Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 29
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai um capítulo com o POV do Jake...
Espero que gostem e boa leitura! :)



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Jacob Black's POV

O dia mais infeliz da minha vida foi quando minha Nessie foi embora. Ela levou meu coração junto, e eu aqui fiquei, vazio, sem vida, sem minha razão para continuar respirando.

Confesso que no começo senti revolta por Bella, por ela me tirar meu único motivo de viver. Mas eu sou tolo, insensato, precipitado... É claro que ela e Edward a estavam protegendo da ameaça eminente dos sanguessugas sem juízo, aliás, da vampira de olhos torturantes que ainda insistia em tirar a vida de Nessie – a minha vida -, sem mesmo o consentimentos dos “temidos” Volturi.

Depois que ela se foi, contei impacientemente as horas, os minutos e até os segundos para poder ligar para ela, para saber se estava bem... eu só queria ouvir sua doce voz o mais rápido possível.

Tranquei-me no meu quarto e afundei-me entre os travesseiros, tentando engolir o bolo que doía em minha garganta, e que arrancava lágrimas quentes dos meus olhos.

O rosto pequenino de Nessie sorria em minha mente, seus cabelos castanhos voavam graciosamente e caíam sobre seus olhos cor-de-mel, e sua voz chamava por meu nome em uma melodia perfeita aos meus ouvidos.

Eu teria que tentar sobreviver apenas com aquelas lembranças, pensar o tempo todo que ela estava bem, por um tempo que ninguém podia determinar.

Quando ela atendeu o telefone, foi como se uma onda de fogos de artifício atravessassem meu peito, ardendo ainda mais o desejo de tê-la inteiramente comigo, e não apenas sua voz. Eu queria sair correndo de casa e pegar o primeiro voo para o Brasil na mesma hora, mas haviam as razões que me impediam.

Como alfa, minha responsabilidade era instruir os novos lobos que entravam agora na matilha. Sam poderia fazer isso, mas o número de garotos recém transformados estava aumentando. Haviam mais de dez garotos de quinze anos, então nós tivemos que dividi-los em dois grupos para as instruções.

Billy estava com pneumonia, tendo cuidados especiais do Dr. Carlisle no hospital, e no entanto ele precisava de mim.

Encontrei-me preso em meio às circunstâncias, sentindo-me completamente solto no ar, sem minha força gravitacional para me segurar no chão. Os cabos de aço que me mantinham em terra firme desde o dia que sofri imprinting por Nessie soltavam-se, e alguns arrebentavam à medida que o tempo passava, e eu me perguntava o que aconteceria se o resto não resistisse.

Em duas semanas eu já estava ficando louco. Ao acordar, eu sempre tinha a impressão de que Nessie estava em Forks, e que eu passaria por lá antes de ir consertar algo na garagem ou acompanhar a evolução dos lobos na floresta. Me decepcionava todos os dias ao perceber a realidade, então eu não conseguia fazer nada direito o dia inteiro. Sempre me pegava distraído ao tentar me concentrar nos pensamentos dos lobos, ou esquecia-me completamente qual era o problema dos automóveis dos clientes.

Ao terminar uma orientação nada produtiva a dois novos lobos em um final de tarde, decidi correr pela floresta, pelo menos para dispersar meus pensamentos.

Dispensei os garotos e transformei-me na mata já escura, saltando rapidamente sobre as folhas secas e quebrando os galhos caídos pelo chão, estalando no silêncio.

Tomei mais velocidade. Geralmente eu corria daquela maneira quando estava aborrecido, mas desta vez o motivo era pior. Quanto mais eu avançava, mais eu me sentia um perfeito inútil. Como eu poderia deixar que as coisas fossem naquele rumo? Por que eu não aproveitei a oportunidade que tive de dilacerar Jane há anos atrás, quando ela estava bem na minha frente?

Naturalmente, eu seria morto na mesma hora que atacasse, mas sem dúvida alguma eu morreria tentando salvar minha Nessie de qualquer perigo.

Talvez agora eu poderia fazer isso... Afinal a sanguessuga de meio metro estava agindo sozinha, então se eu conseguisse...

Não é uma boa ideia, Jake, uma voz interna masculina interrompeu meus pensamentos.

Você já não terminou por hoje, Sam? – perguntei, aborrecido.

Sim. Aliás, eu queria trocar um dos meus garotos com você.

Por quê? Algum problema?

Will é meio desconfiado. Não vai muito com a minha cara.

Ah, era de se esperar! – revirei os olhos – Tudo bem, mande ele vir comigo amanhã que eu lhe mando Petter.

Obrigado, cara! Ei, você não estava pensando seriamente no que eu ouvi, não é?

Não é da sua conta, bufei.

Ah, é da minha conta sim.

Jacob, nem pense nisso! – os pensamentos de Leah invadiram minha cabeça.

Você também aqui, Leah? – resmunguei – Saia daqui!

É perigoso demais, pensou ela. Você não sobreviveria cinco minutos diante daqueles olhos.

Eu hesitei às suas palavras. Realmente, como eu estava pensando, eu morreria sem ao menos tocar em Jane. Mas o fato de ela estar sozinha me alertava que de alguma forma seria mais fácil detê-la. Eu não sabia o que ela tentaria contra Nessie, mas...

Sozinha ou não, ela ainda é forte, Sam intensificou a voz ao pensar.

Vão embora! Me deixem pensar sozinho.

Sam recuou um pouco, e desapareceu com seus pensamentos sem dizer mais nada.

Por quê não vai vê-la, Jake? – perguntou Leah em um tom compreensivo – Eu posso segurar as rédeas aqui com Sam, e não se preocupe com Billy... Posso vê-lo de vez em quando e pedir a Charlie que fique com ele uma vez ou outra.

A gentileza de Leah me deixou surpreso.

Está falando sério? – perguntei com um tom de dúvida.

Por que eu mentiria? – ela pareceu ofendida.

Leah certamente estava tentando me ajudar. De repente, senti-me extremamente agradecido.

Não há de quê, respondeu ela.

Na mesma hora, fui até o hospital para ver Billy.

Ele estava com uma aparência bem melhor que antes, parecia relaxado, desfrutando do conforto que Carlisle dera a ele.

- Jake – disse ele em um tom mais alto que costumara falar nos últimos dias -, precisava mesmo falar com você.

- Algum problema, pai? – perguntei enquanto me aproximava da cama no meio do amplo quarto.

- Não, pelo contrário. O doutor disse que estou melhor – ele deu um sorriso divertido.

- Ah, que ótimo! – dei uma batida de leve em seu ombro.

- Jake, eu não quero mais prender você aqui – de repente sua voz ficou mais firme. – Quero que vá para o Brasil, para ver sua Renesmee.

Ele parecia ler meus pensamentos ao pronunciar as palavras.

- Foi por isso que vim aqui... Mas, pai, se você ainda precisar de mim, eu...

- , garoto! – ele interrompeu, gesticulando com a mão – O velho aqui ainda é forte.

- Tudo bem, pai – eu sorri. – Obrigado.

Também fui falar com Carlisle primeiro, para que ele soubesse da minha ausência, e logo após apressei-me em arrumar minhas bagagens e correr para o aeroporto. Lá encontrei alguns dos Cullen – Alice, Emmet e Rosalie -,  também comprando passagens para o Brasil. Coincidência ou não, eu não queria saber. Só no que eu pensava era que veria Nessie logo.

Passei todas as horas do voo completamente inquieto e impaciente, mas a certeza de que eu a veria algum tempo depois enchia meu coração de conforto.

Eu podia ouvir sua risada inocente, composta da pureza dos anjos, podia ver seu doce sorriso iluminar meus olhos, como a luz de uma estrela na escuridão da noite.

Quando finalmente cheguei ao Brasil e peguei o barco para chegar à Ilha de Esme, parei na entrada da enorme casa com a expressão surpresa de Bella me observando por vários segundos.

- Jake! – ela me abraçou forte, arquejando – Senti tanto sua falta!

- Eu também, Bella – eu a soltei devagar – Onde ela está?

- Ainda está dormindo. Primeira porta à direita. – ela me empurrou para as escadas com um sorriso no rosto.

Subi pulando três degraus de uma só vez, encontrei o quarto e hesitei ao abrir a porta.

Tentei fazer o mínimo de barulho possível, e fechei a porta atrás de mim para que ela não acordasse com a claridade.

Meu coração começou a saltar em um ritmo descontrolado quando a vi deitada na cama, com as mãos juntas à lateral do rosto e a expressão suave como a de um anjo. O meu anjo, a minha Nessie.

Ela dormia profundamente, a respiração levemente puxada e um meio sorriso formando-se em seus lábios pequenos. Parecia ter lindos sonhos.

Eu não queria acordá-la e tirá-la de seus devaneios felizes, mas não resisti. Sentei-me na ponta da cama e a observei por um bom tempo.

Ela entreabriu os olhos e me fitou por um momento, depois voltou a fechá-los, como se não tivesse notado minha presença.

Seus lábios tremeram e ela sussurrou:

- Jacob...

Eu sorri ao sentir a alegria de ouvi-la pronunciar meu nome novamente. Sem resistir novamente, toquei levemente seu rosto, hesitando quando ela se mexeu.

Os cabos de aço voltaram a ficar intactos novamente no momento que a toquei. Meu imprinting estava ali, perto demais de mim. Agora eu estava completo, inteiramente apoiado ao chão.

Outra vez, ela abriu os olhos, mas dessa vez encontrou meu rosto, a expressão suave se agitando em um  sorriso. Lágrimas brotaram de seus olhos.

Ela tocou minha mão que pousava em seu rosto.

- Jacob! – minha Nessie pulou para meus braços, como se adivinhasse o que eu queria fazer, e eu a abracei enquanto ela me apertava por cima dos ombros.


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Notas finais do capítulo

Comentem, amores! ^^
Beijinhos!



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