– Não, eu não vou sair com eles. - Repetiu Hermione.
– Ah, Hermione! O que deu em você? - Harry bateu o punho na mesa.
– Eu não vou sair com o Ronald. A monstra vai estar junta. - Resmungou, escrevendo uma redação num pergaminho.
– E você acha que eu quero sair com eles? - Retrucou ele.
– Então não vá!
– Ah, Hermione!
– Chama a Gina.
– Eu chamei. - A voz de Harry falhou.
– O que? O que ela disse?
– Ela vai com Dino. Disse para a gente se encontrar lá.
– Como você se sente? - Hermione hesitou - Quando vê... Sabe? A Gina e o Dino.
Ron e Lilá passaram rindo, de mão dadas.
Hermione sentiu uma pontada no coração.
Ela suspirou baixinho, seu coração ia se despedaçar casso visse Draco andando assim com outra. E isso não era impossível.
E ele era perfeito.
– Assim. - Harry sussurrou. - É assim que eu me sinto.
– Como? - Voltou para a realidade.
– Igual quando você vê o Ron com ela.
– Eu não gosto dele. - Indignou-se.
– Ta bem. - Ele pegou seu caderno mal encapado. - Depois a gente se vê. Vou ter que ir no Três Vassouras com eles e ainda ver a menina que eu gosto beijar outro. Depois a gente se fala.
– Ta legal, eu vou! - Ela fez uma careta para Harry, que mandou um beijo para ela.

–-

"Não quero ir." Draco insistia enquanto Pansy enrolava um cachecol da Sonserina em seu pescoço pálido.
"Como se eu estivesse ligando." Ela retrucou, colocando uma touca preta em seu cabelo. "Ta bonito, ta lindo. Vamos"
"Pansy, eu não vou." Ele cruzou os braços, e permaneceu parado no meio do Salão Comunal da Sonserina.
– Ah, D! - Melanie apareceu, abraçada com Blásio. - Vamos lá! Você precisa sair um pouco, tomar um ar...
– Mel está certa. - Concordou Pansy, arrumando os cabelos escuros dela. - Você faltou nas aulas da semana passada, ficou na cama, meio que chorando, sei lá! Estou cansada de trazer comida pra você aqui, e de te ajudar a fazer o dever. Você precisa sair dessa vibe ruim edar um role!
– Que tal o seguinte, nós quatro vamos para Hogsmeade, bebemos uma cerveja amanteigada ou comemos algo e sei lá, compramos doces na Dedos de Mel. Vai ser legal, Draco! - Blásio parecia sério. - Além disso, ta nevando, um frio do caralho. Sei que você odeia calor...
"Aham." Ele concordou, bufando.
Pansy apertou a mão dele e sorriu.
"Ok, Draco?"
"Ok."
Ele apertou a dela também. Ela estava sendo gentil com ele, e a carência chamava mais alto.

–-

Draco saiu com os braços cruzados e os dentes batendo, o frio cortante fazia os olhos ficarem miúdos.
– Ta ligado, os nossos chuveiros são oito ou oitenta.- Disse Blásio se aconchegando numa das cadeiras de madeira do Três Vassouras.
– Toma sua cerveja e fica quieto. - Orientou Pansy.
– NÃOO, eu to falando sério! Nossos chuveiros são oito ou oitenta! Ou gelo do Alasca, ou mijo do inferno!
Uma explosão de risadas saiu da boca deles, e Blásio continuava "Puta que pariu, é sério! Tem vezes que eu quero um banho relaxante depois de um dia foda e vem a cachoeira do inverno ou uma calota polar."
E então ele viu. Tirando do rosto uma porção de cachecóis, e tirando uma touca roxa que lhe servia muito bem. Com as sardas visíveis e uma cara de desagrado estampada no rosto, Hermione.

Ele não pode evitar de olha-la. Era a primeira vez que via sua imagem em uma semana. Ela parecia tão mal quanto ele.

Estava tudo muito confuso entre eles. E Draco sabia que tinha mais coisa envolvida na história. Não era possível que Hermione de repente o odiasse tanto quanto antes, sem nenhum motivo aparente.

Foi seguindo a linha de seu rosto que ficava exuberante na luz pálida, e chegou até seus olhos castanhos penetrantes, que o encaravam com suavidade.

Harry Potter apareceu por trás dela, envolvendo-a em braços grossos, como grandes amigos. E Hermione virou o rosto lentamente, como se quisesse gravar a imagem de Draco em sua mente para sempre.

– Draco, o que você estava encarando? – questionou Pansy.

– Nada, nada. – Ele bebericou mais um pouco da Cerveja Amanteigada.

Mas ele não deixou de espiar a mesa do quanto esquerdo. Rony tentava se esgueirar para fora dos braços sufucadores de Lilá. E Hermione tentava olhar para tudo menos para frente, evitando a imagem do ruivo e da loira.

Potter fitava de esgueira a mesa redonda oposta ao lado deles. Na qual Gina Weasley e Dino trocavam beijos intensos.

– A minha com gengibre, por favor. – Escutou a voz de Hermione, pedindo com um sorriso no rosto para o garçom.

– E, hoje! – Escutou a voz alta da Madame Rosmerta. – Vamos ter a promoção dos beijos por brinde! – Um sorriso brotou no rosto de Melanie e Pansy. – A coisa é bem fácil! Nesse frio aqui, para esquentar as coisas, o casal que der um beijo mais bonito ganha duas cervejas amanteigadas, mais dois pedaços de bolo de melado e... um vale para comer duas vezes aqui sem pagar nada! E... Olha, olha, olha! Que os jogos comecem! – Um casal de lufanos começou a se beijar. – Oras, mais nenhum casal? Opa! Aqui vai! – Gina e Dino deram um beijo amoroso, com direito a carinho na nuca e no pescoço. – Acho que temos um vence...- Então Lilá puxou Ron pela gola e tascou-lhe um beijo voraz. – As coisas esquentaram aqui! – Melanie e Blásio se agarraram. – Sonserinos sempre fortes! – Madame Rosmerta estava realmente se divertindo com aquilo. Tanto que um senhor de seus quarenta anos de cabelos castanhos beijou-lhe rapidamente.

– Vale casal feito na hora? – Um menino loiro extremamente bonito da Corvinal se levantou da mesa.

– Ammm... Creio que sim! – Ela riu alto, e ele partiu em direção da mesa de Hermione, e lhe deu um beijo profundo. Foi um susto tão grande para ela que na hora não teve forças para sair do beijo.

Draco ficou furioso. Os olhos ficaram arregalados, uma fúria incontrolável chegou até seu coração, e quando o menino piscou para ela e voltou a sua mesa, e mandou um beijo em sua direção, o Malfoy achou que ia saltar da mesa e meter uma porrada nele. Ao invés disso, Draco olhou para Pansy vorazmente e sussurrou: “Me beije.”

– Uau, parece que temos um vencedor...! – Madame Rosmerta pareceu ficar tão chocada quanto os outros, que pareciam até sem graça ao verem um beijo tão voraz e intenso.

Nenhum casal se atreveu a beijar depois da surpresa de Draco e Pansy.

Ela sorriu discretamente e ele também, porém, ele fez isso com uma fúria doentia que estava se transformando num sentimento de vingança, uma doce vingança que havia sido jogada como uma bomba e exterminado tudo com sucesso.