Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 3
Cheiro desconhecido




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Renesmee Cullen's POV


Depois de Jacob se metamorfosear, subi nas suas costas e agarrei seu pelo com força. Ele corria rápido demais e eu não gostava muito. Paramos entre as árvores antes da casa do vovô, e após Jacob transformar-se em humano novamente, seguimos até a porta da frente e eu bati três vezes.

– Acha que mudei demais desde a última vez que o vi? – perguntei.

– O Charlie não se importa com isso, Nessie. – a porta se abriu.

– Jacob! Nessie! – Charlie surpreendeu-se mas logo sorriu para nós – Pensei que tinham esquecido do velho aqui.

– Nunca vou esquecê-lo, vovô. Estava com muitas saudades do senhor.

– Eu também. – ele me abraçou por cima dos meus ombros – Você não cresceu muito, sabia?

– Acho que já cresci demais. – soltei-o e sorri para ele. Como eu amava aquela sua compreensão. Era demais para um humano comum, mas quando se tratava de Charlie, tudo era em dobro.

– Viemos dar um tempo pra Alice fazer os preparativos do aniversário de Nessie. – explicou Jacob.

– Claro! Não pense que eu esqueci, Nessie! Mas entrem, por favor! – percebi sua surpresa e satisfação pelo tom da sua voz.

Entramos e sentamos no sofá da antiga casa da minha mãe. A televisão estava ligada no canal de esportes.

– Sue está preparando o jantar. Querem ficar? – ele convidou com entusiasmo.

Olhei para Jacob e ele parecia animado. Quando se falava de comida, ele jamais rejeitava.

– Ficamos? – ele olhou pra mim querendo me convencer.

– Claro! – assenti com a cabeça, me animando também. Mesmo quando se era meio imortal e o sangue era minha prioridade, a comida de Sue era irresistível.

Comemos e conversamos distraidamente falando sobre minha vida com minha família (de vampiros) e Sue perguntou se eu estava ansiosa com minha festa no dia seguinte. Eu não estava, não tinha com que me preocupar. Tia Alice faria tudo perfeito. Ela me conhecia tanto quanto meus pais, mas não tanto quanto Jacob. Fiquei o observando comer, eu nunca me acostumei com sua voracidade. Ele parava de vez em quando para respirar, e aproveitava para dizer duas ou três palavras.

– Vovô, já que não posso pôr os pés em casa até amanhã, posso dormir aqui?

– Claro que pode, Nessie! Pode dormir no quarto de Bella. – senti seu olhar pesar quando ele pronunciou a palavra Bella.

Jacob pigarreou depois do último gole de refrigerante.

– Charlie... Ainda está cedo, será que posso levar Nessie para passear um pouco?

– Sim, Jake. Mas volte cedo, está bem?

– Sim, chefe Swan. – sua voz era ironicamente divertida.

Saímos da casa e eu pedi em silêncio que ele não corresse tão rápido. Mas sua voz rouca interrompeu meus pensamentos.

– Não vamos muito longe. – ele segurou minha mão – Quero te levar até a clareira.

– A clareira? – de repente a imagem das capas escuras dos Volturi vieram à minha mente. Eu estremeci – Aquela clareira?

– Calma, Nessie! – sua voz era tranquila – Não há mais perigo.

– Tudo bem. – deixei-me levar pela sua voz – Mas não saia de perto de mim, nem por um segundo. Aquele lugar me dá arrepios.

– Shh! – ele me envolveu em seus braços e começou a me carregar – Confie em mim.

– Eu confio. – envolvi meus braços em seu pescoço e encostei a cabeça em seu ombro largo.

O colo de Jacob era extremamente confortável. Eu poderia enfrentar qualquer perigo tendo-o ali comigo. Acho que isso significava o imprinting, a confiança incondicional.

Jacob não correu, mas chegamos logo na clareira. Ele me colocou no chão com cuidado e deixou seus braços me envolvendo. Minha memória me traiu, trazendo lembranças desagradáveis. Minha família sendo condenada, e eu quase sendo obrigada a partir para longe deixando todos que eu amava para trás.

Eu arfei, sentindo meu coração acelerar. Jacob me girou e ficamos face a face. Ele podia ver as lembranças em meu rosto.

– Nessie, venha comigo. – deixei que ele me guiasse até sentarmos encostados numa árvore de tronco grosso. Estávamos bem próximos e seus olhos pousavam nos meus. – Do que você tem medo?

– De perder você. - falei enquanto engolia um nó em minha garganta.

– Escute. - ele falou com cautela, tentando me tranquilizar. Sua mão acariciava meu rosto - Nunca mais pense nisso, entendeu? Eu nunca vou deixar você.

– Eu sei disso. - soltei um suspiro - Mas não é deste medo que estou falando.

– Então o que é?

– Sabe o que senti quando os Volturi estavam à nossa frente? - meu coração ainda acelerava. Agora eu estava mais habituada a falar. Eu poderia tocá-lo e mostrar tudo a ele, mas naquele momento eu queria que Jacob ouvisse de mim o que eu sentia, que ele percebesse pelo som da minha voz. As minhas lembranças ele já conhecia. - Sabe como senti medo que eles pudessem machucar você? Sabe...

– Não aconteceu. Não pense nisso. - ele me interrompeu - E também você era nova demais pra saber se me amava de verdade.

– Não! - minha respiração encurtava - Eu já sabia que te amava. Sempre soube.

– Eu também. Eu também. Nessie, por favor, não fale mais disso.

Suas mãos grandes tocavam meu rosto, e ele se aproximou tanto que eu sentia seu coração. Quando seus lábios quase encostaram nos meus pela primeira vez, - sim, ele nunca havia me beijado - ouvi passos macios, mas vorazes vindos da floresta. Jacob se afastou e olhou para todos os lados, atento. Eu o imitei.

– O que foi isso? - perguntei.

– Vamos sair daqui. - ele estava tenso - Sinto cheiro desconhecido de sanguessuga.

– Vampiro? Tem um vampiro aqui? - alterei minha voz.

– Fique quieta. - ele me pegou em seus braços novamente. - Vamos avisar a Edward e Bella.


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