Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 47
Juntando os Fatos


Notas iniciais do capítulo

Olha só, hoje é segunda, não sexta... É, pois é... Bem, bem, o caso é que eu viajei na sexta e acabei esquecendo de levar o restante do capítulo, daí nem pude digitar e.e Mas felizmente eu estou aqui, bugada, mas estou, e acho que é isso que conta. Seguimos com as tretas.



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Pouco mais de um mês depois, quando eu já deixara a muito de me preocupar com Joey, eu estava voltando para casa ao entardecer, como de costume. Paro apenas para olhar para o sol, que se punha, e subo as escadas correndo, bem animada.

–Sebastian! –Chego, quase sem fôlego, somente para encontra-lo dormindo no sofá, com o noticiário passando na Tv.

–Estranho, não é? –Andy comenta, aparecendo atrás de mim, me sobressaltando um pouco.

–Sim... Ele fez algo diferente?

–Absolutamente nada fora da rotina dele.

–É melhor ele ir para a cama.

O desperto e desligo a televisão, então ele caminha meio grogue pelo quarto apenas para cair na cama e adormecer de novo. Deve estar cansado, só isso.

Só que depois desse dia, ele parecia cansado com muita frequência. Eu chegava do trabalho para o encontrar dormindo e o nosso tempo juntos se reduziu ás manhãs e fins de semana.

–Isso não pode ser normal, Andy. –Reclamo. A situação estava deixando de ser suportável. Eu preciso dele, e de preferência acordado. –Já estou ficando muito preocupada.

–Olha...

–Todo dia, todo dia. E eu nunca o acho acordado.

–Avery...

–Será que é alguma doença? Tem tantos tipos de doenças diferentes e...

–Avery!

–Que foi?!

–Primeiro, não sei se você lembra, mas ele dormia muito quando era uma sombra. E segundo, eu estou me sentindo muito estranha ultimamente.

–Você também? Ah, não. Isso é contagioso por acaso?

–Não, não é igual a ele.

–Bem, sente aqui comigo e me conte. –Digo, com um suspiro pesado e longo. –O que quer que seja, podemos encontrar uma solução.

–Não consigo me lembrar das coisas.

–Que?! –Me virei de súbito para ela com um olhar esquisito, entre confusão e surpresa.

–É como se um pedaço da tarde fosse apagado da minha cabeça. Tento me lembrar, mas é como agarrar o ar. Minhas mãos não alcançam nada.

–Nas próximas duas semanas, anote quando começa e quando termina esse seu lapso de memória. Você é bem detalhista, sei que vai se lembrar das horas. A partir daí podemos descobrir algo e tirar conclusões.

–Farei isso. –Responde, já desaparecendo aos poucos.

–Espere um pouco aí, Andy.

–Hum?

–Quanto tempo falta? Sabe, para o Guardião.

–Cinco meses e meio.

–Obrigada. Acho que vou dormir agora. Certifique-se de que eu acorde amanhã, okay?

–Boa noite, Avery.

–Boa noite.

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Com os resultados das falhas de memória de Andy em mãos e uma leve suspeita sobre Sebastian, comecei a investigar. Eu pedi uma ajuda ao Jean e depois de explicar tudo ele concluiu:

–Pode ser como um sonâmbulo, que faz as coisas e não se lembra de nada depois, mas que dependendo do que tiver acontecido, como bater em algum lugar, é claro que o corpo sentirá os efeitos dessa batida.

Eu estava sentada na mesa da cozinha com os resultados de Andy em uma folha e os horários próximos dos assassinatos das últimas semanas. Eu deveria estar apreciando o jantar de Sebastian, que já estava dormindo, ou cuidando do trabalho, mas ao invés disso eu olhava para aqueles dois papéis totalmente atônita.

Como em um daqueles seriados policiais, eu tinha as provas nas mãos e agora todo o caso estava sendo resolvido na minha cabeça, só que eu não queria acreditar aonde aquelas coisas me levavam a crer. Assassinatos, Andy sem memória, Sebastian cansado durante a semana, minhas ausências de casa.

–Ai, meu Deus, ai, meu Deus, ai, meu Deus, por favor, diga que é mentira. –Jogo os papéis para longe, incapaz de olhar para eles por mais um segundo sequer e afundo o rosto nas mãos.

–O que foi? O que aconteceu, Avery? Você está... chorando? Por quê?- Minha pequena Guardiã aparece e começa a me sacudir com certa violência. Talvez seja um fato infeliz, se eu não tivesse restringido o acesso dela aos meus pensamentos, ela já saberia e não precisaria nem perguntar, mas... –Avery! Você está bem? Diga algo, por favor, estou ficando preocupada.

–Eu sei o motivo de sua memória estar falhando. –Digo apenas.

–Isso é bom, não é? Não é algo tão terrível que te faça chorar. Vamos lá, você é forte, não chore.

–Vou dormir, Andy. Preciso descansar um pouco. As coisas não estão mais do jeito que deveriam estar.

–Me diga ao menos...

–Amanhã. Hoje não, por favor, não me faça dizer isso em voz alta hoje. Preciso descansar e pensar sobre isso.

Fui para a cama me deitar ao lado dele. Passo o braço dele sobre mim e Sebastian está dormindo tão profundamente que mal se incomoda com nada. Sinto-o perto de mim e fico um pouco grata por isso, mesmo que eu não consiga mais me focar no calor humano que ele tem, para mim é como se ele fosse frio agora. Fecho os olhos com força e tento impedir as lágrimas de virem.

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Tenho a desculpa perfeita. Ligo para casa e ele atende, parecendo bastante satisfeito por eu ter ligado. É uma pena acabar com a alegria dele, mas...

–Queria te avisar que não vou voltar para casa hoje.

–O que?! Por que não?

–Rachel vai me ajudar com uns trabalhos, tem muita coisa para resolver. Pode levar a noite toda.

A desculpa era boa e verdadeira, mas o plano não era tão bom, só que alguma coisa me dizia que daria certo. Então eu poderia finalmente ter certeza de algo e tomar as medidas necessárias quanto a isso. Andy, no entanto, não estava nada confiante. Ela recusara tudo no momento em que eu lhe disse o que eu pretendia.

–Pode dar certo. –Tento tranquilizar uma projeção tremula dela; era difícil estar comigo e com Sebastian ao mesmo tempo, o vigiando.

–Até demais, talvez. Você está pondo uma vida em risco.

–Muita gente já morreu e muita gente ainda pode morrer.

–E o que Rachel tem a ver com isso? Ela não...

–Andy, se isso não parar, ela pode ser a próxima. Talvez até eu. Vou estar por perto. Faça tudo como eu disse. Agora vá embora. –Mando, quando alguém bate na porta de minha sala. –Entre.

–Ave... Porque é que estou fazendo isso? Está me fazendo trabalhar em dobro hoje enquanto fica aqui sentada. É alguma punição? O que eu fiz? –Jean resmunga, se jogando na cadeira do outro lado de minha mesa. Ele está exausto.

–Não é nenhuma punição. Digamos que você esteja, hum, me fazendo um favor. Agora já pode ir para casa, está tudo acabado. Daqui a pouco eu vou indo também.

O garoto sai e espero um tempo para ir logo em seguida. A volta para casa foi igual a todos os outros dias, só que hoje ao invés de me atrapalhar com as chaves, bati na porta do apartamento ao lado do meu.

–Oi, Rachel, pronta para dormir ás 5 da manhã?


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