Abri meus olhos ainda cansada, notei que dormia deitada no corpo de Benn, ele estava com a cabeça encostada na parte de trás do sofá. Seus braços me cobriam, tentei me mexer sem acordar ele. Levantei e fui pro banheiro fazer minha higiene, aproveitei e tomei um banho demorado, ainda era cedo e iria demorar até as meninas levantarem, hoje iríamos encontrar com os Jonas. Terminei o banho e me sequei, precisava ir no quarto pegar alguma roupa mas estava sem coragem, coloquei só o roupão azul marinho e uma toalha no cabelo e sai do banheiro. Para a minha surpresa Benn não estava mais no sofá, fiquei meio chocada, esperava vê-lo lá, mas... Vi um bilhete em cima da mesa perto das poucas flores que sobraram, o peguei e li

 “May me desculpa pelo transtorno da noite passada, não queria que isso acontecesse conosco, eu gosto muito de você e dormi esta noite ao seu lado foi muito importante pra mim, pude sentir o seu cheiro pela ultima vez. Te Amo”

 Não sei por que mais me senti a pior pessoa do mundo, ver ele sofrer era pior do que ver ele com a modelo lá.

 Depois de todas já termos nos arrumado, tomado café, pegado o caminho da roça nós chegamos ao estúdio, Charlez estava ao lado de Willian conversando.

Fizemos alguns planejamentos, desenhos do palco e outras coisas para a gravação do DVD que só seria lançado daqui a dois meses.

 - To com vontade de tomar café – comentei enquanto via o desenho do palco.

 - Tem uma Starbucks aqui perto – Willian. Sorri, levantei e peguei minha bolsa.

 - Já volto meus amores – Sorri e sai.

 Lá fora foi pior do que eu imaginava o que na verdade eu não imaginava.

 - May é verdade que você e o modelo Benjamim voltaram? – perguntou uma jornalista enquanto eu tentava entrar no carro.

 Pelo que eu pude contar tinha cerca de dez ou onze jornalistas, agora câmeras? Era impossível contar. Entrei no carro e ele rumou á Starbucks. Senti meu celular vibrar e o peguei. Uma nova mensagem, suspirei entediada e li “Parece que a guitarrista da banda Paranoid voltou com o modelo Benjamim. O modelo foi visto numa boate com uma modelo o que teria sido o motivo da...” Fechei o flep e joguei o celular na bolsa. Que saco, povo não tem mais o que fazer.

 Fui na loja, peguei meu café e voltei, nesse meio tempo o povo continuava a me perseguir, comecei a ter umas idéias malucas, tipo... Escrever um livro, só que não era para ninguém, era só pra mim mesma, uma coisa mais irreal ou uma tipo... Ficção.

 Sentei direito no carro e peguei meu notebook na bolsa, abri o Word e comecei a escrever, era só algumas idéias, mas eu já tinha tudo em mente, a vida típica de uma garotinha que morava numa cidade deserta e tinha um sonho de conhecer seu ídolo, um cantor super gato que muitas mulheres desejavam. A historia ia fluindo na minha cabeça que nem percebi que o carro já havia parado a um bom tempo, continuei ali sem falar nada e o motorista ficou do lado de fora, e do lado de fora haviam varios fotógrafos. Acordei do transe quando um deles bateu com a câmera bem no meu vidro. Sai do carro e rumei para o estúdio, eu sabia que o prédio tinha um jardim no terraço, e eu podia fugir das meninas um pouco. Apertei o ultimo botão do elevador e ele começou a subir. Ninguém entrou nele, a porta se abriu e eu me deparei com um céu completamente azul cheio de vasos de flores, que me lembraram um filme que eu vi no cinema....Cinema!

Corri até um banquinho e continuei minha historia, a menina iria conhecer o ídolo dela e ele iria se impressionar com a beleza dela, e á convidaria a fazer um teste para atriz.

 - Mas o que eu faço pra eles dois se conhecerem!? Se eu disser que ela o conhece simplesmente não tem sentido... – pensei um pouco sozinha.

 - Por que você não diz que ela decidiu ir pra a cidade grande e o conheceu enquanto ele gravava um clipe no meio de Nova York? – eu tomei um susto e olhei pra cima, um garoto de cabelos cacheadinhos me olhava, ele tinha um rosto fino engraçado, os olhinhos meio fechados e uma boca bem desenhada.

 - Oi – sorri fraco.

 - Posso me sentar? – ele perguntou apontado o lugar vazio ao meu lado. Assenti e ele sentou. – O que esta fazendo? – perguntou.

 - Só passando tempo sabe... – levantei os ombros.

 - Sabe que na verdade eu não sei... – ele olhou pro céu, uma mexa de cabelos enroladinhos caída sobre o olho dele, e isso o deixava bonito. – faz tempo que eu não sei o que é viver de anonimato, viver só de Hobby – ele suspirou.

 - Por que você não tenta sumir um pouco? – perguntei.

 - Não adiantaria, iriam me seguir de qualquer jeito – ele comentou – essa vida as vezes me cansa...

 - Não cansa quando a gente ama o que faz Nicholas – suas sobrancelhas levantaram e ele me olhou.

 - Você sabe meu nome? – afirmei com a cabeça – e por que você não falou nada, se fez de quem não me conhecia – eu sabia que ele era um dos Jonas, mas achei melhor ficar na minha.

 - Você achou que eu não sabia? – perguntei, havia fechado meu notebook.

 - sim... você pareceu bem convincente – ele riu.

 - E foi bom, por um momento não se sentir famoso para alguém?  - ele sorriu, foi fraco mais sorriu.

 - Sim... foi legal – ele voltou a olhar o céu. Meu celular vibrou, olhei, mais uma mensagem... Que droga.

  “Onde você está? Todos estamos esperando você! Os Jonas já estão aqui...exceto um. Aparece logo. Nells”

 - Acho que estão esperando por nós dois lá embaixo – sorri e me levantei, ele levantou e me acompanhou até o elevador. Ele desceu e depois rumamos para o estúdio.