My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 3
Ataque Frustrante


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Nesse vocês vão ficar cara a cara com um vampiro. E posso dizer que ele vai aparecer muito ainda... Espero que gostem! :DD



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Reconheço-o na mesma hora e a raiva me inflama.

– Vai uma mãozinha aí? – Ele perguntou rindo.

Marcus.

Ele é um vampiro velho, que foi transformado novo, então tem uma aparência de um jovem de uns 20 anos. Ele já é um antigo conhecido, sempre aparece junto com os bandos, dando ordens, às vezes sozinho como agora, mas nós nunca conseguimos pegá-lo. Se tiver que comparar, ele é como eu. Líder de um grupo, dentro de outros grupos. Ele é um dos mais poderosos. E parece que nas horas vagas, ele gosta de me perturbar.

Eu tentei subir na árvore novamente, mas não consegui. Senti que minhas mãos começavam a escorregar. Tenho que lembrar de começar a usar luvas de couro para momentos como esse. Marcus continuou rindo da minha cara. Ele pisou com sua bota em uma das minhas mãos, o que doeu para caramba e dificultou mais ainda minha situação.

– Quem vai te salvar agora? – Ele perguntou.

– Seu desgraçado! Eu não preciso que ninguém me salve. – Eu falei com a voz embargada. Minha mão estava doendo e eu não ia aguentar mais por muito tempo.

– O que foi? Tá doendo? – Ele riu e apertou mais ainda o pé sob minha mão.

Eu soltei um gemido. Não queria demonstrar fraqueza na frente dele, mas não podia negar a dor. Então alguns segundos depois não aguentei mais e minha mão escorregou do galho. Consegui ver sangue nos meus dedos, onde ele pisou. Estavam ardendo.

Eu estava pendurada só por uma mão agora. Decidi que era melhor eu me soltar antes que ele resolvesse me atacar. Talvez eu conseguisse pegar uma estaca e fazer ao menos algum arranhão nele.

– Esse seu sangue tem um cheiro muito bom. – Ele disse.

Eu olhei para ele com raiva. De todos os vampiros, esse era o que mais conseguia me tirar do sério. Não sei o que acontecia comigo quando estava na presença daquele maldito.

Marcus se agachou no galho acima de mim e chegou o rosto bem próximo do meu. Ele tinha um sorriso maligno brilhando ali. Seus olhos escuros e sombrios olharam dentro dos meus. Ele passou os dedos pelos lábios, como se estivesse pensado, me analisando. Foi nesse momento que eu soltei o galho. Quando pensei que estava caindo, Marcus agarrou meu pulso e me puxou para cima.

Eu estava ofegante e confusa, mas não tirei os olhos do vampiro. Peguei minha estaca na mesma hora. Marcus riu mais uma vez. Minha raiva só fluiu mais ainda.

Quando se trata de vampiros, nós caçadores sabemos que não podemos nos precipitar. Eles são calculistas e podem ouvir os nossos batimentos cardíacos, saber como vamos reagir. É por isso que o Tony ficou lá enrolando com aquela garota, temos que ser cautelosos, ir com calma ou tudo pode dar errado.

Mas com esse Marcus, acontecia que eu não conseguia me controlar. Era como se todo o meu treinamento se esvaísse. Eu perdia totalmente o controle.

Eu agarrei a estaca com mais força e dei um golpe em direção ao peito do vampiro. Mas foi tudo muito previsível, é claro, e o Marcus já estava preparado. Ele agarrou meu pulso e parou meu movimento no ar. O rosto dele ficou sério. Ele tentou puxar a estaca da minha mão, mas eu não soltei e acabei indo para cima dele. Marcus pegou meu queixo e apertou com força.

– Eu salvei você, e é assim que me agradece? Que falta de educação.

– Eu não pedi para você me salvar de quebrar uma perna. – Eu disse.

Ele se irritou.

– Você é só mais uma caçadorazinha de merda!

Eu podia sentir o hálito frio dele bem no meu rosto. Não tinha cheiro de nada. É claro, ele estava morto.

– Vamos ver se você vai achar isso quando eu te matar.

Marcus soltou uma gargalhada falsa.

– Joyce, Joyce, você não tem bons modos mesmo, não é? Mas é claro, seus pais não tiveram tempo de te educar...

Ouvi-lo falar dos meus pais de meu deu mais raiva. Mas também senti uma pontada no peito.

– Eu vou acabar com você!

– Acabar comigo? Você não está vendo a situação? Eu posso te matar num piscar de olhos. E acredite, eu estou me segurando para não experimentar agora mesmo o gostinho desse seu sangue.

Só de pensar em ter os dentes daquele vampiro cravados no meu pescoço, eu me arrepiei. Com medo e com algo mais.

– Isso nunca vai acontecer, seu defunto do inferno! – Eu gritei.

– Cuidado com as palavras, caçadora. – Ele falou e eu vi suas presas crescerem.

Eu tentei forçar minha mão a descer, ver se conseguia enfiar a estaca nele, mas a força dele era maior que a minha. Ele foi apertando meu pulso e fazendo-o virar, até que começou a doer de verdade e eu soltei a estaca, que foi parar lá em baixo.

– Eu já tive muitas oportunidades de matar você. – Ele disse, sua voz agora mais sombria. Suas presas estavam totalmente à mostra. – Mas nunca fiz. Acho que fui bonzinho demais por muito tempo...

– Você nunca chegou perto de me matar. Não mais do que eu cheguei de matar você!

– Você e esse seu bando de exterminadores nunca vão conseguir acabar comigo. Vocês são todos estúpidos. Para não dizer que eu sou mal educado, talvez você seja a única que se salve. Na verdade, eu devo admitir, uma vez ou outra você quase me pegou...

Ele falou com total sarcasmo.

– Você é nojento. – Eu falei e cuspi no rosto dele.

Marcus passou a mão no rosto lentamente e quando tirou, eu pude ver o ódio que se apoderou dele. Ele agarrou meu maxilar com força e virou meu rosto. Eu senti que sua boca chegava perto do meu pescoço.

– Você vai aprender a fechar essa boca, caçadora. – Ele disse. E eu me senti mais fraca como nunca, só esperando aqueles dentes furarem minha pele.

– Joy! – Era a voz de Jason.

O vampiro se afastou de mim rapidamente. Eu olhei para baixo e vi que todo o meu grupo estava lá. Na distração do Marcus, eu aproveitei para pegar minha estaca. A única que tinha sobrado era a minha original. Quando fui dar um golpe, ele viu e conseguiu se afastar. Mas a estaca se cravou em sua perna. Ele gritou. Mas eu não esperei para ver o que ele faria em seguida. Dei um salto e pulei da árvore.

Tony me amparou lá em baixo.

– Eu vou pegar você, seu desgraçado! – Jason gritou e apontou um atirador de estacas para a árvore. Ele disparou, mas não acertou.

Marcus deu uma última olhada para nós, lançou um olhar furioso para mim e desapareceu. Jason ficou frustrado.

– Aquele filho da puta! Ele sempre consegue escapar!

Ele virou e olhou para mim. Agarrou meus ombros.

– O que ele fez com você? Sua mão está sangrando. Eu vou acabar com ele!

– Jason, calma! Eu estou bem! – Eu disse.

Eu consegui fazê-lo se acalmar e todos nós caminhos de volta para casa. Fiquei pensando na minha estaca que tinha ficado na perna de Marcus. No caminho, Ally se aproximou de mim. Eu dei um sorriso cansado para ela.

– Você deixou ele te descontrolar de novo, não foi?! – Ela mais afirmou do que perguntou.

A Ally era a única que sabia como aquele Marcus me deixava perturbada.

– Ele me pegou de surpresa dessa vez. – Eu confessei.

– Joy, ele poderia ter te matado.

Eu fiquei calada. Aquilo parecia uma verdade duvidosa e eu não sabia bem o por que.

Quando finalmente chegamos em casa, a Ally me deu um abraço.

– Na próxima vez eu pego aquele vampiro desgraçado. – Eu disse. A Ally apenas balançou a cabeça e saiu.

Eu observei-a ir e fiquei pensando em como ela ainda podia ser minha amiga enquanto eu tenho um rolo com o cara que ela gosta.

– Eu não acredito que você me fez ir atrás dela. – A voz do Tony surgiu atrás de mim. Eu me virei para olhá-lo. Sua expressão era séria e preocupada.

– Você a pegou? – Perguntei.

– Você podia ter morrido.

– Eu já ouvi isso.

Ele continuou sério. Eu me aproximei dele.

– Eu prometo que não vou morrer antes da gente ter um encontro. – Eu falei sorrindo.

Ele balançou a cabeça, indignado com minha brincadeira de mau gosto. Mas depois se entregou e sorriu também.

– Eu vou cobrar. – Ele disse e segurou minha mão. Depois chegou mais perto e me deu um beijo leve, só um toque nos lábios. Por algum motivo eu me sinto vulnerável quando beijo o Tony. Não gosto de me sentir fraca.

Ela se afastou e eu soltei um suspiro. Ele sorriu e eu sorri de volta.

– E sim, eu a peguei. - Ele disse e saiu.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Reviews! Reviews! Me digam tudo! Vou ficar imensamente feliz e grata!! :DD