Entre O Sol E A Lua escrita por Lola


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Aah, espero que goostem geente. O próximo cap. vai ter uma surpresa pra vocês!!!!



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Ainda estava escuro quando acordei. Lucas estava do meu lado, deitado no chão da sala. Seu cabelo loiro estava bagunçado e seu torso estava a mostra. Me sentei no sofá e fiquei encarando a parede, pensando em todas as besteiras que eu estava fazendo. Namorar com um anjo. Não o matar. Matar uma garota.  Minha vida estava se tornando uma bola de neve.

Pela janela eu podia ver o negro do céu, que começava a clarear com o Sol que nascia. Um faixo de luz iluminava o pescoço de Lucas, branco e tentador. Não, eu não sou uma droga de vampiro, mas seria tão fácil acabar com ela ali e agora. Um corte e ele estaria morto e toda bagunça da minha vida, longe. 

Mas eu não podia. Por algum motivo, eu queria o manter vivo. Queria aproveitar todo o tempo que eu tinha com ele. Eu queria seu bem. Talvez eu estivesse amolecendo, virando uma ridícula. Como Damballa. Eu sabia que ainda era a mesma pessoa, mas talvez estivesse mudando para melhor.

Olhei para Lucas e o cutuquei nas costelas com o dedo do pé. Ele começou a abrir os olhos, me observando. Colocou as mãos no rosto e sorriu. Com um braço, puxou minha perna para que eu escorregasse e caisse sentada em seu peito. Eu sorri e falei:

-Não podemos ficar aqui. Sabe disso? 

Lucas fechou um dos olhos e passou as costas da mão em meu rosto. Falou:

-Eu sei. 

Eu me levantei e começei a subir as escadas para o quarto no segundo andar. No dia anterior eu havia descoberto uma bolsa de pano com algumas roupas que cabiam em mim. Lucas havia me dito que ele tinha comprado para mim. Uma calça jeans, shorts, camiseta e uma bota de caminhada. Entrei no quarto branco e tirei a camisa de Lucas que eu estava vestindo. Coloquei shorts, camiseta e botas. Lucas chegou as minhas costas, dizendo:

-Vamos embora? 

-Vamos. - sussurrei.

Não que eu gostaria de ir embora. Lucas era incrível. Por mim eu poderia permanecer naquele lugar por anos. Para sempre. Mas infelizmente, a realidade me esperava. E eu sabia que quando ela me atingisse, iria ser um tombo e tanto. 

Coloquei a bolsa no meu ombro. A esta hora o céu já estava totalmente iluminado pelo Sol. Peguei as chaves do jipe e descemos a escada, Lucas ainda vestindo sua camisa. Pulei as escadarias até chegar no hall, um sorriso no rosto. Lucas fechou o chalé e fomos para a cidade.

Lucas me orientava pelo caminho, e me perguntou poucos segundos depois de sairmos da casa:

-E que iremos fazer com a Venator? 

Pensei nas possibilidades enquanto acelerava pela estrada. Podíamos a matar, dar um sumiço nela. Funcionaria bem, se ela não estivesse contado para ninguém sobre os seres sobrenaturais da cidade. Ela era só uma professorinha, não fari falta.

-Não vamos a matar. - Lucas avisou, me olhando ironicamente.

Fiz cara de inocente e resmunguei:

-Não falei nada!  

Fiquei o resto do tempo olhando para a estrada, as mãos retesadas no volante. Eu havia me metido em uma confusão enorme. Um anjo. Da espécie dos que mataram meu irmão. Minha boca ficou seca e passei minha lingua nos labios, nervosa. O que eu estava fazendo? Com uma Venator na cidade, ainda por cima. Eu iria acabar sendo morta, junto com minha família.

Minha tatuagem queimou em minhas costelas, uma lembrança da minha família. Meu pai era um homem duro, e minha mãe, uma mulher feroz. Quando descobrissem o que eu fiz, iriam cortar minha cabeça. E eu digo literalmente. A pena para quem trai a família é a morte. E desde da morte de meu irmão, minha família têm mais ódio ainda dos anjos. 

-No que você está pensando? - Lucas me perguntou.

Viro para a entrada da cidade. O chalé não era tão longe assim. Viro a cabeça e minto:

-Que estou com fome.

Nós não havíamos combinado, mas dirigi o carro para o colégio. Eu sabia que se não aparecéssemos na escola, iam desconfiar mais de nós. Olhei para Lucas, que estava vendo a paisagem pela janela. Ele não me tocava desde o nosso beijo, mas parecia que estávamos mais juntos do que nunca. 

-Eu sei quando você mente, Savannah. 

Eu sorri e falei, dobrando uma rua:

-Se meus pais descobrirem eu vou morrer, Lucas. Por traição.

Lucas me encarou, o rosto perdendo toda cor. Seus lábios tremeram quando ele falou:

-Não é possível... 

Eu continuei dirigindo, e parei no estacionamento do colégio. Haviam pessoas vestidas de preto entrando no edifício, carregando flores ou panfletos. Uma mulher chorava. Alguém havia morrido. Lucas me olhou, confuso. 

-Nahemah! 

Me virei e vi o rosto de Bileth no vidro do carro. Droga, droga, droga. Eu esperava poder adiar este momento. 

Desci do carro e a lançei um sorriso irônico. 

-O que você está fazendo com este anjinho? - Bileth perguntou, lambendo os lábios e encarando Lucas.

Lucas havia saído do carro e dado a volta, parando ao meu lado. Bileth foi rápida, agarrando Lucas pelo pescoço e o batendo na lateral do carro. Eu revidei, a pegando pelo cabelo e a virando, também a encostando na porta de trás do jipe, segurando-a pela garganta. 

-Agora está com ele, Nahemah? Lembre-se da família. - Bileth sibilou, tentado se soltar.

-Quem morreu, Bileth? - perguntei, a olhando provocativa.

Eu havia voltado a ser Nahemah. 

Bileth se soltou, arrumando seu casaquinho preto no corpo. Olhou para mim rabugenta e respondeu:

-Vamos dizer que nossa professorinha de culinária passou desta para melhor... 

Eu parei, supresa. Ótimo, eles haviam matado a Venator. Bom, eu não teria que lidar com ela. Melhor assim, pensei. 

Bileth saiu andando, seus cabelos balançando. Gritou pelo ombro:

-Damnasse, Nahemah, não se esqueça. 

Lealdade. 

Olhei para Lucas, que chorava. Isto é problemas dos anjos, eles são tão sensíveis. Mas aquele não era um anjo comum, era Lucas. Abracei-o pela cintura e encostei a cabeça em seu peito. Sussurrei:

-Pelo menos não fui eu quem matou. 


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