Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 55
Capítulo 54 - Impedimento


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos, tudo bem? ^^
Como eu havia dito no face, nesse capítulo vocês vão saber a resposta daquela enquete que eu fiz sobre o POV novo que iria aparecer por aqui...
Provavelmente teremos só mais 2 capítulos e o epílogo, então aproveitem ;)



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Ponto de vista de Hera

Como esse par de semideuses podia ser tão presunçoso? Seguir em frente com aquele casamento mesmo depois de todos os sinais que eu lhes dera para desistir. Mas não ia mais ser tão boazinha com eles. Não iria mais tentar interferir indiretamente. Eu iria acabar de uma vez com aquela cerimônia e faria isso pessoalmente. Jamais deixaria esses meros meio-sangues se saírem vitoriosos. Quando descobri que eles tiveram a audácia de marcar o casamento no olimpo e ainda levarem mortais até lá quase explodi todas as colunas do tempo central. Não era possível que Zeus não estivesse sabendo daquilo! No mínimo estava fazendo vista grossa. Não sei porque Percy e Annabeth eram os queridinhos do olimpo. Só sei que isso me irritava muito! Consegui descobrir a data, 4 de julho. Dia da independência dos Estados Unidos, que falta de criatividade! Justo nesse dia o olimpo estaria vazio. Por algum motivo Hermes havia avisado a todos que estariam fazendo algumas reparações nos templos, por isso era para todo mundo ficar fora o dia todo. Muito conveniente, não é mesmo? Com certeza o “garoto de entregas” do olimpo estava mancomunado com os semideuses naquela história de casamento!

Mas nada disso importava. De todo jeito o casamento não aconteceria. E eu já estava bolando um plano infalível para impedi-lo. Tão bom que, quando eu terminasse, nem Annabeth e Percy irão mais querer levar aquilo adiante. Eu os faria desistir por si mesmos, não precisaria usar a força nem meu poder divino. Se nem mesmo Atena e Poseidon puderam me impedir, não havia mais nada que pudesse ficar no meu caminho. Depois que Hermes havia se certificado de que o olimpo encontrava-se vazio eu me vaporizei e voltei a me materializar dentro do templo central onde Zeus e eu ficávamos. Ele menos do que eu é claro, afinal o rei do Olimpo é um ser muito ocupado. Não demorou para eu adivinhar em que local do olimpo seria realizada a cerimônia. Hermes não podia controlar a sua imensa generosidade e espírito acolhedor. Teria emprestado seu tempo a qualquer um que pedisse. Me surpreendi no entanto ao ver outro olimpiano envolvido naquela patética cerimônia. Dionísio não só estava presente como parecia que ia ministrar o juramento dos dois semideuses. Acho que teria sentido vontade de vomitar naquele momento se fosse humana.

Essa era apenas uma das vantagens de ser uma deusa. Outra era poder enxergar o que eu quisesse, onde quisesse. Infelizmente no olimpo as coisas eram um pouco diferentes. Os deuses podiam ter suas privacidades em seus templos, então é claro que os outros não podiam usar de seus poderes para ver através das paredes deles. Por isso tive que me infiltrar no recinto da forma humana mais adequada: sorrateiramente. Vi o pai de Annbeth sair do salão principal onde estavam os outros convidados e ir para uma ante sala na parte de trás. Ele estava indo buscar Annbeth, com certeza. Estava quase na hora da noiva entrar. Esse seria o momento perfeito. Tinham várias formas de eu fazer minha aparição e acabar com a festa deles. Podia cortar a conexão com o mundo mortal e fazer todos aqueles convidados intrometidos apagarem e deixar apenas Percy e Annabeth conscientes. Não, seria muita bondade da minha parte. Era melhor se todos pudessem assistir ao triste desfecho que aquele casamento teria. É isso, eu chegaria como uma convidada qualquer dizendo que queria acompanhar a bela cerimônia e quando eles menos espeçassem, BUM!

Annabeth e seu pai apareceram na porta. Ela até que estava bonita para uma semideusa, mas obviamente não se comparava a mim em meu casamento com Zeus. Depois que houve aquela pequena pausa em que a noiva olha para os convidados, os convidados olham para a noiva e todos ficam com aquela cara de choro eu sai de onde estava entrando na visão da filha de Atena. Sua cara era de terror ao me avistar e gostei muito daquilo. Fui andando e me posicionei ao lado dos padrinhos. Céus, um sátiro, um centauro e um ciclope! Que cafona! Fiquei sorrindo calmamente enquanto todos me olhavam com suas caras de espanto e dúvida. Dionísio parecia entediado ao me olhar e fez um gesto com a mão como se perguntasse: “O que diabos faz aqui, criatura?”. Eu sei que era assim que ele teria dito.

– Vim acompanhar a cerimônia, meus caros - respondi a pergunta silenciosa de todos como se fosse algo óbvio - Apesar de nem todos os deuses terem sido convidados, o que achei uma tremenda falta de respeito, acho que a deusa do casamento tem o direito de estar aqui. Ou estou errada?

Como imaginei ninguém nem sequer me respondeu. Só assentiram e tentaram voltar a prestar atenção a noiva que ainda seguia petrificada no começo da passarela até o altar. Tendo que ser quase puxada pelo pai, Annabeth começou a andar. Uma música que falava de amor da forma mais doce e enjoada possível tocou para embalar o momento. Percy olhava em minha direção quando enfim reparei nele. Não pude me conter e lhe dei um aceno com a mão. Ele nada fez além de manter seu olhar sério e duro. Depois desviou o olhar para se concentrar em sua noiva. Os dois sustentaram o olhar um do outro por todo o tempo que ela levou para chegar ao altar. Era como se ambos estivessem dando força um para o outro para seguir em frente e não temer a minha presença. Que comovente! Eu mal podia esperar para acabar com a alegria deles. Dionísio, muito discretamente, perguntou se eles estavam mesmo seguros de continuar a cerimônia, e sugeriu que talvez fosse melhor adiar tudo. Ele sabia que eu não estava ali para simplesmente assistir àquele casamento e depois dar meus parabéns aos noivos.

– Estamos aqui reunidos, meus caros amigos, para celebrar a união de Annabelle Case e Perry Jaspion no sagrado matrimônio - ouviram-se risinhos por causa da forma como o deus do vinho falava. Percy cochichou algo em seu ouvido que provavelmente era para ele não ser tão formal nem religioso em seu discurso - Ok, eu devo merecer essa afronta por aceitar vir aqui dar uma de padre - resmungou Dionísio - Fiquei assistindo casamentos mortais para aprender o que se fala e é assim que me agradecem, tudo bem… - mais risos se ouviram e eu não entendia qual era a graça. Não havia nada além de deus mal educado conduzindo um casamento da pior forma possível - Certo, então Perry, Annabelle, então vocês querem se casar… legal! E provavelmente esperam a benção dos deuses para isso, se não porque viviam até o olimpo, não é mesmo...

– Está bem Dionísio, pode usar o discurso que preparou - interrompeu Percy novamente, já que era evidente que deixar Dionísio dizer o que queria, como queria, não era boa ideia.

– Tem sorte de eu estar de bom humor, Peter Johnson - disse o deus depois de uma bufada profunda. Então ele voltou a conduzir o casamento como um padre faria. Para mim isso foi ótimo porque seria perfeito para o que eu tinha em mente. Só precisava esperar ele chegar nessa parte - Bem, como eu ia dizendo, hoje é o dia em que Deus irá tornar a união desses dois servos eterna - dessa vez todos tentaram conter os risos para não deixar Dionísio mais bravo.

Ele então continuou a conduzir a missa como um verdadeiro sacerdote do senhor. Era um belo ator pois estava muito convincente naquele papel. Logo, a coisa começou a ficar meio entediante. Vi uma das damas de honra quase cochilar em pé. Era aquela desprezível filha meio-sangue de Zeus, Thalia Grace. Ela devolveu meu olhar quando percebeu que eu a estava encarando. Essa menina me dava nos nervos mais do que qualquer outro semideus. Mas ela não perdia por esperar. Hoje seria a vez de Percy e Annabeth, mas o que era dela estava guardado. Ela pensa que pode aceitar a imortalidade oferecida por uma olimpiana se tornando uma das caçadoras de Ártemis e depois se desfazer dela assim sem mais nem menos porque se apaixonou por um garoto? Mas que fraca ela era, afinal de contas. Uma guerreira de verdade teria deixado até mesmo seu grande amor de lado para seguir com seu juramento e continuar lutando ao lado de suas companheiras. Se ela se atrevesse a pensar em se casar também com o filho de Hefesto, eu não poderia jamais deixar de interferir. Estava tão concentrada em Thalia que quase perdi a parte em que Dionísio dizia: “E se tem alguém que conheça algo que possa impedir esse casamento, que fale agora, ou cale-se para sempre!”.

– Eu tenho - disse em voz baixa e lenta.

– Como? - perguntou o deus do vinho.

– Eu disse que eu conheço algo que pode impedir esse casamento - repeti.

– Não, espera aí, isso não pode ser. Em todos os casamentos que eu vi ninguém jamais interrompe nessa parte. É só uma formalidade e…

– Não interessa, você perguntou se alguém conhecia algo que pudesse impedir esse casamento, e eu, deusa do casamento, conheço uma razão - expliquei como se falasse com crianças da 1ª série. O casal de noivos me olhava perplexo e eu sorri maleficamente para eles.

– Diga de uma vez, Hera - Percy me confrontou corajosamente - Diga o que você sabe que pode impedir nosso casamento. Duvido que seja algo realmente importante…

– Pois se engana semideus - rebati saindo da pose de superioridade e calma e me exaltando um pouco com aquele mortal mal educado - Como sabem, não há ninguém no mundo que saiba mais de casamentos do que eu. Então acreditem quando eu digo que essa união não pode acontecer.

– Mas ela já aconteceu, sua divindade - dessa vez foi Annabeth que contestou minhas palavras - Essa cerimônia, não passa de algo simbólico para mostrar as nossas famílias que pretendemos ficar juntos para sempre. Algo que já sabemos há muito tempo. Pode tentar nos impedir de nos casarmos, mas saiba que não deixaremos de ficar juntos por isso, nem por nada.

– Sinto dizer que as coisas não são assim tão simples, minha cara Annabeth - respondi fitando a filha de Atena. Mesmo quando falava de seus sentimento pelo filho de Poseidon ela não podia deixar de usar a razão, tão típico de Atena. Mas com o que eu tinha em mente seu discurso não adiantaria de nada - Não sei se sabem mas existe um equilíbrio universal que mantem o mundo girando e os deuses são os responsáveis por fazer com que esse equilíbrio se mantenha. Para que a terra não seja destruída por si só. Controlamos absolutamente tudo para que nada entre em colapso. E vocês dois sabem muito bem que isso inclui as relações pessoais, até mesmo as amorosas.

– Aonde quer chegar, Hera? - era Dionísio me questionando. Ele havia se incomodado com a minha introdução, então era claro que estava funcionando. Eles estavam caindo direitinho.

– Não há motivo para pressa, companheiro olimpiano. Acredito que tenhamos todo o tempo do mundo - Ninguém achou graça do meu trocadilho fazendo menção a nossa imortalidade. Mas mesmo assim eu ri brevemente, depois continuei - Bom, como eu estava dizendo, meus caros, Nós deuses somos responsáveis por manter o mundo nesse balanço eterno e que nada interfira nele. Com isso estão incluídas também as guerras das quais vocês fizeram parte, é claro. Mas também existem coisas menores, coisas que parecem não afetar em nada a harmonia do planeta, mas que podem sim acabar sendo catastróficas. Me digam, amigos, já ouviram falar de alguma relação amorosa entre semideuses que tenha dado certo? Podem citar uma apenas? - silêncio - Pois bem, como eu imaginava. Ninguém se lembra porque simplesmente não existe nenhum par de semideuses que tenha conseguido viver uma paixão em um período de tempo maior do que a duração de uma ou duas guerras. Com isso eu quero dizer que por mais que vocês se amem e queiram ficar juntos para sempre, não poderão fazê-lo.

– Por que? - perguntou Percy, e eu senti medo em sua voz - Porque ficarmos juntos é assim tão ruim? E o que isso tem a ver com o “equilíbrio do universo”?

– Tudo a ver, querido Percy. O que vocês acham que poderiam acontecer se dois semideuses tão poderosos como vocês vivessem juntos? Aliás, você já sabem, porque várias coisas já aconteceram. E essas coisas foram só o começo. Simplesmente não há como garantir que haja paz na terra enquanto vocês insistirem em morar juntos e tentar viver sua simples e ordinária vida de casal mortal. Só o que vão conseguir é desestabilizar todo o mundo e causar desastres naturais, catástrofes, milhões de mortes. É isso que querem? Acham mesmo que vale a pena seguir com esse casamento? Querem insistir nessa relação que está fadada ao fracasso em poucos anos ou querem salvar a vida de inocentes?

– Não, não. Não pode ser - gaguejou Annabeth - Ela só pode estar mentindo. Isso só pode ser invenção dessa maluca!

– Veja lá como fala comigo, semideusa - tive que me conter para não incendiar o vestido da garota naquele momento - Mais respeito com os deuses. Não estou inventando nada. O que digo é a verdade, se querem acreditar ou não, é problema de vocês. Se querem seguir com esse casamento mesmo assim, tudo bem, vão em frente. Tomem o risco para vocês. Mas depois que tudo der errado não venham me dizer que não os alertei. Se insistirem em ficar juntos, todo o resto o universo vai sofrer com isso. E o peso da responsabilidade estará todo em vocês!

Ponto de vista de Annabeth

Felizmente meus convidados não desmaiaram como havia acontecido em meu sonho. Só que com o que veio em seguida, achei que talvez fosse melhor se eles estivessem todos desacordados. Ter seu casamento interrompido por Hera, a deusa do casamento, já não era muito legal. Imagine então ela assistir à cerimônia e no meio dela dar um aviso de que se o casamento continuar, o mundo estará condenado. Confesso que à princípio eu não estava engolindo toda aquela ladainha da deusa. Mas até mesmo Dionísio parecia preocupado ao ouvir aquelas palavras. Seria mesmo possível? Seria mesmo verdade que o fato de Percy e eu estarmos juntos pudesse abalar tanto o equilíbrio do universo? Realmente era verdade que não haviam muitas histórias felizes de casais de semideuses. Pelo menos todas as que eu conhecia acabaram em grandes tragédias. Talvez Percy e eu não pudéssemos causar danos a milhares de pessoas, mas pelo menos uma coisa era certa: nós acabaríamos vivendo uma vida curta e sofrida e seríamos mais um par de desafortunados nas histórias mitológicas. Mas se aquilo tudo fosse verdade, então o que eu faria? Não podia viver sem Percy, não mesmo! Mas meu instinto de heroína gritava dentro de mim me dizendo que eu jamais poderia deixar que milhões de inocentes morressem por minha causa, nem por causa nenhuma.

Fazia alguns segundos que Hera havia desaparecido e deixado aquela atmosfera de mistério e angústia no ar. Ninguém emitiu som algum. Eu deixei o altar e corri para fora do templo enquanto torrentes de lágrimas chegavam aos meus olhos. Percy veio atrás de mim imediatamente. Mesmo ao ar livre e estando há vários metros do chão eu não senti o alivio que procurava. Ainda parecia que havia algo ao me redor me pressionando e me sufocando. Eu não conseguia respirar direito, literalmente, estava faltando ar nos meus pulmões. Percy se aproximou e tentou me acalmar. Me segurou para que eu não desabasse ao chão. Ele me disse que ficaria tudo bem. Mas é claro que só estava dizendo aquilo para me tranquilizar. Nada nunca mais ficaria bem. Não depois daquela declaração de Hera. Não depois de ela destruir todos os meus sonhos e planos para um futuro ao lado de Percy.

– O que faremos? - murmurei entre soluços no ouvido do semideus que ainda me mantinha firmemente em seus braços - Não há futuro para nós Percy. Pelo menos não sem muitas mortes e muitos desastres, e não é isso que queremos. Não vamos mais poder ficar juntos…

– Mas é claro que vão! - me assustei ao ver que alguém havia aparecido ao nosso lado. Me assustei mais ainda ao reconhecer aquela voz antes mesmo de olhar para ela. Era a terceira deusa que eu via aquele dia e comecei a me perguntar se o olimpo todo não estava sabendo do meu casamento afinal - Queridos, não se preocupem, nada de mal vai acontecer a vocês, nem ao resto do mundo. O que Hera disse não passou de uma bela de uma mentira! Muito bem inventada, por sinal. Olha, pode até ser que a história não tenha muitos registros de casais de semideuses que foram felizes para sempre, mas eles existem sim! O problema é que os mais famosos sempre são aqueles que tiveram os piores fins. Afinal quem é que ia gostar de ouvir sobre um romance que deu certo do começo ao fim? Todos gostam é das tragédias mesmo, do drama. Mas eu posso lhes garantir que isso não é uma constante.

– Mas e quanto àquela história de nós abalarmos o equilíbrio do universo? - perguntei com a voz ainda fraca. Era estranho que justamente ela havia aparecido para nos ajudar naquele momento.

– Papo furado. A verdade é que qualquer coisa, em qualquer momento pode sim acabar com o balanço que mantem o universo estável. Mas é praticamente impossível prever isso, até mesmo para os deuses. Acreditem, eu sei do que estou falando, eu já estava aqui quando isso tudo foi criado. Vocês dois juntos podem acabar com o mundo da mesma forma que um gatinho brincando com um novelo de lã e da mesma forma que uma bomba nuclear pode. Pequenos atos podem gerar grandes mudanças. Conhecem o efeito-borboleta, não é? Então, trata-se basicamente disso. Hera nada mais fez do que usar esse conceito simples para inventar uma teoria louca para tentar impedir o casamento de vocês. E eu jamais poderia deixar que isso acontecesse…

– Mas você… - disse Percy.

– É eu sei - a deusa não o deixou terminar - Não fui exatamente a melhor amiga de vocês nos últimos tempos. Não tive exatamente o melhor comportamento, mas já fui punida por isso e acreditem estou sofrendo a consequência de meus atos. Mas não posso ir contra minha natureza. Não posso simplesmente ver algo assim sendo feito e não fazer nada! Hera pode ser a deusa do casamento, mas por Zeus, ela não entende nada sobre o amor!

– Você podia ter nos deixado acreditar nela, sabe? - falei para uma Afrodite muito diferente daquela que eu havia visto meses atrás - Nós não fomos exatamente legais com você te denunciando ao olimpo e fazendo você ser castigada. Podia ter se vingado deixando ela arruinar nosso casamento.

– Não, eu não podia, queria Annabeth - respondeu a deusa desarmada - Ao contrário do que muitos pensam, a vingança não tem nada a ver com o amor, nem com a paixão. A vingança é egoísta e fria, vazia de emoção. E eu já havia entendido que realmente devo ter pegado pesado com vocês dois. Mesmo que seja algo da minha natureza, não posso causar tantos contratempos na vida de vocês…

– Mas você deve! - disse Percy e tanto Afrodite como eu o olhamos confusas. Mas do que é que ele estava falando? - Sim, você deve - confirmou ele - Como você disse, é isso que você faz, sua especialidade. Ninguém deveria deixar de fazer o que foi feito para fazer só porque isso incomoda os outros…

– Percy, você está se ouvindo? - perguntei ainda inconformada - Como pode dizer isso!? Nós quase nos separamos para sempre por causa das coisas que ela nos fez - senti o desconforto da deusa ao meu lado ao me ouvir dizer aquilo.

– Mas não separou. E eu realmente duvido que exista algo ou alguém poderoso o bastante pra fazer isso. Fala sério, até mesmo acreditando na conversa de Hera eu estava disposto a ficar com você e sofrer as consequências - explicou ele, mas nó duas ainda não conseguimos chegar no ponto em que ele queria - O que eu quero dizer é que Afrodite, mesmo usando meios não tão lícitos, só estava fazendo seu trabalho. É isso o que ela faz. Tornar as histórias de amor interessantes. Antes eu não entendia, achava que ela só estava pegando no nosso pé. Mas agora eu entendo. Se queremos ter uma vida juntos, temos que estar cientes que vão acontecer diversas coisas para nos atrapalhar. Com ou sem a interferência de Afrodite. Já vimos que mesmo ela tendo sido castigada pelo olimpo, não paramos de ter problemas certo? - concordei com a cabeça, começando a pegar sua linha de pensamento - E sempre vamos ter problemas. Acho que devemos dizer aos deuses que é melhor deixar a deusa do amor fazer seu trabalho. Quero uma vida inteira ao seu lado Annie e não me importo se tivermos que encarar mil e um empecilhos diferentes. Acho que vai ser até melhor assim. Com a ajuda de Afrodite não vamos nos entediar nunca!

– Cabeça de Alga - disse sorrindo ao olhar para ele - não é que você tem razão?

– Que momento mais romântico dos pombinhos - suspirou Afrodite. Eu quis rir mais me segurei. Ainda tinha algumas coisas que não estavam claras naquela história toda.

– Mas espera aí. Se Hera inventou tudo isso então qual era o real motivo de ela querer acabar com nosso casamento?

– Ora, e Hera precisa de algum motivo para querer causar dano aos semideuses? Essa louca não tem limites. Terei que ter uma conversa séria com Zeus e os outros olimpianos - refletiu a deusa do amor - Mas bom, meus queridos, acho que já cumpri meu papel aqui, então se não há mais nada a esclarecer, acho melhor eu dar o fora daqui…

– Na verdade tem mais uma coisa - falei meio sem graça - Mas não sei se você vai poder me ajudar com isso… Então deixa pra lá.

– Certo então pombinhos, aproveitem o casamento. Estarei assistindo de camarote.

E com uma piscadela Afrodite desapareceu diante dos nossos olhos. Quem diria que a deusa do amor iria um dia salvar nosso casamento? Parecia mentira. Mas o pior era que eu ainda não entendia porque Atena havia me falado todas aquelas coisas e no fim deixou que Hera quase arruinasse tudo. O que ela pretendia? Será que toda aquela pose de aceitar minha união com Percy e estar orgulhosa de mim era só faixada e na verdade ela queria que tudo desse errado mesmo? Deuses eu não sabia o que pensar. No momento eu tinha que me focar apenas em voltar para o templo e continuar a cerimônia. Explicamos a todos o que aconteceu e ficaram tão aliviados quanto nós. Dionísio seguiu com o seu sermão de padre católico até que chegou na hora de fazermos os votos. É claro que nessa parte cortamos o roteiro ensaiado do deus do vinho e fizemos nossos próprios juramentos. O que foi muito mais criativo e sincero.

– O que posso dizer? Todos aqui já sabem que sou o cara mais sortudo do mundo por ter encontrado você - começou ele e eu já estava com lágrimas nos olhos - Te ter como minha esposa é, sem dúvida, a coisa mais incrível que já me aconteceu, ou que vai acontecer dentro de alguns minutos, isso é, se mais nenhum deus tentar impedir a cerimônia - vários risos se ouviram, mas depois ele ficou sério - Brincadeiras à parte, eu só queria dizer que você me tem e me terá por completo para sempre! Pode fazer o que quiser comigo, não me importo. Desde que me deixe estar do seu lado e te beijar, te abraçar e, você sabe… ser seu marido, o resto é o de menos. Você já me faz a pessoa mais feliz do universo, então só espero que continue assim. Porque no que depender de mim vou te dar tudo o que me pedir e vou estar sempre aqui para o que precisar. Eu te amo e vou te amar até que minha última célula viva esteva habitando esse planeta. Certo, acho que estou estudando biologia demais, pode continuar Dionísio…

– Belo discurso, Prince - elogiou o deus - Agora é a sua vez de fazer seus votos ao seu futuro marido Elizabeth - Já nem ligava mais por ele errar nossos nomes tantas vezes. Eu estava quase tremendo de nervoso, mas tentei me controlar e não chorar tanto ao falar.

– A gente sabe que não foi nada fácil chegar até aqui. Sério, vocês mesmo viram que a própria deusa do casamento não queria ver a gente juntos - eu me dirigia aos convidados primeiro, mas em seguida me dirigi a Percy - Mas você tem razão, Percy, nós podemos com tudo isso. Podemos com muito mais. Venha a intriga que vier, não será páreo para nós. Sei que hoje estamos mais fortes do que nunca e vamos nos sair muito bem. Eu poderia colocar minha vida em suas mãos, facilmente e sei que ela estaria segura. Eu poderia me deitar ao seu lado e assistir você dormir por eras que nunca ia me cansar. Estar com você é mais do que me sentir amada. É poder ser eu mesma sem medo. Você me dá confiança. Faz eu me sentir linda e sexy. Todos os dias tenho a melhor das sensações ao acordar do seu lado. Você é tudo que eu sonhei pra mim. Te prometo que vou te apoiar em qualquer loucura e que sempre vou estar aqui quando as coisas não derem certo. E se um dia alguma tragédia grega tentar nos separar, bom, eu apenas direi a ela que se prepare pois não nos renderemos, não sem uma boa briga!

Depois disso Dionísio continuou com as formalidades. O que já era de praxe com o “sim”, aliança e tudo mais. Quando ele enfim disse “eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva” eu nem podia acreditar. Estávamos mesmo casados! Eu agora era Annabeth Chase Jackson.


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Notas finais do capítulo

Sinto falta dos comentários de alguns de vocês :(
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