Andei decidia até o lugar onde aquele seqüestrador se encontrava. Eu exalava uma confiança falsa. O que eu realmente sentia era um medo tão grande, que se a vida dos meus amigos não dependesse de mim eu teria me matado ali e agora.

- Quem você pensa que é para mexer comigo, com meus amigos e com meu irmão? – indaguei – Deixa que eu respondo: você não é ninguém! Você é um inútil!

- Ora, ora. De repente a mocinha criou coragem para me enfrentar!? Tsc... péssima escolha – sua voz reverberou por toda caverna.

Me aproximei dele.

- Quem é você?

- Há-há. Menina tola! Eu sou Deimos! Filho de Ares! E...

O interrompi.

- Chega. Não precisa se vangloriar. Já entendi quem você é!
- Os três grandes e seus filhos – falou visivelmente se irritando – acham que são melhores do que todos!

Isso! Eu tinha que irrita-lo.

- Acho que temos razão! Seu pai perdeu um duelo para um filho de Poseidon. Mil vezes mais jovem e inexperiente! – sorri – Ridículo!

Ele trincou os dentes.

- Não cometerei os mesmos erros que meu pai! Você e seus amiguinhos morrem! Ah, e claro! Seu irmão.

Subindo as pequenas escadas até o trono. Percebi que ali ao lado, a alguns metros de mim, havia um pequeno lago subterrâneo, de um azul celeste incrível! Era até um crime uma coisa tão linda dessas em um momento como esse.

- Não cante vitória antes do tempo, Deimos... – rodei a espada – Você mais do que ninguém deveria saber disso! – fiquei a centímetros dele – Agora, chega de conversa!

Enfiei a espada com vontade, mas ele desviou e ela cravou no trono.

- Garota de coragem – comentou sorrindo.

Franzi o cenho. Corri até ele mais fui bloqueada por algo que se jogou contra mim, voei longe batendo as costas contra a parede.

Ouvi Percy gritar alguma coisa sobre eu ser uma maluca. Mas minha cabeça não estava boa o suficiente para eu responder. Mãos caíram sobre meu ombro, me foquei nos olhos azuis que me encaravam divertidos.

- Eros?

Ele não respondeu. Minha visão turva não permitia que eu visse se realmente era ele ou não. Mas, seja quem for, me ajudou a levantar.

Segurei a espada um pouco cambaleante. Eu me sentia tão... idiota. Estar tão mal só por causa de uma jogada na parede.

Eu queria muito mandar aquele idiota pro Tártaro sozinha. Mas eu não estava em condições. Olhei para Percy e fiz um gesto com a cabeça para que ele fosse soltar Nico.

Ele assentiu e foi matando tudo pelo caminho. Olhei para Deimos que sorria presunçoso.

Me concentrei no Submundo e as rachaduras começaram a aparecer. Minhas forças foram se esvaindo. Esqueletos trajados com fardas nazistas saíram de dentro das rachaduras. Cai no chão de joelhos tentando me recuperar.Eu nunca tinha feito aquilo antes, foi legal, mas cansativo.

Os esqueletos saíram massacrando tudo, alguns se aventuravam em tentar matar Deimos. Mas não conseguiam.

Andei até Nico, soltei suas mão com tanta pressa que nem eu percebi. Percy não tinha conseguido chegar até ele, estava começando a lutar contra Deimos. Ah, Percy... não devia fazer isso.

Assim que soltei Nico, o abracei, senti ele retribuir com dificuldade.

Lágrimas caíram de meus olhos. 

- Seu idiota! – murmurei – Senti tanta sua falta...

- E-E..

- Não force para falar – adverti. Ele me olhou e seus olhos se encheram de água – Eu estou aqui agora. Tudo vai ficar bem. Olha, fique aqui, escondido, eu já volto. Se tudo der errado, fuja!
Levantei rápido, vi Percy caído no chão, Deimos ia mata-lo. Viajei pelas sombras e fui parar atrás do “deus”, minha cabeça girava, atravessei a espada no estomago dele.

O sangue dourado começou a sair. O cara se virou para mim com uma careta grudada no rosto.

- Você... – ele rangeu os dentes.

- Eu – sorri – Tenho uma surpresinha pra você!

Desci a espada mais, quase o partindo no meio. Alguns minutos depois ele desapareceu.

- Mas o que...?

- Ele será julgado! Os deuses o levaram! Mas não temos muito tempo... ele deve voltar, dependendo...

Ajudei Percy a se levantar.

- Agora estamos... – antes de eu terminar a frase, sou novamente jogada a parede.

Mas dessa vez, pelo Jeremy.

- Eu vou terminar o serviço – falou sorrindo.

O empurrei e me coloquei de pé.

- Vamos... me mate – sorri.

Ele desferiu um golpe contra mim que foi bloqueado com dificuldade tamanha. Merda.

Girei o corpo e bati o cabo da espada em sua nuca. O deixei de costas para mim e chutei sua coluna. Estava até fácil, ele estava machucado por conta da luta com meus amigos.

Ele caiu de joelhos, e eu me aproximei chutando seu tórax. Não queria mata-lo, já tinha matado minha melhor amiga! Não conseguiria realizar a mesma proeza pela segunda vez em um dia.

Ele tossiu e sorriu com escárnio.

- Vo-você não consegue me matar, não é?

Fiquei paralisada. Não sei porque. Meus olhos ficaram fixos naquele ser que tentava se levantar.

Quando finalmente conseguiu, eu tentei me mover, mas ele foi mais rápido tirando a espada da minha mão com um único golpe.

- Engano seu, Jeremy.