Estava tudo bem.
Draco estava quase conseguindo acabar o armário, e estava muito mais saudável. As olheiras haviam sumido e ele voltou a ter aquele jeito charmoso.
Algumas atenções voltaram para ele, e, mesmo Hermione sentindo pontadas de ciúmes, ela se sentia amada.
Estava sendo complicado ter que esconder de Harry tudo isso. Sabendo que ele estava sofrendo profundamente por Gina estar num relacionamento com Dino, ela não queria demonstrar sorrisos apaixonados perto dele, principalmente porque eles surgiam quando pensava em Draco.
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Hermione, primeira pessoa.

A manhã está extremamente úmida, evidentemente estranha, com um tom fúnebre, extremamente desagradável num sábado igualmente desagradável no qual eu tenho que estudar para as provas que sucederão após este mês. Desço as escadas cedo. Uso uma blusa rosa clara de manga cumprida e botões que eu nunca usarei, especialmente para amarrar a blusa até a metade de meu pescoço, e uma calça moletom branca larga.

Meu cabelo está reagindo mal ao tempo estranho, então o prendo em um coque mal arrumado.

Minhas claras sardas estão a mostra sem o mínimo de maquiagem, e, mesmo envergonhada, uso meus óculos pretos grandes, de grau.
Eu normalmente não gosto usá-lo, mas a dor de cabeça que me atingiu ontem à noite perpetuou até hoje na hora que eu o coloquei. Ele é preto, um retângulo largo, que chega quase a cobrir minhas sobrancelhas. Talvez um pouco grande para meu rosto, mas eu não o odeio.
Por mais que esteja bem, para um sábado, sinto-me diferente.
Mordo meu lábio inferior ao me deparar com o Grande Salão apinhado com algumas pessoas quietas e afastadas, eu esperava menos estudantes acordados.
Como meia torrada com queijo branco e suco de laranja, e, antes de engolir o último pedaço por completo, chacoalho minha mãos para tirar as migalhas que sobraram e pego os livros grossos que preciso para estudar.
– Bom dia, Mione - Parvati passa por mim enquanto ando pelos corredores equilibrando os livros.
– Bom dia. - Respondo, ajeitando os óculos.
Largo os livros forte de mais na mesa de madeira da biblioteca e dois alunos primários me encaram.

Olho para eles sem piedade, com a cara fechada. Eles arregalam os olhos e quase enfiam as caras dentro dos livros.

“Esperem até terem as mesmas provas que eu pra ver se vocês vão ficar de bom humor” Resmungo, pego meus livros e vou para o fundo da biblioteca, que é mais fechada e mais reservada. Está vazia, graças a Merlin.
Separo dois rolos de pergaminho e uma pena.
Realmente, preciso estudar.
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Terceira pessoa, passado.
"Bezoar pode ser muito usado caso..." Ela sussurrava, antes de passar para o papel. "Eu já sei disso, livro estúpido! Eu sei disso desde o meu primeiro ano!" Uma grande gota de tinta caiu no pergaminho. Ela apunhalou a varinha e corrigiu o erro num chacoalhar rápido.
– Bom dia. - Escutou uma voz baixa e grossa.
Ainda escrevendo, ela levantou a cabeça e procurou identificar quem a tinha cumprimentado.
– Am... Oi...? - Respondeu, meio sem graça, para McLaggen, que olhava safado para ela.
– Como vai, Granger?
– Bem. - Deu de ombros e continuou olhando para ele, com os óculos na ponta do nariz, conseguindo enxergar muito bem seu pescoço, já que sentada, ele estava bem mais alto que ela, e bem mais próximo do que queria. Ele cheirava a xarope.
– O que você está fazendo? - Ele cruzou os braços - Não acha que está cedo para uma gata como você estar sozinha?
– Sei me virar - Respondeu secamente. - Agradecida pelo seu tempo. - Olhou para ele, que se gabava.
– Está estudando? - Deu uma risada gabada. - O que?
– Poções, minha pior matéria. - Ela continuou a escrever coisas.
– Acho isso simplesmente fácil. Sabe, para um cara em forma e inteligente como eu...
– Olha, McLaggen. - Ela o interrompeu, e parou de escrever. - Eu agradeço por ter sua companhia, mas eu preciso estudar, então você pode me dar licença, por favor?
Ela não viu se ele saiu de lá ou não. Achou um fato interessante sobre o cozimento de favas.
– Oi. - Um sussurro aveludado fez todos os seus pelos da nuca se eriçarem.
A boca da pessoa estava logo abaixo de seu ouvido.
– McLaggen. - Ela ficou com a voz dura. - Sai, por favor.
– Não é o McLaggen... - A voz repetiu, se divertindo, e deu um selinho lá.
Ela se virou e encontrou o loiro. Ele usava uma blusa branca e jeans preta. Uma touca cinza cobrindo seu cabelo loiro e óculos tipo armação ray-ban preto fino, aumentando levemente seus olhos.
– Ei. - Ela olhou para os lados.
– Relaxe, está vazio aqui. - Ele enrolou seus braços envolta dela.
– Draco... - Ela suspirou - É perigoso aqui.
– Não é não. Não tem ninguém aqui. Você veio pro fundão da biblioteca, sorte que eu te vi. Ninguém vem pra cá.
– Espertinho você... - Ela ajeitou os óculos dela, e depois, os dele. - Não sabia que você usava óculos.
– Eu sabia que você usava - Retrucou. - Já tinha te visto antes, umas duas vezes.
– Você ta gato.
– Eu sou gato. - Se gabou, brincando. - Mas você é mais.
Ela lhe tascou um beijo.
– Meu Deus...
– O que foi? - Ela se preocupou.
– Nunca tinha te visto assim.
– Assim? - Ela passou a mão pela calça. - Assim como? Está ruim?
– Não... - Ele cochichou - Ta sexy. Como posso resistir a uma menina de moletom e óculos pela manhã de sábado?
– Do mesmo jeito que eu tenho que resistir agora este loiro de sorriso encantador que se encontra com dois centímetros distância de mim. - Ela mordeu o lábio - E acredite, não está sendo fácil.
Ele beijou sua orelha e ela passou a mão em sua nuca.
– Melhor eu ir. - Ele riu. - Depois nos falamos, GRANGER. - Ele aumentou o tom de voz, e saiu de costas, um sorriso maroto brincando com seus lábios.