Reyna assentiu.

–Certo, precisamos de mais três semideuses. Alguém aí?

Octavian deu um passo à frente.

–Eu. Eu vou participar desta missão. Alguém não está de acordo? –Olhou em volta, procurando algum manifestante. Ninguém disse nada. Reyna porém já estava se irritando.

–Espero que esteja ciente de que será um grupo composto tanto por gregos quanto por romanos. Suas diferenças terão que ser esquecidas, e não penso que você esteja muito inclinado a esquecê-las. Tem certeza de que é isso que você quer?

–Eu acho que tudo bem. Ele parece querer se desculpar pelos insultos de antes... Também quero ir. –Piper disse de forma calma.

Reyna segurou sua mão, e a olhou nos olhos de forma repreensiva.

–Você não pode lembra? Vou precisar de você pra me ajudar no comando.

Seu olhar sugeria outra coisa. Um falatório se iniciou, e Reyna aproveitou para sussurrar para a amiga: “Octavian vai tentar mandar a confusão para nós de longe, de modo que ninguém possa incriminá-lo. Coisa boa não deve ser.”

–Então... Falta uma pessoa.

–Eu vou. – Leo disse. Estava totalmente determinado a fazer aquilo. Queria se sentir útil, para variar. Além disso, algo lhe dizia que teria algo importante a fazer na Casa de Hades.