Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 34
Proteção


Notas iniciais do capítulo

E aí, Twiligters?
Momentos finais de Imprinting, mas este não é o último capítulo.
Espero que gostem e boa leitura! :)



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Renesmee Cullen's POV

Os olhos de Susan pareciam chamas ardentes concentradas em um único ponto. Eu.

Perguntei-me se ela estava usando seu poder, já que o efeito vinha depois de algum tempo. Provavelmente estava.

- Não vou machucar você. – Disse, chegando mais perto.

- Fique longe de mim – não tive sucesso em minha tentativa de firmeza na voz.

Susan riu sarcasticamente.

- Acredite, se eu quisesse matar você, não estaríamos conversando. Posso ativar os efeitos do meu poder quando quero.

- Então... então o que quer? – perguntei.

Ela descansou o peso do corpo em uma perna só, cruzando os braços. Tentei me convencer de que foi um gesto de “bandeira branca”, mas não consegui ficar confiante. Não se deve confiar em uma aliada de Jane, ainda mais se ela já tentou matar você.

- Eu vim avisar-lhe sobre aquele que entregou-se para salvar sua vida.

Meu corpo inteiro congelou. Era como se eu estivesse dentro dos meus pesadelos, a voz de Jane ecoando em minha cabeça ao chamar por meu nome, seus olhos mortais querendo saber o nome de Jacob, o jeito como ela se movia para atacá-lo...

Subitamente eu não mais queria saber se Susan iria me matar ou não. Eu precisava saber de Jacob e tentar salvá-lo. Se ela estava ali falando comigo, era porque ainda havia tempo.

- O que tem ele? – uni toda a minha coragem e aproximei-me dela.

- Antes, me responda – ela arqueou as sobrancelhas. – Ele é seu namorado?

Eu hesitei e não respondi. Não sabia das consequências que viriam se eu dissesse a verdade, eu não podia expor meus sentimentos por Jacob sem saber o que Susan me diria.

Mas eu o amava, e isso eu não podia esconder. Pude perceber que estava claro em minha expressão.

- Você não vai me dizer. – Ela sacudiu a cabeça levemente, descruzou os braços e passou os dedos entre os cabelos longos – Mas se quiser salvá-lo, suponho que venha comigo.

- Onde ele está?

- A alguns metros daqui. Vamos?

Olhei para o chalé atrás de mim. Tia Alice devia estar tão concentrada nas ações de Jane que não vira a vinda de Susan, muito menos que eu estaria com ela agora.

Eu precisava ir com ela. Mesmo sem confiança alguma e fazendo exatamente o que Jane queria, me arriscando e praticamente me entregando para a morte. Mas tratava-se Jacob, e ele era minha prioridade. Se algo acontecesse a ele, eu nunca me perdoaria por ser tão covarde ao ponto de fugir de Susan. Eu poderia encontrá-lo e deixá-lo fora de um problema que não era dele, sem importar-me com o sacrifício que teria de fazer.

Além disso, eu era a única que podia tirá-lo das mãos de Jane. Ela queria a mim, e mesmo que meus pais a tivessem encontrado, ela não iria libertar Jacob facilmente sem minha presença.

Inspirei profundamente e olhei na direção que Susan me esperava, pronta para correr.

Aguente firme, Jacob, pensei. Estou indo.

Graças à minha velocidade de meia-vampira, acompanhei Susan enquanto ela corria. Eu não era tão rápida quanto ela, então esforcei-me e não a perdi de vista pela floresta.

Paramos em um pequeno espaço entre as árvores, quase na fronteira de Seattle, então eu os vi.

Meus pais estavam lado a lado, completamente rígidos, tão concentrados ao olhar para frente que nem notaram minha presença.

Jane os fuzilava com os olhos, a frustração típica de quando ela era intimidada pelo escudo de minha mãe. Ela não usava a capa escura característica dos Volturi. Estava vestida com roupas quase “normais” para uma vampira meio maluca. Usava um sobretudo preto até os pés, quase do tamanho da antiga capa, e botas de couro de cano alto.

Dois vampiros de dois metros de altura, pele branca como giz e cabelos negros mantinham a guarda em volta de Jane, e um deles, o da direita, segurava Jacob pelo braço.

Um gemido de angústia atravessou meus lábios. Ele estava sem camisa, parecendo completamente exausto, marcas de socos de mãos desumanas marcavam seu peito nu, e vários hematomas derramavam sangue pelo braço esquerdo. Sua expressão era dura, os olhos fitavam o chão de uma maneira derrotada, porém determinada. Eles o haviam machucado ao extremo, e ele nem ao menos reagiu ou transformou-se, talvez apenas se defendeu, acreditando que os Volturi tomariam conhecimento e fariam com que Jane parasse de me perseguir.

Ele está vivo, eu disse para mim mesma, tentando me acalmar. Está vivo.

Meu pai ouviu minha tentativa de conter o pânico. Quase virou-se para dizer à minha mãe, mas ela cerrou os punhos e encarou Jane com ar desafiador.

- Solte-o. – Disse entre dentes – Não vai chegar a lugar nenhum com isso.

- Certamente. Porque cheguei. – Com um meio sorriso e sem olhar para mim, Jane fez um gesto chamativo em minha direção – Traga-me a garota.

Susan agarrou meu braço e começou a me puxar até ela. Meu pai segurou a mão de minha mãe, adivinhando sua reação ao me ver.

- Renesmee – mamãe arquejou e avançou em minha direção, mas papai a conteve firmando os braços em volta de seus ombros.

Os olhos de Jacob encontraram os meus. Eu podia ver meu reflexo em sua íris, demonstrando uma preocupação seguida de um pânico desesperador. Ele tentou livrar-se do vampiro, sem sucesso, a boca tremeu ao mover-se, mas não falou nada. Encheu o peito de ar, soltou e inspirou novamente, repetindo em arfadas rápidas e compulsivas. Em um segundo transformou-se no lobo de pêlo avermelhado.

Ele atacou os dois vampiros, mordendo os membros dos corpos deles até arrancar alguns pedaços, ergueu-se e bateu as patas dianteiras, derrubando-os no chão. Mas eles eram rápidos, davam-no socos e voavam para cima dele, procurando uma oportunidade para pegá-lo desprevenido e esmagá-lo entre os braços.

Papai avançou até eles e começou a lutar. Mamãe fez com que Susan me soltasse e a empurrou para longe, enquanto Jane se aproximava.

Mamãe envolveu-me com seu escudo na camada mais forte e protetora que eu já sentira, e prostrou-se à minha frente, estendendo o braço direito para me tocar por trás. Eu o segurei com força, mas não consegui me concentrar em Jane. Meus olhos não deixavam os movimentos de Jacob, enquanto ele lutava com os vampiros e dividia os golpes com meu pai.

Jane e minha mãe encaravam-se com uma fúria de rivalidade de centenas de anos. Ao menos minha mãe tinha suas razões ao proteger a mim e a meu pai, ao contrário de Jane, que ansiava por uma vingança mortal ao ser contrariada por seu poder até então infalível.

Eu sentia a vibração maligna de Jane bater com força no escudo à minha volta, e mamãe se esforçava para mantê-lo intacto, às vezes escapando olhares preocupados na direção de meu pai.

- Seus irmãos irão saber disso – disse ela.

Jane vacilou, mas ergueu o queixo e manteve a voz firme.

- Saberão tarde demais.

Mamãe puxou-me para mais junto de seu corpo.

Susan nos pegou de surpresa, como se estivesse esperando o momento certo para atacar. Ela empurrou minha mãe para longe de mim e avançou até ela, começando uma luta violenta. O escudo desfez-se em volta de mim.

Jacob deixou um dos vampiros e correu para ficar à minha frente, e Jane concentrou-se nele.

Em uma fração de segundo ele grunhiu alto, a dor o contorcendo até deixá-lo quase imóvel no chão.

Ativei minhas pernas e corri passando na frente dele, mesmo sabendo que não cobriria sequer uma parte de seu corpo. Abracei-o pelo pescoço e tentei escondê-lo atrás de mim de alguma forma, afundando seu focinho em minha barriga. Quem sabe se ela não o olhasse nos olhos seria menos doloroso. Ele tentou me empurrar, mas entrelacei meus dedos com força em seu pêlo.

Olhei para Jane e semicerrei os olhos, procurando coragem. Ela pareceu gostar do que eu fizera, seu rosto infantil sorriu para mim e os olhos abriram-se, cintilando um brilho mortal.

Então senti a dor.


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Notas finais do capítulo

Comentem, amores! ^^
O que estão achando do desenvolver da história?
Beijinhos!



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