Nossa história começa no castelo do imperador, um lugar coberto por trevas, onde o mau mora e não precisa se esconder, ao menos, não é isso que ele faz, ele se deixa visível a todos, para que possam lhe teme-lo.

Um vulto encapuzado finalmente conseguira fugir do castelo montado em um cavalo negro, o mais veloz cavalo do reino. Seu coração estava a mil, como se fosse saltar de seu peito, e sua respiração tão pesada que estava ofegando.

Quem imaginaria uma fuga? Principalmente no meio da noite, onde tudo fica ainda mais protegido, e é exatamente por isso que o cavaleiro conseguira fugir, havia pego alguns guardas de surpresa, e agora se envolvia no silencio da noite, com uma das magias que tanto se esforçara para aprender.

A princesa finalmente havia decidido seguir seu destino, ela não queria mais viver lá, queria conhecer as origens de sua mãe, entender porque era tão diferente dos alados e de outras raças, afinal, não era tão comum assim uma ninfa ter um filho com um homem alado.

Seu povo a odiava e a temia, mas ela receava que fosse ter problemas com eles, tinha certeza que seu pai daria uma recompensa por sua captura e ninguém ousaria esconde-la temendo ser morto.

Era a primeira vez que ela conseguia sair para alem do castelo sozinha, costumava ser vigiada por um ou dois guardas e sua ama, a mulher lhes contava histórias da antiga Helrick que deixavam a princesa encantada desde pequena, fazendo-a sonhar com campos verdes, flores silvestres, arvores, riachos, e todas as coisas que haviam deixado de existir a bastante tempo.

Sua ama Carolline era uma ninfa baixinha e já bastante velha, contava a princesa sobre como sua mãe era bonita, e todas as coisas que os filhos gostam de ouvir sobre a infância dos pais e ver que não eram tão diferentes assim.

Seu pai nunca a tratou como uma filha, não me refiro a carinho, mas sim a tratamentos, ela não havia sido criada como uma dama, pelo contrario, havia sido treinada para ser forte, e ter poder, seu pai queria que ela fosse tão forte e poderosa quanto ele, e por isso lhes ensinava desde lutas simples até tortura, entretanto, a princesa era proibida de aprender magia, seu pai queria tirar dela todo o sangue que pertencia a sua mãe, ele não queria que ela aprendesse os segredos das ninfas, e nem ao menos se importou com a ama sendo uma delas, afinal, ele sempre acreditara que a filha era desprovida de magia, e com isso nunca percebeu o que a ama ensinava a seu pequeno troféu.

Depois de cavalgar por o que pareceu algumas horas a princesa fez seu cavalo parar a beira de um pedaço de floresta, que apesar de estar um tanto morta, ainda conseguia ter algumas arvores amareladas que resistiam para não morrer.

Assim que desmontou disse algumas palavras em latim e o cavalo começou a diminuir de tamanho até se transformar em um gato.

-Bom trabalho meia-noite, nós fugimos! Agora preciso comer alguma coisa, estou bastante cansada. --Ela ia revirando uma mochila.

Sua noite acabou não sendo muito boa, apesar de comer um sanduíche sentiu fome, mas precisava guardar o resto para conseguir chegar na próxima cidade que ficavam a uns bom dez quilômetros de distancia de onde ela se encontrava. Arrumou um lugar para dormir em meio a mata junto com sua gata, e conjurou um pequeno feitiço para que não os vissem, adormeceu de forma vagarosa, esperando estar em sua cama macia pela manha.