O Inesperavel escrita por Gisely Mackingfor


Capítulo 14
Capítulo 14




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Depois de mais ou menos 10 minutos chorando, soluçando sem parar, consigo me acamar. Wesley me dava apoio, mas não conseguia parar de pensar no oque estava acontecendo naquele quarto.

Olhei para Wesley pela a primeira vez desde que sai daquele quarto. Ele me encarou e deu um sorriso.

–E ai? Tá melhor?

Demorei um pouco para responder.

–Acho... acho que sim- disse enxugando minhas lagrimas.

–Vai ficar tudo...- antes de Wesley completar a frase a porta se abriu.

Me levantei rapidamente. Anna veio até mim e me abraçou. Não sabia como interpretar esse abraço, se era que ela morreu, ou se era que deu tudo certo e ela esta bem, ou se...

–Esta tudo bem- disse Anna no meu ouvido.

Fiquei muito feliz em ouvir essa resposta, a abracei mais forte. Até que a soltei, e olhei para o quarto. Os médicos estavam saindo da sala, deixando minha mãe sozinha. Entrei no quarto e vi minha mãe como estava antes de tudo acontecer, porém um pouco molhada de suor e os cabelos mais bagunçados. Cheguei mais perto dela, sua respiração estava ofegante. Me abaixei para perto de seus ouvidos e sussurrei.

–Eu não vou te perder tão cedo, por favor não vá- disse fechando os olhos.

Levanto minha cabeça e olho quem esta na sala. Anna e Wesley estão me olhando. Eu estava muito feliz de ter Wesley ao meu lado, e não sabia como lhe agradecer, pulei em seus braços, o abracei com força e ele segurou minha cintura e começou a me rodar. Me colocou de volta, mas eu continuei com meus braços em seu pescoço.

–Muito muito muito obrigada, não sei se conseguiria sem você- disse em seu ouvido

O soltei e o encarei, ele estava sorrindo e eu sorri de volta.

–Não precisa agradecer...

–Ah, então retiro oque disse- disse dando risada.

–Err... Não quero estragar o “clima”, mas vocês vão ter que sair- disse Anna

Dei um passo para trás e vi que Wesley corou, eu também provavelmente estava vermelha. Me despedi de Anna e da minha mãe, Wesley fez o mesmo e me acompanhou.

Quando chegamos na recepção entregamos os nossos crachás e fomos embora daquele hospital horrível. O final dia foi normal, queria parar no tempo para que ele nunca acabasse, mas como todos os dias ele acabou.

Semanas foram se passando, e fui percebendo que Felicia não falava comigo da mesma maneira de antes, ela me ignorava, me olhava feio, como se tivesse com nojo de mim. Uma única vez que ela falou comigo era para fazer um trabalho que a professora que escolheu o trio, foi eu, Felicia e Wesley. Ela falava como se não quisesse estar naquele trio. Com o passar do tempo percebi que ela também estava ignorando Wesley. Tentei falar com ele sobre isso, mas ele andava muito ocupado, bom pelo menos era oque ele me dizia.

Um dia me irritei muito com Felicia, ela estava andando com o pessoal do Felix (pra quem não lembra, Felix foi infelizmente meu namorado), ela sabe que eu os odeio, foi a gota da água. No intervalo fui até ela.

–Oi!- disse com raiva

Ela olhou para mim e voltou a comer sua maçã. Peguei em seu braço e a levei para longe deles.

–O que esta acontecendo? – perguntei soltando- a

–O que você acha?- ela perguntou brava

–Que eu fiz alguma coisa- disse um pouco confusa

–Serio?- perguntou ironicamente

–O que foi que eu fiz?!- disse quase gritando

–Pensa Ruby, pensa que você vai saber... –disse indo embora

–Espera!- falei segurado seu braço

–Não!- disse se soltando- Descubra sozinha! –gritou

–Eu não sei oque fiz pra você me odiar tanto! –gritei, todo mundo ficou em silencio e começou a observar a briga

–RUBY! Que coisa! Não vou te contar, você pelo menos se lembra!

–NÃO! FELICIA EU REALMENTE NÃO SEI OQUE FIZ!

–VOCÊ APENAS O BEIJOU! E NÃO ME CONTOU! COMO- ela fez uma pausa- como você ousou?!

–Beijei?! Beijei quem?!- disse abaixando um pouco o tom de voz

–AH! Não finja que não sabe!

Fiquei quieta, estava começando a pensar, como ela descobriu?!

–AH! Lembrou né?!- ela disse ironicamente

–Quem é? Queremos saber!- disse alguém no meio da multidão.

Felicia estava me encarando, começou a sair lagrimas de seus olhos, sabia que era difícil para ela...

–Oras! Até parecem quem vocês não sabem!- disse ainda me encarando- Ela sempre anda com ele! WESLEY!

–Como você soube? –perguntei mais baixo para ela.

–Isso não interessa, oque interessa é: Por que não me contou?-ela também abaixou o tom de voz

–Eu... eu não queria magoa-la- disse, começou a sair lagrimas de meus olhos também.

–AH NÃO?! Então não funcionou- Felicia começou a se afastar e ir para o banheiro

–Espera! Deixa eu explicar- disse tentando segura-la

–Não! Já estou cansada de ouvir sua voz! Nunca mais fale comigo!

–Não fala assim- disse, mas ela nem me escutou. Bateu a porta do banhei com força.

Fiquei no meio da multidão, não sabia oque fazer, se corria ou se chorava ali mesmo.

–Cara, nunca pensei que ela era capaz de fazer isso!- disse alguém da multidão- Que idiota!

Depois desse comentário todo mundo começou a me vaiar. Jogaram lixo em mim. Eu merecia isso, me sentei e deixei me xingarem, e jogar lixo. Quando tudo começou a se acalmar e todos irem para a aula olhei para minha frente. Wesley estava parado em minha frente, um pouco longe de mim. Pensei em chamar seu nome ou fazer qualquer coisa, porém ficamos ali se encarando.

Estava esperando ele ir me ajudar ou coisa assim, mas ele começou a me olhar feio, balançou a cabeça e voltou a andar. Fiquei com muita raiva dele naquele momento.

“Foi ele, foi ele que contou para Felicia”- penso

Foi por isso ele começou a não falar comigo direito, fiquei com muita raiva de mim mesma por ter acreditado nele. Me levantei com raiva e fui até o banheiro para ver o meu estado. Eu estava com alguns alface no cabelo, tirei-os e lavei o rosto. Comecei a pensar, pensar, pensar de mais...

Precisa de ar. Estava afogando em meus pensamentos. Sai do banheiro e fui até o portão, Tio Jaca estava dormindo então fácil sair sem ninguém perceber. Comecei a correr em direção ao parque. Estava sem folego e comecei a caminhar.

A rua estava vazia, de repente um carro preto parou ao meu lado. A porta se abriu e um homem de roupa preta e mascara saiu do carro, apontou uma arma em minha cintura.

–Entra no carro- disse no meu ouvido

–E se eu não entrar ?- perguntei calma, mas estava muito nervosa.

–Eu atiro

–Mas você precisa de mim?

–Sim

–Então como vou servir para você morta?

–Apenas entra no carro!

–Mas...

Ele nem me deixou terminar, colocou um pano em meu nariz, me fazendo inalar algo com um cheiro muito ruim. Minha visão começou a escurecer...


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