POV’ Kate

Depois de quase nos beijarmos ele subiu as escadas para o banheiro dele. Eu estava SUPER vermelha. Depois que ele subiu, eu pude respirar.

Meu pai saiu da cozinha e sentou ao meu lado. Pegou o controle e mudou para um telejornal qualquer. Tudo bem, eu pensei. Subi as escadas e fui dar uma bisbilhotada pela casa, chegando a um cômodo cheio, não, lotado de guitarras e violões. Tamanhos e cores diferentes estavam por toda parte. Fiz um verdadeiro *O*

Uma guitarra em forma de machado, vermelha e preta estava em uma redoma de vidro. Sim, eu sei que eu não podia mexer nas coisas alheias, mas a guitarra estava me chamando para tocar um pouquinho.

Tirei a redoma – um pouco mais leve do que aparentava – e segurei a guitarra. Foi quase instantâneo, eu toquei algumas notas que eu conhecia e virou uma música. A porta estava fechada e eu tocava baixinho para ninguém da casa ouvir. Fiquei a admirando.

- Uma beleza, não? – uma voz surgiu da porta e eu quase dei um mortal carpado trezentos e sessenta para trás. Quando eu olhei, Jake estava lá, me olhando com cara de retardado.

- Quer me matar do coração?!

- Não, ainda não. Mas vi que você toca bem.

- Ah, obrigada. E desculpa, eu não queria mexer. Achei que aqui era um escritório.

- Hum... Minha mãe mandou te chamar pra tomar um café.

- O.k.

Essa foi a maior conversa que tivemos até aquele dia. Coloquei a guitarra de volta e desci. Peguei uma rosquinha e fui para o quarto de hóspedes descansar um pouco. Eu até consegui dormir um pouquinho, mas acordei com um breve chacoalhão do meu pai.

- Já está a noite. Você vai dormir no quarto do Jake.

- Por que eu não posso dormir aqui? Pera aí. Você disse que eu vou dormir onde?!

- No quarto do Jake. Agora! – ele apontou para a porta.

- Eu não suporto aquele garoto!

- Não estou nem aí. Vai que eu tenho que dormir.

Tive que sair do quarto e fui bater no quarto do Jake. Logo ele abriu com uma cara surpresa, e depois de ficar dez minutos explicando que meu pai tinha me obrigado a ficar lá, ele me deixou entrar.

- Pode dormir no colchão.

- Você tá brincando. É serio que você vai fazer eu dormir no chão? – eu fiz a minha melhor carinha de cachorrinho pidão.

- Tudo bem, eu durmo no colchão...

Ele deitou e eu deitei na cama dele. E foi estranho, afinal, a cama tinha o cheiro dele. Mas eu gostei.

…

Acordei com a luz do sol penetrando as cortinas, mas continuei de olhos fechados. Eu ouvia a respiração dele, mas estava bem perto. Quando abri os olhos, percebi que ele estava abraçado em mim. Estávamos na mesma cama juntos.

Tentei sair sem ele acordar, mas logo percebi que ele já estava acordado. Me sentei na cama muito confusa.

- Está melhor, pirralha?

- Hã?

- Ontem você teve um pesadelo, aí ficou gritando. Por isso que eu estou aqui com você, eu te acalmei.

- Sério?

- Quase que a minha mãe veio aqui ver o que estava acontecendo.

- Hum... obrigada.

- Pode tomar banho, eu espero.

- O.k.

Fui para o banheiro e me despi, abri o chuveiro e ajustei a água quente. Logo percebi que tinha esquecido minhas roupas. Me enrolei com uma toalha e saí do banheiro. Dois olhos verdes arregalados ficaram me encarando enquanto eu passava. Logo eu fiquei corada. Fui para o meu quarto e peguei as minhas roupas aleatoriamente. Voltei para o banheiro e tomei uma ducha rápida.

Depois que eu saí, Jake tinha dormido de novo. Me aproximei e percebi como ele era fofo dormindo, não parecia nada irritante. Acordei ele e desci as escadas para tomar café.

- Dormiu bem querida? – a mãe do Jake perguntou.

- Ham... bem. Muito bem – eu sorri.