Secret escrita por Rocker


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Fiquei mto feliz ao ver que tive 16 reviews no último cap, mas erh soh um terço dos leitores e isso me desanimou. Quase que deixo pra postar esse cap soh daqui ha umas tres semanas, mas eu sabia que seria sacanagem com aquelas que leem e comentam. Então peço que continuem assim e eu nao desisto da fic!



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Capítulo 23


– Olá Edmundo. Essa é a sua famosa Lena? – perguntou uma voz atrás dela, que foi imediatamente reconhecida.

Lena virou-se, com o coração batendo freneticamente, e encarou o fantasma de seu passado que era o causador de toda a sua insegurança.


“How about a round of applause

A standing ovation

You look so dumb right now

Standing outside my house

Trying to apologize

You're so ugly when you cry

Please, just cut it out

Don't tell me you're sorry cuz you're not

Baby when I know you're only sorry you got caught

But you put on quite a show

You really had me going

But now it's time to go

Curtain's finally closing

That was quite a show

Very entertaining

But it's over now

Go on and take a bow

Take a Bow


Ethan Vinner* continuava com seu mesmo aspecto sedutor e convencido, fios e orbes negros como a noite, era ao mesmo tempo parecido e completamente diferente de Edmundo. Edmundo era alguns centímetros mais alto que ele, o que favorecia seu porte forte, mas Ethan possuía o sorriso charmoso que a seduziu anos atrás, mas que hoje a enojava em níveis extremos que nem mesmo ela tinha a capacidade de discernir.

Edmundo olhava curioso para ambos, que se encaravam surpresos por terem se reencontrado depois de tantos anos. O que era um alívio para Ethan e uma curiosidade para Edmundo, era completamente repulsivo para Lena. Ela deu um passo para trás, ainda sem um pingo de vontade de responder, e Edmundo – com toda a sua experiência em analisar comportamentos – percebeu que ela entrara na evasiva e mesmo sem saber o motivo disso, colocou um braço em sua cintura protetoramente. Poxa, era sua namorada, não importava o motivo, se algo a deixava desconfortável ele sabia que era seu dever fazer o possível para ajudá-la e ampará-la.

– Depois de anos a sua procura, finalmente a encontrei, Angel. – disse Ethan, com um tom sedutor que Lena aprendeu a odiar. Odiava esse apelido que ela gostava saindo pela boca do homem que acabara com sua vida. Ao menos a parte onde ela conseguia expressar espontaneamente o que sentia.

– O que te alegra me deixa extremamente irritada e enojada. – disse Lena fria e cruelmente, num tom de voz que Edmundo jamais ouvira dela. Isso o fez se perguntar o que o Príncipe da Calormânia havia feito de tão ruim a ela, pois só assim para ela reagir dessa forma.

– Baixa a bola, Angel, faz anos que não nos vemos e...

– E poderia ficar assim por muitos outros anos. – interrompeu Lena, no mesmo tom que antes.

– Calminha, devia estar feliz por me reencontrado, assim como eu estou. – tentou Ethan novamente, levantando as mãos em sinal de rendição.

– Aparentemente o mundo não é uma fábrica de realização de desejos. – respondeu ela, voltando-se para Edmundo, que observava suas reações atentamente, tentando decifrar o que acontecia ali. – Ainda temos um assunto a tratar. – falou ela mais suavemente.

Ethan, ao perceber isso, endureceu a expressão. Ele ainda a amava e tentaria ao máximo reconquistá-la. Não importava se ele estava noivo de outra – justo aquela que um dia fora sua cunhada. Não importava que Lena estivesse namorando um rei de Nárnia. Nada disso importava quando Ethan Vinner queria alguma coisa. Não importava o que fosse, ele sempre dava um jeito de conseguir aquilo que queria. Ainda mais sendo Angelina, a sua Angel. Aquela a quem ele um dia magoara sem importar com as consequências. Agora, mais do que nunca, ele tentaria reparar o erro que cometera cinco anos antes. Se ele a queria, nada que estivesse em seu caminho poderia detê-lo.

Se ele a queria, ele a teria.

^-^

Lena levara Edmundo até seu quarto. Precisava agora urgentemente contar-lhe sobre sua decepção no passado. Ainda mais agora, que acabara de topar com seu pior pesadelo.

– Pode me contar o que aconteceu ali embaixo? – pediu Edmundo calmamente, enquanto observava a menina sentar na cama e descalçar os sapatos. Por esse movimento, ele percebeu que ela não tinha mais forças para descer ao baile que ainda acontecia no salão.

– Ethan Vinner foi meu primeiro namorado. – anunciou Lena, fechando os olhos para evitar ver a reação que ela temia. Preferiu soltar a informação de uma vez, que por mais dolorosa que possa ser para Edmundo ao ouvir assim tão de repente, sentiu que seria mais doloroso para si se mantivesse isso guardado por mais um segundo que fosse.

Edmundo, sem saber o que fazer após essa informação, sentou-se ao lado e envolveu seu braço direito pelos ombros dela, que percebeu que permaneciam tensos. Acariciou com uma das mãos, sentindo que ela relaxava sob seu toque, enquanto repousava sua mão esquerda sob o queixo da menina, forçando-a a olhá-lo nos olhos. Lena levantou os olhos, surpresa por esta ser justo uma reação que ela desejava, mas que não esperava. Encontrou os olhos negros de Edmundo, olhando-a preocupado, e percebeu que eles não poderiam ser nunca comparados aos negros frios e sedutores de Ethan.

– Pode desabafar. – disse Edmundo.

Lena suspirou, cansada e derrotada, e deitou sua cabeça no ombro do moreno.

– Um ano antes de te conhecer, eu era feliz namorando ele. – ao dizer isso, ela sentiu o corpo de Edmundo enrijecer junto ao seu e tomou sua mão esquerda, que estava livre, e começou a brincar com seus, e à medida que o fazia, sentiu-o relaxar e continuou com sua narração. – Estávamos juntos há quase um ano e eu estava preparando uma surpresa para nosso aniversário. Estava tudo perfeito até que ele chegou à minha casa. Pretendíamos sair e eu o levaria num lugar lindo e leria um poema de Shakespeare, que ele adorava. Mas um minuto que eu o deixei sozinho no quintal para pegar a folha... – ela sentiu os olhos lacrimejarem e inspirou fundo, tentando se manter estável, afinal já fazia anos e não podia se mostrar fraca ao seu atual namorado depois de tanto tempo. Já devia ter superado.

– Não precisa contar se não quiser. – disse Edmundo suavemente, esfregando sua mão no braço da menina, que se tornara gelado de repente. Estava com ciúme, claro, como qualquer um na sua situação estaria. Afinal, sua namorada estava chorando por outro. Mas ele sabia que Lena jamais ficaria tão frágil assim se fosse algo fútil. Havia algo a mais naquele história para fazê-la tão mal.

– É uma opção minha, Eddie. Eu sinto que preciso te dizer.

Ele a puxou para um abraço, tentando deixá-la mais confortável para contar.

– Quando desci de novo – continuou ela –, ele estava se insinuando para Emma. De verdade! Ela perguntou por que estava tentando algo com ela enquanto estava comigo e ele respondeu que ele nunca quis nada comigo. Aquilo foi doloroso, ainda mais depois de todas as promessas que ele fez por vontade própria. Fiquei parada na porta dos fundos, só assistindo àquela cena na minha frente.

Parou um segundo para enxugar as lágrimas e continuou.

– Emma tentava de tudo para se afastar, eu vi; e quando tentou correr, ele a pegou pelo braço e a beijou à força. Nessa hora eu já estava furiosa e fui até a ele. Ele ainda teve a cara de pau de mentir, dizendo que Emma que estava tentando seduzi-lo. Eu sabia que não era verdade, pois havia presenciado tudo. Joguei o papel com o poema na cara dele e voltei para dentro de casa com Emma. Ela pedia desculpas e eu só disse que tinha visto tudo, que ela não precisava se desculpar.

Edmundo não sabia o que dizer, jamais imaginaria que seria algo assim. Não queria dizer nada, pois sabia que ainda não havia acabado e tinha medo que se dissesse algo, Lena perderia a coragem de falar.

– Eu não tinha ideia de que ele estava em Nárnia, e nem como veio parar aqui. – e então algo se chocou em sua mente, perturbando-a. Olhou diretamente nos olhos de Edmundo e questionou. – Emma sabia quem era o príncipe?

– Não. – respondeu ele, sem pensar muito. – Sabia apenas que assim formaria uma aliança entre Nárnia e a Calormânia. Como eu tinha dito, se conformou apenas em saber que era rico.

Lena suspirou.

– Não era apenas isso que a atormenta, não é? – perguntou Edmundo, deduzindo seus pensamentos.

Lena balançou a cabeça, confirmando.

– Eu tenho medo.

– Do quê?

Ela segurou o ar nos pulmões e soltou de as palavras que a perturbam em um fôlego só. – De que você faça o mesmo. – respirou fundo, de olhos fechados, e continuou antes que perdesse a coragem. – Tenho medo de que tudo seja apenas promessas vazias.

– Não se preocupe. – disse Edmundo, segurando o queixo de Lena e obrigando-a a encará-lo nos olhos. – Vou ajudá-la neste seu trauma.

– Só te peço para que se for fazer promessas vazias, não as faça.

Edmundo sorriu, carinhoso e solidário.

– Não tem porque eu mentir para a única menina que já amei.

O que ambos sabiam que era verdade. Lena sorriu, sentindo-se consolada.

– Só me promete que da próxima vez que encontrar o Vinner, use palavras mais duras, que eu sei que existem muitas em seu vocabulário. – pediu Edmundo.

Lena riu.

– Pode deixar. Mal posso esperar para torturá-lo um pouquinho!

Ambos riram e começaram a conversar coisas alheias, como sempre faziam quando não havia mais nada a se fazer. Nenhum dos dois queria voltar ao baile. Preferiam muito mais essa bolha particular que criavam quando estavam sozinhos. Sentiam-se mais confortáveis e adoravam isso.


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Notas finais do capítulo

*http://i1273.photobucket.com/albums/y404/Ribelle_Rocker/Ethan_zps0387c436.png