I'm Not Your Princess escrita por Holliday


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oláá meus amores, como estão? ~espero que alguém tenha se interessado pela fanfic ~vou logo avisando que quem já leu a fic no começo vai ficar pensando "nossa, mas isso tá uma cópia" mas o começo vai ser assim mesmo, não se intimidem :3



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Irritada. Essa era a palavra perfeita para me descrever nos últimos dias. Irritada. Desde que aquela maldita carta chegou minha vida tornou-se um inferno. Minha mãe acha que tudo é um conto de fadas, que aquele pedaço de pergaminho era a solução de todos os nossos problemas, e não sei mais o que.

Fiquei pensando o que teria acontecido se eu tivesse pegado a carta primeiro e tivesse a escondido. Acho que não mudaria nada de qualquer forma. Minha mãe não esqueceria essa data, aliás, essa data era aguardada por qualquer família de qualquer casta, que tivesse uma garota entre dezesseis e vinte anos.

Menos por mim, Rose Weasley que não queria ter qualquer envolvimento com a Seleção.

Minha mãe jamais conseguiu fazer parte de alguma casta mais elevada do que a casta na qual nasceu. Talvez seja por isso que ultimamente ela esteja tentando viver em mim o que ela não conseguiu viver na própria juventude.

Mas as pessoas não entendiam, elas simplesmente não entendiam que eu já sabia onde e principalmente com quem eu queria viver. E não era com nenhum príncipe egocêntrico, babaca e mimado.

Resolvi aceitar a realidade momentânea de que minha mãe iria falar da Seleção e apenas sobre a Seleção. Ah, ela também falaria sobre os seus benefícios, claro, como eu pude esquecer esse detalhe?

Minha mãe estava assando peixe enquanto eu preparava o arroz e fazia um suco de abóbora. Ao contrário do que eu imaginei, ela estava silenciosa, mas ainda assim me observava acusadoramente, como se isso pudesse fazer com que eu mudasse de ideia.

Mas eu permanecia firme em minha decisão, permanecia firme ao afirmar que a Seleção não era o que eu queria para minha vida.

Minha mãe tirou o peixe que já estava pronto de dentro do forno e o colocou em cima da mesa de madeira.

- Será tão difícil assim você se inscrever minha filha? - ela perguntou exasperada não conseguindo conter a pergunta por muito mais tempo.

Mordi o lábio inferior nervosa. O meu pretexto de que eu não queria deixar certas coisas para trás já não estava mais dando conta dos surtos de minha mãe, e eu não poderia mantê-lo por mais tempo sem dizer coisas que não deveria.

- Você sabe sobre os ataques rebeldes que ocorrem no palácio! Já pensou na possibilidade de perder sua filha em um deles?

- Não seja tola querida. Já faz anos que esses ataques ocorrem, e nunca houve nenhuma morte sequer. Por que acha que haveria de ter agora? - eu não achava, acontece que esse fora o melhor pretexto que eu encontrei.

Ficamos mais um tempo em silêncio terminando de arrumar a mesa para o jantar, até que ela me segurou pelos ombros.

- Sabe que nossa situação financeira não está boa, Rose. Precisamos de você, precisamos que se inscreva. Seu pai precisa de você.

Meu pai, um golpe baixo, porém eficiente. Rony Weasley, o homem que mesmo sem condições tentava me mimar de todas as formas possíveis. Um pai protetor, que nos dias atuais perdia o tempo que poderia estar trabalhando para cuidar de sua filha. Eu queria poder ajuda-lo, e a minha mãe e o meu irmão Hugo. Mas não conseguia ver a Seleção como uma ajuda, e sim como o fim de tudo o que prezo na vida.

Nos últimos meses conseguir um emprego havia se tornado uma tarefa complicada, o que fazia com que o dinheiro se tornasse mais escasso.

Ainda não éramos mortos de fome ou algo parecido, mas considerando que nossa casta era apenas três acima dos miseráveis, não estávamos tão longe disso.

A casta cinco é a casta dos artistas. Eu canto, minha mãe toca piano, meu irmão mais novo e mão pai esculpem.

Agora que o inverno estava mais próximo as preocupações também aumentavam, fazendo com que aquela carta se tornasse, para minha mãe, a solução de todos os nossos problemas.

Meu pai, Hugo e eu já estávamos sentados á mesa, prontos para jantar. Minha mãe entrou na sala com a carta em mãos e um sorriso no rosto.

Os olhos de meu irmão mais novo brilharam. Desde que éramos menores, Hugo tinha esse negócio de achar que eu era uma princesa. Agora com essa carta, ele passaria a achar que eu era uma rainha.

Coloquei minha cabeça entre minhas mãos, nenhum pouco interessada em ouvir aquelas palavras que arruinariam com minha vida e meus planos para o futuro.

- “Confirmamos no último censo que uma mulher solteira entre dezesseis e vinte anos reside atualmente em sua casa. Gostaríamos de informá-los sobre uma oportunidade próxima de honrar a grande nação de Hogsmead” – minha mãe dizia com sua voz polida.

- Sempre soube que minha irmã era uma princesa! – Hugo gritou interrompendo minha mãe e eu revirei os olhos. O que eu menos quero é ser uma princesa Hugo...

- “Nosso amado príncipe Albus Severus Potter” – minha mãe continuou – “atinge a maioridade esse mês. Para adentrar esta nova fase de sua vida, ele deseja ter uma companheira a seu lado, uma verdadeira filha de Hogsmead. Se sua filha, irmã, ou protegida elegível estiver interessada na possibilidade de tornar-se a noiva do príncipe Albus, e a adorada princesa de Hogsmead, por favor, preencha o formulário anexo e entregue-o no Departamento de Serviços Provinciais da sua localidade. Uma jovem de cada província será escolhida aleatoriamente para encontrar-se com o príncipe. As participantes serão hospedadas no agradável palácio de Hogsmead, em Angeles, enquanto durar sua estada. A família de cada participante será recompensada generosamente por seu serviço à família real”.

Era isso que acontecia toda vez que um garoto nascia na família real. Príncipe James Sirius, que seria mais velho que Albus, morreu em batalha, sendo assim não houve Seleção. A princesa, mais nova que seu irmão Albus, Lílian Luna, em breve seria negociada em casamento para fortalecer a união com outros países.

Pensar na possibilidade de fazer parte de um concurso televisivo nacional, apenas para o príncipe escolher uma garota tão fútil, mimada, e insuportável quanto ele para ser sua princesa me dava náuseas.

Já tive que fazer apresentações para castas superiores, e tenho razão ao dizer que não faz bem se meter com gente daquele tipinho. Se minha mãe queria ser uma alpinista social não é por isso que eu deveria seguir seu exemplo.

- Eu tenho certeza de que o príncipe iria amar a Rose! – minha mãe dizia pomposa.

- Mãe, você pode, por favor, parar com isso? Estou tentando jantar em paz – murmurei com as bochechas coradas.

- Você é tão bonita, aposto que vai chamar muito mais atenção com os seus cabelos ruivos do que as outras garotas – ela continuava tagarelando como se eu não tivesse me manifestado.

- Eu não acho que Rose deveria se inscrever – meu pai interrompeu minha mãe e eu deixei os talhares no prato, em parte interessada, em parte agradecida – Acho que ela consegue arranjar alguém de uma casta superior sem ter que se inscrever seja lá para o que for.

Eu não queria alguém de uma casta superior, mas uma objeção em relação á Seleção que não viesse de mim já era algo válido.

- Não diga bobagens Ronald! Rose deve se inscrever, é a melhor oportunidade de vida que ela tem. Mais tarde iremos conversar e você verá como estou certa.

O único barulho que se ouvia era o dos talheres batendo nos pratos. Olhei para minha mãe. Os cabelos castanhos encaracolados caindo em seu rosto, as costas levemente corcundas por anos de trabalho árduo, as expressões como de quem já viu muito na vida. Eu realmente a amava. Amava muito, mas odeio o fato de ela achar que sabe o que é melhor para mim, sem nem ao menos saber o que eu quero para mim mesma.

Todos se levantaram da mesa. Mamãe e meu pai provavelmente foram se deitar, Hugo foi banhar-se e eu teria que arrumar a mesa. Cobri o que sobrou do meu prato com um guardanapo e o escondi na geladeira.

Me arrumei para dormir e me joguei na cama pensando na Seleção. Tinha certas vantagens como passar algum tempo vivendo em um palácio com camas e travesseiros confortáveis, maior quantia de uma comida de qualidade e pessoas para fazer os serviços domésticos por você.

Isso claro se eu não fosse Rose Weasley que só visse o lado negativo da coisa, como por exemplo, jogar no ralo tudo o que eu preparei para minha vida.

Outras garotas não deveriam estar vendo nenhum lado negativo em preencher o formulário para a Seleção.

Fazendo o mínimo de barulho possível, caminhei até a cozinha, peguei o meu prato com a comida e voltei para o quarto. Ajeitei um pouco o meu cabelo e olhei para o lado de fora da janela.

A lua emanava pouca luz, e demorou para que meus olhos se acostumassem com a escuridão e eu pudesse prosseguir meu caminho.

Pulei pela janela e segui tentando fazer o mínimo de barulho. Ao longe podia ver a casa da árvore. No começo eu tinha certa dificuldade em subir nela com um prato de comida nas mãos, mas agora já não era tão complicado assim.

Entrei na casa da árvore e meu coração acelerou involuntariamente, pois eu sabia que não estava sozinha. Deixei a comida no chão, tentando enxergar alguma coisa além do breu.

Até a pessoa acendeu uma vela fraca, mas suficiente para que nos enxergássemos. Ele me observou com o seu típico sorriso malicioso antes de perguntar:

- Como vai minha ruivinha?


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Notas finais do capítulo

Então é isso, espero que tenham gostado...
Reviews?? Tenho cinco capítulos prontos, tudo depende de vocês meus anjos ;)
Beijos ♥