“Então, você e a filha do fazendeiro, hein?” Daryl sorriu, casualmente cruzando os braços sobre o peito.

“Sim”, Glenn sorriu, e acenou com a cabeça.

Os dois estavam em serviço de vigia, enquanto o resto do grupo descansava após todo o trabalho que tiveram. O grupo havia literalmente experimentado um inferno naquele dia, e estavam exaustos de sobreviver. Você sabe, foi só mais um dia no paraíso dos ‘walkers’.

“Eu disse a ela que a amava”, disse Glenn, “No caminho para a torre de vigilância. Eu disse a ela que eu a amava”.

Daryl levantou uma sobrancelha. “Amor?”

“Sim”.

“Você realmente acha que algo como isso existe ainda?”

“É claro que ele existe”.

“Eu não sei sobre isso”, Daryl revirou os olhos, “tem certeza que você não está apenas tentando fazer sexo?”.

“Não!” Glenn respondeu defensivamente: “Eu realmente a amo”.

“Como você sabe?” Daryl perguntou, apontando aleatoriamente a “besta”¹ à distância.

“Eu me preocupo muito com ela”, Glenn sorriu, “E eu sei que se eu a perdesse, todo o meu mundo ia acabar”.

“O mundo já acabou”, Daryl resmungou.

“Se ela morresse”, Glenn falou lentamente, tentando desesperadamente fazer Daryl entender, ”Eu morreria. Você entende agora?”.

“Isso é o amor?” Daryl levantou uma sobrancelha, surpreso, "Sério?".

"Sim", Glenn riu, "Realmente. Droga, é como se você não soubesse o que é o amor."

"Ah, quem precisa de toda essa baboseira piegas", Daryl resmungou.

"Bem, todo mundo."

"Não eu. Eu passei esse tempo sozinho muito bem até agora e eu pretendo me manter assim. Eu não preciso de uma mulher pendurada no meu pescoço, de qualquer jeito."

"Nem mesmo a Carol?"

"Cuidado, Yakisoba", Daryl apontou a besta em Glenn, "Não fale sobre ela".

Foi a vez de Glenn levantar uma sobrancelha, surpreso: “Ookay ... mas olhando por outro lado, parece que você se importa com ela."

"Eu me importo com ela?". Daryl soltou uma risada seca, “Só o que eu faço é ter certeza de que ela não acabe com sua bunda magrela morta."

"E se isso acontece?"

"O que?"

"Se ela morre, o que isso faria com você?"

Daryl aponta a besta novamente em Glenn, "Você não fale sobre isso!"

"Por quê? Porque o seu mundo iria acabar?"

"Cale-se, Biscoito da Sorte!"

"Não", Glenn insistiu, "Admita".

"Eu não tenho que admitir nada para você", Daryl rosnou: "E não fale sobre ela morrendo de novo".

"Por quê?" Glenn pediu fervorosamente.

Daryl baixou a besta, "Porque", ele suspirou, "Eu não quero pensar sobre isso.",

Glenn assentiu: "Tudo bem. Mas se eu não soubesse melhor, eu diria que você a ama".

"Você quer uma flecha no joelho? Porque eu posso arranjar isso."

Glenn levantou as mãos em sinal de rendição, "Eu acho que vou continuar muito bem sem isso", ele sorriu, "mas Daryl, considere o que eu disse".

"Eu não escuto Sashimis."

"Por favor", Glenn tentou mais uma vez, "apenas pense sobre isso.".

Daryl acenou com a cabeça, "Entre eu e você ... se ela ... se algo ... se nós a perdêssemos..." Daryl chutou a sujeira, "... só atire em mim. Por favor."

Glenn assentiu solenemente.

"Quero dizer, se eu a perdesse... qual seria o sentido em continuar seguindo com isso?"

"Isso", apontou Glenn, um sorriso enorme no rosto: "Isso aí! Isso é amor!"

Daryl revirou os olhos, "Tanto faz, Rolinho Primavera..."

"Pare de me de chamar comida asiática!"

"O que foi isso? Eu ouvi um Tofu falar?"

"Cale a boca!"

Daryl olhou para onde Carol dormia, coberta com as camisas rasgadas antigas que ele tinha dado a ela para usar como um cobertor. Ela parecia tranquila.

Talvez o garoto esteja certo... Talvez eu realmente... Não. Isso não é só... É? Eu não posso... De jeito nenhum!

Daryl tentou afastar o pensamento de sua cabeça. Carol murmurou algo em seu sono, e começou a se agitar e virar de um lado pro outro.

"Puta que pariu", Daryl sibilou, "Eu já venho".

"Vai lá, cara", Glenn incentivou. Daryl olhou para ele como se ele realmente estivesse virando um Tofu antes de sair para vê-la.

Daryl se agachou ao lado dela, e lentamente balançou seu ombro, “Carol, Carol. Querida, é só um pesadelo".

Foi a primeira vez que Daryl a chamou de 'querida' e o apelido que ele deu a ela o preocupava. De onde diabos aquilo veio, de qualquer maneira?

Carol acordou e olhou para Daryl, confusa, “Daryl... Eu estava... Eu estava tendo um pesadelo".

"Eu sei", Daryl sentou-se ao lado dela, "Está tudo bem. Glenn e eu estamos vigiando. Você está segura”.

"Será que algum dia vamos estar realmente seguros?"

"Comigo olhando para você, você não tem que se preocupar com nada", Daryl tentou soar seguro.

"Obrigada", Carol sorriu para ele.

"Tudo bem, querida," houve esse apelido maldito novamente. Talvez o que Glenn tinha dito estava realmente começando a chegar a ele. Maldito Glenn.

"É melhor você voltar a dormir", Daryl limpou um pouco de sujeira no rosto dela, “E eu estarei lá, olhando para você. Eu sempre estarei".