Ele caminhou ate a cadeira e sentou, um sorriso brincava no seu rosto, me ajeitei no meu lugar e olhei pra frente. A vida me odeia.

-Oi, tudo bem?- escutei sua voz, havia um tom de brincadeira nela. Eu apenas ignorei-Não seja mal-educada -o olhei com as sobrancelhas arqueadas. Ah eu sou a mal-educada?-eu te disse “Oi”-sorri e lhe dei o dedo do meio-Porque você é tão... –ele tremeu a cabeça, como se o gesto explicasse melhor do que as palavras.

-Ok então- me virei totalmente para ele- Oi, tudo bem?- usei suas palavras, deixando transparecer toda a minha falta de entusiasmo.

-Oh mais é claro, e você? – espremi os olhos. Porque ele sempre estava feliz?

-Mais ou menos sabe... -fiz uma falsa careta de dor- Um idiota destruiu minha única fonte de felicidade-ele revirou os olhos, e o professor entrou em sala.

-Esse drama todo por causa de um celular?-bufei e olhei novamente pra frente- Qual é o seu nome?-espremi os lábios, mostrando que não iria falar-Eu me chamo Edward Cullen - escutei o som da sua risada. Porque eu tremi quando a ouvi?

- Porque esta falando comigo?-disse entre dentes, queria que o professor chamasse a nossa atenção, talvez assim ele parasse de falar. Mas é claro que isso não aconteceu, o velho estava ocupado demais dando em cima da Srta. Collins, que estava na sala da frente. Imprestável.

 -Só me diz seu nome-ele dizia entre risos.

-Vai calar a boca? Só assim eu falo!-propus a barganha, e ele balançou a cabeça concordando-Me chamo Isabella, Isabella Swan-ele me lançou seu sorriso torto, e meu coração falhou. Porque isso estava acontecendo meu Deus?

-Posso te chamar de Bella?

Fiquei um tempo quieta e o olhei.

-Como sabe do apelido?-juntei as sobrancelhas.

-Sei de muitas coisas Bella ...- o professor foi para a frente do quadro, e começou a aula.Não conversamos mais depois disso, claro que ele estava brincando sobre saber muitas coisas, sobre mim.Ninguem sabe nada de mim... pelo menos nada de importante.

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Algumas pessoas no estacionamento riam, enquanto eu mancava em direção a minha caminhonete. Odiava Educação Física, odiava, odiava, odiava...

Passei as mãos nos meus cabelos, arrancando alguns fios, eu estava extremamente irritada.Xinguei a chuva, e cruzei os braços.E então eu o vi.

 Oque me chamou a atenção primeiramente, foi o carro que ele estava encostado, um Volvo prata e brilhante. Ele sorriu pra mim, mas fingi que não era comigo.

Entrei no meu carro, e tentei bota-lo para funcionar umas três vezes, na quarta tentativa ele rugiu alto me assustando. Adorava aquele monstro.

Fiz uma manobra e sai da escola, a chuva agora era forte, algo normal e deprimente.Tive que me acostumar com o frio rápido depois de anos vivendo embaixo de sol e palmeiras, ir para cidade mais nebulosa de Washington foi difícil. Difícil e necessário.

Balancei a cabeça, tentando espantar os maus pensamentos, cheguei em casa em alguns minutos.

Assim que entrei fui direto para cozinha abrir a geladeira. Coloquei os peixes para descongelar e subi as escadas de dois em dois degraus.

Depois de um banho, me joguei na cama e procurei pelo meu celular. Senti um aperto no coração quando percebi que ele não estava mais ali, e outro aperto maior ainda, quando esse fato me fez lembrar um nome. Edward Cullen.

Eu não sabia oque estava acontecendo, claro que ter o meu estilo não significava que eu era morta, eu posso ser boa, na verdade.Eu sou boa.

As pessoas pensam, que só porque eu uso preto e escuto musicas pesadas, não tenho sentimentos, limites ou sonhos. Mas quer saber? Um foda-se bem grande para elas.

Esse garoto me balançou, isso é verdade. Porem felizmente não acho que daria certo.

Sou o tipo de pessoa, que devolve na mesma moeda. Quase todos são ignorantes comigo, então o jeito é revidar. Mas ele...Nunca poderia ser simpática  do mesmo jeito, ou lhe dar sorrisos toda hora. Nunca mesmo.

Ouvi batidas na minha porta, e sai dos meus devaneios.

-Entra!-exclamei, e a porta foi aberta devagar.

-Boa tarde-sorri para ele. Meu pai entrou e se sentou na beirada da cama, me sentei em posição de índio. Ficamos um tempo parados em silencio, ate ele falar-Trouxe pra você-tirou uma caixa de bombons do bolso da jaqueta e me deu. O olhei desconfiada.

-Oque foi?-Charlie nunca foi muito bom em palavras, resolvi dar uma ajudinha-Quer falar alguma coisa?-abri a caixa e desembrulhei um bombom, o mordendo logo depois.

-Quero te pedir um favor...-pegou um bombom da minha caixa, seus olhos estavam fugindo dos meus.

-Pode falar- tentei parecer calma, era muito raro Charlie me pedir favores.

-Bom... –ele suspirou-Fui convidado para um jantar... –sorri entendendo.

-Vai ter um encontro!-conclui,e ele se engasgou com o ar.

-Bella me deixa terminar!-o olhei confusa-Fui convidado para um jantar, na casa de um rapaz que conheci hoje-murmurei um “Ah” finalmente entendendo-Queria saber se você... Pode ir comigo?-os lábios dele se contorceram embaixo do bigode.

-Tudo bem-balancei os ombros suspirando, ir não iria me matar.

-Ok esteja pronta as 7:00h-concordei  com a cabeça, e ele me deu um beijo – desajeitado – na testa, saindo logo depois.

Deitei-me novamente. Era só um jantar, oque poderia acontecer?