Quieto, como se aquilo não fosse culpa dele, Draco ficou imóvel na mesa da Sonserina, fitando Hermione e Rony perderem a cor da pele ao verem o Harry Potter coberto de sangue.

Parecia que tudo estava mais frio e escuro. As vestes escuras que trajava o aquecia pouco, e logo seus pelos eriçaram devido a baixa temperatura.

Mordia a bochecha forte, como de costume. Os lábios estavam contraídos e ele estalava os dedos freneticamente por debaixo da mesa.

– Tergeo! – Foi a única coisa que conseguiu ouvir. A varinha de Hermione estava levantada, apontado para o rosto de seu amigo, e a varinha aspirou todo o sangue.

–-

(1º pessoa, presente. Draco narrando)

Burro, idiota! Como pude pensar que iria sair ileso dessa? Obvio! Quase destruir a cara do Potter e deixa-lo numa cabine (invisível) e sair sem nenhum preço a pagar? HA-HA!

Soube no momento em que ele cochichou no ouvido de Hermione, que estava falando sobre mim.

Por qual outro motivo ela teria me fitado com tanto desprezo e ódio, se não este?

Se ele não tivesse se metido dentro da minha cabine, quem sabe não estivesse simplesmente sentado ali, curtindo as amizades que tem?

Mas... NÃO! Vamos procurar o Draco e ver se ele está tramando algo, não é? Que raiva.

Weasley olha em minha direção e diz algo para Harry, e Hermione se aproxima mais dos dois.

Como o cheiro dela deve ser bom. Devia ter tentado sentir hoje mais cedo.

“Agora não, Hermione” Ele parece bloquea-la, e eu perco só vejo agora os cabelos cacheados e cheios de costas.

Ronald aponta discretamente para algo, na mesa dos professores. Sigo meu olhar na direção. É Dumbledore.

Sua mão... Ela está... Está morta?

Parece que os três se questionaram a mesma coisa.

Está escura e enverrugada, parece estragada.

“...e o sr. Filch, nosso zelador, me pediu para avisar que estão banidos todos os artigos de logros e brincadeiras comprados na loja chamada Gemialidades Weasley.”

Minha cabeça lateja, cada vez que pisco, as pálpebras parecem dobrar de peso.

“Sua mão está gelada” Pansy demonstra grande preocupação, e eu agradeço com um simples aceno de cabeça.

–- (3ª pessoa, passado, narrador)

“Este ano temos o prazer de dar as boas-vindas a um novo membro do corpo decente. O professor Slughorn”

A careca do professor brilhou à luz das velas, a grande pança sob o colete sombreando a mesa .

“ é um antigo colega meu que aceitou retomar o cargo de mestre das Poções.”

–Poções? - rumores ecoaram pelo Grande Salão, e Draco até se engasgou.

– Por sua vez, o professor Snape – Dumbledore prosseguiu – assumirá o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

O loiro ainda tentava recuperar o ar quando escutou:

– NÃO! – Harry exclamou alto demais. Muitas cabeças de viraram em sua direção.

As luzes ficaram mais escuras, e todos os cochichos cessaram.

– Como sabem...Vocês foram “conferidos” hoje, ao chegarem aqui. E tem todo o direito de saber a causa.

“Uma vez, um jovem, como todos vocês. Sentou e comeu neste mesmo salão, caminhou pelos corredores deste catelo e descansou nos dormitórios, aos olhos de todos, parecia mais um bruxo como qualquer... Seu nome? – Dumbledore hesitou por um segunto. – Tom Riddle.

Os alunos se espantaram ao ouvirem tal nome. Tão sombrio e destemido quanto o nome que usado ultimamente.

– Hoje, porém... – Continuou – O mundo o conhece por outro nome. E esta é a razão, pela qual estou falando isso, agora que estamos todos reunidos aqui... Quero lembra-los de algo de crucial importância... – Draco olhou para trás e viu que haviam dois guardas na frente da porta imensa do Grande Salão. – A cada dia, cada hora, talvez neste exato minuto... Forças das Trevas estão querendo penetrar as paredes deste castelo. Porém, sua arma mais perigosa... São vocês.

Soltou o ar rapidamente para recuperar o fôlego. Percebeu que não tinha respirado sequer uma vez desde Dumbledore começara tal discurso.

Draco não comeu nada, estava se sentindo fraco demais.

Dirigiu-se para a cama instantaneamente, logo depois do aviso de Dumbledore. O mais irônico, foi que ao colocar a cabeça no travesseiro, o sono e o cansaço se esvaíram dele, e só conseguiu fechar os olhos, quando viu a primeira raiada de sol surgir no horizonte. E nunca se sentiu mais longe de si mesmo. Mais fraco, mais nojento.

Neste momento, Harry, Rony e Hermione, dotados de pijamas e mantas, desceram até o Salão Comunal da Grifinória. O fogo crepitava e mantinha a sala vermelha aquecida. O céu estava alaranjado e azul escuro em outra parte. Ninguém tinha levantado,

– Acho que Malfoy é um Comensal da Morte. – Expos Harry.

– Como chegou a tal conclusão?! – Hermione se assustou e cruzou os braços, se sentindo estranhamente alterada.

– No trem! Além dele ter feito tudo aquilo comigo – Apontou para o nariz – E o pai dele! Ele era um Comensal! É de família!

– Oras, Harry! – Hermione se sentiu ofendida – Nem tudo que os nossos pais são nós somos! Meus pais não são bruxos... E eu sou! Entende? Não é assim que as coisas funcionam!

– Sim, mas ele disse algo sobre o Lorde das Trevas! – Replicou Harry – Eu ainda vou descobrir o que é, confiem em mim!

– Mas é obvio que ele estava se exibindo para a Parkinson, não é? – Rony interpelou.

– Parkinson? – Hermione se enfureceu – Aquela cara de galinha irritante? Ah, por favor! Nem o Malfoy gostaria de tê-la, por Merlin.

Draco foi acordado aos chacoalhas por Blásio:

– Acorda, Miss Melanina! – Chamou num tom irônico. Pelo fato de ser quase albino, Blásio tinha costume de chama-lo por tal apelido, que deixava o loiro chispante de cóleras.

Mal tocou em seu café da manha. Comeu um terço de uma pequena linguiça e tomou suco de abobora com uma pílula que roubara do armário de Severo no ano anterior. Dava energia.

– Você está com olheras, Draco – Pansy pareceu mais doce do que o normal, Draco lhe deu um sorriso sincero.

– Não se preocupe, logo elas irão desaparecer. – Foi uma das poucas vezes que lhe deu uma resposta.