Pov. Hermione

É, eu finalmente aceitei que eu estava com ciúmes, mas por quê? Eu jurei para mim mesma que eu não ia falar para ninguém, mas acho que eu precisava. O ano já estava acabando, então resolvi que no último dia, no vagão do trem de volta, eu iria avisar ao Rony e ao Harry.

Entrei hoje nervosa no salão principal. Tive a sensação que todos me encaravam.

– Mione, o que está acontecendo? - era Rony

– Nad-d-da... - respondi nervosa. Rony tinha me dado um susto.

– Tem algo acontecendo sim, por que não fala para eles, Granger? - Paralisei. Não era nenhum dos meus amigos, nem Draco... Era Pansy Parkinson. - CONTE! Conte que você está querendo namorar MEU Draco. Anda, cadê sua coragem toda agora?

– Não estou querendo nada com o idiota do Malfoy, Parkinson. Quem quer algo com ele, pelo visto é você... - Falei querendo parecer corajosa, mas acho que dava para perceber que eu estava morrendo de medo, porque Harry logo se colocou na minha frente.

– Saia agora, Parkinson. A Mione nunca ia querer namorar Malfoy. Se você quer tanto ele, vá até lá. Diga a todos que você quer namorar Draco Malfoy! - ele falou tão alto que todos olharam para nós. Inclusive o próprio Draco Malfoy. Na hora deu vontade de gritar "Não, Harry, ele é meu! Se ela falar ele vai querer namora-lá, seu idiota!", mas claro que não fiz isso. Eu devo estar imaginando sentimentos, só pode!

– Como assim, Pansy? Você quer me namorar? - Malfoy disse. Agora praticamente toda Hogwarts estava ao nosso redor.

– É, Parkinson, cadê a sua coragem agora? - falei. De novo aquele "uhh" geral.

– Cala a boca, Granger sangue-ruim! - falou Parkinson

– Não a chame desse jeito, Pansy! - meu deus! Draco Malfoy me defendendo, essa é surpreendente... - Só e-eu po-posso chama-lá assim... - que fofo, ele queria disfarçar...

– O que houve com você, Draco? Está estranho ultimamente... Você fazia questão que todos a chamassem de sangue-ruim...

– N-n-nada P-pansy... É que eu estou meio sei lá... - falou Malfoy.

– Aham, sei... Vamos sair daqui. Vão embora todos, o show da sang... Granger acabou! - falou Parkinson.

Eles foram embora. Alguma coisa diferente aconteceu com Malfoy... Será que ele sentiu o mesmo?

Pov. Malfoy

Eu e Pansy saímos.

– Pansy, você quer me falar alguma coisa? - falei.

– Ta bom, Draco, Você está mudado. Se não te conhece-se ia dizer que você está apaixonado por ela... - falou Pansy

– Nunca! - menti - Eu quis dizer se você está gostando de mim...

– Prove que você não sente nada por ela, prove. Vamos namorar!

– O QUÊ??? PIROU DE VEZ, SÓ PODE!!!

– Qual o problema, Draco? Você já não disse que era o "pegador de Hogwarts"? Então por que não?

– Eu te vejo como uma amiga, no máximo uma irmã.

– Sei...

– Tchau, Pansy. Vou para o dormitório. - falei estressado.

Fui andando. Estava quase chegando quando alguém tocou em meu braço. Deve ser a Pansy, eu pensei.

– Oi Pan... Granger? - perguntei

– Draco Malfoy, acho que precisamos conversar. - ela falou num tom baixo, tranquilo.

– Não temos nada para conversar.

– Por que você fez aquilo?

– Aquilo o quê?

– Você me defendeu. Quis disfarçar depois mas me defendeu. Por que Draco Malfoy, que sempre me xingava de sangue-ruim, me defenderia?

– Não aguento mais, Granger. Eu preciso falar com alguém, mas não existe alguém além de minha mãe que eu confie.

– Conte a mim. Posso não ser sua amiga, mas jamais faria alguma coisa contra você.

– O soco...

– Esqueça do soco, Malfoy. Eu não quis dizer fisicamente...

– Granger...

– Sim...?

– Eu vou te falar.

– Fale.

– Eu estou m-meio q-que... Meio que g-g-g-gostan-tando de v-v-você. - gaguejei mais do que nunca. Eu ainda não acredito que falei.

– Eu não consigo acre-acreditar...- Ela quase desmaiou.

– Nem eu acreditei na hora, mas depois daquela briga... Só o que eu preciso saber é: você sente o mesmo?

– Eu, eu, eu... Eu não sei! Como posso saber? Malfoy eu... - foi interrompida.

– Me chama de Draco.

– Ok. Draco eu temo sentir isso por alguém, principalmente por você. Sinto que vou me magoar muito...

– Não irei.

–Você não tem como provar. Continua sendo um Malfoy...

Ela saiu correndo para seu dormitório.

Pov. Hermione

Fugi. Saí correndo chorando para meu quarto. Entrei, deitei na cama e chorei mais.

Draco Malfoy já te disse que gosta de você, isso não devia te deixar feliz? Eu tentava me convencer mas sempre chegava a conclusão que ele só queria é me magoar.

Dormi muito mal de novo. Tive o mesmo pesadelo, só que nele a Pansy Parkinson beijou Malfoy assim que ele falou que não sentia o mesmo. Ele também tinha olhado para mim e dito "Granger, sua sangue-ruim idiota. Achou mesmo que eu, Draco Malfoy, iria gostar de você? Ninguém gosta de você. Se toca, garota. Pansy querida, ignore essa idiota, você não merece que ela te xingue. Eu sei que ela vai fazer isso...". Todos riram da minha cara.

Acordei suando. Droga, Malfoy. Por que eu fui me apaixonar justo por você? Olhei o relógio. Estava atrasada para a primeira aula! Fui correndo, ainda com o olho vermelho de tanto chorar na noite anterior. Depois das aulas, fui almoçar. Acho que já estava até me sentindo melhor...

– Granger, posso falar com você? - era Draco Malfoy. Droga!

– O que você quer, Malfoy? - eu disse querendo disfarçar minha ansiedade.

– Eu sei como provar que não irei te magoar. - ele disse, me deixando com medo do que ele ia falar. Rony, Harry já estavam nos olhando, mas agora muitas pessoas da grifinória (mais ou menos um terço) estavam olhando. Grifinória e sonserina, é claro.

– Como? É impossível.

– Talvez seja, mas isso vai mudar alguma coisa.

– Malfoy, esqueça o que conversamos ontem. Isso não é e nem precisa ser importante.

– Já volto, Granger. - ele disse indo em direção a Dumbledore. Ele cochichou alguma coisa em seu ouvido e Dumbledore concordou com a cabeça.

– Meus caros alunos e funcionários de Hogwarts, o senhor Malfoy tem algo a dizer a todos, ou melhor a uma. - disse o diretor, Dumbledore.

– Você tinha me dito que sentia medo de eu te magoar. Bom, aqui estou, diante de toda Hogwarts para falar: eu NUNCA irei te magoar. Muitos devem estar se perguntando "quem é essa pessoa que Draco Malfoy está falando?". Essa pessoa é você, Hermione Granger. E eu estou aqui que nem um bobo, todo vermelho para admitir isso. - ele disse. Não sei direito o que aconteceu depois, só sei que ouvi pessoas falando "Draco e Hermione", "Malfoy e Granger, essa eu não esperava" ou "Dramione, o mais novo casal de Hogwarts". Depois desse choque, a última coisa que eu tive tempo de pensar antes de desmaiar foi "parabéns, Draco Malfoy, agora você provou que posso confiar em você.".

4 dias depois...

Acordei muito bem hoje, quer dizer, até olhar ao redor. Eu estava na enfermaria. O que eu estava fazendo lá? Lembrei do almoço do dia anterior. Draco Malfoy falando para todos que gostava de mim... Um sorriso veio ao meu rosto.

– Finalmente acordou! - uma voz familiar. Olhei e vi que era o Malfoy.

– A quanto tempo estou dormindo? - falei.

– Quatro dias... Ele não saiu do seu lado desde que te trouxe aqui desmaiada. - falou a madame Poomfrey.

– QUATRO DIAS??? Quer dizer que amanhã é quando vamos embora? - perguntei chocada.

– É sim. Bom, acho melhor te contar o que aconteceu. - falou Malfoy. - Você desmaiou e eu fui correndo até você te trazer aqui. O Potter, os Weasleys, Longbottom, Finnigans e outros já vieram ver você. Agora descanse, você pode já ter acordado mas ainda precisa recuperar suas forças. - ele me disse me dando um beijo na testa.

– Malf... - falei. Agora madame Poomfrey já tinha ido embora.

– Draco. Granger, me chame de Draco. - Malfoy me disse.

–Então me chame de Senhorita Granger. - falei irônicamente. Acho que ele não percebeu...

– Senhorita Granger? Por quê??

– Falei brincando Mal... Draco. Me chama de Hermione. Agora continuando, você ficou aqui quatro dias? E as aulas?

– Não tivemos aulas. Dumbledore falou que pelos resultados muito bons das provas, com exceção de muito poucas, não ia ter aulas nessa ultima semana. Acho que já vou indo, se não se importa. Vou avisar a todos que você já acordou.

– Por favor fica aqui. Vamos conversar um pouco. O que ficaram falando com você depois daquilo?

– Bom, a Pansy ficou reclamando, dizendo que... É melhor deixar para lá. Ficaram falando para eu te tratar bem... o Weasley e o Potter falaram "Malfoy! O que você quer com a Mione?? Se for um dos seus joguinhos nós te matamos!". Alguns ficaram inventando apelidos mas o que mais pegou foi "Dramione"... - ele ficou falando muitas coisas, só que nem ouvi direito. Estava ocupada pensando "Draco Malfoy gosta de mim". Soltei outro sorriso.

– Draco?

– Sim Hermione.

– Por que você ainda não pediu?

– Pedir o quê?

– Você gosta de mim, certo? - fiquei animada quando falei isso.

– Muito. Mais do que qualquer um que eu já gostei.

– Acho que já é hora de eu te falar minha resposta.

– Para o quê?

– Lembra que você perguntou se eu gostava de você e eu disse que não sabia?

– Lembro.

– Bom, eu ainda tenho um pouquinho de medo, mas acho, melhor tenho certeza. Eu adoroooo muito de sapinhos de chocolate, mas não se compara pelo sentimento que tenho por você.

– Hermione, você quer namorar comigo?

– Não!!!!!! - veio gritando Parkinson pela enfermaria. Droga, aquela vaca! - Draco, você não pode! Ela é uma sangue-ruim!

– Saia Parkinson. Você querendo ou não eu estou apaixonado por ela! E NUNCA MAIS A CHAME ASSIM! NUNCA! - falou Draco me defendendo. A contra gosto Parkinson saiu da enfermaria muito irritada.

– Cuidado, Granger. - ouvi Parkinson sussurrar para mim.

– Sim.

– Sim o quê?

– Sim eu namoro com você. - falei isso e o beijei. Esse beijo foi diferente, foi suave. Foi real.

Continua...