Estrela Guia - A História De Carlisle Cullen escrita por Claudia Carvalho


Capítulo 2
Imortal




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Estava tudo muito claro. Não claro de luminosidade, mas claro de nitidez. Estava tudo muito nítido, mas as cores estavam erradas. Eram escuras. Olhei pela janela, para a rua vazia, e vi que era noite. Como eu me tornei capaz de enxergar com tanta clareza no escuro? E como eu consegui ver a rua tão bem se eu ainda estava deitado?

Levantei-me, mas foi como se não houvesse movimento. Assim como... não pode ser! Mas minha garganta está seca, queimando. Não sinto frio ou calor. E consigo pensar tão rápido... não faz nem meio minuto que acordei.  Será que me transformei num... Eu não podia me permitir pensar a palavra, mas ela estava ali: vampiro. Foi nisso que eu me transformei? Nessa aberração da natureza, nesse demônio amaldiçoado? NÃO!

Não vou fazer isso! Não posso matar humanos inocentes! Não posso roubar vidas! Não posso! Nem que pra isso seja preciso morrer de fome, de sede. É isso! Eles me matarão de qualquer jeito, por que não fazer o trabalho por eles? Eu sou um demônio que não tem o direito de existir. Prefiro morrer para salvar a vida de inocentes.

Saí pela janela e corri para a floresta. Corri pelo que me pareceu serem horas, pensando somente em correr. Mas na minha mente havia espaço suficiente para pensar em várias coisas ao mesmo tempo. Eu me odiava, odiava a dor, a queimação na minha garganta, me dizendo que eu precisava matar pessoas, que eu devia matar inocentes, pessoas que nunca me prejudicaram. O que eu faria? Não podia voltar para casa. Poderia matar meu próprio pai. Mesmo que conseguisse me controlar, tenho quase total certeza de que meu pai me mataria, o demônio que possuiu o corpo de seu filho. Senti meu coração partir. Por mais que quisesse me livrar da aberração que me tornei, me doía muito ver meu pai, a pessoa que eu mais amava no mundo, erguendo uma tocha para me queimar.

Não, eu não podia voltar. Mas eu tinha que livrar o mundo da aberração que me tornei. Parei bruscamente, farejando o ar. Nada de cheiro humano. Identificaria o cheiro, pois ele fez minha garganta queimar mais que qualquer outro cheiro nessa floresta. Eu com certeza o reconheceria.

Bom, eu não faria meu pai me matar. Também não deixaria que meus irmãos de Igreja tivessem que me matar. Mesmo me odiando, não queria que eles me matassem. Afinal, podia muito bem fazer isso eu mesmo.

Vamos pensar nas possibilidades – nada de veneno. Que tal uma estaca de madeira no coração? Peguei um galho da árvore ao meu lado; o galho tinha o dobro da largura do meu braço. Fiquei espantado com a minha força – foi muito fácil quebrar o galho onde eu queria e usei minhas unhas para afiar uma das pontas. Tudo isso só levou dois minutos. Um humano precisaria de um machado para cortá-lo da árvore e um facão para afiar a ponta, e demoraria cerca de uma hora.

Fiz uma prece silenciosa para que funcionasse. Mirei a ponta da estaca no coração e fechei os olhos. Um, dois, três! Parecia que nada tinha acontecido. Abri os olhos. A ponta da estaca que deveria ter perfurado meu peito já existia mais. Havia farpas de madeira por todo o chão. Bem, parece que sou tão forte e resistente que nada me perfura, pensei. Bem, parece que terá que ser de outro jeito.

Corri até um precipício. Se as lendas não me matassem, então a gravidade faria o serviço. Virei de costas, fechei os olhos e deixei que meu corpo caísse, feliz por ter encontrado uma solução tão rápido. Quem disse? Mais de dez metros de altura e nenhum arranhão.

Pense, Carlisle! O que pode matar qualquer ser vivo? Claro! Fome! Então farei o jejum da morte. 


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