Pouring Rain escrita por Mirchoff


Capítulo 19
Capítulo XVIII - We got all these words, can't waste them on another


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a todo mundo que esperou por PR. Vocês são muito, muito especiais! Eu senti falta dessa fic, espero que vocês também tenham sentido.
Não é nem metade de um capítulo normal, é só pra deixar com vontade mesmo. :-)



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– Leo.

– Hm?

Reyna estava de pernas cruzadas, aquela posição “índio”, um livro no colo e os olhos fixos em mim. Feitos de obsidianas assim como as ferramentas e esculturas pré-colombianas da América Central, tão afiados quanto o próprio vidro vulcânico. Eu apenas ergui as sobrancelhas, esperando que ela continuasse.

Você deve se lembrar do poema, aquele poema. Na última aula, a professora Tanya pediu para que as mesmas duplas se reunissem e fizessem um trabalho de no mínimo quinze páginas sobre um poeta de nossa escolha. E, então, lá estávamos nós: o parque de Bristol, o sol brilhando e um sábado só para nós.

Eu estava completamente sério. Mas, por dentro, queria gritar.

– O que você acha de vidas passadas? – perguntou ela.

– Bem – respondi. – é óbvio que eu nunca fui nenhum rei. Mas, sei lá, é uma ideia legal. E você?

Ela dá de ombros. Está vestindo uma camiseta preta estampada com margaridas, e aquele macacão feminino. Botânica? É esse o nome? Tenho certeza que não. E um par de tênis cinza, os cadarços em tom rosa pastel. Há uma presilha de margarida em seu cabelo trançado, como se ela mesma fosse uma flor.

Podem se passar trezentos anos e ela vai continuar sendo a garota mais bonita que eu já vi.

– Eu gostaria – diz Reyna, as unhas pintadas batendo contra as páginas amareladas do livro Amor É Tudo O Que Nós Dissemos Que Não Era. Bukowski. Era sempre o velho Heinrich. – de ter sido Eleanor Roosevelt.

Jardineira. Jardineira é o nome daquela roupa.

– Eu gostaria de ter sido o Lanterna Verde.

– Leo!

– Ok, ok, estou brincando. Eu prefiro o Batman.

Ela ri. Eu gravo sua risada em minha mente para nunca, nunca, nunca, nunca esquecê-la. Era como música. Poesia pura e misteriosa como as obras de Byron, ou simplesmente me dava aquela sensação como quando você se sente bem só de ouvir a sua música preferida. Tipo quando toca The Maine eu sorrio porque Reyna gosta deles também.

– Reyna.

Demora algum tempo para erguer os olhos do livro. Não me sinto trocado por Bukowski, aproveito aqueles poucos segundos e sorrio para suas sobrancelhas franzidas.

– Sim? – responde, finalmente.

– Você é linda.

Então, ela para. Para e cora até a raiz dos cabelos, os olhos negros arregalados em minha direção.

– Eu só queria dizer isso. – falo. – você é linda, desculpa por te atrapalhar na leitura.

Por alguns instantes, penso que ela vai me bater. Como aquela vez, alguns dias atrás, quando eu disse qualquer coisa sobre como todos nós somos pequenos pontos de luz que passam rapidamente pelas vidas das outras pessoas, sem que ninguém perceba, e nos chocamos uns com os outros e mudamos a nós mesmos de uma forma incrível, e como eu estava grato pelo ponto de luz do cara que inventou o sorvete de pistache ter se chocado contra o meu ponto de luz. Eu pude ouvi-la rir e então senti o soco em meu ombro. Acredite, ela é pequena mas sabe como abalar alguém.

Ao contrário do que imagino, Reyna se inclina e deposita um beijo estalado em minha bochecha esquerda. O local queima e ela sorri para mim.

– Obrigada, Leo. Sério.


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Notas finais do capítulo

Então, é isso. PR vai voltar. Muito. Em. Breve.
Até lá, a gente pode se falar pelo twitter (@kennycurse) ou vocês podem passear pela tag no tumblr, mesmo que só tenha alguns posts kajjskjd http://iccecave.tumblr.com/tagged/pr
Mais uma vez, obrigada por esperarem. Means a lot. x
P.S.: apaguei o capítulo do aviso, mas salvei os comentários num doc no word porque COISA. MAIS. LINDA. Agora, tchau;; sdkhsdh



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