Arya

Então. Lá estava eu, dançando com o Nathan e pisando no pé dele. Já que o Connor sumiu. Assim como Travis e Annabeth. Travis com certeza estava com Connor. Agora... gostaria muito de saber onde Annie está....

- Arya! Arya! Para de viajar e se concentre antes que arranque meu pé! – falou Nathan me tirando dos meus devaneios.

- Ãn... desculpa Nathan. Eu disse que não sabia dançar valsa. E ainda tem esse sapato aqui! Claro que se eu tivesse de tênis, dançaria muito melhor!

- Agora você vai trocar de parceiro. Quando eu te girar. Você vai para aquele cara ali...

Ele me explicou apontando para um homem com uma mascara vermelha.

- Ta bom. Entendi.

Nathan me segurou pela cintura e depois me rodou. Fazendo com que eu fosse parar como par do homem de mascara vermelha.

- Olá senhorita... – ele disse me conduzindo na dança.

- Ãn... oi.

- Como está seu pai?

Arregalei os olhos. Mas controlei-me.

- Bem. Obrigada por perguntar.

- A tempos não o vejo...

Antes que eu pudesse questionar, fui para outro par. O homem dessa vez, tinha uma mascara que cobria o rosto todo. Ele era... o Jey? Eu... minha mente parou. Eu só conseguia ficar olhando para ele.

- Jey eu... – ele sorriu de canto e me jogou para outro cara.

- Como você esta linda Arya... – eu conhecia muito bem aquela voz melodiosa.

- Eros...

- Que bom que me conheceu.

Isso não estava certo. Não estava acontecendo como no meu sonho. Não estava.

- O que está fazendo aqui? Você tinha dito que...

- Não confio em Nyx para cuidar de você.

Sorri de canto.

-Ora, eu não dou muito trabalho senhor Eros. Admita que você veio só para aproveitar a festa.

Essa dança que nós dois estávamos tendo esta demorando mais que as outras.

- É. Essa dança demora mais mesmo. Percebo que nunca foi a um baile que se preze.

- Isso é invasão de privacidade sabia?  - reclamei e fiz um bico.

- Desculpe. É que eu fiquei muito curioso em saber o que se passa nessa sua cabecinha.

- Você fala comigo como se eu tivesse seis anos.

- Mas eu não consigo ler seus pensamentos direito... eu não os entendo. São muitos. São confusos...

- Isso é bom. Pelo menos pra mim. É ante invasão de privacidade – ele riu.

A dança era muito difícil. Admito. Pisei nos pés do deus milhões de vezes.

- Odeio dançar!

- Relaxa e deixa que eu te conduzo... – fiz o que ele mandou – a propósito, onde está seu namorado?

- Ocupado. Essa dança nunca acaba não?

- Ainda temos muito o que dançar...

- Ótimo!

Me desliguei de tudo por um momento. Jey aqui, Eros também, nada acontecendo como no meu sonho... aquilo não era certo. Nada disso estava certo. Eu estava cansada de tudo, da vida, cansada fisicamente e mentalmente. Acho que e melhor saída seria eu me matar logo de uma vez, e poupar a vida do meu irmão.

- NÃO! Você não pode desistir!

- Para com isso! Para de ler meus pensamentos...

- Você se concentrou muito nesse... foi impossível não ouvir.

- Hum...

De repente o deus ficou tenso. Começou a olhar para os lados o tempo todo, como se a qualquer momento uma bomba fosse explodir em nossas cabeças.

- Temos que sair daqui! Venha! – ele segurou firme no meu pulso.

- Não terminamos a dança...

Não que eu queira terminar. Mas... sei lá. Eros tinha uma cara de ... estuprador. Mas ele era bonito. Bem, tinha que ser não é verdade? Ele era o deus do Amor. E nos filmes o amor é sempre tão lindo e blábláblá.

- A dança não importa agora!

- Porque esta cuidando de mim? Disse que me deixaria para Nyx.

- Não confio muito você a ela.

Sorri.

- Eu sou tão importante assim?

- Não imagina o quanto – respondeu sorrindo de lado.

- As vezes eu tenho um certo receio sobre você... – as palavras escapuliram da minha boca sem permissão. Droga! Eu tenho o habito de dizer sempre o que penso.

Eros me encarou curioso, franzindo o cenho.

- Sobre o que? – paramos de andar para ele me olhar.

- Porque você me ajuda tanto? O que...? – não encontrei uma palavra para terminar.

- Sua vida significa muito para mim. Vemos um futuro muito... promissor!? – ele estava se alto-perguntando? – para você.

- E te envolve?

- Em vários sentidos.

- Isso me da medo...

- Não se preocupe querida. Você esta destinada...

- Destinada...?

- Eu falo de mais pra você. Melhor continuarmos a andar.

- Para onde exatamente?

 - Venha!

X        

Sentei no sofá de couro vermelho, naquele escritório que parecia coisa de filme. Observei os livros na prateleira de longe, enquanto Eros fechava a porta com cuidado.

- O que viemos fazer aqui? – perguntei com desprezo.

- A sua visita chegou – respondeu com pesar na voz – Jeremy... ele...

No mesmo instante alguém arromba a porta do escritório. Me levantei instantaneamente. Não tinha nada para lutar naquele momento. Nem lembrei do meu colar, então peguei um troféu que estava em uma mesa perto e o empunhei. Ridículo.

- Arya... te procurei por toda parte meu amor... onde esteve? – murmurou Jeremy entrando.

- Não me chame de “meu amor” – cuspi as palavras nele.

- Ah... Arya, Arya, Arya... sempre nervosinha...

- Sugiro que cale essa boca!

- E Eros... – ele se virou para o deus que até agora não fizera nada – descobri uma coisa que... nana nina não. Não devia acontecer de fato.

- Querida, sinto muito... não posso interferir  mais do que já estou na sua vida. Regra dos deuses. Sinto muito. Tenho que ir.

Não esbocei nenhuma reação. Por mais que eu estivesse com raiva do deus. Queria gritar com ele, xinga-lo, gritar: ei! Como você pode me jogar aos lobos desse jeito?

Mas não, eu não daria esse gostinho ao Jeremy. Não depois de tudo.

Jeremy se aproximou de mim, e de trás dele surgiu o homem do meu sonho, o homem que havia seqüestrado meu irmão. O homem com o qual eu tinha um elo,feito pelo mesmo! A raiva me subiu. Tentei acerta-lo com o troféu, mas Jeremy o pegou no ar antes te chegar ao seu mestre.

- Bravinha.

Meu sangue pulsava com puro ódio. E pensar que eu já fui amiga daquele maldito...

- E quem é esse ai? – apontei para o homem de manta vermelha escura – Qual o nome desse individuo?

- Insolente. Como você me disse. Pegue-a. – ordenou o homem.

Jeremy veio para cima de mim, mas eu o chutei o que conseguiu afasta-lo por um tempo. Ta, mas tinha um problema: eu estava desarmada, e ele era forte, eu não tinha tempo para evocar esqueletos. Tinha que pensar rápido, pensa Arya, pensa...

Senti os braços fortes de Jey me envolverem, prendendo os meus, me impossibilitando de bater nele.

Ele me encara com os olhos cor prata. E abre um sorriso cínico de lado depositando um beijo em meus lábios. Eu arregalo os olhos.

- VOCE TEM QUE ME BEIJAR SEMPRE QUE ME VE? – berro com raiva.

Ele apenas sorriu de novo, e começou a me puxar para sairmos dali. Firmei meus pés no chão tentando impedir que ele me levasse.Eu precisava ficar ali, não podia ir, se não meu irmão morreria, e o império do meu pai cairia.

Olhei para trás e fitei a janela grande do escritório. Era daquelas janelas grandes, de quadradinhos de vidro sabe? Ah, não sei explicar. Acho que embaixo dessa janela tinha um jardim.

Sem saber direito o que eu estava fazendo, dei um chute naquele lugar em Jey .

- Você só vai piorar as coisas... não tem como você sair daqui. – murmurou Jeremy.

Corri para a janela e choquei meu corpo contra ela fazendo-a quebrar. Resumindo: eu pulei da janela. Da janela do segundo andar!