Dama Da Noite escrita por HanyouNee


Capítulo 20
Negociando uma Passagem com Mitchell


Notas iniciais do capítulo

Escrever esse capítulo foi literalmente doloroso, mas não existe nada que me impeça de cumprir minha promessa de escrever nas sextas. Gomenaisai as pessoas que tiveram de ficar me aturando hoje, eu sou muito teimosa e chata, eu sei.



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Foi um período chato e silencioso de corrida, como não poderia deixar de ser. E sim, foi uma corrida. Porque eu estava ansiosa para chegar e nem passar perto de Nick pelo caminho.

-Andy! –Grito, ofegante. –O que... –Tento recuperar o fôlego que gastei ao correr ainda mais rápido quando a vi. –você faz aqui?

-Moro aqui nas horas vagas, lembra?

Aceno que sim com a cabeça.

-Will, Jay. Nenhum deles me chamou.

-Claro que não, porque foi Mitchell.

“Ah, se eu pudesse te esganar agora.”

-E porque não me disse antes? –Pergunto a ela com certa indignação.

-Fui proibida. –Responde, cheia de inocência, dando de ombros. –Vem, ele está esperando você. Aliás, porque demorou tanto?

-Tive alguns contratempos. –Agora eu me faço de inocente, enquanto esfrego o pescoço numa tentativa dela não ver as marcas.

Andy me olha com uma suspeita profunda em seus olhos azuis-escuros, mas aquilo não era novidade para mim, ela quase sempre me olha desse jeito. Talvez porque tudo que ela me diz para não fazer, eu acabo fazendo.

-Ahn... tá. –Ela cede, vendo que eu não diria nada. –Então vamos.

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Mitchell se encontrava sentado atrás da mesma mesa em que eu quase dormira um dia, a mesma mesa que, ao que eu me lembre, fora feita bem antes do tataravô do meu tataravô sequer pensar em nascer.

O lugar todo estava exatamente igual, menos ele, que esperava sentado com toda sua absoluta beleza e uma aura de poder. O cabelo loiro e fino crescera muito, o estilo era diferente e até nos olhos idênticos aos de Andy havia um brilho novo.

Fora os pequenos detalhes que só eu e minha Guardiã nos dávamos o trabalho de notar, fui direto ao ponto:

-Então, você me chamou, estou aqui. O que quer?

-Seu futuro... - Com um olhar, Andy se cala e ele começou a me explicar o porquê de eu estar ali.

-Descobri uma passagem para o mundo dos Cônsules. Mas só humanos podem usá-la. –Depois, Mitchell desatou a falar e tentei permanecer atenta durante todo o discurso.

-Porque tenho de atravessar um portal para sabe-se lá onde e achar um tal de Sopro Divino? Mande qualquer outro. –Resmunguei.

-E porque você acha que lhe dei aquela pedra? Você tem de ir, seu futuro não pode ser alterado.

-Claro que pode, se eu quiser. Não atravesso nada. –Irritar ele era quase tão divertido quanto irritar Rachel ou Andy, só que era um pouquinho mais perigoso.

-O que você tem a perder? –Tentou me desafiar.

-O que eu tenho a ganhar? –Rebato.

-Vai ter de atravessar para ver.

-Nada feito. –Cruzei os braços, teimosa.

-Ok, lhe dou uma pista e você tem de ir ou eu mesma a mando. –“Gostaria de vê-lo tentar, meu caro.”

-Agora está falando minha língua, Mitchell. –Sorri.

-Você ganha uma vida.

Quando ele disse isso, senti três coisas. Raiva, por pensar que poderia estar sendo enganada. Confusão, por não entender direito o que aquilo significava. E achei engraçado por ser meio absurdo. Senti tudo isso, mas não necessariamente nessa ordem.

-Como assim? Quer dizer... estou morta? Vou virar imortal? Vou poder, tipo, nascer de novo ou sei lá?

-Você não está morta, não vai ser imortal nem nascer outra vez. Mas não digo mais nada, dei minha pista.

Suspirei pesadamente. Eu não arrancaria mais nenhuma informação dele e Andy não poderia nem diria coisa alguma.

-Tudo bem. Onde é essa passagem?

Eu não ficaria nem um pouco surpresa se a estante dele se deslocasse para abrir uma passagem secreta, mas ao invés disso seguimos por corredores enormes e atravessamos uma infinidade de portas para finalmente chegar... no nada.

-O que é isso?

Saímos em uma sala fechada, inteiramente coberta por névoa e mais nada.

-O portal está ali. –Ele apontou para um lugar qualquer no chão e me despachou dizendo: -Pode ir.

Eu não conseguia ver nada. Como ele sabia onde ficava o portal? Comecei a andar para ver se o achava. Achei mais rápido do que poderia imaginar, um passo em falso e estava caindo nele.

Pensei apenas que, se aquela sala estava no castelo de Mitchell, ele já a tinha encontrado á tempos. Isso queria dizer que ele me enganara. “Maldito. Que me aguarde, ninguém engana Avery van Peur e sai impune, Guardião estúpido.”

Depois de prometer vingança, eu simplesmente caí. E continuei... continuei... continuei... por algo que pareceu uma eternidade.


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Notas finais do capítulo

Sinto muito, nada de Nick pra você Takigawa, e nem nada do Sebastian tambem. Agora para quem gosta do Mitchell...