O Inesperavel escrita por Gisely Mackingfor


Capítulo 8
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337222/chapter/8

Quando acordei estava no mesmo lugar de antes, dei de cara com uma TV pequena, mas era bem moderninha, embaixo dela havia uma mesinha que em cima dela havia um PS3 e do lado alguns DVDs. Olhei para o meu lado direito e vi Wesley de pé sorrindo para mim, sorri de volta.

–Você trouce mesmo o seu PS3?

–Na verdade é o SEU PS3- disse sorrindo.

Eu olhei para ele com uma cara de desconfiada e mudei minha visão para o PS3. Era o meu mesmo, tinha uma mancha azul nele, era esmalte que derrubei sem querer.

–Quem deixou você pegar o meu PS3?- perguntei séria, meu PS3 é como se fosse meus livros, são só meus, não deixo ninguém tocar, ainda mais trazer para um hospital.

–Seu pai- disse sorrindo

“Vou te matar, pai”- pensei

Jogamos, e eu ganhei novamente dele, até que ele aparece com um novo jogo, ele era de corrida, e eu só sou boa no de luta, acho que ele escolheu especialmente para me provocar. Perdi todas as corridas, e ele só ria da minha cara.

–Tenho uma novidade!- ele praticamente gritou

–Oque foi?- ri com a felicidade dele

–O médico me disse que você vai poder sair daqui no domingo!

–E que dia é hoje?

–Eu já te disse, sexta-feira!- disse um pouco irritado

Dei um sorriso, adoro vê- lo irritado, olhou para minha cara e ficou sério.

–O bebê tá bravinho?

Ele se irritou e saiu do quarto. Comecei a rir, passou uns cinco minutos e ele não havia volto, fiquei preocupada.

“Será que oque eu falei magoou ele?”- pensei

–Ei!- gritei- Eu sei que você está ai colado na porta, volta, aqui tá precisando de um palhaço!

Comecei a rir, mas não escutava risada nenhuma.

–Foi uma brincadeira!- gritei, novamente não tive resposta ou uma risada

–O que quer que eu digo? Me desculpa? Eu não vou me desculpa, porque não fiz nada de mais, você é que é sensível de mais!

Ficou silencio por uns dois minutos

–Tá bom, que coisa, me desculpa!- gritei- Tá feliz agora bebê?

Não ouvi nenhuma resposta

–Cara, oque você quer?

De repente alguém abre a porta e para minha felicidade era ele.

–Oque aconteceu?-perguntei assim que vi o rosto dele, ele estava inchado, parecia que estava chorando

–Nada- falou seco e se sentou na cadeira ao lado de minha cama.

Eu sabia que havia algo, fiquei preocupada, nunca vi Wesley assim, ele sempre é brincalhão ou sei la, romântico? Não, não era romântico!

–Eu sei que aconteceu uma coisa, eu quero saber oque- disse calma

Ele me olhou e ficou me encarando, aqueles olhos grandes e castanhos...Não sei, mas meu coração bateu um pouco mais rápido quando ele começou a me encarar, dava para ouvir o aparelhinho que mostrava me batimento aumentando a velocidade, ele olhou preocupado para o aparelho.

–Não é nada, calma- disse e comecei a queimar, percebi que estava vermelha- Mas oque aconteceu?

–Bom... Quando sai, eu colei na porta, recebi uma ligação, era do meu avó...

Ele me olhou com tristeza.

“Aconteceu alguma coisa com o Sr.Rubens” –pensei

–Ele me disse que minha vó estava passando mau e ele levou ela para o hospital, ela está internada. Eu ia ver ela, mas ele me impediu, ai você começou a falar e eu não sabia oque fazer

–Me...me desculpa- disse, sabia que devia falar mais alguma coisa, mas não sabia oque

Ele me deu um sorrisinho e afundou na cadeira.

–Quem precisa de um abraço?- perguntei abrindo os braços

Ele olhou para mim, deu um sorriso e me abraçou.

Dias se passaram, eu estava bem, mas a Sr.Vilma não, eu dava toda minha força para Wesley, mas sempre pegava ele chorando em um canto. Eu sei como é, perdi minha avó quando tinha 14 anos, foi muito difícil no começo, mas chegou um momento que você tem que aceitar que ela nunca mais vai voltar.

Acho que foi numa quarta-feira, eu estava mexendo em meu computador e apareceu uma musica que eu não escutava há muito tempo, sempre gostei dessa musica, sempre quis toca-la...

Foi ai que eu resolvi toca-la, peguei meu violão e a partitura e comecei a tocar. Acho que não falei isso mas, eu toco violão e piano desde dos 4 anos de idade.

Exatamente no dia seguinte recebi a noticia que Sr.Vilma faleceu. Ela estava com um câncer muito forte, e não tinha cura. Wesley me falou a noticia, ele chorava tanto que eu percebi antes mesmo dele falar. Abracei ele e fiquei falando coisas de incentivo, mas nem eu conseguia falar direito, também chorava, Sr.Vilma era como se fosse uma avó para mim.

Na sexta-feira foi o enterro, e eu tive uma ideia brilhante, peguei meu violão e fui até o cemitério.

–Posso tocar uma musica?- perguntei para Sr.Rubens, ele estava bem forte, admiro-o muito por isso

–É claro

Subi em um banquinho e pedi a tenção de todos. Wesley estava com a cara toda inchada ao lado da Sr.Vilma, acariciando seus cabelos, olhou para mim e fez um sorrisinho.

–Gostaria de pedir atenção de todos. Bom... eu não sou da família, mas me considero da família. Todos que estão aqui amáva muito a Vilma... e eu sei que ela vai fazer falta... – dei uma pausa-... Eu gostaria de cantar uma musica para nossa querida Vilma, se vocês conhecerem cantam comigo... Te amo Vilma, você sempre estará aqui!- olhei para ela e apontei para meu coração. Todos me aplaudiram, peguei meu violão e sentei

Comecei os primeiros acordes e todo mundo começou a chorar com mais intensidade. http://www.vagalume.com.br/adriana-calcanhoto/fico-assim-sem-voce.html, minha voz não é tão boa quanto a da Adriana, mas gostei de cantar essa musica.

No meio da musica do mundo começou a me acompanhar, e quando terminei todos me aplaudiram, fiquei com um pouco de vergonha, mas sabia que Vilma estava orgulhosa. Olhei para Wesley, ele estava sorrindo e chorando sem parar, larguei o violão e fui para seus braços, ele me abraçou com tanta força que fiquei com um pouco de falta de ar.

– Obrigado- ele sussurrou em meu ouvido.

Nos soltamos e ele ficou me encarando, senti novamente meu coração acelerar ao olhar em seus olhos que estavam vermelhos, dei calmamente um beijo em sua bochecha, e voltei minha atenção há Sr.Vilma. Comecei a chorar, ela estava linda, com um vestido azul e uma for branca em suas mãos, abaixei, sussurrei em seu ouvido.

–Eu te amo, você é umas das melhores avó que tive- sabia que ela não podia ouvir, mas queria fazer isso do mesmo jeito. Beijei sua testa e me afastei.

O enterro foi “normal”, todo mundo chorando, Wesley estava lá na frente quando estávamos indo até o local ondem iam enterra-la. Fui até seu lado, ele me olhou, deu um sorrisinho e colocou o braço em meu ombro, apoiei minha cabeça em peito e fomos assim até o local.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom... esse capitulo ficou um pouco mais dramatico,tenso...

Deixem comentários



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Inesperavel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.