Ouro e Escuridão escrita por Tiucafange


Capítulo 15
Capítulo 15- Uma Véspera da Natal... Inesquecível




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Hillian

Finalmente em casa. Nem sei por que nós que já somos maiores de idade não podemos simplesmente aparatar de Hogsmeade para nossa receptivas casas, tão mais fácil a enfrentar o trem. Bem menos cansativo.

Tomei um banho e fui para casa a frente, onde Charlus, James e Six me esperavam para jantar.

Entrei na não-tão-feliz cozinha dos Potter, e tenho que admitir: no meu intimo esperava tia Dorea fazendo alguma coisa caseira e reconfortante para jantar, como ela sempre fez. Mas ao invés disso havia três homens numa bagunça total.... ai ai, tia Do, nem sabe quanta falta faz.

— Eu assumo, os três tratem de se sentarem e ficarem quietos- Disse autoritária.

Os três pareceram olhar gratos e calmos para mim. Eu peguei a varinha e fiz as coisas se arrumarem, enquanto preparava um assado. Isso que dá os três nunca terem se preocupado em aprender a cozinhar: morreriam de fome ou envenenados agora. Ainda bem que eu sou uma boa pessoa, senão...

— Sirius estava me contando as últimas... Então vocês estão juntos Hi?- Charlus perguntou. Ele parecia ter envelhecido 10 anos no mês que passou, e de repente um pressentimento (algo que para ninfos a sempre algo que mostra certeza) ruim veio, senti que ele já não estaria comigo no próximo dia 23 de dezembro. Meu coração pesou. 

— Sim... há 3 meses e meio- Disse num sussurro, assustada com o pressentimento. Ninguém pareceu perceber. 

— Já é um recorde aposto- Ele falou olhando para Sirius, que piscou.

Todos caímos na gargalhada.

— Sim, com certeza é- Six afirmou me lançando um olhar... não exatamente galanteador, mas como se me respeitasse por esse fato....

O resto da noite foi assim, leve, apesar de lembranças da tia Dorea parecerem assombrar nos todos. Mas tentamos seguir com nossa rotina: nos sentamos perto da lareira e conversamos sobre o trimestre e também sobre coisas sombrias - como os ataques que Comensais vem fazendo. E todos elogiaram o meu jantar, o que me deixou feliz. Depois de uma xícara de chocolate quente me despedi dos meninos e fui para minha casa. 

A casa continua como se minha família ainda habitasse o lugar. Subia as escadas e parei no quarto de Henry, que parecia ainda esperar pelo seu dono, com poucas coisas faltantes se comparecemos com quatro meses atrás, porém meu sobrinho não estava mais lá me esperando para conversar antes de dormir. Me sentei na cama dele e chorei um pouco. Sinto falta da minha irmã, de conversar com ela, principalmente agora que Dorea se foi. Queria tanto ver a reação dela quando eu contasse que estou com o Sirius. Sinto falta de Robert, que era uma figura paterna na minha vida, meu conselheiro e quem costuma me colocar alguma noção de futuro, e sinto falta do meu sobrinho, minha alegria, que me fazia sorrir.

O pior de tudo era esse silêncio, nenhuma carta recebida desde que se foram. Eu sei que pode demorar mais por conta do Oceano no meio de nós e tudo mais, mas ainda assim é estranho esse silêncio. Talvez, pensei, seja por segurança sua e deles. Ou talvez seja as cartas que estão sendo extraviadas. Era o que falava para mim mesma, porque a alternativa era: ou eles não querem mais saber de mim, ou algo de ruim aconteceu. Esse último pensamento fez meu coração apertar. Senti medo. Agarrei o travesseiro de Henry e sentir o cheiro do meu sobrinho me acalmou, até que em algum momento caí no sono.

—____________________________________________________

Passamos a véspera de Natal toda no meu quintal. Tio Charlus ficou lendo jornal e depois um livro, enquanto isso eu Jay e Six curtimos um típico dia de inverno. Primeiro patinamos na minha piscina que congelada, que era sempre a nossa pista de patinação. Depois guerra de neve (sim, isso é muito adulto da nossa parte, sei disso). Depois, Six me levou até um supermercado trouxa de uma cidade vizinha (o de Godric é pequeno e sem muitas opções) na moto dele. Desde que temos uns 15 anos eu, James e Sirius aprendemos a sair e nos virar no mundo trouxa. Fizemos alguns passeios legais, como shopping e cinema (uma das melhores experiências na minha vida, aliás) e eu gostava de produtos dos supermercados. Era simplesmente incrível andar naquela moto agarrada nele. Com tudo comprado (incluindo refrigerante, doces e salgadinhos, além de pipoca) voltamos na moto só que dessa vez voando (viu, me dei bem, sempre quis um roqueiro/motoqueiro como namorado, e agora tinha quase isso e com seus bônus).

Voltando do supermercado, faltando cerca de dez minutos de voo, nós vimos um vulto a distância. Era um Comensal da Morte.

— Droga! De novo não! - Resmungou Sirius. Ele e James tinham sido perseguidos no último verão por Comensais enquanto passeavam na moto (logo que Sirius a comprou). 

Me agarrei ainda mais forte na cintura dele. O Comensal devia estar rastreando a área, porque primeiramente não viu a gente, mas a moto voadora de Sirius com certeza chamou a atenção, ela é um tanto barulhenta, e já que a Bellatrix é uma comensal, com certeza ela já havia contado sobre a mesma. Ele agora estava a nossa direita, e erguia a varinha. Sirius estava muito rápido e já estávamos sobre Godric's. Meu coração disparava agora. Eu sabia o que tinha que fazer, peguei a varinha e apontei para o Comensal. 

— Estupefaça! -Gritei. Ele estava muito próximo de nós, e havia começado a falar um feitiço. Então o comensal (que estava mascarado, então não sem quem é) começou a despencar... fechei os olhos com força e me agarrei no Sirius, não queria pensar nele caindo e morrendo, mesmo sabendo que ele faria isso conosco sem dó algum. Eu tinha acabado de matar alguém.

Chegamos na minha casa, ofegantes, descemos da moto, e eu tremia mais que nunca. Eu estava em choque. Nem percebi quando Sirius agarrou minha cintura.

— Você arrasou Hi- Ele falou, me abraçando. Foi só aí que percebi que estava no meu quintal, o pior passou. Eu matei um Comensal.

—Ele deve está morto Six- Sussurrei, me sentindo culpada. Eu devo ter cometido um assassinato. Me agarrei em sua camiseta. Comecei a chorar.

— Não será o último, nem a nossa última vez de fazer isso- Ele falou sério. Seu abraço era protetor, me fez sentir em casa novamente. Me sentir a salvo.

— Eu sei- disse, baixei a cabeça. Ele segurou meu queixo e o levantou. Olhando bem nos meu olhos, ele foi chegando mais perto e mais perto, então eu já completamente louca por seu cheiro, beijei sua boca, urgentemente, e nossas línguas dançavam juntas num ritmo rápido, ele me puxou ainda mais para perto dele, eu agarrei sua nuca. A adrenalina que sentíamos parecia ajudar ainda mais aquela situação e o Comensal saiu completamente da minha cabeça. Tudo que importa agora é eu e ele.

— OPA, Olha a sacanagem!- James Potter é um garoto morto.

Nos separamos, eu fiquei vermelha, já Sirius tinha um sorriso safado no rosto. Rolei os olhos para ele. 

— Sorte de vocês meu pai ainda estar se aprontando- Jay disse. Sim, ele tem a chave da minha casa. Eu tenho da casa dele, somos praticamente uma família. 

— Cala boca veado e vem me ajudar na cozinha, Six você também- Disse para acabar com o assunto, já prevendo a reação de James.

— ATÉ VOCÊ? MINHA QUASE IRMÃ E CUNHADA? É CERVO DESGRAÇA! - ele gritou.

Eu e Six morremos rir, e James ficou vermelho.

—___________

A ceia foi gostosa. Fiz carne com vegetais a moda que tia Dorea ensinou há dois anos para mim. Todos adoraram. Eu e Sirius narramos nosso 'pequeno combate' para Jay e Charlus, que como ex-auror falou que fui brilhante. Pediu para termos cuidado e só usar a apartação durante o resto das férias, por segurança. E disse que depois do Natal resolveria tudo junto ao Ministério da Magia, para eu não me preocupar. Com isso os dois foram para casa dos Potter, pai e filho lançado olhares acusadores para Sirius.

— Vai ficar?- Charlus perguntou, com um olhar acusador para Six.

— Sim pai- Sirius falou, ficando sem graça. Coçando a nuca.

— Juízo, lembre-se de se prevenir afinal são jovens ainda- Charlus falou sério, me deixando vermelha. Ele não ia fazer esse discurso, por favor, não. 

— Pai! - Sirius reclamou, encabulado.

— Ele ta certo, não quero a Hilly com um barrigão pelo resto do ano letivo por sua causa- James falou, sorrindo. Ele está me provocando. Fuzilei-o.

— Gente eu to aqui, parem com isso, tão me deixando com vergonha, até parece que minha irmã não teve essa conversa comigo!- Admiti, olhando feio para os Potters.

— Desculpe Hilly- Os dois disseram, e com um sorriso malicioso idêntico no rosto eles foram para a casa da frente.

— Six, me ajuda com a louça? - Perguntei. ainda estava muito vermelha por causa das piadinhas dos Potters. Um dia eu ainda me vingarei.

— Claro - Ele falou, dava para ver que também estava sem graça com a situação.

Lavamos a louça, sim sem magia -porque ainda não sou boa com magia doméstica- e algo que costuma ser chato acabou ficando agradável, já que Sirius ficou atrás de mim, seus braços a minha volta e toda hora ele sussurrava coisas com 'Seu cheiro é maravilhoso' ou 'Como você é linda" além de beijar o meu pescoço inteiro. Quando acabamos a "sessão sexy" de lavagem da louça eu me virei para ele, e encarei seus olhos cinzas que me olhavam de um jeito que me enlouquecia. Eu preciso dele, hoje mais do que nunca. Eu não quero ter tempo para me lembrar do possível assassinato que cometi. Então ataquei sua boca, e ele me puxou para perto. Nossas línguas voltaram a dançar só que dessa vez mais devagar e sensual e logo eu estava tirando a camisa dele, Merlin sabe há quanto tempo estou louca para fazer isso, ele desabotoava minha camisa e beijava meu colo, eu mordiscava seu pescoço e orelha, as coisas foram evoluindo até...[*]

—_______________________

— Talvez seja a hora de tomarmos um banho- Sirius disse. Ele estava do meu lado. Nu, aquele corpo perfeito com músculos bem definidos me acariciando no sofá da sala. Acho que toda garota quer uma primeira vez inesquecível e tenho certeza que a minha foi.

—Sim, você vem?- Falei, me levantando e secando-o com o olhar. Ele me encarou sorrindo. 

— Mas é claro- ele disse com seus olhos brilhando. Aparatamos pro banheiro da suíte do ex- quarto da Aretha, onde havia uma boa banheira. Enchemos a banheira, enquanto nos agarrávamos encostados na parede gelada do banheiro. Agora que experimentamos... digamos que eu estou um tanto insaciável e preciso de mais do que provei...

Depois de um banho/amasso maravilhoso, seguimos direto para cama da minha irmã. Era muito maior e mais confortável para os nossos planos do que a minha. Eu fiquei por cima dele, minhas pernas prendendo na cintura dele.

— Esse é o melhor presente de Natal da minha vida. Eu te amo Sirius Black.- Sussurrei em seu ouvido. 

— Também é meu melhor presente até hoje Hi, eu amo você demais- Sim, ele falou que me amava. Pela primeira vez.

Nós nunca antes tínhamos usado essa palavra. Quando éramos simplesmente amigos, sim, era fácil, mas desde que começamos a namorar, essa foi a primeira vez.

E continuamos. Nos beijando e troncando caricias, como ha muito tempo queríamos. 

Depois de mais um round incrível, caímos no sono, agarrados, ele me segurando pela cintura prendendo as minhas pernas com a perna dele, sua cabeça no meu ombro. Então o sentimento de me sentir em casa nos braços de Sirius me dominou por completo, mais forte do que nunca. Mais um pressentimento veio: nós pertencemos um ao outro, e nunca nada vai mudar isso. Foi com esse pensamento que adormeci.


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Notas finais do capítulo

* "-Pontinho,Pontinho,Pontinho? - É como escreviam naquela época" - Mamma Mia! (Vejam o filme e entenderão)



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