My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 11
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Mais um novo capítulo. Curiosos? Bom, não tem muito o que dizer, só que espero que gostem! E depois comentem! Boa leitura!

PS: Gente, se não for incômodo, gostaria que vocês comentassem se encontrarem algum erro de português no capítulo, aí eu eu ajeito depois. Obrigada desde já! :DD



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Eu não tinha como contar o tempo, mas já devia fazer mais de uma semana que eu estava presa. Tudo era horrível que eu estava passando ali era horrível. Mas o que mais estava me incomodando, eram as minhas necessidades fisiológicas. Eu precisava ir ao banheiro urgentemente. Minha barriga doía muito, e minha vontade de fazer xixi era imensa.

Os vampiros me humilhavam e machucavam todas as noites. E numa dessas, eu acabei não conseguindo segurar e senti o líquido quente molhar a minha calça. Nem preciso dizer como completou minha humilhação. O maldito do Luke conseguiu fazer a situação render. O Marcus agora estava me trazendo água e comida todos os dias. Mas eu realmente estava precisando ir ao banheiro, e isso estava me matando.

Só tive coragem de pedir para ir uma vez. E o Marcus apenas olhou para mim e disse que eu já estava ficando muito acomodada. Sério! Acomodada, como se eu estivesse num spa cheia de mordomias. Depois dessa vez não pedi mais. Estava ficando cada vez mais difícil, mas não ousei falar mais nada para ele, não queria receber outra resposta daquelas.

Era noite novamente. Eu não tinha conseguido dormir naquele dia, justamente por causa de toda dor que eu sentia. Eu estava péssima. Meu corpo doía mais do que nunca. Muitos dos meus ferimentos pareciam estar inflamando. Eu estava toda suja, mistura de sangue com grude e suor e mixada. Meu estado era deplorável.

Os vampiros começaram a surgir. Mas naquela noite eram poucos. Fiquei surpresa e aliviada por isso. O Luke, como sempre, era o primeiro a entrar no salão, com aquele sorriso falso e que me deixava cada vez com mais ódio por ele.

Só que a diferença daquela noite foi que ele apareceu. O Marcus estava lá. Tinha uma cadeira ali perto e ele se sentou. E ficou observando tudo. Quando eu o vi ali, eu senti raiva de mim mesma. Eu fui estúpida de pensar, mesmo por um momento, que ele podia ser diferente. E tive pena dele! É claro que tinha sido alucinação minha, afinal, ele era um vampiro. Vampiro!

O Luke se aproximou e abriu a cela. Chegou perto de mim e se ajoelhou para ficar com o rosto na mesma altura do meu. Eu olhei bem dentro de seus olhos sem pestanejar. Meu ódio por ele só me dava mais coragem. Ele, ainda sorrindo, tocou meu queixo. Me afastei com nojo, mas ele agarrou meu maxilar.

– O que fazer com você hoje...? – Ele fingiu dúvida.

Ele ficou me analisando por um tempo. Era incrível como aquele sorrisinho dele não desaparecia. E só fazia me deixar mais irritada.

– Não dói ficar com esse sorriso falso no rosto o tempo todo? – Perguntei.

Ele apenas levantou uma sobrancelha, surpreso pela minha repentina ousadia.

– O que realmente vai doer... – Ele começou a falar, mas não terminou. Cerrou o maxilar como que com raiva por não poder falar.

Eu soube imediatamente o que ele ia dizer. Aquilo me deixou só mais frustrada, mas me fez pensar em algo um pouco louco. Eu estava com muita raiva do Marcus, e sabia que o que eu faria a seguir iria irritá-lo profundamente, como também ele nunca esperaria. E era exatamente o que eu queria fazer naquele momento.

– Me morde. – Eu desafiei o Luke.

Ele realmente não esperava por aquilo. O sorriso dele sumiu por um instante, mas voltou rapidamente. Ficou me olhando, me estudando para ver se eu estava planejando alguma coisa. Eu olhei para o Marcus lá atrás e vi que ele tinha se afastado das costas da cadeira. Estava rígido e com uma expressão muito séria olhando para nós dois dentro da cel. Todos os outros vampiros também estavam concentrados na cena.

– Você deve estar começando a ficar louca mesmo. – Luke disse.

– O que foi? Não quer me morder?

– Ah, como eu quero... – Ele falou num sussurro.

– Então vai! Morde logo! – Eu disse levantei minha cabeça, oferecendo meu pescoço para ele.

Mas ele não caiu nessa tão fácil. Ele cerrou os olhos para mim e soltou um risinho.

– Você é muito esperta, garota...

– Ah, estou entendo. – Eu disse. – Você está seguindo ordens para não me morder, não é?! Não tem permissão...

Fingi uma risada. Na verdade, até ri com vontade. O Luke ficou todo por fora, ficou sem graça ao ver os vampiros questionarem o que eu tinha dito.

A questão era que o Luke se fazia de todo poderoso, fazendo os vampiros pensarem que ele não recebia ordens de ninguém. Acho que manchei a reputação dele. E o deixei com um pouquinho de raiva.

– Eu não sigo ordens de ninguém. – Ele disse, um pouco inseguro e com a voz transpassando toda sua frustração.

Pensei que o Marcus fosse se manifestar nessa hora, mas ele continuou só observando.

– Então prove. Crava seus dentes aqui. – Eu disse mostrando novamente meu pescoço para ele.

Todos os vampiros nos olhavam ansiosos. Eles queriam ver se o Luke teria uma atitude, ou se ele daria para trás. O vampiro estava ficando nervoso, em dúvida do que faria. Eu podia ver o Marcus nos encarando muito atentamente. Ele também estava segurando sua fúria.

– O que você está esperando, Luke? – Uma vampira perguntou.

Outros vampiros se manifestaram também. O Luke estava ficando sob pressão. As presas dele cresceram, meu assustando por um segundo. Eu não esperava realmente que ele fosse me morder, queria só deixar ele o Marcus com raiva, provocá-los. Senti um arrepio ao pensar nos dentes dele em meu pescoço. Mas tentei não demonstrar. Pelo contrário, continuei a induzi-lo.

– Você é só mais um capacho.

Os olhos dele brilharam em puro ódio.

– É uma pena que eu vá te matar sem você ter ao menos tocado os dentes na minha pele.

O Luke perdeu toda a pouca paciência que ainda restava. Ele fez uma careta, seu rosto tremeu e eu me preparei para sentir seus dentes em meu pescoço. Ainda me arrepiei só de sentir as pontinhas afiadas tocarem muito rapidamente minha pele antes de o Marcus agarrar o Luke pelo pescoço e jogá-lo para longe da cela.

Todos os vampiros se afastaram assustados e curiosos. O Luke se levantou e se posicionou em defesa, com os dentes ainda a mostra, só que agora para o Marcus. O segundo vampiros estava de costas para mim. Eu estava agitada por dentro, meu coração batia descompensado.

– Marcus... – O Luke rosnou o nome.

– Nunca, nunca desobedeça a uma ordem minha. – Marcus disse lentamente com sua voz dura.

Os vampiros ao redor olharam incrédulos para o Luke. Eles achavam que o vampiro era um rei, e agora estavam vendo como ele não era nada além de um plebeu como todos os outros. Ele lançou um olhar sem graça e preocupado para os seus “súditos”.

– Recolha suas malditas presas. – Marcus ordenou.

Aquela foi humilhante até para mim. O Luke estava morto (no sentindo literal também, né), mas de vergonha. E estava fervendo em raiva. Com muita relutância o vi erguer a postura e recolher seus dentes. O público estava chocado.

– Agora saia daqui. – Marcus falou. – Saiam todos! – Ele gritou.

Os vampiros nem esperaram ele falar duas vezes. Todos saíram muito rapidamente. O Luke foi o último. Ele ainda lançou um olhar profundo para o Marcus. E depois um para mim também. Eu levantei minhas sobrancelhas, e ele entendeu que eu estava zombando dele. Eu sabia que iria me arrepender depois, mas naquele momento tinha sido divertido.

Quando estava só eu e Marcus no salão, me preparei para a fúria dele.

– Foi divertido. – Eu ainda tive a coragem de falar.

O vampiro se virou lentamente para me encarar. Eu engoli em seco. Ele se aproximou de mim e meu coração se apertou. Olhei para baixo. Eu estava com sede e com fome, mas sabia que depois daquela “brincadeira” eu ficaria assim durante um tempo.

– Você realmente gosta de brincar com a morte. – Ele disse.

Em seguida agarrou muito rápido a corrente de um dos meus pulsos e começou a abrir o cadeado. Eu olhei para o rosto dele em dúvida. Senti uma dor imensa envolver meu braço quando ele puxou a corrente de cima da queimadura. Soltei um gemido e olhei para o local.

Meu pulso estava horrível. Parecia que minha pele estava podre. E eu vi pedaços dela grudados na corrente. Quando o Marcus foi para o outro lado, eu levantei meu braço. Foi difícil, eles estavam muito fracos. Mas senti um alívio nos músculos.

Marcus soltou meu outro pulso, que também doeu e estava no mesmo estado do primeiro. Eu levantei o braço com alguma dificuldade, mas novamente senti um alívio. Voltei minha atenção para o vampiro sem entender o que ele estava fazendo.

– Por que você está me soltando?

Marcus tinha se abaixado para abrir as correntes dos meus pés. Ele não me olhou quando respondeu.

– Você vai mudar de acomodações. – Ele disse, sua voz com um sorriso contido.

Eu não falei mais nada. Fiquei com medo de perguntar. Ele soltou as duas correntes e se levantou. Eu podia sentir meus pés dormentes. Tinha certeza que minhas pernas estavam mais fracas do que meus braços. Marcus saiu da cela e me olhou.

– Anda logo. – Ele disse.

Eu ainda estava surpresa e em dúvida. Fazia quase mais de uma semana que eu não andava, estava só sentada, então não tinha certeza como me sairia. O Marcus prestava atenção em cada movimento meu.

Eu coloquei força nos pés e comecei a levantar. Segurei nas barras da cela, mas não foi muito útil. Meus pés viraram de tão fracas que estavam minhas pernas. Eu teria caído se Marcus não tivesse me segurado.

Os braços dele passaram ao redor do meu corpo e eu me assustei um pouco. Quando levantei minha cabeça, dei de cara com seu rosto muito perto do meu. Senti uma agitação em meu estômago e meu coração se acelerou. Aquela aproximação repentina dele era estranha demais e me deixou desconfortável. Ele me olhava nos olhos e eu não consegui decifrar nada do que ele pudesse estar pensando. Tentei me afastar o mais rapidamente possível.

– Você não consegue andar. Vou ter que te carregar no colo? – Ele falou e riu, como o Marcus irritante de sempre. Eu lancei um olhar de fúria para ele.

– Eu posso andar sozinha. Me solta!

Ele atendeu ao meu pedido e me soltou. Eu me agarrei às barras da cela novamente. Com muita dificuldade consegui me manter de pé. Devagar fui conseguindo dar alguns passos até que finalmente estava fora da cela. E me senti um pouco mais livre. Até consegui respirar melhor.

– Me siga. E não tente nenhuma gracinha. – Marcus avisou e com dificuldade eu fui atrás dele.

Andamos por um longo corredor, subimos algumas escadas, eu com muita dificuldade, meu corpo reclamando muito e precisei da ajuda dele, infelizmente. Eu não sabia onde estava e nem consegui decorar todos os lugares por onde nós passamos. Até que chegamos e paramos em frente a uma porta. Marcus pegou uma chave e abriu.

– Damas primeiro. – Ele disse dando um falso sorriso e abrindo o caminho para eu passar.

Era um quarto. Pequeno, com paredes pintadas de azul escuro, tinha um pequeno armário de um lado, tinha uma cama no meio e uma porta do outro lado. Não era nada demais, mas se eu ia ficar ali, era melhor do que uma cela com toda certeza. Eu fui até a porta que tinha lá dentro e abri. Fiquei surpresa e muito alegre por dentro ao ver um banheiro. Era pequeno, mas tinha pia, chuveiro e um sanitário.

Eu voltei para o quarto. Olhando melhor, eu percebi que não tinha janelas. Nenhuma mesmo. Senti-me claustrofóbica. Vi também que tinham algumas correntes no chão. Bateu um nervoso ao pensar em ficar presa por elas novamente. Olhei para o Marcus. Ele estava parado na porta.

– Você vai encontrar coisas que pode usar no armário. – Ele disse.

Eu não olhei. Franzi a testa para ele.

– Você vai me deixar presa aqui? – Perguntei.

– O que você quer? Prefere a cela? – Ele estava brincando comigo.

– Eu quero uma atitude sua. Faz o que você planeja logo! Me torture, tome meu sangue, me mate, mas faça alguma coisa!

Ele ficou calado.

– Anda Marcus! Faz alguma coisa! – Eu estava gritando. Ele se afastou até o corredor e olhou para os dois lados. Depois olhou novamente para mim.

– Essas são suas novas acomodações, quer goste ou não. E é bom você parar de me questionar, caçadora. – Ele disse e saiu, fechando a porta.

– Ei! – Eu gritei e bati na porta. Bati e bati, mas ele não abriu novamente. – Marcus, seu desgraçado! Por quanto tempo vai me deixar aqui?

Continuei batendo, mas vi que de nada adiantaria. Quando ele voltasse eu tomaria uma atitude. Não sabia qual, mas iria tomar. Ele não ia me deixar ali de jeito nenhum. O que ele estava fazendo? O que ele realmente queria? Eu ia acabar ficando louca naquela expectativa.

Eu me sentei na cama. Olhei para o armário e lembrei-me do que ele disse. Fui até lá e abri. Tinham toalhas, lençóis, um travesseiro, sabonete, pasta de dente, escova de dente, pente e duas camisetas. E o que me deixou mais surpresa era que tinham remédios. Pomadas, anti-inflamatórios, tinham também esparadrapo e gaze. Era como se ele já estivesse planejando me deixar ali o tempo todo. Tudo estava prontinho apenas aguardando a minha chegada.

Senti um frio percorrer minha espinha. Toda aquela situação era horrível, esquisita demais e me dava medo. Ainda não conseguia decifrar o que aquele vampiro estava planejando. E isso me deixava mais nervosa.

Deixei de pensar por um tempo e fui ao banheiro. Senti dores horríveis, mas fiz tudo o que eu precisava e me senti um pouco melhor. Eu me deitei na cama e soltei um longo suspiro. Um suspiro cansado e grato por aquele momento de alívio.

Eu queria sair daquele lugar, mas estava cansada demais para pensar sobre aquilo. Fiquei olhando para o teto azul e alguns minutos depois perdi a batalha contra o sono.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Estão mesmo gostando da fic? Ultimamente eu tenho ficado um pouco desanimada para escrever, não sei por que... Mas eu lembro de vocês leitores e vou em frente. Bom, se gostaram deixem comentários! REVIEWS! REVIEWS! REVIEWS!!! :DD