Sebastian estava se sentido muito ruim e percebeu a decadência dos alunos nas demonstrações, ele olhava para o céu e viu um pássaro sendo eletrocutado pela barreira.

– Que lindo... - Sebastian disse tentando ficar bem. Mas logo percebeu algo. - Aquela velha... Nem pra avisar...

O céu estava ficando escuro, muito, muito escuro.

– Todos para fora da arena! Vamos, vamos! Pra ontem! - Sebastian apressava á todos.

Mirane andava o mais rápido que podia, mas sua perna estava muito machucada desde sua visita ao psicólogo.

– Vamos Mirane! Não temos muito... - Sebastian dizia fora da arena até ser interrompido por uma pilha de concreto que tapou a passagem para a arena.

– Senhor Sebastian?! Eu estou presa! - Mirane gritava desesperada. - Meu braço! Está... Preso. - Dizia entre gritos de dor.

– Eu não posso usar meus poderes... - Sebastian dizia com raiva e ressentido. - Isso é um treinamento, vamos pessoal, ajudem a Mirane.

Ninguém se manifestou á ajudá-la.

– Seus covardes, vamos! O que vão fazer quando for a hora de enfrentar a Ilha?! - Sebastian dizia enfurecido.

– Não queria dizer isso, mas... Está muito desesperado para isso ser um treinamento. - Kyle disse meio á fundo e já voltou á ler o livro como se nada tivesse dito.

– É... Verdade. - Zöe sussurrou e tomou coragem á terminar. - E por que não usa seus poderes... Senhor?

– Porque não estamos autorizados, eles são tão grandes que poderiam explodir uma parte deste internato. - Sebastian disse voltando a seriedade de antes.

– Em momentos de crise... - Yuuki sussurrou dedilhando seu rabicó. - Isso é um momento de crise não é Aquamarine?

– Claro! Isso não é um treinamento e temos uma aluna presa dentro da arena com muito concreto á impedindo de sair! - Aquamarine disse com raiva, sabia que tinha usado toda sua energia para salvar um dos alunos antes.

– Então... Yuuna? Quer me ajudar? - Yuuki perguntou sorrindo.

– Gente! Alguém! Por favor... - A voz de Mirane ficava cada vez mais baixa.

Só se ouviram cair mais pedras e mais gritos de desespero, abafados, mas ainda sim desesperados.

"Eu sempre ajudo..." Yuuna respondeu com um sorriso mais que maligno no rosto.

Antes que Yuuki desamarrasse o cabelo, uma luz amarelada vazou pelas frestas das pedras.

– Isso é uma droga! - Sebastian disse socando a parede.

– Isso é o que acontecesse quando uma fada morre. - Gabriela disse lixando suas unhas.

– Impossível! Não, não... - Zöe dizia quase congelando. - Ela tinha poderes de cura e tudo mais, ela não pode ter morrido, ela me ajudou...

A luz logo se enfraqueceu e o rosto de Sebastian só demonstrava raiva.

Ele saiu correndo, tão rápido que os alunos não o viram.

– Isso... Não vai ficar assim! - Yuuki gritou. Normalmente ela era muito calma, mas essa ação passou dos limites.

Ela puxou seu amarrador e soltou seus cabelos.

– Eu não sei no que vai dar, mas isso é por você Mirane. Yuuna, acorde! - Yuuki disse gritando e fechando os olhos.

Uma luz vermelha escura enorme emitiu dela e uma transformação, pequena, mas notável, aconteceu. Seus cabelos eram maiores e estavam prateados.

– Menina idiota! Vamos, vamos! - Yuuna dizia, sua alma havia tomado conta do corpo de Yuuki.

Ela tirava as pedras com as mãos, com uma força inimaginável. Quando finalmente retirou as pedras da entrada, dava para se ver uma perna de Mirane e o resto de seu corpo soterrado sob uma pedra enorme.

– O que eu faço agora?! Preciso ajudar a Yuuki... - Yuuna dizia desesperada e procurava algo para fazer, mas nem a pedra ela conseguia levantar.

Ninguém se manifestava á pelo menos entrar no local ou qualquer outra coisa. Isso deixava Yuuna muito irritada.

Louise nem ali estava mais, ela estava em seu quarto, procurando por Liza.

– Liza! Rápido! A Mirane precisa de ajuda! Por favor, aparece! Você curou minhas asas, agora ajude a Mirane! - Louise dizia enquanto revirava o seu quarto.

– Louise? Eu estava tirando uma sonequinha da tarde... - Liza disse bocejando.

– Vamos, vamos! Vai ajudar a Mirane! - Louise dizia abrindo suas asas e jogando ela escada baixo.

– Que mestra grossa... Ainda estou com sono... - Liza dizia enquanto quase chegava no local.

– Licença, sou a pet Liza, escrava da Louise. - Liza disse brincando e entrou no local. - Moça bonita, licença?

– Hein?! Quem é você?! - Yuuki disse ainda irritada, estava socando tudo que via.

– Eu sou escrava da Louise, eu vim ajudar, ela deve estar chegando. 3, 2 e...1. - Liza disse brincando.

– Liza! Ela chegou aqui?! Ela está ajudando?! - Louise perguntou desesperada, esse foi o único momento que expressou tanto suas emoções naquele internato.

– Eu estou aqui, vim ajudar. Ela ainda não esta morta. - Liza dizia encostando seu focinho na perna de Mirane.

– Mas... Não é verdade, aquela luz só aparece quando nós morremos. - Gabriela disse e parou de lixar suas unhas.

– Mas ela é uma fada do Sol não é? Qual a cor da luz dela quando morreu? - Liza perguntou examinando a perna de Mirane.

– Amarela! - Yuuna respondeu esperançosa.

– Então, amarela são as fadas do Sol, são bem raras de nascer e ainda viver. Todas tem poderes de cura e ela deve ter algo, mas nada demais. E é este poder que está mantendo ela viva. Entendem? Aula comigo todas as quartas e quintas. - Liza disse brincando.

– Isso lá é hora de brincar?! Salva essa guria que o internato ta desmoronando! - Híria disse irritada e chamando atenção para a janela do corredor, todos os salões estavam caindo.

– Putz! Verdade, corre ai Liza! - Gaspar disse apressando o dragão.

– Tá, acalmam-se que se continuar desse jeito não funciona. - Liza disse e encostou na pedra.

A força de seu choque foi tanta que desintegrou a pedra.

– Nossa, coitadinha... - Liza disse vendo seu braço quebrado e seu corpo todo ralado. Haviam fraturas expostas, vermelhidões, hematomas, ossos quebrados e deslocados. A garota estava parecendo uma boneca de porcelana que foi jogada de cima de um prédio.

A pequena pet abriu suas asas e voou para até a barriga da vítima.

– Afastem-se, muito. - Liza disse alertando-os.

Todos deram passos para trás.

– Mais um pouquinho. - Liza disse sorrindo. - Assim ta ótimo, agora, vamos lá...

Liza concentrou todo seu poder em uma de suas garras e com a outra, fez cinco buracos na testa de Mirane.

– Забаронены тэхніку рэанімацыі!* - Liza disse e encaixou suas garras, uma em cada buraco e liberou seu poder no corpo de Mirane.

O corpo de Mirane parecia receber dados de um computador, estava todo cheio de códigos, runas, números, letras, do que quiser chamar. Estava ficando com uma luz azul por todo corpo, tão forte que todos fecharam os olhos, até ela sumir.

– Terminei meu trabalho por aqui... - Liza disse e desmaiou de sono em cima de Mirane.

– Que dor de cabeça... - Mirane disse passando as mãos na cabeça.

Todos se surpreenderam ao ver que Mirane estava intacta, sem nenhum machucado.

– Levou sorte pegando essa pet em Louise! - Lenny disse cutucando seu cotovelo na costela de Louise.

Louise estava envergonhada por ter estrapolado nas emoções e parecido uma desesperada.

– Você pensou muito rápido! Parabéns! Como sabia que Liza podia fazer isso? - Aquamarine perguntou curiosa.

– Eu te conto no quarto depois... - Louise disse com receio.

- Se tiver algum até lá... - Gaspar disse rindo.

– Isso ai Louise! Mandou ver! - Michelangelo disse pulando na frente dela e abraçando-a.

– Gente eu cheguei, a Lotte tava mesmo com sono! Vocês viram que estão destruindo o colégio e... Solta ela seu pervertido! - Chase disse e voou no pescoço de Mike.

– Perdeu toda a cena de dramatização aqui... - Mike disse rindo e se soltando de Chase.

– Eu nem perdi, tava assistindo tudo ali de trás. - Chase disse ficando invisível e voltando a aparecer.

– Seu filho da mãe! Sabe os maus bocados que nós passamos?! - Tony disse irritado e aliviado por Mirane estar viva.

– Gente... O que aconteceu? - Mirane perguntou se levantando e cambaleando até o grupo dos alunos.

– Não se mexa tanto! Deixa que eu te levo pra enfermaria! - Logan disse e pegou Mirane no colo.

– Não precisa... - Mirane disse assustada e tentando se soltar.

– A enfermaria nem deve estar inteira! É melhor, soltar ela mesmo... - Híria disse, mas logo baixou o tom de voz.

"Isso não era ciúmes... Haha, nem pensar... Ciúmes do Logan... HAHA muito engraçado Híria, agora pode ir parando. Será que alguém percebeu?" Híria pensava.