– Curada? Tipo, curada curada? Realmente curada? – perguntei, tentando digerir o que tinha ouvido.

– Bom, é claro que de início você tem que ir um pouco devagar para que seu corpo se acostume a fazer coisas que você parou de fazer, mas, sim, você está realmente curada.

Levantei e fiquei encarando as paredes. Curada. Bom, isso muda tudo. Eu sabia que um dia eu ouviria isso, mas, ouvindo realmente torna as coisas totalmente surreais. Eu pedi tanto para que este dia chegasse, e agora que chegou eu não sei o que pensar.

– Você pode voltar a sua rotina normal, meu amor, você pode voltar a dançar! – ele comemorou, cheio de esperança.

–Dançar? Eu fiquei muito tempo parada, meu corpo já não é mais o mesmo...

– Bella, eu posso não entender de dança, mas eu entendo perfeitamente o corpo humano. Não foi um dano irreparável, afinal.

Sentei e o encarei. – Meu Deus, eu estou curada! – exclamei, já sentindo os olhos transbordarem de lágrimas de felicidade.

– Eu sempre falei para você acreditar em si mesma. Você pode fazer tudo o que quiser, Bella, é só você querer. – me abraçou.

– Obrigada por você sempre acreditar em mim, por você está sempre ao meu lado. Eu te amo tanto, Edward. – declarei, depositando vários beijos em seu rosto.

Hoje, eu realmente vejo que tudo na vida tem um propósito. As coisas eram para acontecer, de uma forma torta, mas tinha que acontecer. Se não tivesse acontecido tudo isso, eu não teria conhecido o Edward. E olhando para trás, vendo que ele esteve nos piores momentos da minha vida, como eu posso não amar esse homem que me apoiou, enxugou as minhas lágrimas, foi o meu amigo, o meu porto seguro?

– Eu que sou apaixonado por você. Completamente apaixonado. – e ele me beijou. Um beijo diferente, mais ardente. Quente.

Senti as paredes girarem e percebi que Edward tinha me carregado. Em um momento eu estava sentada na cadeira e no outro eu estava praticamente deitada na mesa. Ele estava em todos os lugares. Eu o queria e ele me queria também, e é isso que importava. Puxei o seu jaleco e comecei a desabotoar sua camisa.

– Bella... – ele disse baixinho, praticamente um sussurro.

– Hum? – levantei um pouco corpo e encaixei as pernas em seu quadril.

– Aqui não, Bella, eu quero fazer amor com você... Mas não aqui, deste jeito. – ele disse, ainda beijando o meu pescoço e puxando a minha blusa.

– Não importa o lugar, o que importa é que seja com você. – praticamente supliquei. Ele pareceu entender. Edward me puxou para mais perto, como se isso ainda fosse possível, e continuou depositando vários beijos no meu pescoço, enquanto suas mãos já trabalhavam freneticamente na minha barriga, com a minha blusa já levantada.

– A minha secretária... Os pacientes... É... – ele gaguejou. – Eu preciso ser homem o suficiente para parar. – disse rindo. – Você está me levando à loucura, Isabella. – Ele prendeu as mãos na minha cintura e permaneceu parado, enquanto eu ainda estava sentada em sua mesa, minhas pernas encaixadas em sua cintura.

– Eu? – questionei, tentando conter o riso. – Você que me agarrou. – acusei, passando o nariz em sua bochecha.

– Jante comigo hoje? – ele pediu, usando suas grandes esmeraldas para me persuadir.

– Bom... Eu... - gaguejei

– Sim, que ótimo! Te pego às sete. – me informou, não permitindo que eu respondesse. – Agora, eu preciso te expulsar daqui, Bella, ou eu não respondo por meus atos. – ele me levantou e colou os lábios nos meus. – Meu Deus, olha para isso!

Virei para onde ele olhava e encontrei uma enorme bagunça. O chão estava cheio de papeis, canetas ainda balançando, procurando estabilidade, a mesa com apenas porta-caneta rolando por ela... Voltei-me para Edward e percebi ele bastante bagunçado. Sua camisa branca estava em pior estado; toda amarrotada e com os botões abertos. Botões esses que permitia que eu tivesse uma visão maravilhosa do seu abdômen definido.

Edward me soltou e se abaixou desajeitadamente para pegar as coisas que estavam no chão. Ri da cena.

– Vem cá – pedi. – Me deixa arrumar o que eu baguncei. – O puxei e comecei a abotoar a sua camisa, sentindo meus dedos formigarem com o contato de nossas peles. Tentei arrumar seu cabelo, mesmo eles sendo bagunçados por natureza.

– Bom, agora eu posso ir. Até mais tarde então... – me virei para a porta, mas não pude prosseguir, pois fui puxada pela cintura, indo de encontro a Edward.

– Você vem, me seduz abotoando a minha camisa e ainda vai embora sem me dar pelo menos um beijo? Ah, Isabella Swan... – reclamou, me beijando logo em seguida. Antes mesmo dele colar os lábios aos meus, eu já estava completamente sem fôlego.

(...)

Quando sai do consultório, poucas pessoas estavam na recepção. Me dirigi ao toalete para verificar a minha aparência. Bom, o meu cabelo estava bastante selvagem e a minha blusa para fora da calça. Depois de ter certeza que estava apresentável, sai e fui direto para o ateliê onde eu e Alice faríamos a última prova do vestido, a escolha da maquiagem e o penteado.

O ateliê que a Alice tem no centro de Londres é bem modesto. Só é um lugar que ela faz as suas criações da faculdade e algumas encomendas. Futuramente, ela pretende expandir e deixar marcado o seu nome no mundo da moda.

Quando cheguei lá, Alice já estava a todo vapor. Com o casamento chegando, ela estava mais nervosa do que o normal. Tudo tinha que sair perfeito, inclusive o seu vestido. Não só por ser o vestido da noiva, mas também por ser uma criação sua. E seria uma bela forma de divulgar o seu trabalho.

– Ah, Belinha, o que você acha dele solto? – ouvi a voz de Alice ao longe.

– O que, Alie? – perguntei.

– O meu cabelo, meu bem, o que você acha dele solto?

– Ah, não sei. Talvez algo diferente, como um coque frouxo, algo que você não use tanto no dia a dia.

– Nós podemos fazer um coque e deixar ele solto ao lado, caindo em cachos. – Susan, a cabeleireira, sugeriu.

– Talvez umas flores, como o casamento será na praia – completei.

– Hum, amei a ideia de vocês duas. Pode colocar a ideia em prática, Susan! – gritou Alice, e com bastante habilidade as mãos de Susan começaram a trabalhar no cabelo dela. – Você está inspirada hoje, hein, Belinha, e com um sorriso radiante – observou ela.

– Eu estou feliz. Na verdade, muito feliz.

– Hum, e qual é o motivo desta felicidade? Você não tem nada para me contar, não? – perguntou desconfiada.

Eu nunca conseguia esconder nada de Alice. Ela tem um dom de perceber as coisas só com o olhar.

– Eu iria te contar mesmo, mas você tem que aprender a esperar Alie.

– Ok, mas eu sou curiosa. Agora me conte, por favor, Belinha. – pediu, quase pulando da cadeira, atrapalhando o trabalho de Susan.

– Bom, o Edward me deu alta Alice.

– Alta? Isso significa que... – ela levantou e começou a pular nos meus braços, recebendo um olhar de reprovação de Susan, que ela nem percebeu.

– Ah, meu Deus! Eu sempre acreditei na sua recuperação, Belinha. Eu estou tão feliz! – comemorou enquanto me abraçava e enchia de beijos.

– Eu sei, Alie, e eu nem preciso dizer o quanto eu te amo por isso.

– Bom, meninas, este momento é realmente muito lindo, bastante comovente, mas eu preciso que você sente aqui, Alice. – Susan pediu

– Tudo bem, Susan. – Alice se sentou novamente. – Eu estou transbordando felicidade, Belinha. Precisamos brindar. Champanhe, muito champanhe!

– Então eu pego. – ofereci, imaginando que Alice iria levantar novamente e atrapalhar o trabalho de Susan.

Peguei o champanhe e abri para brindarmos juntas.

– Vamos brindar a mais uma batalha vencida, Belinha. – declarou Alice, e brindamos. Até Susan brindou, mas com a taça em uma mão e a escova na outra, já esperando a hora que Alice terminasse para ela poder continuar seu trabalho.

– Hum... – bebi mais um gole do champanhe. – Eu nem te falei a melhor parte: eu tenho um jantar hoje à noite. – informei, já imaginando a cara de frustração de Alice se eu não contasse.

– Uau, um jantar! – Alice sentou–se novamente na cadeira e Susan retomou o seu trabalho. – Eu preciso escolher uma roupa bem linda para você vestir e também ver uma maquiagem...

– Uau, um jantar! – Alice sentou–se novamente na cadeira e Susan retomou o seu trabalho. – Eu preciso escolher uma roupa bem linda para você vestir e também ver uma maquiagem...

– Tem certeza? Não sei, não... – duvidou.

– Poupe-me, Alice. É claro que eu sei ficar decente para um jantar. – declarei.

Alice me fez de cobaia a vida toda; desenhava vestidos para mim, me dava "dias de moda" – o que ás vezes era desnecessário.

– Susan, você já terminou? – a baixinha perguntou.

– Sim. – respondeu Susan. – O que acharam?

O cabelo de Alice estava preso de lado, com vários cachos caindo perfeitamente. A flor branca atrás tinha combinado perfeitamente com ela e com o clima do casamento.

– Sim. – respondeu Susan. – O que acharam?

– Eu estou completamente apaixonada. – comentou Alice se olhando no espelho. – Susan, você é um anjo. Agora, tem mais um cabelo para você arrumar... – apontou pra mim. – O que você acha de um penteado bem fofo para um janta romântico?

– Eu imaginei que você diria isso. – disse Susan, já me puxando para o lugar que Alice estava sentada, nem me deixando dizer nada. – Eu pensei em uma trança... – Susan começou a trabalhar no meu cabelo e Alice a opinar do outro lado.

Eu me esqueci completamente do vestido que eu tinha que experimentar, da maquiagem, do penteado para o casamento... A única coisa que se passava pela minha mente, era o meu jantar de hoje à noite.

(...)

Fui tomar banho tentando fazer o máximo para não bagunçar o meu penteado. Alice e Susan me fizeram de boneca. Além de testarem vários penteados, ainda ficaram escolhendo a maquiagem ideal para a ocasião. Sai do banheiro rindo da situação. É uma terapia para Alice me fazer de cobaia e quando ela encontra outra pessoa para ajudar ela faz a festa.

Coloquei um vestido lilás com um decote em V e alguns acessórios de ouro. Reacendi a maquiagem e já estava pronta. Não tinha muito que fazer, já que Alice já tinha começado a me arrumar bem antes.

Fui à cozinha e coloquei um pouco de vinho em uma taça. Sai da cozinha e me direcionei para a sacada. Me debrucei ali e fiquei admirando minhas flores. Pouco tempo depois vi um volvo prata estacionar na frente do prédio. Entrei, lavei a taça e escovei os dentes. A campainha tocou assim que terminei.

Ele estava com um paletó por cima de uma camisa azul que estava por dentro da sua calça social. Poderia ficar até elegante demais, mas ele estava tão Edward... Tão despojado.

– Oi, meu amor. – ele me entregou um buque de rosas vermelhas, que me deixou de boca aberta. Era tão lindo!

– Obrigada. – agradeci lhe beijando os lábios.

Coloquei as flores no vaso e lhe dei outro beijo. Era segunda vez que ele me entregava um ramalhete de flores.

Coloquei as flores no vaso e lhe dei outro beijo. Era segunda vez que ele me entregava um ramalhete de flores.

– Sim, só preciso pegar a minha bolsa. – soltei-me de seu abraço e peguei a bolsa.

Saímos do meu apartamento comigo praticamente colada em seus braços.

– Para onde vamos? – perguntei, quando entramos em seu carro. – Não me diga que é surpresa?

– Era, mas agora eu já posso contar. – ele sorriu para mim e depois se virou para frente. – Vamos para o meu apartamento.