Continuação Arya

Acordei com o canto de pássaros... Abri os olhos e olhei em volta, eu estava numa espécie de... Tenda?

Alguns outros garotos estavam deitados em “camas” como a minha, alguns estavam dormindo(ou desacordados) outros já estavam acordados.

Vários garotos corriam pra lá e pra cá dando algo para os meninos deitados beberem.

Até que chegaram em mim. Meu Deus onde eu estava?

- Oi, vejo que você acordou.

- Pois é... On..

- Tome isso. – ela me cortou – E tente dormir um pouco, você precisa descansar, a espada estava envenenada, sorte sua ter chegado aqui.

- Mais como eu Che...

Ela enfiou um canudo na minha boca e me forçou a beber um liquido... acho que era Milkshake  ... Estava ótimo.

- Descanse querida, por favor.

Ela me empurrou pra cama, como eu estava cansada, não quis discutir, me virei com uma dor na barriga, e dormi.

X

Acordei, de novo, mais dessa vez, assim que abri os olhos, vi duas pessoas olhando pra mim atentamente.

Uma garota de cabelos loiros, e olhos cinzentos sensacionais e camiseta laranja assim como a do Percy. E um menino, cabelos pretos, olhos como os... Como os meus, roupa preta e jaqueta de aviador, ele era até bonito.

Tentei me sentar. Com um pouco de dor consegui.

- Ham... Oi. – eu disse.

- Oi... – o garoto respondeu curioso.

- Oi, eu sou Annabeth Chase, filha de Atena, e você está no Acampamento Meio-Sangue, um acampamento para pessoas como nós que...

- Eu sei de tudo isso! – cortei ela – Percy me explicou!

- Como assim? Percy? – o menino se aproximou.

Eu fiquei olhando pra ele, tipo: quem é você? E acho que ele entendeu.

- Ah, meu nome é Nico Di Ângelo. Filho de Hades.

- Legal! – eu respondi – Mais então, sim, eu conheci Percy ... –olhei pela janela pra verificar o sol. – Ontem!

- Mas... como? Ele estava em...

- Portland? – interrompi de novo

- Exato.

- Você estava ... – falou Nico

- Como você chegou aqui? – o interrompeu Anna... Anna... Anna sei lá o que.

- Sinceramente eu não faço idéia.

- Você apareceu ontem, do nada, caiu na frente de todos na “cantoria” da fogueira. – disse Nico

- Me desculpe mas, eu não sei como eu cheguei aqui. E eu tenho certeza de que não foi Percy quem me trouxe!

- Por que?

Vi que a Annabeth? Sim esse é o nome dela. Vi que Annabeth estava muito preocupada com ele.

- O que você é dele? Namorada? – perguntei

- Ér... – ela corou – Sim. Sou namorada dele.

- Bem... – parei um pouco de falar, minha barriga doía se eu forçasse.

- Está tudo bem? – Nico perguntou.

- Sim está. Obrigada.

- Agora nos diga como conheceu Percy.

Contei toda a história a eles, desde o começo do meu dia. Até chegar aqui.

Annabeth parecia que ia chorar.

- Acalme-se Annabeth. – eu disse colocando a mão no seu ombro. – Tenho certeza de que ele está bem.

Tentei sorrir o melhor que pude.

- Mas... Esse jeito de você chegar aqui... Foi muito, muito estranho.

- É Nico. Foi. Mais eu não sei como, e nem porque aquilo aconteceu.

- Tudo bem. – suspirou Annabeth. – Eu vou avisar Quíron que você chegou... é...

Ela fez um gesto pra eu dizer meu nome.

- Ah. Sim. Arya Spenc.

Ela assentiu e foi. Ficamos eu e Nico ali.

Ele se sentou nos pés da “cama” e ficou me olhando, eu tamborilava os dedos e cantava baixinho Holiday – greenday desconfortável com aquela situação.

- Então... Nico!? Como é a sua vida? Sei lá... Tem irmãos?

- Tinha. – ele respondeu seco.

Vi que aquele era um assunto delicado de se falar com ele.

Como eu não agüentava mais aquele “hospital” . Tentei me levantar.

- Hey! – Nico me advertiu – Você não pode sair!

- Eu não agüento mais esse sol aqui, esse bando de gente que passa me olhando....

Ele sorriu.

Me levantei mais minha barriga doía.

- Me ajude Nico Di Ângelo. Vamos até o tal Quíron.

- Sim, mi lady.

Sorrimos, e ele me  ajudou a andar pra fora daquele lugar. Não que as pessoas fossem ruins mais... Eu me sentia desconfortável naquele estado!

Saímos do “hospital” e andamos, havia vária colinas, alguns chalés, um vasto campo brilhante de morangos, alguns meninos e meninas correndo ou treinando aeco e flecha... Alguns campistas, podemos chama-los assim, paravam e observavam eu e Nico. Algumas meninas, bonitas e bem vestidas murmuravam algo sobre eu e o Nico.

Enquanto íamos pro... Quíron. Eu e Nico começamos a conversar. Eu me sentia bem com ele.

- Você gosta de Greenday? – ele perguntou.

- Sim. – sorri – E você?

- Também. Eu gosto de rock.

- Jura? Eu nem tinha notado. – falei sendo sarcástica. Ele sorriu. – Eu também.

- Percebe-se.

- Quem me segurou ontem a noite? Quando eu...?

- Foi eu!

- Ah, obrigada.- eu disse e ele sorriu

Conversamos sobre muitas coisas, até chegarmos numa tal de Casa Grande, onde o Quíron está.

Subimos um degraus que davam em uma varanda, onde tinha uma mesa, e um homem, de camisa com estampa de tigre, bochechas rosadas, e uma coca diet na mão.

- Ah, que ótimo! – ele exclamou.- Mais uma?

- Sr.D. – disse um... Centauro? Era isso mesmo que eu estava vendo? Um centauro? – Modos por favor.

O Sr.D, deu de ombros e continuou.

- Qual seu nome garota?

- Ah sim... Sr.D. Meu nome é Arya.

- Bem, Arya.

- Você acertou o nome... – murmurou Nico baixinho.

- Vá para dentro, para conversar com Quíron – continuo o Sr.D. – Quanto a você Anne Bell, e o eminho ai, vão esperar fazendo suas tarefas.

Encarei Nico, e ele não pareceu gostar da idéia, nem do nome que o Sr.D o chamou.

- Vamos querida, entre. – disse o centauro me empurrando para dentro da casa.

Olhei pro Nico, e ele fez que sim, era pra eu entrar, com a cabeça.

Assenti, e entrei.

- Oi Arya, meu nome é Quíron.

Então esse é o Quíron? Ok!

Ele começou a me explicar as coisas que Percy já tinha me dito.

- Eu já sei disso. Já me explicaram.

- Ah, sim. Bem, como ainda não sabemos quem é seu pai olimpiano, você ficara no chalé de Hermes, até seu pai reclama-la.

- Ta. Posso ir agora? Eu quero me instalar no chalé.

- Sim, pode.

Sai, andando, pensando na minha nova vida. Eu estava extremamente feliz, até que eu me lembrei do Jeremy. O que seria dele sem mim?

Mais não é hora pra isso, primeiro eu preciso organizar a minha vida.

Voltei para a... Enfermaria. E peguei minha mochila e meu skate que estavam num canto. Como meu skate veio parar aqui?

Fui mancando para a saída, e lá estava Nico. Me esperando. Sinto que seremos grandes amigos.

- Aceita ajuda?- perguntou

- Claro, cavalheiro. – respondi fazendo uma reverencia tosca.

Ele sorriu, e pegou minha mochila.

- Você anda de skate?

- É, ando.- sacudi o skate.

- Legal!

Passei a o braço sobre seu ombro e fomos para o chalé de Hermes.

O chalé, era como uma daquelas cabanas de beira de rio, muito diferente de alguns chalés cheios de pompa. E esse estava incrivelmente cheio.

- Meu pai eterno! – exclamei – Eu vou dormir no teto?

- Não sei. – Nico riu. – Mas coloque suas coisas ai. E vamos sair daqui.

Parece que Nico me conhecia bem, não gosto muito de lugares cheios.

- Oi. – um garoto com cara bem travessa veio me cumprimentar. – Você que é a novata?

- Ah, oi. Sim, meu nome é Arya.

- O meu é Connor.

- Conno? Será que você poderia arrumar um lugar pra eu colocar as minhas coisas?

- Ah, claro, coloque aqui. – ele disse apontando pra um armário escrito Stolls. – Tenha certeza de que vai ficar mais seguro aqui!

- Obrigada. – eu disse colocando minha mochila no armário.

Eu não me sentia muito confiante, Hermes... Ladrões... Mais esse menino parecia legal, e no momento eu não tinha opção melhor.

- Vamos? – perguntou Nico.

- Pra onde?

- Almoço!

- SIIM!!! Estou morrendo de fome.

Ele riu.

- Mais ante... – ele disse tirando algo do bolso. – Tome isso.

Ele me entregou um vidrinho com um liquido dentro.

- O que é isso?

- Néctar, vai ajudar na sua recuperação.

Tomei, e instantaneamente, me senti muito melhor.

Chegamos no refeitório, as mesas eram de acordo com os chalés de casa um, a mesa de Hermes era a mais cheia. Havia duas mesas vazias, e uma em que Ananbeth estava com seus irmãos. Entre outras...

- Pra onde você vai?

- Para aquela. – ele disse apontando para uma mesa. – Ah, e não se esqueça de joga parte na comida aos deuses. Eles curtem isso.

- Ok.

Me espremi na mesa da Hermes, e dríades vieram trazendo comida, imaginei um suco de laranja no meu copo e apareceu! Meu... Ou melhor: meus deuses, como eu estou amando aqui!

Alguns garotos foram para a fogueira e jogaram parte da comida, e eu fui também.

- Seja lá quem for meu pai... Me reclame por favor!

Depois disso me sentei e comi.

- Bom campistas. –disse Quíron se levantando da mesa. – A noite teremos caça a bandeira. Se preparem.

- Caça a bandeira? – perguntei olhando para Connor.

- É, é um jogo bem legal. O objetivo é pegar a bandeira do outro time.

- Parece divertido!

- Até que é, geralmente não acontecem mortes... – ele respondeu calmamente.

Geralmente? Nossa! Tranqüilizador.

Todos começaram a sair do refeitório, e eu fiquei ali, na mesa, processando tudo que estava acontecendo.

- Ta tudo bem? – perguntou Annabeth me tirando do transe.

- Ah, ta, ta tudo bem sim.

- Vejo que você e Nico se tornaram amigos.

- É, nos tornamos, ele é um cara legal, parecido comigo e tal.

- Hum... Você esta se sentindo melhor? A barriga ainda dói?

- A não, não sinto mais nada, obrigada por perguntar.

Ela sorriu e saiu.

Andei em direção a praia.

- Arya?

- Nico!

- Aonde você está indo?

- Eu vou... Na praia, ver o mar.

- Quer... Ficar sozinha?

- A não, vamos.

Sentamos na areia e ficamos em silencio olhando o mar, por muito tempo.

- Nossa! – disse Nico

- O que foi?

- Já esta tarde. Acho melhor irmos tomar banho e descansar, temos três horas antes do jantar, e depois é a caça a bandeira.

- Vamos então.

Nico foi pro chalé dele e eu pro “meu”. Esperei alguns meninos tomarem banho, e fui.

Fiquei de baixo do chuveiro por cerca de quarenta minutos.

Me vesti, coloquei uma camiseta preta com um ômega prata bordado no canto, um jeans e um all star ( eu tenho muitos all star).

Me sentei na cama do Connor, e fui ler um livro sobre deuses gregos que Annabeth tinha me emprestado, e acabei caindo no sono.

Acordei com batidas desesperadas na porta. Olhei em volta, na esperança de que alguém fosse atender, mas o chalé já estava vazio.

- Ah, oi... Nico.- eu disse com a voz meio rouca.

- Vamos logo Arya, a concha já soou pro jantar!

- Meus deuses! – eu gostava de dizer “meus deuses” – Eu fui ler um livro e acabei dormindo de mais.

- Certo, agora vamos, daqui a pouco é a caça a bandeira!

Assenti, fechei a porta do chalé, e fomos. Me despedi de Nico, e fui para a mesa.

Novamente joguei parte da comida ao deus que eu não sabia qual, pedindo que me reclamasse!

E parece que deu certo.

Depois de oferecer minha comida a um “desconhecido”, sai andando calmamente pelo refeitório, e todos paravam e murmuravam algo me olhando, assustados e incrédulos. Eu nem me importei, continuei andando olhando pro chão.

Olhei para Nico, que também me olhava abismado, mais acho que vi um pequeno sorriso se formar em seus lábios.

Vi meu relexo na  minha badeja...uma chama negra em cima da minha cabeça como um elmo dentro. Arregalei os olhos e olhei pra Quíron. Ele se levantou.

- SALVE A FILHA DE HADES! – ele gritou, levantando a taça.

Todos fizeram o mesmo.

- Vá querida, sente-se com seu irmão.- Quíron disse fazendo um gesto em direção a mesa. – Depois do jantar, pegue suas coisas e coloque no chalé 13.

Quíron perecia preocupado com o fato de eu ser filha de Hades.

Me sentei na mesa, ao lado de Nico. Meu irmão. Chamar Nico de irmão? Ele era meu melhor amigo do Acampamento até agora, era estranho chamá-lo de irmão.

- Então... – ele disse colocando o braço em cima dos meus ombros. – Irmã?

Eu ri, e o encarei.

- Sim, irmão? – dei ênfase na palavra “irmão”

- Estranho né!?

- É, muito. Nunca vou me acostumar com o fato de te chamar de irmão... Mais... Você não sabe o quanto eu estou feliz por ser sua irmã... Por você ser meu irmão... Eu não poderia ter um irmão melhor que você.

Achei, por um breve momento que ele ia chorar.

- Também, estou muito feliz por você ser minha irmã.

Sorrimos um para o outro, e comemos normalmente, enquanto todo o Acampamento nos olhava.

X

-Hora da caça a bandeira.- anunciou Quíron – Os grupos serão: Atena, Hermes, Hades, Apolo e Afrodite no time azul. E: Ares, Deméter, Dionísio, Hefesto e Hécate no time vermelho.

Eles começou a explicar as regras e mais um monte de coisas, sobre a caça a bandeira, mais eu não estava prestando atenção. Eu tinha me esquecido completamente do Percy.

Comecei a pensar nele, em tudo que poderia ter acontecido.

- Duvidas? – disse Quíron por fim

- Quando o Percy volta? – eu disse levantando a mão.

Ele me jogou um olhar de: podemos falar sobre isso depois?

Abaixei a mão de vagar, enquanto todos me olhavam.

- Garota estranha, só podia ser filha daquele cara e irmã do eminho.

Olhei pra ela com um olhar mortal, e ela percebeu, porque foi chegando pra trás até sair correndo no meio da multidão.

Nico riu.

- O que foi? – perguntei

- Eu vi o que você fez agora. Eu também ouvi o que ela disse.

Sorri e me ajeitei. Observei todos com espadas, escudos , lanças, flechas, todos preparados pra luta, menos eu. Até Nico tinha uma espada.

- Ér... Nico?

- Sim mana...?

- Eu , tipo, não to preparada, eu não tenho nem uma espécie de arma.

- Quíron. – ele gritou balançando a mão. – Poderia vir aqui por favor?

Quíron assentiu e veio ao nosso encontro.

- Sim?

- Bem.. Eu não...- fiz um gesto mostrando as mãos vazias.

- Ah, sim, pois bem. Nico, lembra de um embrulho que seu pai te deu, dizendo que não era pra você, que na hora certa você saberia o que fazer com ele?

Dito isso, Quíron saiu, e eu fiquei boiando naquela conversa.

- Vamos! – disse Nico me puxando pelo braço e correndo pro nosso chalé.

- O que nós vamos fazer??? – eu disse quase caindo enquanto corríamos. – Nico? Nico? De vagar, eu vou cair!

- Ta. – ele disse ofegante ainda segurando meu pulso.- Me desculpe, é que a caça a bandeira já vai começar.

- Então o que viemos fazer aqui?

- Buscar uma coisa sua, pro jogo.

- Eu não vou bater nos campistas com meu skate, pode esquecer. – eu disse brincando

Ele começou a mexer nas gavetas, fez a maior bagunça, se bem que o quarto já estava uma bagunça antes. Percebi que organização não é o forte dos filhos de Hades, porque o meu quarto, de quando eu morava com a minha mãe, digamos... que não era muito organizado.

-Achei! – ele gritou, com um embrulho em mãos.

- Achou o que menino?

- É... Um presente do nosso pai, pra você.

Peguei o embrulho com cuidado. E abri.

Dentro dela, havia um colar de prata(acho) com uma caveira preta.

- A caveira foi banhada no Estige.

-É, lindo! – exclamei- Mais... No que isso vai ajudar no jogo?

- Coloque a mão na caveira, e mentalize uma arma, qualquer, contanto que não seja uma arma de fogo.

Coloquei a mão sobre a caveira e mentalizei uma espada.

De repente o colar se transformou numa espada de lamina negra, e com um crânio no cabo.

- Agora, vamos voltar. – disse Nico me puxando.

X

- Vocês sabem o que fazer certo?

- Certo! – todos disseram

- Nico e Arya,vão pegar a bandeira, Connor e Travis dão cobertura.

Essa foi a única coisa que eu prestei atenção. Fiquei voando longe... Era muita informação pra um dia só.

- Arya? Arya? – Nico me sacudia

- Ãn? O que?

- Ta na hora de irmos, eu e você temos que pegar a bandeira.

- Claro, vamos.

X

Tudo correu bem, pegamos a bandeira e ganhamos (claro), os campistas que não se feriram, como eu , Annie, Nico, Connor, Travis, etc.. Fomos pra fogueira cantar, ou melhor, ouvir os filhos de Apolo cantarem. Os outros foram pra enfermaria ou pro chalé.

Sentei no meio, Nico a minha direita, e Annabeth a esquerda.

- Annie... – eu disse. – Posso te chamar assim?

- Claro!

- Bem, Annie, eu ... Eu não sei o que aconteceu com o Percy , se ele está bem, ou ... De qualquer forma, eu me sinto culpada por isso.

- Ah, Arya. Você não teve culpa. Acredite.

Essas palavras de Annabeth me reconfortaram.

Eu até comecei a cantar  também. Eles estavam cantando The Only Exception. E como eu sabia a música, eu acompanhei.

Até, que a música parou no meio, e minha voz sobressaltou, só eu, cantando, alto e distraída. Quando eu percebi, senti minhas bochechas queimarem, que vergonha!!!

Nico riu, e eu dei uma cotovelada nele.

- Ai. – reclamou

- Filha de Hades? Vem cantar com a gente!

- A não... Eu não canto bem... Eu... – disse meio sem jeito

- Vai lá. – me encorajou Annie.

- Vai lá mana.

- Ta bem, ta bem, eu vou!

Fui até os meninos que estavam cantando.

- Oi meu nome é Joe.

- O meu é Arya. O que vamos cantar?

- Que tal... Giving Up The Gun? Conhece?

- Claro.

X

Eu cantei e recebi vários elogios, isso me deixou muito feliz.

- Eu não imaginei que você cantasse tão bem. – falou Nico

- Nem eu! – respondi

Ficamos rindo e conversando, mais Annabeth não.

- Eu já vou indo. – ela disse cabisbaixa

- O que? Porque? Aqui esta tão bom! – reclamei

- Eu estou cansada, os treinamentos hoje foram duros.

- Ah! Boa noite então. – eu e Nico dissemos juntos

Assim que ela saiu, eu me lembrei que ela é namorada no Percy! Isso fez eu me sentir mal.

- Ela está assim por causa do Percy não é?

- Com certeza. – respondeu Nico

Eu o abracei de lado, meus olhos começaram a embaçar, senti uma lágrima quente descer... Nico me olhou e pegou meu rosto enxugando a lágrima.

- Você? Chorando? – isso me fez abrir um leve sorriso – Não se culpe por isso, por favor! – ele pediu suplicante

- Eu...

- Eu tenho certeza de que Percy está bem! – ele me cortou –  Ele é um bom lutador!

- Obrigada... Por... Estar me reconfortando assim... Te amo maninho.

- Também te amo maninha.

Depois disso, eu fiquei até feliz, continuamos rindo, brincando, conversando com os outros. Até dar a hora de irmos.

Passamos na porta do chalé de Annabeth, e eu há vi olhando pela janela eu e o Nico, ela sorria, um sorriso fraco, mais sorria.

Entramos no chalé e Nico deitou. Eu fui pro banheiro, tomar um banho gelado, pensar um pouco.

Terminei o banho, me vesti com uma calça preta soltinha, e uma camiseta, amarrei o cabelo e guardei a toalha.

- Não vai dormir? – perguntou Nico com a voz rouca

- Pensei que você já estivesse dormindo! - ele revirou os olhos

- Ainda não respondeu minha pergunta! – que irmão controlador!

- Vou! – menti – Só tomei um banho pra relaxar antes.

- Ah, sim... – ele mal disse isso e já dormiu de novo.

Estava um pouco frio, peguei a coberta e o cobri, com cuidado pra ele não acordar.

Abri a porta do chalé de vagar, e andei em direção a praia. Eu precisava pensar.

Passei perto do chalé de Annabeth pra ver se ela ainda estava lá, olhando pela janela. E estava.

Fiz um barulho “sem querer” – Lê-se por querer – e ela me viu.

Sem esperar ela, fui para a praia, a noite estava linda, e a lua brilhava forte!

Senti uma mão macia tocar meu pescoço. Era Annabeth.

- Desde que... Bem, á muito tempo eu não vejo Nico feliz assim, sorridente, e conversando com os outros. Você faz bem a ele.

- E ele a mim. – sorri fraco.

- Olha, Arya, eu sei que Percy está bem. Esqueça esse assunto ok!? Logo ele aparece por ai, uma vez chegamos a achar que ele estava realmente morto. E ele apareceu quando estávamos queimando a mortalha dele! Dá pra acreditar?

- Deve ter sido muito engraçado! – eu disse sorrindo pensando na situação.

- Eu quase matei ele, ai terminaríamos de queimar a mortalha. – ela disse com o olhar longe, perdido no mar – Eu sei que ele vai voltar. Ele sempre volta.

E com essas palavras, ela foi embora, deixando somente eu e o mar, ali, cara a cara.

Me perdi em pensamentos, minha cabeça estava a mil com tudo aquilo acontecendo. Mais um problema, mais uma informação ela explodia!

Deitei na areia, e fiquei olhando as constelações.

- Percy, não se atreva a morrer! - eu disse sozinha

X

Acordei cedo, coloquei uma roupa, peguei meu Ipod e fui correr na praia.

Parece que os campistas não vão muito a praia, a não ser no final de semana,e como de costume, ela estava vazia. A areia estava molhada mais acima, onde a maré pegava de madrugada, o sol fraco batia nos grãos ao longe, fazendo com que eles brilhassem, a água salgada quase tocava meus pés, e uma brisa soprava perfeitamente. Ótimo dia pra correr na praia.

Mais longe, eu vi um garoto... Não sei quem era... Não consegui distinguir de longe.

Mais acho que ele me conhecia.

-Arya! – ele gritou – Espere!

Parei, ele estava meio longe, então eu fiquei parada por uns bons três minutos, trocando o peso das pernas.

- Arya. – ele disse ofegante. – Até que em fim de achei.

Bem, ele não era bem um garoto, já era adulto mais era novo.

- Ham... Eu te conheço?

- Creio que não! - ele disse amarrando o tênis de corrida.

Eu já tinha visto aquelas feições antes.