Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 25
Invisível




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/333334/chapter/25

Renesmee Cullens's POV

Jacob correu rapidamente pelo bosque, mas não mantinha a velocidade de costume. Estava  lento, pesaroso. Não precisei segurar-me com tanta firmeza.

Ele parou na praia e eu desci de suas costas, depois entrou na floresta correndo e eu esperei sentada na areia, olhando o mar.

Alguns segundos depois, ele apareceu e sentou-se ao meu lado, usando uma bermuda cor de terra. Virou-se para mim e tocou meu queixo, virando meu rosto para o seu.

- O que você pensou que estava fazendo? – perguntou em uma voz baix,a em seu típico tom rouco – Não sabe que é perigoso andar pela floresta sozinha?

- Eu não sabia onde você estava.

Ele franziu o cenho e balançou levemente a cabeça.

 - Desculpe, eu deixei você esperando. Cheguei tarde do hospital depois do amanhecer e então resolvi...

- Hospital? – interrompi , erguendo as sobrancelhas – Ah não, Jacob! Billy piorou?

- Não, está na mesma – sua voz  era quase um sussurro. – É que Carlisle prefere cuidar dele no hospital, disse que com um quadro de pneumonia todo cuidado é pouco.

Eu assenti e observei seus olhos. Estavam apertados, formando uma expressão de cansaço. Olheiras fundas marcavam em fundo seu rosto.

- Você não dormiu nada esta noite, não foi? – contornei suas marcas de exaustão com as pontas dos dedos.

Ele repousou o rosto sobre minha mão minúscula, que se perdia em sua face.

Apoiei-me em meu cotovelo esquerdo e o puxei pelo pescoço, nos deitando na areia.

Jacob esticou os músculos, depois pendeu a cabeça em minha direção, fechando devagar os olhos. Eu acariciei seu rosto e desci minha mão por seu braço e parei em seu peito nu e perfeito. Cheguei mais perto e o observei por um longo momento, contemplando os traços de sua face relaxando, e senti o suave movimento de sua respiração sob minha mão.

Logo ele começou a ressonar suavemente. Eu voltei minha mão ao seu rosto, desenhando suas feições faciais angelicais, tão lindas, tão precisamente feitas exclusivamente para mim...

E logo estaria tão longe...

Dei um suspiro longo e inclinei-me para beijá-lo nos lábios.

Encostei minha boca suavemente na dele, tomando cuidado para  que ele não acordasse. Mas ele apenas mexeu a cabeça e pareceu não se incomodar.

Fiquei imóvel por longos minutos o observando dormir. A cena era fascinante e ao mesmo tempo perturbadora, porque eu sabia que nosso tempo estava se esgotando.

Sentei-me e abracei minhas pernas, sem me afastar. Olhei para o mar ao nosso lado e acompanhei o movimento das ondas, que conduziam um ritmo harmônico com o leve ressonar de Jacob. O tipo de som que fazia-se música em meus ouvidos.

Um tempo depois, eu já havia me recostado outra vez ao seu lado, sem deixar de observá-lo, então ele abriu os olhos e encontrou meu olhar com um meio sorriso.

Eu me rendi ao encanto da combinação de seus lábios sorridentes e seus olhos apertados me fitando, e sorri também.

Jacob passou o resto do dia ainda sonolento, mas insistiu em me levar para caminhar pela floresta e pela praia, e nenhum de nós comentou sobre viagem. Nós simplesmente deixamos o assunto de lado e nos concentramos no presente. Um presente quase totalmente feliz.

Quando anoiteceu, resolvi ligar para casa.

- Oi, princesa! – papai atendeu logo ao primeiro toque.

- Oi, pai. Ér... eu queria pedir uma coisa.

Eu não achei que fosse uma boa ideia. Certamente eu queria ficar, mas quem faria companhia à Billy no hospital? Ele estava precisando tanto de Jacob! E eu não queria atrapalhar... Mas Jacob insistiu tanto que eu acabei aceitando.

- Posso dormir aqui hoje? – eu hesitei, ficando estranhamente nervosa. Ele entenderia mal?

Papai pareceu pensar por um momento, e então falou:

- Hmm... pode, Nessie. Mas tome cuidado, sim?

É claro que ele não entenderia mal. Era o meu pai.

- Tudo bem. Obrigada. A mamãe está aí?

- Não se preocupe – disse ele calmamente. – Eu falo com ela.

- Obrigada, papai. Tchau.

- Tchau, amor.

- E então? – Jacob estava apoiado com os braços na bancada da cozinha, esperando uma resposta.

 - Vou ficar – eu disse, sorrindo.

- Ótimo – ele veio até mim e me abraçou pela cintura, me conduzindo ao pequenos sofá da sala.

- Jacob, e Billy? Ele vai ficar sozinho no hospital esta noite. Acho que é melhor eu ir para casa e você ir ficar com ele.

- Charlie se ofereceu para dormir com ele hoje. Disse que eu preciso dormir por mais de duas horas seguidas.

- Eu concordo – assenti. – Você precisa de uma boa noite de sono.

Agora eu comecei a guiá-lo até seu quarto. Apertei sua cintura e senti seu corpo cambaleando ao andar.

Ele jogou-se sobre a cama estreita e encolheu-se junto à parede para deixar um espaço para mim. Deitei-me encostada em seu peito, e ele envolveu-me em seus braços. Em poucos segundos estava dormindo.

Foi mais uma noite típica de sonhos para mim. Ou melhor, de pesadelos.

Sonhei na floresta escura outra vez, em uma cena familiar, quase como um déjà vu.

Jane estava poucos metros à minha frente. Eu me encolhia, com medo que ela me visse atrás de uma rocha alta, e esperava que Jacob fosse me tirar daquele lugar que me dava arrepios.

Eu podia vê-la quando inclinava a cabeça cuidadosamente para fora da rocha, e torcia em silêncio que ela não percebesse minha presença.

Um tempo depois, Jane moveu-se de sua posição parada para o lado, concentrando-se em algo à sua direita.

Olhei para a direção que ela virou, e então vi a figura de Jacob em forma de lobo aproximando-se dela lentamente, os dentes à mostra e um rosnado furioso saindo de sua garganta.

Não! Solucei para mim mesma.

Meu coração acelerou rápido e freneticamente sobre a grande pedra que eu me encostava, enquanto eu via os olhos vermelhos da vampira fumegando para cima de Jacob, que agora se contraía no chão.

Meus olhos arderam em lágrimas, eu afastei-me da rocha e tratei de pensar em algo a fazer. Eu não deixaria meu Jacob morrer. Nunca.

Comecei a andar na direção deles, cambaleando e tropeçando sobre o solo rochoso. A tortura de Jacob me afligiu tanto que caí em terra, apoiando-me com as duas mãos no chão.

- Jane! – gritei – Jane, não!

Ela parecia não me ouvir, pois não virou-se para mim. Tentei levantar, mas não consegui.

- Jane, eu estou aqui! Não está me vendo? – minha voz saiu tão aturdida que tornou o sonho ainda mais real – Deixe-o, por favor! Você quer a mim, não é? Eu estou aqui! Olhe para mim!

Nem ela, nem Jacob me deram ouvidos. Eu estava invisível – assim concluí.

Arrastei-me para mais perto, tentando chamar atenção dos dois.

Jacob uivou alto, seu corpo agitou-se no chão, e então de repente ele parou. Ficou imóvel, o peito cessando o movimento da respiração e os olhos fechando lentamente.

- Jacob, não! – gritei mais alto ainda, entregando-me ao desespero.

Fechei os olhos com força, e quando os abri, estava sentada na cama, completamente atordoada.

A sensação em minha garganta era que eu estava gritando de verdade.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá, amantes de Crepúsculo!
O que vocês acharam deste capítulo?
Deixem seus comentários!
Beijos! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imprinting" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.