A Voz Da Morte escrita por Jonathan Bemol


Capítulo 4
4


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado pelos reviews! Eles me motivam muito :3
Aí está mais um capítulo pra vocês, desculpem a demora pra postar. Acho que vou postar um por semana, todo o sábado. O que acham?
.
E, o escritor aqui quer fazer um singelo pedido... Vocês, que lêem e gostam da fic, o que acham de ajudar a divulgá-la? Eu tento, mas não dá muito certo -.-
Não que eu esteja descontente com vocês, mas vocês sabem, que quanto mais escritores, melhor!
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Muito obrigado, e boa leitura!



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                “Então... Estamos, sim, num apocalipse zumbi. Lá fora, o mundo está acabando, literalmente. Já deve ter acabado na verdade... cerca de 50% a 70% das pessoas no mundo viraram mortos-vivos, e os que restaram estão sendo mordidos, contraindo o vírus e sendo transformadas em zumbis também”.

                “Quando você é mordido por uma dessas criaturas, o vírus demora de 4 a 48 horas para chegar ao seu cérebro, dependendo do seu sistema imunológico, e a zumbificação começa quando você é exposto a um grande estresse físico - como um ferimento de bala - ou psicológico – como ver alguém sendo zumbificado. É claro que o contágio não acontece só pela mordida, mas também por contato com... Fluídos contaminados, contato direto com o vírus, etc., como em qualquer doença”.

                “Os Estados Unidos pesquisaram sobre esse vírus nos anos 70, e descobriram que várias zumbificações aconteciam ao redor de todo mundo, mas não muito frequentemente. E todos esses surtos eram abafados pela mídia, então ninguém ficava sabendo nem entrava em pânico. Eles então decidiram treinar um seleto grupo de soldados para combaterem a doença quando ela estourasse, e por sorte de vocês, eu sou um desses soldados. Ou era... Porque já me aposentei. Por volta dos anos 80 e 90, esse projeto foi abandonado”.

                “Agora, sobre as criaturas. Elas são sedentas por duas coisas: espalhar o vírus cada vez mais, e carne fresca. Os zumbis fazem de tudo para morderem um humano vivo, tudo! Eles não tem tato, ou seja, não sentem nenhuma dor. Você pode arrancar os braços dele, e ele vai continuar correndo atrás de você. Eles enxergam muito mal, e se orientam principalmente pelo cheiro. Sabem muito bem distinguir o cheiro de carne fresca – ou seja, de um humano vivo – do cheiro de um cadáver. Caso vocês encontrem um, não gritem, não façam barulho, fujam o mais rápido que puderem e venham até a mim”.

                “Ah, e uma última coisa: se um de vocês for mordido... Bem, essa doença não tem cura, mas pode muito bem ser tratada. Não entrem em pânico, lembrem-se que vai ficar tudo bem, e venham até a mim, para que eu aplique o... Tratamento, para adiar o máximo possível a zumbificação”.

                Maxwell disse tudo isso para os dois, e foi para a cozinha. Se sentiu um pouco mal, pois não havia tratamento contra aquela doença. Se um deles fosse mordido, ele teria de executar o mesmo, estraçalhando o cérebro. É... Ou eles, ou eu.

***

                Clark observou o velho ir para a cozinha. Ele havia explicado pra ele e Nellie tudo sobre os zumbis, o que estava acontecendo e tudo mais. Agora, o garoto resolveu ficar ali e conversar um pouco com Nellie, que ainda parecia um tanto nervosa. Provavelmente, todo mundo estava.

                - Então... – Ele tentou puxar assunto – Porque você não foi... Não evacuou a cidade?

                - Eu... – Ela juntou os dedos – Pode parecer estranho, mas eu fiquei um dia inteiro presa num elevador.

                Sem querer, Clark soltou uma risadinha.

                - Presa? Num elevador? Por isso perdeu a evacuação da cidade?

                - Eu tava no banco central, onde eu trabalhava, em um dos andares mais altos. Aí eu vi aquilo tudo na televisão de evacuar a cidade, nas ruas tava todo mundo correndo em pânico, e eu não estava muito afim de descer 20 andares de escadas... Peguei o elevador, a energia foi cortada... E fiquei mais ou menos um dia inteiro presa lá dentro, com um rapaz junto comigo.

                - Rapaz?

                - É... Um colega lá do trabalho, mas que eu não falava muito. Quando conseguimos sair do elevador, pela saída de emergência, havia... Vários zumbis, em todo o prédio. Um deles correu para esse meu colega, e... Meio que devorou ele sabe... Foi uma das cenas mais horríveis que eu já vi em toda a minha vida! – Os olhos dela se encheram de lágrimas.

                - Hey, tudo bem, não esquenta não, ele não era alguém tão importante assim, pelo que você disse, não é? – Clark falou, pegando na mão dela. Nellie deu um sorrisinho e disse:

                - É... Não era mesmo.

                Ficaram um pouco em silêncio, olhando para o chão, para o teto.

                - E você? – A menina quebrou o silêncio – O que você fazia, antes... Disso?

                - Ah, eu era estudante de Física, e trabalhava num restaurante, meio que pobrezinho sabe. – Ele riu. – A vida não era tão boa assim.

                - Não é agora que vai melhorar, pelo jeito. – Ela falou, se ajeitando um pouco no sofá.

                Clark riu. Nellie parecia ser uma garota divertida, porém, é claro, este não era o melhor momento para que contassem piadas um para o outro. O garoto levantou-se de repente, e se espreguiçou. Tinha ficado muito tempo sem se mexer. Esticou os braços e ficou na ponta dos pés. Depois sacudiu os ombros, e olhou para a cozinha, mas o velho Maxwell não estava lá. Decidiu ver... Como estavam as coisas lá fora.

                Foi até a janela da sala, e viu o Inferno. Lá fora, estava um caos. Tudo estava abandonado, a casa do outro lado da rua estava pegando fogo, e haviam vários zumbis vagando pela rua, em grupo. O céu estava nublado, quase que chovendo. Tinha cadáveres espalhados em todos os lugares, um carro abandonado... E só então Clark viu, uma coisa no jardim da casa onde estava agora.

                Um homem, de terno, parecia ter uns 40 anos, estava jogado no chão de barriga para cima, gemendo. Um zumbi estava do lado dele, retirando e comendo de uma forma muito, muito nojenta a carne do pobre homem, que, por incrível que pareça, ainda estava vivo. Eu tenho que ajudar! Foi o que Clark pensou. Mas não sabia como enfrentar aquele zumbi, e haviam mais um pequeno grupo de 6 zumbis se aproximando do jardim, andando lentamente.

                Não, eu tenho de ajudar! Clark saiu da janela, procurou alguma coisa com que pudesse lutar, enquanto Nellie o olhava com estranheza. O garoto acabou pegando uma cadeira que havia por ali, e, sem hesitar ou pensar, foi para fora.

                Chutou a porta da frente violentamente, saiu e foi direto para o zumbi que devorava o pobre homem. Mas assim que deu 2 passos, parou e pensou no que estava fazendo. O zumbi que estava ajoelhado, levantou de mau jeito e foi correndo para Clark. O grupo que caminhava devagar antes, viu o garoto e todos os 6 começaram a correr em sua direção. O garoto sentiu todos os seus pelos eriçarem, o seu corpo gelar da cabeça aos pés, e o coração subir pela garganta. Não conseguiu gritar, só soltou a cadeira e correu para dentro.

                - O que você está fazendo?! – Ouviu Maxwell gritar lá de dentro. O velho olhava pela janela.

                Clark entrou pela mesma porta que havia chutado, e tentou fechá-la. Mas assim que empurrou-a, dois zumbis bateram nela, empurrando a mesma também, e tentando desesperadamente entrar. Clark não aguentaria segurar por muito tempo. E, o que mais o deixava nervoso e com medo, eram os sons que os monstros faziam. Grunhiam e gemiam, um som que parecia vir do fundo de um abismo escuro, das profundezas do Inferno, nada poderia descrevê-lo.

                A força com que os zumbis empurravam a porta aumentava cada vez mais, até que o garoto não aguentou, e cedeu. Três zumbis esfomeados entraram desesperadamente pela porta, enquanto Clark corria de volta para a sala. Chegou lá tropeçando, tão desesperado quanto os zumbis. Viu que Maxwell e Nellie estavam lá na cozinha. O velho tinha uma bela escopeta em mãos, que apontou para uma grande janela e atirou, fazendo-a quebrar em milhões de cacos de vidro.

                - Venha logo, seu idiota! – Ele gritou com todas as suas forças, enquanto ele e Nellie saiam pela janela.

                Clark correu pela sala, sem olhar para trás. Mas ouvia os zumbis gemendo e correndo rapidamente, derrubando várias coisas. Isso deu a Clark mais forças para que corresse mais rápido. Chegou à cozinha, saltou pela janela, e foi atrás de Maxwell e Nellie, que também corriam como loucos. E, por algum tempo, escutou Maxwell o xingando, pela sua atitude essencialmente infantil.


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