Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 27
Lembranças




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333334/chapter/27

Renesmee Cullen's POV


Fechei os olhos e tentei conter nó que se formava em minha garganta.

Papai tomou o volante e Seth sentou no banco da carona. Andressa estava atrás, na janela, e mamãe sentou no meio de nós duas. Ela passou o braço em volta de mim e eu deixei minha cabeça encostada em seu ombro durante todo o caminho até o aeroporto.

O voo foi longo e tranquilo – calmo até demais. Eu tentava me concentrar em não pensar no meu último momento em Forks, mas era totalmente impossível. Não dormi em nenhum momento.

Ao chegarmos no aeroporto do Rio de Janeiro, pensei que fôssemos diretamente para a Ilha, mas em vez disso, meu pai alugou um carro e fizemos uma espécie de tour pela cidade.

Ele me fez ficar na frente, me mostrando as belezas do lugar, enquanto passávamos pelo Pão de Açúcar, o Cristo Redentor e pela praia de Copacabana. Ele conseguiu me distrair um pouco, pois senti meus olhos encherem-se de entusiasmo a cada ponto turístico que visitávamos.

Pegamos o barco logo em seguida, e ao nos aproximarmos da Ilha de Esme, percebi um sorriso tímido nos lábios de minha mãe. Ela e meu pai trocaram um olhar silencioso enquanto deixávamos o barco e nos aproximávamos da grande casa.

Ele a abraçou pela cintura e os dois observaram o lugar. Eu sabia que era o paraíso perfeito para os dois. Eles tinham as melhores lembranças de uma lua de mel cheia de restrições vampirescas e humanas, mas que o amor conseguiu prevalecer.

Essa era a minha esperança. Que meu amor por Jacob prevalecesse acima de tudo.

– Você gosta deste? – meu pai mostrou-me um dos oito quartos da casa, no andar de cima.

– Sim, está ótimo – eu disse.

O quarto era muito bonito. As paredes eram brancas em contraste com as cores em nude das cortinas. A cama estava posta ao lado de uma janela ampla, exatamente no lugar onde eu poderia ver o céu à noite. Eu gostei muito disso.

Tudo era muito familiar, me fazia lembrar de Forks, apesar da temperatura quente que eu não estava acostumada.

– Descanse. Depois arrumamos suas roupas – papai deixou minhas bagagens em cima da cama e saiu do quarto.

Eu estava realmente cansada. Não havia dormido durante toda a viagem, e tive insônia na noite anterior.

Tomei um banho no meu pequeno e confortável banheiro, e abri a mala cor-de-rosa que tia Alice me dera.

Haviam inúmeras camisetas, batinhas, shorts e vestidos de todas as cores espremidos no espaço da enorme mala, que se tornou pequeno com o volume das roupas.

Ao lado das bagagens que eu mesma tinha feito havia uma bem maior, de cor branca e parecendo estar muito cheia. Eu não lembrava se tia Alice a tinha me mostrado, então fui abri-la e encontrei um pequeno bilhete.

Achei que você iria gostar de caminhar pela praia.

Alice

Dentro da mala tinham dois, quatro, sete, dez... parei de contar quantos pares de sandálias de verão e sapatilhas próprias para andar pela areia ela havia mandado sem que eu percebesse.

Mais uma vez, sorri de seu jeito exagerado. Eu sentiria falta das suas instruções de moda com aquelas peças de roupas que eu nunca usara.

Decidi escolhei qualquer combinação e me vesti. Depois deitei na cama, meus olhos começando a pesar, quando meu celular tocou.

– Alô?

– Nessie! Está tudo bem? - meu coração acelerou quando ouvi a voz de Jacob.

– Ah! Jacob! – meu corpo reagiu e eu sentei rapidamente – Sim, eu estou bem, tecnicamente. E você?

– Meio desorientado por ouvir você de tão longe.

– É, eu também – percebi que eu estava sussurrando, o cansaço da viagem fazendo minha voz ficar lenta e pesarosa. – É muito estranho.

Jacob esperou um momento e me ouviu bocejar.

– Bom, você deve dormir um pouco – disse. – Eu ligo depois.

– Não, eu não quero dormir – menti. – Podemos conversar mais!

Agora que ouvi a voz dele, eu não queria desligar o telefone. Ficaria acordada e não me entregaria ao sono.

– Nessie, você está cansada.

– Por favor, não desligue – eu disse, ficando ofegante. Odiei a ideia de ter que desligar e interromper nossa única linha de contato.

– Durma, Nessie. Você pode me ligar quando acordar. Não vou desgrudar do telefone.

Enterrei a cabeça entre os travesseiros e suspirei.

– Tudo bem. Até logo.

– Tenha bons sonhos. – ele disse – Até logo.

Olhei a tela do celular e vi que tinha outra ligação. Era tia Alice.

– Oi, Nessie! Tudo bem com você? Como foi a viagem? – perguntou ela antes que eu pudesse falar alguma coisa.

– Tudo bem, tia. A viagem foi tranquila... e bem cansativa.

– Ah, claro! – ela hesitou – Você deve estar cansada. Eu vou ligar para Bella.

– É, eu vou dormir agora. E... obrigada pelas roupas.

– Não há de quê, meu anjo! Você gostou dos modelos? Eu comprei na última hora e...

– São lindos, tia – interrompi. – Eu amei tudo. Obrigada.

– Ah, que bom! Tchau, Nessie.

– Tchau, tia.

Tentei dormir com toda minha concentração, mas não consegui. Eu estava cansada,, mas minha cabeça estava a mil por hora.

Era difícil aceitar a ideia que Jacob estava a muitos quilômetros de distância, que ele não estaria ali comigo se eu tivesse pesadelos, que eu não veria seu sorriso encantador ao acordar, que eu não poderia me perder em seus olhos profundos, nem sentir sua pele arder sobre a minha e seus lábios tocarem os meus.

A primeira noite estava sendo mais longa do que eu imaginava.

Virei-me várias vezes de um lado para o outro, tentando encontrar uma zona de conforto, mas era impossível. O meu conforto ficara em Forks, com Jacob.

Levantei-me e andei pela casa até a porta da frente. Por sorte, ninguém me viu. Sentei-me no chão de madeira, encostada em uma coluna grossa da varanda.

Fiquei olhando o mar, deslizando os olhos no movimento das ondas, e admirando a luz da lua prateada refletida na água.

As ondas que chegavam e voltavam na areia me fizeram lembrar da minha curta infância na praia de La Push, quando Jacob me ajudava a fazer castelinhos de areia e me incentivava a perder o medo de entrar no mar. Ele me ensinou a nadar em uma tarde de verão, enquanto Charlie se aventurava com Billy na pescaria.

Charlie sempre dizia para minha mãe que ficaria comigo em casa, mas eu pedia tanto para ver Jacob que ele acabava me levando, com a desculpa de ir pescar com Billy.

Aqueles momentos com Jacob já eram maravilhosos naquela época.

Eu amava assim como amava meu pai, então o sentimento evoluiu para amizade, depois subiu o mais alto degrau de todas as sensações - o amor. Um amor que me mantinha inteira, viva, feliz... E que agora me desfazia em pedaços, fazendo minhas lembranças me torturarem com uma ponte invisível de milhares de metros de distância.

Deixei o som das ondas invadirem meus ouvidos, e as imagens dos meus pensamentos felizes tornaram-se coloridos e sem sentido algum enquanto eu adormecia lentamente.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oi, amores! Como ficou o capítulo?
Beijinhos!! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imprinting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.