Não Confie escrita por Levine Crowns
A rua estava escura . Apenas iluminada pelas luzes da janela de algumas casas vizinhas. O barulho da televisão preenchia o silencio.
Apenas uma casa na rua estava completamente escura, e sem som algum. Os vizinhos diziam que a ela era abandonada, alguns diziam que os donos só passavam as festas de fim de ano na casa, e o resto do tempo ela ficava vazia.
Mas mesmo sendo um dia normal do ano, a casa não estava vazia.
Uma turma de adolescentes bêbados estavam em frente a casa. Uma garota loira de trancinhas era a única que parecia sóbria.
– Anda Claire , ou você entra na casa . – Disse um garoto alto e moreno, para a garota de trancinhas. Apontando para a tal casa escura - , Ou você vai ter que fazer aquilo comigo, por bem ou por mal.
Os outros garotos do grupo riram prazerosos, e bebendo mais de suas garrafas de vodca.
–Ok ok , eu vou ate a casa – Disse a garota de trancinhas, mesmo que sua voz parecesse forte e segura, seu rosto demostrava medo - . E pode esquecer, porque eu nunca, vou fazer aquilo com você ,seu nojento.
Claire caminhou ate a casa lentamente. Parou em frente ao portão e respirou fundo. Quando bateu duas vezes no portão, ele se abriu silenciosamente .
–E...e agora? – Disse ela olhando para o grupo atrás.
– Agora você entra – Falou uma garota de cabelos negros curtos, com voz esganiçada - , Ou esta com medinho?
Ela disse isso , arrancando mais risadas do grupo de adolescentes.
Claire, fechou a cara, e entrou na casa.
A casa possuía dois andares, era toda feita de madeira. De um jeito rustico. Mesmo a noite parecendo um tanto bizarra, de dia ela não duvidava que ela fosse linda e encantadora.
A garota subiu os degraus da varanda. Mesmo com medo, ela estava muito curiosa para desistir agora. Claire, empurrou a porta, que se abriu com um rangido bizarro.
A casa estava muito escura para detalhar, a única coisa que se podia enxergar era a escada, que estava iluminada por luzes do andar de cima. A garota escutou sussurros. E sua curiosidade só foi aumentando. Ela já havia subido três degraus, quando seu corpo paralisou ao escutar o sussurros que estavam mais audíveis.
– E oque você pretende fazer ? – Falou uma voz feminina
– Ele me fez sofrer ... – Disse uma voz masculina, que parecia ter chorado a pouco tempo - , Vou fazer ele sofrer muito, e quando minha vingança estiver completa. Eu vou apenas rir.
– Como você vai se vingar ? – A mulher falava com animação em sua voz.
– Eu quero ver sangue , irei rasgar cada parte do corpo dele. – O homem fala aquilo com calma, como se fosse a coisa mais normal - , Arrancarei seus olhos e seus órgãos. Você vai me denunciar para ele?
– Lógico que não, eu estou com você. – Ela dizia como se aquela ideia louca fosse uma coisa divertida-, Você me conquistou quando disse que queria muito sangue.
– Então eu irei me vingar, e matar quem entrar no meu caminho!
A garota de trancinhas loiras ainda estava o terceiro degrau da escada. Ela tremia dos pés a cabeça, e parecia mais pálida do que o normal.
Em uma tentativa de sair correndo, ela tropeçou da escada e caiu no chão, fazendo o enorme barulho da queda ecoar pela casa.
– Mas que merda é essa ?! – Disse a mulher descendo os degraus, junto com o homem com quem conversava.
Claire não pensou duas vezes , se levantou rapidamente. E saiu correndo. Ela saiu correndo pela porta da frente, e quando descia os degraus da varanda, escutava o barulho dos futuros assassinos se aproximando.
Ela começou a correr mais rápido, e quando abriu o portão, pode ver o grupo de bêbados que ainda estava lá na frente.
– Por acaso viu um fantasma? – Perguntou um dos garotos do grupo.
E quando Claire ia passar pelo portão, algo puxou seu pé, fazendo oque que ela caísse de cara no chão.
Ela gritava enquanto era arrastada.
O portão foi fechado, e houve um silêncio momentâneo .
Um grito agudo ecoou pela rua.
***
Era uma tarde ensolarada, a casa agora era alugada por um grupo de amigos, querendo festejar o fim do ano.
Um casal entrou pela porta. Uma mulher alta, morena. Certo ponto ate bonita, mas tinha cara de puta mimada.
E o outro era um homem alto, musculoso e com cabelos pretos. Que estava de mãos dadas com a mulher.
O grupo de amigos que estava conversando na sala, se levantou para cumprimentar o casal.
– Lucas, ate quem enfim você chegou, seu baka ! - Disse um homem alto , com cabelos claros, que estava fumando.
– Sentiu minha falta baka? – Falou Lucas rindo - , Aé, Melissa esse é o Caio. Caio essa é a Melissa, minha noiva.
Os dois se cumprimentaram e trocaram sorrisos amigáveis.
– Mel , esse é o Josh , e essa é a Beatriz , meus irmãos – Ele apontou para um homem parecido com si mesmo, mas um pouco mais jovem. E depois apontou para uma garota ruiva com expressão meiga no rosto.
– Oi Cunhadinha. Prazer em te conhecer. – Falou a Ruiva abraçando a morena, que não retribuiu o abraço com muito entusiasmo
– E essa é a Mari, uma amiga nossa – Disse Lucas apontando para uma mulher bonita e loira , que estava ao lado do Caio.
Todos se sentaram na sala e começaram a conversar. Era um grupo divertido, sempre fazendo brincadeiras e falando coisas sem noção.
A noite chegou, o resto do grupo saiu para aproveitar a noite na cidade e se divertir. Enquanto o casal ficou em casa, porque a Melissa não estava se sentindo bem.
– Amorzinho, você esta melhor? – Disse Lucas sentado na beirada da cama, observando a morena deitada na cama. -, Esta sentindo oque?
–A musica! Os sussurros! Eles voltaram...eles voltaram! – Sua voz estava em pânico, e ela estava mais branca que o normal.
– Que musica querida? – Lucas perguntou.
Ela respirou fundo, e olhou séria para ele.
– Um, dois...Freddy vem te pegar ... – Ela começou a cantar a musica, e no quarto verso já avia adormecido.
Na manhã seguinte, Melissa acordou de madrugada se sentindo ótima. Resolveu preparar o café da manhã para seu noivo, e levar ate o quarto.
Ela trocou de roupa, desceu as escadas e encontrou todo o grupo na cozinha.
–Bom dia gente –, Ela falou animada.
–Bom dia – ,Todos disseram em coro.
– Esta melhor? –, Perguntou Caio para ela.
–Melhor impossível.
– Mel, não tem nada para comer - Disse Mari para ela - , Eu e o Josh vamos no supermercado comprar algumas coisas, quer vir ?
–Hum, claro.
Se passou meia hora que o trio estava nas compras. Quando voltaram, Caio e Beatriz foram guardar as compras, e preparar algo para comer.
Mari e Josh voltaram no supermercado comprar coisas que tinham esquecido.
Melissa pegou uma bandeja e preparou um café da manhã com morangos, e outras coisas.
Ela subiu as escadas, e foi ate seu quarto. Seu noivo ainda dormia.
Melissa deixou a bandeja no criado mudo, e subiu em cima de seu noivo. Lhe dando alguns beijos.
–Lucas...acorda. – Mas ele continuava dormindo- , Lucas acorda meu amor.
Ela segurou o rosto dele. E quando fez isso, a cabeça dele soltou. Ela olhava para aquela cabeça decapitada em suas mãos, os olhos dele foram arrancados. O pânico se apoderou dela. Melissa se levantou da cama, tremendo dos pés a cabeça.
Então em só um movimento, ela tirou a coberta de cima do corpo do seu amado.
Gritar e chorar, era a única coisa que ela podia fazer.
Ao ver o corpo do seu noivo esquartejado e mal montada na cama. Ele ainda sangrada em algumas partes.
Ela ouviu alguém subindo as escadas.
– Um, dois , Freddy vem te pegar... – Ele sussurrava enquanto subia.
– Três , quatro, é melhor a porta do quarto trancar... – Um voz feminina mais audível falava no quarto.
–Cinco, seis , agarre o seu crucifixo... – Ele estava chegando mais perto.
– Sete, oito, é melhor ficar acordado até tarde... – A voz feminina sussurrava perto do seu ouvido.
– Nove , dez , e não durma nunca mais ...
Melissa ainda gritava ao ver a figura masculina na porta do seu quarto.
Caio estava ali parado, com uma faca sangrenta na mão e um largo sorriso no rosto.
–Você...você fez isso ?!
–Acho que você já sabe a resposta.
–Mas...Você era o melhor amigo dele! P-porque?
– Sim, eu era. Ele não te contou oque ouve enquanto vocês deram um tempo nesse relacionamento ridículo né? – Ele calmamente andava pelo quarto , brincando com a faca em suas mãos. -, Eu e ele tivemos um caso. Eu estava perdidamente apaixonado, e ele também poderia ficar, se conseguisse te esquecer . Mas não...ele não te esquecia. Depois de um tempo descobri que vocês tinham voltado. E ele ainda teve a cara de pau de falar para voltarmos a ser amigos enquanto eu chorava e sofria. Então depois disso, eu jurei me vingar.
Beatriz saiu de trás da morena. E foi ao lado de Caio, apoiando seu braço no ombro dele, e brincando com um isqueiro.
–Você...você também?! – Melissa chorava descontrolavelmente- , Ele era seu irmão!
–Eu sei...- A ruiva fez bico e cara de triste, e que depois foi trocado por um sorriso maníaco – Mas oque posso fazer? Eu amo sangue.
–VOCÊS SÃO LOUCOS! LOUCOS – Ela gritava desesperadamente.
– Acho que sim né Bia – Caio olhava para a ruiva, rindo. -, Enfim, acabou o drama e a conversa inútil . Você esta me irritando, e chegou sua hora.
– O-oque vocês vão fazer comigo? – Ela gaguejava enquanto dava alguns passos para trás.
– Você gosta do fogo cunhadinha? – Beatriz falava como se estivesse falando com uma criança, enquanto acendia o isqueiro em frente ao seu rosto.
Melissa foi derrubada no chão. E fogo foi colocado no seu cabelo. Enquanto o Caio a esfaqueava , cantando baixinho.
–Um, dois , Caio te pega depois...
Dizem que o grito agudo da Melissa ainda ecoa na casa.
Gritando repetidamente, em um agouro infinito.
Cantando pela casa a musica assassina .
Um, dois, Freddy vem te pegar!
Três, quatro, é melhor a porta do quarto trancar!
Cinco, seis, agarre o seu crucifixo!
Sete, oito,. é melhor ficar acordado até tarde!
Nove, dez, não durma nunca mais
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Lembre-se nunca confie em ninguém.