Catherine olhou mais uma vez para fora do portão de embarque. Sem querer, ela estava esperando os pais virem se despedir-se, mesmo sabendo que era impossível. Eles mal sabiam que, ao invés da garota estar na casa de Emily e seu irmão Taylor se preparando para a visita que ela iria fazer ao querido irmão, ela estava com os dois esperando o próximo avião com destino a Londres, (quase) pronta para conquistar seus maiores sonho: ser atriz e independente.

– Bom, acho que chegou a hora. - Ela disse quando ouviu a chamada do seu vôo e olhou para seus melhores amigos. Mas preferia não ter feito. Assim que pensara em largar seus únicos verdadeiros amigos (que não ligavam para sua riqueza nem para o poder de seus pais), que sempre apoiaram , começou a chorar, e logo foi acompanhada por uma Emily em prantos e um Taylor tentando ter pose de ‘’ homem maduro’’(uma coisa quase impossível, já que ele era uma das pessoas de 20 anos mais imaturas que ela conhecia).

– Vem cá. –ela disse e abraçou a amiga, que já estava se debulhando em lagrimas. Depois das duas quase desidratarem juntas, se soltou e a loira abraçou Taylor, que na hora perdeu a pose e deixou umas lágrimas saírem, mas logo se recompôs.

Ela sabia que não seria fácil. Sabia disso desde o momento que mandara o email para a faculdade confirmando sua matricula, mas tentaria manter o máximo de contato que pudesse. Afinal, eles eram sua família, a única que apoiaram em todas as decisões, enquanto os pais da garota só a questionavam e davam atenção ao filho mais velho. Ela os amava mais que tudo. Pela ultima vez, os três se abraçaram e a intercambista embarcou no avião sem olhar para trás, com medo de se arrepender de sua decisão.

Quando chegara a seu destino, A Terra da Rainha, o sentimento de tristeza da garota já havia se dissipado, e agora só sobrava expectativa e ansiedade. ‘’Por que ficarei triste por uma coisa sem volta? Se já estou aqui, tenho de aproveitar’’. E foi com esse pensamento que ela entrou em um taxi, falou o endereço para o taxista (que de tanta ansiedade já o memorizara), e perguntara a localização das melhores boates da cidade.

Assim que chegara a sua ‘’casa’’ dos próximos quatro anos, não acreditara. Só pela fachada, dava para perceber que a casa era linda.

‘’Okay, essa casa ta perfeita demais para ser a certa. Tem que ter alguma coisa de ruim, eu não sou tão sortuda assim. ’’. E, pensando nisso, ela pagou a corrida, pegou seus milhares de pertences e entrou na casa.

Assim que entrou, ficou impressionada. A casa era gigante. A única coisa negativa era que ela estava toda empoeirada e vazia, mas isso a loira achava que poderia dar um jeito, ’’ Só preciso de musica’’, pensou. Assim que adentrou mais, localizou que no 1a andar tinha uma cozinha e uma sala extremamente grandes, dois banheiros, uma biblioteca e uma lavanderia, onde encontrara o material que usaria para limpar a casa mais tarde.

No segundo andar havia 10 quartos, sendo que um estava com a porta emperrada, o sótão e mais dois banheiros, e pela janela do corredor dava para ver que nos fundos da casa havia uma piscina e um jardim, ambos malcuidados. Assim que terminou de ver a casa e escolheu um quarto onde deixou suas malas, trocou de roupa e resolveu que iria arrumar a casa naquele momento, se não perderia o animo.

A loira desceu as escadas com seu inseparável Ipod, o conectou com o radio, e , enquanto carregava, foi até a lavanderia para pegar a vassoura e etc. Assim que o ritmo de Heart Attack chegou a seus ouvidos, ela se animou completamente. Pegou a vassoura e começou a ‘’ varrer’’ (que para ela era o mesmo que arrastar a vassoura pelo chão) a sala enquanto gritava para os sete ventos a letra de sua musica do dia, usando o cabo da vassoura como microfone.

Quando chegou o refrão, Cath estava mais cantando e fazendo uma coreografia improvisada (e totalmente ‘’ paga mico’’) do que varrendo. Logo que percebera que não sabia varrer (a casa estava à mesma coisa), resolveu tirar poeira dos móveis. Enquanto ‘tentava ‘ imitar a própria Demi Lovato e tirar poeira do vaso que estava em cima da mesinha de centro, a musica parou.

–Ué, o quê que aconteceu?- Dito isso ela se virou para o radio- AAAAAAAAAHHHHHHH! –gritou e deixou o vaso, que estava em sua mão, cair. Havia uma garota ruiva de mais ou menos a idade de Cath na porta, em choque.

– Oi? –A ruiva perguntou um pouco envergonhada (Havia presenciado o ‘show ‘ da Cath, mas estava em choque para falar naquela hora), depois de se recuperar do susto.

– Oi? – A loira perguntou se recuperando também. – Você também vai morar aqui?

– Aham, sou a Kiara.

– Prazer, Catherine, mas me chame de Cath – e a garota, sorrindo, foi cumprimentar sua nova amiga com um abraço, que respondeu surpresa, não estava acostumada com esse cumprimento.

– Érr, o que você estava fazendo?

– Limpando a casa – dito isso ela olhou ao redor. Tudo estava à mesma sujeira de antes, só que agora com um vaso quebrado no meio da sala. – Ou tentando – completou.

– Quer ajuda?- a ruiva perguntou depois de chegar à mesma conclusão que a colega.

–Obrigado, eu acho que sim – dito isso as duas foram arrumar a bagunça juntas, e por pedido de Cath, com musica.