Primeiro ele me defende, me elogia toda hora e compra uma rosa...? Enquanto analisava, percebi que eu gostei de tudo que ele fez até agora, menos me elogiar porque por causa disso não consegui ler meu livro ainda. Mas gostei de ele ter me defendido e me comprado uma rosa. Me senti uma idiota ao perceber que não estava no quarto para recebê-la, e se ele gosta um pouquinho de mim a ponto de me trazer uma rosa, deve ter ficado muito despontado ao ver que tinha feito exatamente o que ele pedira pra eu não fazer.

Senti-me meio culpada por isso. Voltei para o ‘grupo’ meio dia. Só avisei de passagem que estava indo para o hotel e Edward disse que ia me acompanhar. Durante a pequena caminhada falei a ele:

–Edward, me desculpe de novo por não ter te ouvido aquela noite sobre o quiosque. Me arrependo muito. Você nem sa...

Já estávamos na porta do hotel e eu nem tinha percebido. Edward fez algo que me surpreendeu um pouco. Ele simplesmente parou na minha frente e pôs um dedo em minha boca e sorriu um pouco.

Quando me dei conta seus lábios macios e finos estavam nos meus se movendo lentamente. Ele estava me beijando e eu ali retribuindo seu beijo. Desculpa mas foi instantâneo.

Ele levantou a cabeça e eu perguntei meio sem fôlego:

–O que foi isso?

– Um beijo. – disse ele numa voz engraçada. Ele também estava ofegando

–Por que você fez isso?

– Você já estava com uma má impressão de mim, pensei que poderia tirar proveito da situação. Você não iria pensar bem de mim depois disso, mas como eu não tinha nada para manchar...

– Eu não tinha uma má impressão de você! Eu até concordei em estarmos criando um vinculo.

– Mas quando eu cheguei perto de você, você não ficou muito feliz... –disse ele com uma tristeza forçada.

– Desculpe. Não era minha intenção.

–Não?

–Não.

–Ah... –disse ele sem graça– então me desculpe pelo beijo.

– Você disse que estava ‘tirando proveito’? Você realmente queria me beijar?

– Talvez. Não sei ao certo.

– Nem eu.

–Hmm... –disse ele – espere aqui. Vou só avisar minha mãe que também vou subir. Precisamos conversar.

Ele se virou e em um minuto já tinha voltado. O que ele queria conversar comigo? Será que aquele meu nem eu respondeu alguma pergunta que ele queria fazer e não teve chance?

–Vamos – disse segurando a porta para mim

Entrei sem falar nada. E então a próxima vez que olhei para ele, estava fechando a porta no quarto. Com a chave.

– O que disse para sua mãe para vir comigo? – perguntei.

– Disse que tinha esquecido de passar protetor de manhã e estava ficando muito forte o sol.

– Ah. E então? O que você quer ‘conversar’ comigo?

– Bom... Por que você disse que também não tinha certeza se queria me beijar? Achei que iria recusar ou me bater automaticamente.

– Mas eu falei que não tinha má impressão de você lá na praia. Não entendi porque você pensou que eu estava mentindo. – então eu percebi –Você não confia em mim. –falei acusando-o

– Claro que confio. Mas o seu tom na praia não era tão convincente. Fiquei na dúvida.

– Na dúvida de que?

– É... Deixa pra lá. – e virou a cabeça.

– Eu tenho uma dúvida também.

– Qual?

– Também não posso dizer.

– Talvez seja a mesma. – disse ele com uma expressão que não consegui identificar.

– Talvez.