A Ditadura Stradivarius escrita por Flari


Capítulo 4
Luz das estrelas




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Brasil, 2014

 Os motores estavam todos ligados naquela trilha, era apenas uma diversão entre amigos, quatro jipes e oito pessoas apenas na diversão de subir a serra  e chegar ate um mirante no topo da mesma, era uma diversão e tanto, muitos julgariam melhor do que assistir ao jogo de futebol que estava ocorrendo no estádio  na cidade de onde partiram, já estavam na metade do caminho e era noite, alguns problemas haviam atrasado a diversão, um dos pneus estava furado e tiveram de trocar e depois reabastecer um dos carros com a gasolina dos galões, estavam quase desistindo e voltando, agora que a escuridão já caia e, daquela altura, quase conseguiam ver as luzes da cidade já acesas e ainda faltavam quase 50 minutos para chegarem ao topo, considerando que, a noite depois de uma chuva ficar em uma trilha escura não era a coisa mais segura a se fazer, mas eles eram jovens, a maioria tinha dinheiro e o mundo não era assustador para eles, jovens, criados sempre com dinheiro e segurança não tinham muitas preocupações, a não ser a diversão, todos ali menos um, o jovem Carlos, 20 anos, estudante de direito pela universidade federal do Rio de Janeiro, estava ali por que conhecia Amanda Ricci, outra estudante, a qual se tornara amigo e admirador, sempre estava junto desta, porém, eram realidades completamente diferentes, ele vivia em um bairro de baixa renda no Rio de Janeiro, ruas estreitas quase em uma favela, aliais ficava bem perto, sua família era humilde, cerca de oito membros, sua mãe, seu pai, e seus irmãos, ele era o mais velho e a esperança da família de ter algum sucesso, o orgulho de sua mãe e de seu pai, sempre estudou em escolas públicas que apesar de todos os empecilhos conseguiu uma vaga na universidade e agora cursava o terceiro ano e já ganhava algum dinheiro em um estágio, seu pai trabalhava em uma empresa de transportes e por isso nunca estava em casa, sempre viajando, alguns poucos fins de semana se recorda de seu pai brincando com todos eles, mas este adoecera e morrera há pouco tempo, um choque que ainda não foi superado pela mãe, que teve de arrumar emprego e fazer várias horas extras a fim de sustentar todos os filhos, um de seus irmãos ate largou os estudos de manha para trabalhar em uma loja a fim de ajudar em casa e qualquer tentativa de convencer o mesmo do contrário era vã.

  Amanda Ricci,  por outro lado era o extremo oposto de seu amigo, rica e filha única de mãe solteira, não teve muita presença de nenhum dos dois pais, apenas de sua baba a qual começou a considerar sua irmã, viveu uma vida com tudo  o que sempre quisera, se pedia brinquedos tinha brinquedos e se pedia dinheiro tinha dinheiro e assim seguiu, sua família não apenas tinha dinheiro mas praticamente controlava uma poderosa empresa nacional, esta estudou nas melhores escolas do país em São Paulo e fala inglês, francês e alemão fluentemente, sempre teve a melhor comida e trabalhar parecia ser uma lenda antiga para a mesma, praticamente uma nobre a qual, em seu subconsciente, não temia muitas coisas, pois para ela não havia muito a ser temido, sempre andava com seguranças, em áreas ricas e belas da cidade, nunca fora assaltada ou sequer teve medo disso.

  A ordem dos carros era simples, Carlos e Amanda na frente, em um jipe amarelo com listras vermelhas, João e Paulo em um jipe azul, Carla e Marcos em um jipe vermelho e Pedro e Ana Paula em um jipe preto, todos estavam seguindo praticamente incessantemente, ate que Marcos chama a todos para voltar, a noite estava caindo cada vez mais profunda, apesar do céu já estar limpo.

Marcos – pessoal, melhor a gente voltar , esse tempo não ta me agradando e já ta de noite, é perigoso!

Amanda – ah eu e o Carlos vamos continuar! Não vamos Carlos? – dizia praticamente como uma ordem

Carlos – vamos sim... – apenas suspira e sorri para Amanda – acho que o mirante  fica bem bonito a noite, e a Amanda tem um telescópio no carro, ela disse que ia adorar observar as estrelas e a lua a noite, e não vou deixar ela sozinha pessoal, a gente já ta descendo, só dar uma olhada e tirar umas fotos, nos encontramos na chácara?

Ana Paula – Observar estrelas? Mas ... – fica calada, era amiga de infância de Amanda, esta nunca gostara de astronomia para falar a verdade, mas quando a mesma olha para esta, compreende tudo – espero que se divirtam! – continua rindo um pouco

João – certo pessoal, a gente vai dar meia volta, vocês dois ai se cuidem, odiaria ter que ir ate o IML amanha apesar de que esse lugar anda bem seguro,  bom qualquer coisa a cidade não fica muito longe daqui , só descer a trilha e a chácara é logo no começo da cidade, La em cima tem sinal, avisem quando chegarem – sorri para os dois e volta para o próprio carro.

Três dos quatro carros retornam para uma chácara no lado externo da cidade, da qual saíram, mas apenas aquele único carro continua, não demorando muito aliais para chegar ate ao mirante, era um belo lugar , um lugar amplo com algumas pequenas construções, o melhor lugar para se observar o por do sol e ... O nascer do sol.  Amanda para o carro próximo a cerca de madeira onde ficavam algumas placas e lembranças das pessoas que ali deixavam, ambos descem do carro, a noite havia acabado de cair, eram 19:50 horas mais ou menos, mas mesmo assim as estrelas já brilhavam nos céus  com toda sua beleza contida, algumas piscavam para os dois, Carlos sorri e começa a montar o telescópio.

Carlos – eu não sabia que você gostava de olhar para as estrelas, mas as pessoas nos surpreendem não? – começa a rir um pouco, apenas organizando a tudo enquanto também comia uma bolacha, não havia jantado ainda, estava guardando dinheiro para o presente de aniversário Amanda.

Amanda –é verdade...- sorri de leve - Vou Arrumar as coisas aqui no carro, você da conta das coisas ai?

Carlos – sim, só terminar de ajustar ... – estava mexendo no telescópio com toda a delicadeza, como se fosse uma criança recém nascida, não queria estragar o telescópio de Amanda, mal tinha dinheiro para comprar o seu proprio quanto mais um para uma amiga

Amanda volta ao carro, mas não para pegar equipamentos e livros e sim para se maquiar, esta usava uma blusa cavada por debaixo da jaqueta  preta, começa a passar o batom e o lápis nos olhos, fazendo tudo com a maior precisão possível, também começa a ajeitar a camisa e ao sutiã, além de desprender o cabelo ondulado e o pentear praticamente correndo.

Enquanto Carlos estava concentrado no equipamento esta se aproxima lentamente por de trás dele, com passos leves na grama úmida pela chuva, passando os braços por de cima dos ombros deste lentamente, em um abraço caloroso, ela sorri estava bem bonita com aquela maquiagem e aquelas roupas, Carlos a olha com certa estranheza.

Carlos – Amanda, legal a brincadeira – ri sem graça – mas o que esta fazendo ?

Amanda – brincadeira? Eu não brinco – ri um pouco maliciosa enquanto continua a abraçar ao mesmo – sabe que eu adoro você... E queria algo mais que amizade... Mas você simplesmente não toma atitude então tenho que fazer algo não é? – sorri para o mesmo.

Carlos – mas... Por que.... Sua mãe - olha para a mesma, ainda confuso com tudo aquilo

Amanda – Mamãe nunca vai saber.. E você não me deseja? – sorri ainda maliciosa dando leves beijos no pescoço deste – eu sabia que precisava de um momento com você, e a sós

Carlos – claro que... Eu dei tão na cara assim? Amanda... – estava vidrado na mesma, vidrado de maneira que não conseguia explicar nos olhos desta, olhos que o prendiam como se tivessem uma intensa atração magnética, olhos que o atraiam

Ela vai para a frente do mesmo e ambos ficam se olhando durante vários minutos, e logo se beijam, um beijo longo e quente, um beijo com paixão e amor, ambos se abraçavam com certa força enquanto os lábios e as línguas se confundiam intensamente, tiveram de parar por alguns instantes para poder retomar o fôlego, mas logo voltaram a se beijar, Amanda arranca a camisa de Carlos e exibia assim o peito deste, arranhando ali, vidrada no rapaz que não demora a fazer o mesmo, apenas levantando a camisa desta enquanto ainda continuavam em um amasso forte,  enquanto se pressionavam um contra o outro e contra o jipe.

Eles se amassavam, estavam seminus, as pernas dela o envolviam enquanto ele a abraçava com todo seu fervor, já desnudando os seios desta, os exibindo enquanto acariciava a todo o corpo dela e então veio um calor, não... Não o calor corpóreo e humano, mas um calor tão intenso que era difícil de suportar, veio de repente e apenas após 1 hora que eles estavam ali...

Ah acidentes, um conjunto de fatores que separados seriam nada, mas juntos causam um evento importante... Naquela noite tudo o que eles viram foi um rastro vindo do mar, quase invisível e então... O sol nasceu a noite...


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