Deuses! Que situação! O que eu ia dizer a ele? Meu amigo... daquele jeito. Tão... triste. Eu queria poder ficar ao lado dele, ajuda-lo, mas... não posso. Tenho deveres a cumprir. Minha vida não é mais a mesma de antes. E, acho que nem a dele.

- Eu sinto muito, Nathan. Mas eu preciso ir – o abracei forte.

- Eu... eu precisava de você... – gaguejou.

- E eu queria muito poder ficar aqui. Com você te ajudando. Mas eu não posso – apertei minha mão em sua cintura – Não fique assim, por favor. Logo nós vamos nos ver,eu vou poder te ajudar muito mais.

- Arya eu preciso de contar uma coisa. Mas... não conte ninguém ainda. Eu confio em você! – ele disse serio.

- Sim, claro. Pode falar.

- Eu...

- Ei! Arya! – interrompeu Diuly – Ah... me desculpe se eu atrapalhei alguma coisa eu...

- Não! Pode falar com ela – Nathan me soltou – Depois eu te falo.

Assenti, mesmo sabendo que o “depois” não chegaria tão cedo.

Nathan voltou para o seu quarto, deixando eu e Diuly.

- Diga.

- Bom, é que... eu queria saber se você... eu e você...

- Estamos bem – sorri – Agora, vá terminar de arrumar suas coisas.

X

Estávamos no jardim lateral da mansão. Tínhamos que ser rápidos, porque nem o Joe, nem o Nathan e nem a Marie poderia nos ver.

- Todos prontos? – perguntou Percy.

- Sim – respondemos em uníssono.

- Bom, teremos que ir de dupla, certo? Dividam-se da seguinte forma: o que tive mais habilidade com o pegaso com o que tiver menos. Eu e a Annabeth vamos juntos.

- Bem... eu sou boa com pégaso – falei – E o Connor também. Então, o Travis vem comigo e a Diuly fica com o Connor.

- Ótimo. Subam logo.

Percy e Annabeth subiram em Blackjack. Connor e Diuly subiram em um pégaso marrom e eu e Travis em um branco.

- Qual o nome dele? – perguntei.

- Snow! – alguém respondeu.

- Snow... – repeti – faz sentido.

Logo todos já estavam no ar. O vento era cortante, seria um longo caminho até o Texas. Todos estavam mais a frente, enquanto eu era a ultima. Não por falta de treinamento, mas porque eu queria ver o bosque. Algo me dizia que o bosque do meu sonho era aquele. O bosque era realmente denso, seria difícil de enxergar qualquer coisa lá embaixo. Mas, mesmo assim, tentei.

Nada de mais, até passarmos por um lugar mais aberto, a maioria das arvores estavam destruídas. Consegui ver uma camiseta amarela no meio daquele verde. Deuses! Será que..?

- Vou descer! Rapidinho! Avise os outros” – gritei para Diuly que assentiu e avisou os outros que desceriam também.

O pégaso pousou no lugar mais acessível que ficava a alguns metros do local onde eu tinha visto, o que provavelmente era uma pessoa.

Assim, desci correndo e me aproximei do ser ali jogado.

Me aproximei correndo, gritando: “você está vivo?” . Com coisa que se estivesse morto me responderia.

Virei a pessoa que estava de bruços de frente para mim. Quando eu olhei o rosto... eu cai para trás e comecei a chorar.

Deuses! Isso não podia estar acontecendo. Simplesmente não podia. Era tudo culpa minha. Merda!

As lagrimas corriam sem dó no meu rosto. Me abaixei e abracei Lee, morto.

- Arya o que...? – a voz de Percy se perdeu.

Eu não consegui encara-lo. A única coisa que eu consegui fazer era abraçar Lee e chorar.

- Me desculpe... – murmurei.

Acho que eu fiquei mais de dez minutos ali. Chorando.

- Arya... temos que ir.

- NÃO! – gritei – Não podemos deixa-lo aqui.

- Apolo virá busca-lo, tenho certeza... – falou Annabeth baixinho – Vamos...

- Eu sinto muito Lee... – falei o soltando assim que vi um Maserati descendo do céu – Vamos logo. Não quero encarar Apolo.

- Tarde de mais – ouvi a voz do deus reverberar por entre as arvores.

- A-Apolo? – falei tremula.

- E quem mais? – indagou sorrindo. Mas não aquele sorriso de sempre – Quero que saiba que a culpa não foi sua. Já sabíamos que isso ia acontecer – franzi o cenho – Quem sabe você não poderá visita-lo no Elísio depois?

Comecei a chorar de novo.

- S-Sim... claro.

- Não chore, Arya. Você fica feia – sorriu de canto.

- Não muito diferente se eu estivesse sorrindo – comentei sem animo.

- Oh querida... – ele se aproximou e colocou a mão em meu ombro – não se culpe, sim? Era o destino. As coisas não acontecem por acaso.

- Grande merda esse destino!

- Agora, não se preocupe e termine sua missão. Vou precisar de você.

- P-Precisar de mim? Mas o que...?

Antes que eu terminasse de falar. Ele desapareceu junto com o corpo de Lee.

- Bom... acho que devemos ir – falou Annie com os olhos vermelhos.

- É... acho que sim. Vamos arrebentar a cara de uns idiotas! – respondi com raiva daqueles que fizeram aquilo com Lee. Eu ia me vingar. Acredite.

X

- Falta quanto tempo pra chegar? – resmungou Travis.

- Não sei – respondi nervosa.

- Olha o que aconteceu com o Lee...

- Não fale nada. Eu estou bem! – menti.

No fundo. Bem no fundo. Era verdade. Eu não havia sofrido tanto, acho que as palavras reconfortantes de Apolo me ajudaram um pouco.

Voamos durante cerca de quatro horas, o que não foi nada confortável para mim.

O pégaso da frente desceu, em cadeia, os outros desceram também, seguindo Blackjack.

Descemos dos nossos “cavalos-alados” e nos reunimos em uma roda.

- Bem, onde estamos? – perguntei.

- A aproximadamente três quilômetros da caverna – concluiu Annabeth.

- Qual é o plano? – perguntou Diuly.

- Bom, Connor e Travis entram e distraem Jeremy e o outro cara. Enquanto eu, Diuly e Arya procuramos a mesa de pedra, Percy solta o Nico.

- Mas e se tiver... tipo, um exercito!?

- No caso, deve ser pequeno – falou Percy – Conseguimos dar conta de um numero considerável, porem pequeno. Vai dar tudo certo Arya, não se preocupe.

- Espero que sim.

- Mas e se o plano for por água a baixo? – indagou Diuly preocupada.

- Ai, a gente joga tudo pros ares, me mata e mete a porrada no inimigo!

- Gostei. Menos da parte de te matar... – falou Travis sorrindo.

Repassamos o plano mais quatro vezes, preenchendo algumas lacunas nele. Até que estávamos realmente prontos.

- Preparados? – perguntou Annabeth confiante.

Fui a primeira a me levantar. Bati na roupa tirando a terra dela. Transformei meu par de adagas.

- Vamos cortar algumas cabeças!