P.O.V Maggie

Caracas, como jantares em "família" são chatos e tediosos.

– Como assim reformatório? Er... Você não me contou que sua filha estava em um reformatório, Brooke – O carinha disse meio incomodado... traduzindo: “Não sabia que sua filha é uma delinquente”

– Detalhes... Meros detalhes – Minha mãe louca cantarolou e eu bufei.

– Hum... E porque estava presa... Quer dizer, no reformatório, Maggie? – Bruce disse e Oliver começou a sorrir.

Tomara que os dentes de Oliver-Idiota-Sprouse apodreçam e caiam...

– Peguei seis meses por bater num policial... – Eu disse como se fosse à coisa mais normal do mundo e dei de ombros. - Entre outros casos...

– V-você bateu em um policial? – Ele disse com a voz tremula e eu quase ri porque gosto de deixar a 3ª idade amedrontada.

– Ah chega desse assunto gente! – Minha mãe disse alisando o meu cabelo que na mesma hora dei um tapinha na mão dela, não gosto que mexam no meu cabelo.

Aquilo ficou meio hilário quando a avó-travesti de Oliver chegou e simpatizou comigo na hora, por eu ser uma trombadinha, como ela jogou na minha cara, e eu continuei inexpressiva enquanto eles discutiam coisas sobre o casamento...

É a merda do casamente, que irá arruinar mais minha vida, mas o que fazer... Não tenho pra onde ir, então só me resta chorar...

– Gente, vou dar um role de skate, garotas bonitas me esperam, até mais! – Oliver disse dando um sorriso irritante e saiu.

Típico de um garoto retardado sem cérebro....

E sabe o que é melhor? Ah, que ótimo, sobrou só eu pra aguentar essa gente chata, porque sabe como é, adoro conversar sobre flores, maquiagem e vestidos de trico com a família... Ah, oi ironia.

(...)

Acordei com o maldito barulho do despertado no meu ouvido, o taquei na parede no mesmo minuto, sem nem abrir os olhos pra não olhar para aquele lugar colorido e psicodélico que ao mesmo tempo era escuro e com pouca luz, que me deram como “meu quarto”, o lugar era muito colorido tinha estampas de flores em todo canto moveis rústicos e estranhos, um notebook em uma mesa perto de uma pequena janela, e uma TV e vídeo game e mangás, e pufes no outro canto do quarto junto as meus pôsteres na parede, detalhe: o quarto era no antigo sótão da casa... Será que essa família me quer isolada? Sim ou claro?

E COMO eu detestei aquele lugar no qual eu passaria trancafiada até a minha mãe pular a cerca, Bruce descobrir, e nos seremos enxotadas da casa e voltaremos a morar num trailer, então minha mãe irá perder minha guarda e eu irei morar em Londres novamente.

É eu praticamente prevejo o futuro...

Me levantei da cama feito um zumbi e fui até meu armário peguei umas uma camiseta do Pierce The Viel larga e uma calça batida e me vesti, coloquei uma touca e um tênis encardido e desci me arrastando até a cozinha onde Oliver comia cereal encarando a mesa com cara de tédio, peguei um pacote de bolacha que havia em cima do balcão e me sentei de frente a Oliver na mesa e comecei a comer em silêncio, ele levou seu olhar até mim e suspirou.

– Quer carona pra escola? – Ele disse como se não quisesse realmente dizer isso, como se estivesse sendo obrigado.

– Não, obrigada – Disse irônica – Tenho minhas próprias pernas que me dão carona até lá! – Disse mais irônica possível e ele bufou.

– Dá pra parar com a ironia? Estou tentando ser gentil! – Ele disse irritado.

– Pois saiba que eu repugno sua gentileza – Disse comendo a ultima bolacha que restava e me levantando da mesa, teria que sair de casa já antes que me atrasasse.

– Ei ei ei! Você vai comigo e fim de papo! – Ele disse e me arrastou pra fora de casa enquanto eu me debatia e gritava “socorro” e tentava tirar aquela mão imunda de mim, mas foi tarde ele me jogou dentro de um carro chique preto sem nem me dar tempo de pensar ele já estava dentro do carro dando partida...

E é assim que as pessoas são sequestradas, fim.

Fiquei quieta inexpressiva e imóvel, e quando o carro estacionou, eu sem pestanejar voei pra fora do mesmo e sai andando até os portões do inferno, digo escola, e vi que Ashley vinha em minha direção e quando me viu bufou, revirou os olhos e quando chegou perto de mim e bateu com força com seu ombro em mim e disse um “vadia ladrona”.

– Vadia ladrona? Foi disso que você me chamou? – Disse a puxando pela mini blusa que ela usava e jogando para trás, é meu sangue fervia de raiva, fechei meu punho com força e soquei o nariz daquela comedora de capim com muita força.

É, meu pavio é beeeeeeeeeeem curto.

(...)

– Da próxima vez que as senhoritas brigarem é suspensão, ouviram senhoritas? – O diretor carrancudo disse e eu revirei os olhos e sai da sala antes que a Ashley Vadia, porque se eu olhasse naquela cara plastificada de Barbie de 1,99 dela eu juro que a partia em duas, sério.

Passei a mão em minha bochecha que sangrava, aquela comedora de capim havia me arranhado antes de me tirarem de cima dela.

Fui pra aula e um garoto loiro veio falar comigo, ele era meio idiota, mas legal... Seu nome é Jered, e conheci Hilary uma garota de cabelos castanhos curtos e repicados, ela é bem legal e com certeza seria uma ótima primeira amiga.

(...)

– Que diacho de vida – Comentei entediada e Jered sorriu.

– Querem ver uma coisa engraçada? – Jered disse e eu e Hi assentimos, então ele pegou uma bolinha de papel e tacou na cabeça de uma garota nerd fofinha, seu nome é Annie, que se virou e nos encarou com o se perguntasse quem havia jogado, Jered fez uma careta e apontou pra um garoto grandalhão com casaco vermelho do time no outro lado da sala que estava esparramado na mesa, a garota com raiva se levantou com um livro na mão foi até o garoto e deu uma livrada na cara do garoto com tanta força que o garoto chegou a cair da cadeira... E ai foi só gargalhadas por todo o canto da sala, menos Oliver que me olhava com cara de bunda.

Mas a pergunta é: COMO AQUELA GAROTINHA DERRUBOU AQUELE GRANDALHÃO? Acho que vou perguntar em que lixo radioativo ela caiu ou até mesmo que inseto radioativo ela foi mordida pra ter tanta força, mais tarde é claro...

– Ok, isso foi hilário – Hilary comentou e nos rimos e dissemos um “ai ai” em coro, e voltamos a rir, ok somos idiotas.

– Hum, querem ver outra coisa engraçada e polemica? – Eu disse e eles assentiram, peguei o celular de Oliver que estava comigo, (eu o peguei discretamente quando cheguei na sala e ele estava entretido paquerando garotas, é aprendi essas paradas sinistras no reformatório) e procurei o numero de Ashley, enquanto Hilary e Jered observavam os meus movimentos, selecionei o numero da comedora de capim e comecei a digitar uma mensagem “Hey Ash, sabia que tem uma cara na sua maquiagem?” e enviei. – Esperem... – Disse e em questão de segundos Ashley pegou o celular no bolso e leu... Segundos depois suas orelhas vermelharam e sua expressão era de fúria, ela se levantou com lagrimas nos olhos e foi até Oliver e deu um tapa ardido na cara lavada dele que ficou a marca dos cinco dedos da vadia e pode-se ouvir um coro de “oh” pela sala de aula, ela o xingou de todo tipo de coisa, xingamentos que nem eu conhecia, e saiu chorando da sala com sua maquiagem escorrem pela sua cara de vaca, mas que garota idiota ela se ofendeu com simplesmente isso? Que idiota.

Não segurei minha gargalhada e comecei a rir da cara de espanto do Oliver, logo Hilary e Jered riam baixo.

A sala se aquietou quando o professor voltou e todos voltaram a suas tarefas, menos eu, que prefiro desenhar no canto do meu caderno enquanto sinto olhares ameaçadores de Oliver sobre mim.

Cheguei em casa morrendo de cansaço, eu havia arrumado emprego em uma loja de todo tipo de coisa e não parei o dia todo, minhas pernas estavam me matando, fui até a cozinha encontrei minha mãe.

– Recebi uma ligação do seu diretor – Minha mãe disse mordendo uma cenoura cru e eu revirei os olhos e tomei um copo de água.

– A culpa não foi minha ela que... – Ia dizer, mas minha mãe me cortou.

– Ela que começou? Essa desculpa novamente Margareth? – Minha mãe disse calma e séria.

Ps:ODEIO MEU NOME!

– Não me chame assim, e sim foi ela que começou – Disse com raiva agora, qualé a da minha mãe defendendo a vaca comedora de capim que só estraga tudo?

– Está de castigo por 3 semanas – Minha mãe disse.

Vai tomar no seu orificio anal mamãe, com todo respeito é claro...

– Mas por quê? – Disse irritada e ela nem me deu ouvidos e saiu da cozinha, minha mãe está diferente, ela nunca foi assim, minha vida está virando ao avesso desde essa historia de casamento, eu só queria voltar para Londres, ou que esse casamento acabasse!

– Ah estou indo jantar com Bruce... Se vire ai com o Oli – Ela voltou a cozinha e depois se foi.

Ah, que ótimo... Minha mãe sai pra jantar e eu com certeza terei que comer macarrão instantâneo queimado... Legal.

Me julguem... Não sei nem fazer macarrão instantâneo direito.

Bufei e joguei o celular do Oliver na bancada e subi a escada e dei de cara com o Oliverzinhu.

– Ai meu coração! Quase tive um infarto com essa sua cara feia! – Ele me provocou e pós a mão no peito e riu escandalosamente, engraçadinho ele né gente? Só que nunca.

– Nossa, sua piada foi tão boa, que acho que você já pode tomar o lugar do Bozo! – Disse irônica e ele fechou a cara, então o empurrei e fui me arrastando até a minha masmorra (Le: quarto) peguei roupas e uma toalha e fui para o banheiro, precisava de um banho.

Arranquei minhas roupas e demorei uns 10 minutos pra conseguir ligar aquela merda de chuveiro muito tecnológico pro meu cérebro. Tomei meu banho cantando What The Hell da Avril, e quando terminei, e tentei desligar aquela pocilga de chuveiro, que eu depois de 5 minutos tentando não consegui! TÁ POSSUIDO ESSE CHUVEIRO MINHA GENTE!

– Calma Maggie, pensa... – Falei comigo mesma meio desesperada e uma luz veio a minha mente, eu iria me secar, me vestir e (infelizmente) pediria ajuda a Oliver...

Olhei minhas roupas e estava faltando uma coisa... A minha calcinha amarela de ursinhos...

A NÃOOOO! A NÃOOOOOOOO! Porque sempre tudo dá errado, na hora errada, no dia errado, e acima de tudo no lugar totalmente errado? Por queeeeeeeeeeeeeeeee?

Calcinha fugitiva é u ó!

Olhei pro chão e a água do chuveiro já estava trasbordando pelo banheiro...

Na pior das hipóteses eu derrubei minha roupa intima no corredor e na pior das piores (e bem das piores) das hipóteses Oliver iria achá-la...

Respirei fundo tentando manter a calma, e como sou baixinha fui puxar minha toalha que estava pendurada no Box, mas ela escorregou da minha mão caiu no chão que estava encharcado e eu perdi minha toalha (que ficou toda molhada) entrando em completo desespero, olhei em volta e vi uma toalha azul com as iniciais “O. S”, bom... Ou era isso, ou pedir ajuda pelada...

Espeeeeeeeeera! Que tipo de garoto tem as inicias em uma toalha? Fazer o que.

Me enrolei na toalha azul e fui até a porta.

– OLIVEEEEEEERR SOCORROOOOOOOOOOO! O CHUVEIRO ESTÁ POSSUÍDO! S.O.S! VOU MORRER AFOGADA AQUI! – Gritei e abri a porta do banheiro e a água escorreu mais ainda pra fora, sim eu inundei o banheiro, sou um completo desastre.

– Que foi? – Oliver disse aparecendo no corredor e ele de repente me olhou e sorriu malicioso, corei profundamente com o olhar dele – Minha toalha né? – Ele disse e eu corei mais, então ele olhou pro chão e... AH NÃOOOOOOOOOOOOOOOOO – Que calcinha sexy! – Ele disse sarcástico e pegou a calcinha, é agora os tomates, morangos, e pimentas invejariam a minha cor.

– P-Para c-com isso s-seu pervertido idiota! – Disse indo até ele e tomando a calcinha de suas mãos ele deu aquele sorriso irritante ao ver meu constrangimento.

Eu quero que alguém por gentileza me mate agora por eu ter gaguejado, agradeço desde já, obrigada.

– Qual o problema pirralha? – Ele disse e eu pra não gaguejar ou falar merda apontei o estrago no banheiro, e ele foi correndo até lá desligar o chuveiro.

Eu respirei fundo e me encostei na parede... Eu NUNCA havia gaguejado na frente de um garoto, eu sempre tenho a resposta na ponta da língua, mas dessa vez ele me deixou desnorteada... E pior irei sofrer as consequências desse dia, e ser zoada o resto da vida pelo Olizinhu patife! Será que tem como piorar?