"Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre..."

Pov’s Lucy

7 anos...

Perdemos 7 anos de nossas vidas...

Sempre me pergunto: Por quê? Porque isso foi acontecer?

Às vezes acho que estou sonhando e que vou acordar a qualquer momento e pensar: “Ah, foi só um sonho”. Mas, infelizmente, essa é a realidade. E as provas disso são o túmulo a minha frente e as lágrimas que escorrem livremente pelo meu rosto. Sim, o túmulo é do meu pai. Ele morreu e eu não tive a chance de me desculpar e dizer que o amo. E tudo isso apenas porque eu sou fraca e não consegui derrotar o Acnologia.

Mas eu juro papai, eu juro que eu vou me tornar forte! Juro que vou te orgulhar e orgulhar a mamãe! Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos e dei um curto, mas verdadeiro, sorriso. Sorri porque tenho certeza que o meu pai iria querer ver o meu sorriso e não as minhas lágrimas.

– Papai... Mamãe... Eu amo vocês... – Sussurrei para o vento e por um segundo eu jurei ter visto meus pais abraçados e sorrindo, mas a imagem logo sumiu mostrando à melancólica, mas ainda assim linda, paisagem do cemitério.

– Lucee. – Natsu me chamou com receio. – Está tudo bem com você? É que já está perto do trem partir...

– Ah, desculpe! Acho que perdi a noção do tempo! E eu estou bem Natsu, apenas um pouco triste, mas ainda assim bem! – Sorri sem graça e me levantei olhando para ele. Este substituiu a expressão preocupada por um sorriso de alivio e felicidade assim que viu que eu estava bem, não consegui evitar alargar o sorriso ao ver que ele se importava comigo.

– Que bom que você está bem Lucee!! – Natsu falou animado.

– “Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre...” – Sussurrei, mais soube que ele conseguiu escutar. – Uma vez o meu pai disse isso, e eu nunca mais esqueci essas tão belas palavras. Bem, apenas decidi que não vou ficar presa ao passado, e tenho certeza que meus pais apoiariam a minha decisão.

– Isso mesmo Luce! – O rosado falou sorrindo pelas minhas palavras.

– Agora vamos! Não podemos perder o trem!

– Trem não... Urgh... Eu vou vomitar! – O rosto do Salamander adquiriu uma coloração esverdeada e ele colocou as mãos na boca para evitar o enjoo.

– Trem sim! E não fique enjoado só de pensar em transportes!! – Ralhei com ele.

– Lucee estranha! – Resmungou ele. Aliás, o que eu fiz pra ele me chamar de estranha?

– Eu não sou estranha Natsuu!!! Agora vamos logo! – Fui puxando o Dragon Slayer do fogo pela camisa até a estação de trem. Comprei os bilhetes e com muito custo e muitas reclamações de Natsu consegui chegar a uma cabine vazia. Enquanto o Salamander reclamava de estar enjoado eu olhava a paisagem.

Depois de algum tempo chegamos a Magnólia.

– Nee Natsu! Já saímos do trem, não tem mais motivos para ficar enjoado! – Resmunguei.

– Yoshi! Já me recuperei. Vamos logo Lucee! – Ficou bom instantaneamente e saiu correndo me arrastando junto.

– Eu também sei andar Natsu!! – O rosado me ignorou e quando chegamos a Guild ele chutou a porta.

– CHEGAMOS!!!!!! – Anunciou gritando.

– Ora, bem vindos! – Mira cumprimentou com seu típico sorriso doce.

– Obrigada Mira-san! – Retribui o sorriso e me soltei do Natsu.

– Oe, você está fazendo muito barulho cabeça de fogo! – Gray, como sempre, reclamou.

– O que você disse princesa de gelo? – Natsu, como sempre, perguntou irritado.

– Eu disse que você é muito barulhento lareira ambulante! – Gray respondeu e eles entraram em uma briga. Apenas dei de ombros rindo levemente e fui para o balcão da Guild.

– Vai querer alguma coisa Lucy? – Mira perguntou gentilmente assim que cheguei ao balcão.

– Um milk shake de baunilha, por favor. – Pedi.

– Aqui está! – Ela sorriu.

– Obrigada Mira-san! – Retribui o sorriso.

– Nee Lucy... – Mira chamou com receio. – Você... Está bem?

– Oh, sim. Eu estou bem! Não posso evitar ficar triste pela morte do meu pai, mas eu vou seguir em frente, afinal, é isso que a Fairy Tail sempre faz, certo? – Sorri pra ela sendo correspondida.

– Isso mesmo Lucy! – Falou empolgada. Nessa hora o Mestre saiu de sua sala e sentou-se no balcão.

– Oe pirralhos! Eu tenho uma coisa importante para dizer! – O Mestre falou mais foi ignorado. Coloquei dois dedos na boca e assobiei alto chamando a atenção de todos. – Obrigada Lucy.

– Por nada Mestre. – Sorri gentilmente. Ele pigarreou e voltou a falar.

– Como vocês sabem, todo ano acontece os Grandes Jogos Mágicos, que determinam a classificação das Guild’s. Nos últimos sete anos a Fairy Tail não participou e com isso ganhamos o título de Guild mais fraca de Fiore. – Começou a falar com a voz séria, mas logo mudou para um tom animado. - Mas, este ano será diferente!! Nós vamos conquistar o primeiro lugar e pegar de volta o título de Guild mais forte!!! – Gritos de animação foram ouvidos.

– Yoshi!!!!! Isso ai ji-chan!!! EU ESTOU EMPOLGADO!!!!!!!!!! - Sorri com a animação do Natsu.

"Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos?"