O Deus Sem Nome e o Narciso De Prata escrita por Luiza


Capítulo 8
O retorno do Deus Sem Nome


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoas! Nem demorei, viram?
Bom, acabou romance, acabou moleza, acabou lenga-lenga pra vocês! Ta na hora da pancadaria, vamos ao que interessa, sim? Então tá...
Capítulo dedicado a FuckingStar, que escreveu uma linda recomendação. Amei, muito obrigada!
~Lu



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334727/chapter/8

A semana que se passou foi absoluta e totalmente estressante. Não tive mais sonhos, mas também não havia criado coragem para contar o que tive para ninguém. Eu acho que apenas não queria acreditar que mais uma missão estava se aproximando. Também não me acertei com o Tanner, bem pelo contrário. O clima estava tão tenso que todos voltamos a sentar nas mesas com seus irmãos, e nenhum de meus amigos teve a cara de perguntar o porquê da discussão. Nenhum a não ser Will, é claro, que não podia ficar sem se meter na minha vida.

-Mas vocês não podem brigar!- dissera ele depois de dois dias em que não nos falávamos- Vocês são a Rose e o Tanner, vocês não brigam! Têm aquela amizade perfeitinha e tudo o mais.

-É, Will- respondi, revirando os olhos- Mas nós brigamos sim.

-Mas por quê?

-Não interessa! É um problema nosso!- exclamei colocando todas as espadas que estivemos polindo durante boa parte da tarde dentro do depósito empoeirado.

-E você não vai pedir desculpas?

Lancei um olhar de incredulidade para ele.

-Will, eu sou a Rose lembra? Eu não peço desculpas, além do quê, a culpa foi dele. Não vou me desculpar por ele ser um idiota.

-Ah, então é isso- Will bateu com a mão no próprio rosto como se não acreditasse em seus ouvidos- Uma guerrinha? O mais orgulhoso vence e quem pedir desculpas primeiro é o perdedor?

-Eu não sou orgulhosa, e não é uma guerrinha! Mas se fosse, ele perderia.

-Não sei não, Rose. Ele é um filho de Ares, afinal. Não se desculparia assim.

-Todos sabemos que até mesmo eu sou mais filha de Ares do que o Tanner. Ele foi o motivo da discussão, e vai ter que pedir desculpas, eu não estou nem aí.

-Tudo bem, mas ninguém está aguentando vocês dois assim, e eu não quero te deixar sozinha.

-E porque você me deixaria sozinha?- perguntei, já sentindo a resposta.

Will levantou os olhos brilhantes de bode para mim e suspirou.

-Vou buscar um semideus, volto em alguns dias, acho.

-O que? Aonde?

-Vegas, baby!- brincou ele, tentando me fazer rir, mas não deu muito certo.

-Você não pode fazer isso, William, estou avisando!

-Tudo bem, senhorita Não Sou Orgulhosa- o sátiro cruzou os braços com uma expressão zangada na face- Eu sei que você é um caso especial, e também minha melhor amiga, mas não sou exclusividade sua! O que há de errado com você?

O que há de errado comigo? O que há de errado? Tem um deus louco tramando mais uma, e eu preciso de você aqui, ou vou acabar saindo em uma missão sozinha, isso é o que há de errado!, era o que eu gostaria de gritar naquele momento, mas não gritei. Apenas fiquei em silêncio por alguns instantes antes de voltar a falar.

-Não sei- murmurei, abaixando a cabeça- Não sei o que há de errado. Apenas prometa que terá cuidado.

Ele prometeu, e foi embora naquela mesma noite.

E então, lá estava eu, alguns dias depois, arrumando-me para encontrar meus amigos na praia e sem nenhuma vontade de botar um pé para fora do chalé, mas tomei um banho, enfiei a primeira roupa que vi pela frente e caminhei em direção ao mar mesmo assim.

O sol começava a se por e formava uma visão bonita a tudo, e uma coloração alaranjada ao Acampamento. Eu me sentiria melhor se não tivesse me deparado com Tanner entre as pessoas ali presentes. Não, eu não sou uma rabugenta incorrigível. Na verdade, tudo o que eu mais queria no mundo era pedir desculpas a ele e fazer tudo voltar ao normal, mas algo dentro de mim me impedia.

Joonie levantou-se e caminhou em minha direção, mantendo a jaqueta que eu sabia ser do meu irmão contra o corpo. Lancei uma olhadela rápida para os outros. As mesmas pessoas de sempre: Daniel, Dylan, Jake, Leona e Tanner.

-Tente não explodir- sussurrou Joonie.

-Não sei o quer dizer- respondi, também em um sussurro.

-Quero dizer sem brigas, ou nada do gênero. Você tem ficado distante ultimamente, e eu sei que é por causa da briga que tiveram.

-Porque ninguém fala de outra coisa? Eu estou distante porque tenho coisas para pensar, isso não tem nada a ver com o Tanner.

Ela suspirou e deu um sorrisinho, enquanto puxava-me para um abraço. Era estranho, mas ela sempre sabia quando eu precisava disso.

-Então junte-se ao jogo- disse entre uma risada animada.

-Jogo?- eu não estava gostando nada daquilo.

-Isso, verdade ou consequência.

Olhei para cima e estendi os braços, como se perguntasse aos céus o que havia feito para merecer aquilo.

-Vocês só podem estar brincando comigo! Esse jogo é mais inútil que uma vassoura que não voa!

-Pare de drama, maninha!- exclamou Dylan- Estamos apenas tirando uma onda, não leve as coisas tão a sério.

Soltei um suspiro e me sentei ao seu lado.

-Certo, mas eu me recuso a fazer qualquer coisa idiota ao extremo.

___________________

O tempo passou como um raio, muitas coisas estúpidas foram reveladas e muitas consequências idiotas ao extremo foram combinadas. Jake teria que se lavar em uma banheira de vinho dentro do quarto do Sr. D, Daniel teria que trocar o Shampoo da Valerie por remédio para conjuntivite e a Joonie teria que se fantasiar de Quíron durante a próxima captura da bandeira. Aquele foi o melhor dia que eu tivera na última semana, com toda a certeza. Eu apenas queria que tivesse durado mais.

A garrafa foi mais uma vez rodada, apontando a rolha para mim, e o fundo para Tanner. Acho que não havíamos feito contato visual até agora.

-Verdade ou consequência?- perguntou-me ele. Os outros assistiam a cena como se fôssemos uma bomba nuclear prestes a explodir.

-Consequência- respondi.

Talvez ele me tivesse me mandado pedir desculpas, se a noite não ficasse clara novamente. O Brilho da aparição quase me cegou, com seu forte tom dourado. Depois que todos acostumaram-se novamente com a claridade, pude ver uma mulher. Ela tinha cabelos longos e negros, pele pálida como a neve e lábios vermelho-sangue, podendo ser facilmente confundida com Branca-de-Neve. Usava um manto cor de cobre sobre o corpo, e uma coroa das mais variadas flores no cabelo.

À visão da mulher, Jake e Leona levantaram-se de um salto.

-Perséfone?- perguntou atônito o garoto.

-Jacob- respondeu a Deusa- Era com você mesmo que eu queria falar.

-C-c-comigo? Por quê?

-Tenho uma missão para você. Encontre Quíron e eu na Casa Grande, sim? Logo- ela olhou em volta, ignorando a expressão atordoada do enteado e pousou os olhos castanhos sobre mim- Ah, sim. Você, Rose Leonards, tem de ir junto.

Tão rápido quanto apareceu, sumiu em meio à muita névoa amarela-vibrante.

-Ótimo- murmurei- Verdade ou consequência virou Caça ao Deus sem Nome.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entããão? O. QUE. SERÁ. QUE. ESTÁ. ACONTECENDO? Vocês, e eles, só saberão no próximo capítulo...
~Lu



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Deus Sem Nome e o Narciso De Prata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.