- Está tudo bem? – perguntou Connor se sentando ao meu lado.

- Sim... eu acho. Porque?

- Você estava gritando...

- Foi só um sonho ruim.

- Tem certeza? – ele me abraçou e eu assenti – O que aquela mulher queria com você, amor?

Eu queria muito desabafar. Mas, aquela não era a hora certa para eu contar ao Connor o que eu descobri sobre mim. E é claro, eu tinha que contar ao Percy. Eu prometi a ele que contaria. E uma promessa minha, não é nunca, nunca descumprida.

- Nada de mais. Era Nyx. E você sabe que ela é meio vidrada em mim! – respondi passando a mãos por seus cabelos.

- Tem certeza de que é só isso? Não tem nada que você queira me dizer?

- Não. É só isso – menti.

- Hum... – ele me apertou mais contra seu corpo – estava com saudades.

Ri.

- Eu estou sempre aqui, Connor. Todos os dias.

- Você não entendeu – suspirou – desde que chegamos nessa mansão, passamos pouquíssimo tempo juntos. A maior parte do tempo ou você estava lutando, ou desmaiada, ou dormindo ou com o Percy.

- Ciúmes...? – falei sorrindo.

- Não, eu confio plenamente em você e no Percy. Mas... entende?

- Não...

Senti ele sorrir.

- Qual será nosso próximo passo? – perguntou a mim.

- Como se eu soubesse! Mas... acho que temos que encontrar Lee.

- Lee...

- Algum problema?

- É que... nada.

- Nada? – indaguei – Você ia dizer algo. Agora, fale!

- Acho que eu sei onde ele pode estar...

- Como assim Connor? Me explica isso. Agora.

P.O.V Percy

Connor subiu as escadas correndo enquanto ouvíamos Arya gritar. Eu ia subir, mas Annabeth segurou meu braço.

- Eles precisam de um tempo sozinhos – falou.

Sentei-me apreensivo ao lado de Nathan , enquanto Annabeth procurava algo em seus livros. O fato de Arya ter feito uma coisa estranhamente macabra na testa de Diuly – que agora dormia tranquilamente – ainda intrigava a ela, tanto quanto a mim.

- O que iremos fazer, Annabeth? – perguntou Travis.

- Arya exigiu que achássemos Lee primeiro. Mas, acho que não será preciso. De acordo com o que Connor me disse, eu já tenho uma ideia de onde ele está.

- Pode nos dizer?

- Acho melhor falarmos sobre isso quando estivermos todos reunidos.

- Tem razão – concordei – Arya não vai gostar nada se saber que tomamos uma decisão sem ela. E também, ela é boa em improvisar. Vai ser de grande ajuda ela na hora de bolar os planos.

Vi o rosto de Annabeth ficar vermelho. Ela tinha muito ciúmes de mim e Arya. Sem motivo algum claro. Mas eu não ia deixar minhas amizades. E, nosso relacionamento anda muito conturbado. Depois dessa missão, precisaremos conversar seriamente.

- Percy... eu... – Nathan ia começar a me dizer algo, quando vimos Connor e Arya descerem as escadas animadamente.

Todos se calaram e encararam Arya, como se ela fosse se transformar em um monstro e devorar a todos nós.

- Oi gente! – ela falou com uma expressão fria.

- Como se sente? – perguntou Ananbeth.

- Bem. Encontrou alguma coisa sobre mim nos seus livrinhos, Annie? – falou desdenhosa. De uma forma que deixou Annabeth furiosa.

- Qual seu problema? – perguntou um pouco exasperada.

- Bom, acho que é isso que todos querem saber não é? Mas no momento, neste exato momento, o único problema aqui, é você procurando algo nesses seus livros que “me explique”. Eu me sinto como uma planta, e você é a garotinha que precisa terminar o trabalho de ciência sobre mim, procurando minha droga de vida em livros. Como você se sentiria? Acha que eu não percebi que você apenas perguntou como eu estava para procurar os “sintomas”, e ligar uma coisa a outra!? Só te digo uma coisa para poupar o seu trabalho: você não vai achar nada que explique aquilo nesse malditos livros! Eu não sou seu projeto de ciências,  filha de Atena!

Acho que Arya desabafou totalmente ali, senti fúria em suas palavras. Eu esperei uma carnificina acontecer, mas, pelo contrario: Annabeth não disse nada, e voltou a fitar o livro com a mesma atenção de antes. Como se nada tivesse acontecido.

A expressão de Arya continuava a mesma de quase sempre. Dura e fria. Era quase impossível ler suas emoções.

- Acho melhor você se sentar. Temos que ligar alguns pontos para descobrir onde Lee está, já que é isso que você quer fazer primeiro – eu falei.

Annabeth largou o livro e apoiou os cotovelos em seus joelhos.

Arya sentou-se em uma poltrona, e Connor no braço dela (da poltrona).

- Bom... – pigarreei – acho que.... Annabeth? – fiz sinal para ela começar.

- Primeiro, vamos ouvir o que Connor tem a dizer.

- Bom, no dia do desaparecimento dele – começou Connor do jeito de sempre – eu o vi atrás do castelo, discutindo com alguém. Ouvi barulhos de espadas se chocando, mas como eu acho o Lee meio maluco, achei que ele estivesse... sei lá, treinando. Até eu ouvir seu grito. Quando eu cheguei lá, tinha apenas sangue, e um pedaço de manto vermelho.

- Manto vermelho...? – repeti encarando Arya esperando que ela tenha tido o mesmo pensamento que eu. Ela parecia ter entendido, pois assentiu.

- Ele está onde o Nico está – concluiu.

- Correto – confirmou Annabeth.

- Mas... eis a questão. Onde o Nico está?