Imprinting escrita por Nessie Black Halloway


Capítulo 14
Suspiro




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Renesmee Cullen's POV


Sim, eu admito. Eu estava apavorada com o que havia acabado de saber.

Primeiro, eu temia por mim, por minha vida, por não saber o que iria acontecer porque eu não sabia se poderia morrer.

Seria minha parte imortal a me salvar de tal perigo? Ou esta me trairia, lançando toda a carga para a parte humana?

Isto não estava certo. Minha meia imortalidade teria de reagir... Até contra uma vampira ameaçadora de olhos letais.

Mas este medo era suportável, comparado com o outro.

Segundo, eu tinha medo da dor da distância que a morte me traria. Eu não sabia o que poderia vir depois dela, mas eu tinha certeza que jamais poderia estar ali onde estava, envolta e aninhada nos braços de Jacob, suas mãos afagando meu ombro e seu queixo colado em minha cabeça, enquanto eu tentava permanecer imóvel e respirava devagar, para que o momento se prolongasse.

Eu jamais veria seus olhos negros e intensos me fascinarem outra vez. Jamais ouviria sua voz rouca e doce chamar por meu nome. Não sentiria sua pele ferver sobre a minha, seus lábios não mais tocariam os meus. E eu seria nada. Eu não existiria mais para ele, para tentar fazê-lo feliz.

Este medo era mais intenso, forte, perturbador. O primeiro alardia em função dele. Se eu deixasse de existir, eu não o teria mais. Não teria mais meu Jacob. Minha cabeça martelava freneticamente com esta ideia.

Senti algo quente inundar meus olhos percorrer por meu rosto. Jacob secou a lágrima com a mão direita e me apertou para si, beijando-me no alto da cabeça.

Ouvi a porta se abrir e saímos de nossa sintonia, do meu momento favorito, porém tenso naquele instante.

Tia Alice entrou e ajoelhou-se diante de mim, sorrindo levemente.

– Nessie... – ela afagou meu rosto, seus olhos fecharam-se devagar e abriram novamente – Desculpe-me. Eu deixei você justo agora, mas você me conhece. Eu não fico em meu estado normal quando não consigo ver nada. – sua voz estava cortada, como se estivesse chorando.

– Tudo bem, tia – toquei sua mão, acariciando-a.

– Quer que eu faça alguma coisa pra você? – ela animou seu olhar, me analisando.

– Não tia, obrigada – sussurrei. – Estou bem.

– O que você acha de assistirmos alguns filmes como fazíamos antes? – disse ela, elevando a animação – Você, eu, sua mãe, Rose, Esme... E Angela também adoraria!

Jacob assentiu para mim, sorrindo.

– Vamos, vou levá-la para a sala – ele levantou-se comigo e tia Alice nos seguiu com a bolsa de soro.

Jacob me colocou no sofá e quase se afastou, mas eu apertei seu braço.

– Vou revezar a guarda com Seth – ele agachou-se para olhar em meus olhos – Não vou demorar. Aproveite seu tempo com as garotas – ele sorriu.

Assenti devagar, apesar de discordar internamente.

Tia Alice sentou-se ao meu lado esquerdo e mamãe do outro. Tia Rose, Esme e Angela sentaram-se no outro sofá, todas expressivamente tranquilas.

Jacob beijou-me no rosto e eu o acompanhei com os olhos até ele sair da casa.

– Então, o que vamos assistir? – perguntou mamãe.

Tia Alice mostrou a capa do DVD, que não consegui ler o título, e dançou até a televisão.


O filme já estava em uma hora e eu tentava manter a atenção no enredo, mas várias vezes me perdia nas imagens e meus pensamentos voavam para longe, até que as risadas de tia Alice me traziam de volta. Só assim percebi que era uma comédia romântica. Uma garota engraçada e descontraída se apaixonava por um empresário rico e sério. Foi a única coisa que consegui captar, e eu sorria nas cenas divertidas que prendiam minha atenção por poucos segundos.

Tia Alice estava com a cabeça encostada em meu ombro, e de repente eu a senti enrijecer.

Voltei meus olhos para ela, e todas fizeram o mesmo.

Ela levantou a cabeça e fitou o vazio inexpressivamente, abrindo a boca para tentar soltar as palavras.

– Bella... – disse ela.

De alguma forma, minha mãe entendeu o que ela queria dizer, e envolveu seus braços à minha volta, concentrando-se em mim. Percebi que ela estava usando seu escudo.

Tia Alice, tia Rose, Esme e Angela voaram para fora, deixando-nos sozinhas. Eu arfei várias vezes. Era o bastante para entender que havia perigo se aproximando.

– Mãe, o que foi? – perguntei.

– Susan decidiu vir até aqui sem planejar, para que Alice não visse. - disse ela, ainda concentrada – Mas nós esperávamos por isso.

Eu me mexi para frente, tentando me pôr de pé, eu precisava fazer alguma coisa, mas mamãe me segurou com força, acariciando meu braço.

– Calma, meu amor – disse ela, olhando-me cautelosamente – Você está segura aqui.

Forcei-me a me deixar levar pela sua voz, e a abracei com força, enquanto meu coração batia freneticamente.

Ouvi alguém abrir a porta e bater brutalmente, e estremeci com o susto, olhando para a direção do som.

Suspirei quando vi Seth se aproximando. Havia um tempo que eu não o via, mas sabia que ele estava com a matilha o tempo todo, em alerta para nos avisar de algum perigo.

– Algum problema, Seth? – perguntou mamãe.

– Jacob pediu que eu ficasse com vocês. – ele respondeu.

– Ele está bem? – perguntei, ofegante.

– Não se preocupe, Nessie – agora ele estava sentado ao nosso lado, os cotovelos apoiados nas pernas – Jacob sabe se cuidar.

– Vocês a encontraram? – consegui ler a palavra Edward nos olhos de minha mãe.

– Ela está fugindo – bufou Seth, com sarcasmo. – Ela é rápida, mas Edward é mais.

Mamãe estava com os músculos tensos em minha volta. Eu a olhei nos olhos e afaguei seu rosto, lhe afirmando que meu pai ficaria bem.

– Bella, Susan está longe daqui – Seth também percebeu a tensão dela. – Então acho que posso cuidar de Nessie.

Ela hesitou, baixando a cabeça, depois olhou para mim, e eu assenti.

– Você vai ficar bem, meu amor? – perguntou ela.

– Sim, mamãe – consegui sorrir para encorajá-la. – Papai precisa de você.

Ela me abraçou, depois pegou seu casaco e disparou para porta, girando para nos olhar antes de sair. Senti seu escudo desaparecer à minha volta.

Seth ficou em silêncio, mantendo seu porte, e olhava em direção à janela. Considerei que ele estivesse concentrando-se para pulá-la e se transformar se algo desse errado.

Enrosquei meus braços em volta das pernas, encolhendo-me, e encostei o queixo em meus joelhos, esperando por alguma notícia, que alguém voltasse.

Eu esperava por um suspiro de alívio.


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