Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 36
Capítulo 35 - Desvendando


Notas iniciais do capítulo

Olá amigos, tudo bem?
Postando na madrugada de sábado pra domingo excepcionalmente, porque amanha irei visitar minha avó e vai ficar muito corrido pra vir postar e etc... Esse capítulo tem um pouco de ação e uma grande revelação no final. Espero que gostem!
Boa leitura ;)

ps: Ainda não li "A Casa de Hades"!!! Meu livro provavelmente chegará só segunda-feira. Portanto não me deem SPOILERS POR FAVOR! Odeio isso rs.



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Demorou para eu perceber que estava apenas sonhando. Normalmente eu já me dou conta logo de cara quando tenho esse tipo de sonho de semideus. Ainda mais agora que eles eram tão raros de acontecer. Mas naquele especificamente eu não soube que estava dormindo até que notei que ninguém podia me ver e eu não estava usando meu boné de invisibilidade. Fora isso, era tudo tão real, que poderia continuar achando que estava acordada até a hora que despertasse. De certa forma fiquei aliviada por perceber que estava realmente curada daquele vírus que havia me infectado. Aquele sonho era uma prova definitiva de que minhas características de semideusa haviam voltado.

O cenário do sonho era a ilha de Manhattan um pouco mais vazia do que de costume. Eu andava pela calçada quase cruzar com ninguém. Só via uma outra pessoa bem ao longe. Só percebi que não podia ser vista quando entrei em uma loja de conveniência de um posto de gasolina e as pessoas que estavam ali não responderam quando falei com elas. Sem que precisasse comandar minhas pernas, andei até os fundos da loja e entrei em uma espécie de cozinha industrial de uma lanchonete que também havia na loja. Estava tudo escuro por ali, ninguém trabalhando nem nada. Continuei seguindo em frente até chegar em um cômodo ainda mais escuro onde eu deduzi que fosse o estoque de comida. Avistei duas silhuetas femininas perto de uma prateleira de caixas de cereal.

As duas falavam aos sussurros e não consegui ouvi-las nem reconhecê-las a princípio. Mesmo sabendo que não podia ser vista fiquei insegura quando meus pés continuaram avançando até elas. Cheguei a ficar bem próximas das duas quando enfim parei e pude ver de quem se tratavam. Obviamente eram Emily e Hanna. As duas não pararam de falar e nem fizeram nada que desse a entender que haviam percebido minha presença ali. Isso não queria dizer que elas não soubesse que eu estava ali. Quando Percy as vira em um sonho da última vez, elas disseram que não só sabiam como aquilo havia sido parte do plano. De qualquer forma eu fiquei parada e em silêncio tentando conseguir coletar o máximo de informação que pudesse.

– Já estou começando a ficar entediada aqui - resmungou Hanna parecendo realmente bastante desanimada - Por que não podemos dar uma saída, roubar algumas coisas e então voltar pra cá?

– Pirou de vez? - respondeu Emily com o mesmo jeito agressivo que Percy descrevera na vez que as viu discutindo em seu sonho em suas formas de monstro. - Sabe o que ela faria se chegasse aqui e não nos encontrasse esperando? - eu entendi que era uma pergunta retórica, mas pela cara de Hanna ela realmente não fazia ideia de qual era a resposta então Emily teve que completar - Ela nos fatiaria em mil pedaços e nos espalharia em diferentes partes do Tártaro!

– Ahhh - Hanna pareceu enfim compreender a gravidade da coisa. Mas nem por isso deixou de parecer entediada enquanto mexia em uma embalagem de nuggets congelados. Ela pegou um deles, colocou na boca e engoliu sem mastigar - Como os humanos comem uma coisa dessas? É horrível!

– Criatura ignorante, eles não comem assim, primeiro eles fritam e… - Emily parou de falar antes de concluir a frase - quer saber, porque estou perdendo meu tempo te explicando uma coisa dessas? Não entra nada mesmo nessa sua cabeça de vento!

Hanna não pareceu nenhum pouco ofendida com o que sua colega acabara de dizer. Ela apenas deu um longo bocejo e em seguida colocou outro nugget congelado na boca. A careta que ela fez ao engolir foi quase tão terrível quanto eu imaginava que sua forma de monstro fosse. Para meu azar, as duas não falaram nada que me pudesse ser útil. Tentei andar pelo lugar para ver se conseguia reconhecê-lo, porém meu pés não estava me obedecendo. Então esperei que o sonho durasse pelo menos o tempo suficiente para eu saber quem é que elas estavam esperando. Pelo que havia entendido deveria ser a mandante da “quadrilha”. Para meu azar, novamente, o tempo nos sonhos passa de forma bem diferente de quando estamos acordados. Esperei pelo que pareceram algumas horas, só encarando aquelas duas garotas que haviam arruinado minha vida. Quando a “chefona” resolveu chegar, apareceu bem as minhas costas e levei um baita susto.

– Que bom que estão aqui como prometeram. Não quero nem pensar no que eu faria se não estivessem…

A voz era alta e imponente. Não consegui reconhecê-la, senti que estava modificada de alguma forma, talvez uma proteção contra algum possível invasor sonhador como eu. Fiquei frustrada ao me virar e ver que não consegui enxergar direito quem era ela. Pelo menos eu imaginava que era uma mulher, pela silhueta que eu via contra a forte de luz solar que entrava pela janela as suas costas. Só para dificultar ainda mais a minha visão, o ser emanava uma aura de luz bem forte, típica de um deus. Seria realmente uma deusa que estava por trás de tudo aquilo? Não podia ser! Tanto Hanna como Emily se calaram com a chegada de sua superior. Eu já não as via, pois estava de costas para elas, mas podia apostar que estavam com os olhos arregalados e tremendo. Eu mesma estava começando a ficar com medo daquela mulher misteriosa que parecia flutuar sobre o chão.

– O plano foi cumprido com sucesso senhora…

– Quieta! - exclamou a voz feminina que eu não podia reconhecer - Não dei permissão para que falem ainda! Vocês estão realmente achando que fizeram tudo certo não é mesmo? Acham que irão receber a recompensa que lhes prometi? Pois se é assim estão muito enganadas, vocês fracassaram!

– Mas senhora, Annabeth Chase e Percy Jackson terminaram o namoro, como a senhora queria. Não era esse o objetivo de tudo? - falou Hanna com a voz baixa e trêmula. Aquela deusa ou seja lá o que fosse deveria ser realmente muito poderosa e muito má para causar essa reação nas criaturas.

– Também não dei permissão para que falasse, verme. Devem apenas ficar caladas e escutar por enquanto - a voz feminina não parecia exaltada muito menos irritada, coisa que seria comum para aquelas palavras que estava proferindo. Entretanto, desde o começo ela soava doce e gentil, o que era ainda mais apavorante. - Não vou perder meu precioso tempo tentando explicar a vocês o real objetivo do meu plano, jamais entenderiam. Annabeth e Percy terminaram sim, mas não pelos motivos que eu gostaria. E por causa de suas falhas agora eles estão unidos novamente para tentar descobrir onde estão e por que lhes causaram tantos problemas. Não preciso dizer que eles não podem nem sonhar em descobrir que estou por trás de tudo não é mesmo? - a silhueta colocou as mãos na cintura e encarou os dois monstros, que não ousaram tentar responder - Ótimo. Então é bom as duas se cuidarem ou eu mesma irei entregá-las nas mãos daqueles semideuses que devem estar tão ansiosos quanto eu para acabar com vocês!

Antes que eu pudesse tentar ver ou ouvir mais alguma coisa, o sonho se desfez e eu acordei no sofá da sala de meu apartamento. Nem ao menos me lembrava porque havia adormecido ali. O sol entrava pela janela e ao checar o relógio vi que estava no começo da tarde. Fiquei satisfeita em ver a bagunça que ainda estava na mesinha de centro da sala. Pelo menos o dia anterior não havia sido um sonho. A única coisa que estranhei foi o silêncio absoluto que pairava no ar. Meu apartamento era pequeno o bastante para eu conseguir deduzir que não havia mais ninguém ali além de mim. Mesmo assim me levantei e fui chegar os outros cômodos. De fato estava tudo vazio. Achei muito estranho aquilo, eles não teriam me avisado se fossem sair? Não fazia sentido que tivessem me deixado dormindo ali, muito menos depois da notícia que tínhamos visto mais cedo na tevê.

Aquilo estava muito estranho. Imediatamente um alarme de incêndio começou a soar em minha cabeça e eu comecei a imaginar mil possibilidades. Meus amigos haviam sido sequestrados pela “chefe” de Emily e Hanna. Ou então a polícia os havia encontrado e levado para a prisão por causa da explosão. Nenhuma dessas ideia fazia sentido, é claro, uma vez que eu havia sido deixada para trás sem motivo aparente. Tentei parar de ser paranoica um pouco e ir procurá-los primeiro. Sai e peguei o elevador até o térreo. Ao entrar no lobby e dar alguns passos já consegui avistar Percy, Frank e Hazel perto da máquina de refrigerantes. Um enorme alívio percorreu o meu corpo e eu sorri enquanto me aproximava deles. Não fiz questão de mencionar nenhuma das minhas paranoias quanto ao sumiço deles. Achei melhor ir direto ao ponto e lhes contar sobre o meu sonho.

– Nunca pensei que diria isso, mas fiquei com dó das duas criaturas - disse Frank depois que terminei de repetir tudo que havia visto - Essa tal “mandante” ai parece ser realmente sinistra.

– Sabem que muito provavelmente estamos sendo arrastados para mais uma armadilha? - perguntou Percy, olhando de um para outro. Não fazia falta que respondêssemos, ele sabia que sim.

– E mais uma vez não temos escolha - concluí totalmente desanimada - Se queremos encontrá-las teremos que ir até lá...

– Você ao menos se lembra de alguma coisa do lugar? Como vamos descobrir aonde elas estão? Há centenas de postos de gasolina nessa cidade! - o filho de Poseidon parecia frustrado ao dizer aquilo.

– Acho que sei aonde fica o posto - continuei - A princípio achei que seria óbvio demais, mas depois que comecei a me lembrar de certos detalhes do sonho eu comecei a me convencer mais. E levando em conta a possibilidade de mais uma armadilha, faz ainda mais sentido. Elas estão no posto em que você e Emily trabalhavam Percy, tenho certeza que é lá.

– Gente, não querendo estragar a empolgação de vocês, mas - foi Hazel quem interveio - da última vez as criaturas que buscamos nem sequer estavam lá… Era mais que uma armadilha, era uma emboscada. E se elas estão nos atraindo para lá para tentar nos explodir de novo, ou então para que a polícia nos prenda? Não sei, mas acho que seria burrice cometermos o mesmo erro de novo. Agora que não há mais nenhum refém em perigo, devemos ser mais cautelosos.

– Tem toda razão, Hazel - concordei - E com certeza seremos mais cautelosos. Mas não podemos deixar escapar essa oportunidade. De alguma forma eu sinto que esse sonho foi diferente, acredito que elas realmente não faziam ideia que eu estava ali. A presença daquela “voz” que está no comando de tudo era muito forte, acho que passei despercebida. Mas é claro que é bem possível que eu tenha sido enganada sim e que elas quisessem que eu visse exatamente aquilo - fiz uma pausa enquanto um plano mirabolante me vinha a cabeça - E é por isso que iremos até lá, mas iremos disfarçados!

À princípio ninguém gostou da minha ideia. Primeiro porque alegaram que não faria diferença alguma usarmos disfarces. Segundo porque eles não queriam pagar esse mico, muito menos na frente de nossos inimigos. Eu então argumentei dizendo que não iriamos apenas disfarçar a nossa aparência. Iriamos principalmente disfarçar o nosso cheiro. Afinal quatro semideuses juntos chamam muito a atenção dos monstros. Meus amigos então entenderam um pouco melhor minha intenção, mas ainda ficaram relutantes. Não sabiam como conseguiríamos um modo de disfarçar nosso “odor divino”. Se é que havia mesmo algum modo de fazer isso. Bom, de acordo com o ex-marido da mãe de Percy, Gabe, havia sim um jeito. Mas não era bem aquilo que eu tinha em mente para aquele momento, nem para nenhum outro.

Minha ideia era bem diferente, mas nem por isso ela agradou muito meus amigos. Eles só acabaram aceitando porque essa parecia ser mesmo a única maneira de podermos entrar do local onde acreditávamos que as criaturas estavam, sem sermos notados. Vestimos as roupas mais sérias que encontramos, colocamos chapéus e óculos de sol e passamos o nosso perfume especial secreto. Tratava-se de uma loção feita a base de queijo, cebola e hortelã. O cheiro era tão forte e insuportável que os monstros não iriam nos perceber mesmo que passássemos debaixo de seu nariz. Ou pelo menos isso eu esperava. Nosso amigo mortal e super gênio Matt, que por algum motivo via através da névoa e sabia tudo sobre deuses, semideuses, titãs, monstros e etc., havia preparado aquela poção fedorenta e me dera de presente no último natal. Eu jamais imaginaria que ela seria útil algum dia.

Enquanto tentávamos evitar respirar pelo nariz para não vomitar, fomos procurar uma forma de chegar até o posto de gasolina. Presumi que nenhum taxista seria louco o suficiente para nos deixar entrar em seu veículo então, enquanto eu não tinha mais nenhuma ideia brilhante, fomos andando. O problema era que o lugar era muito longe, e na velocidade em que andávamos eu temia que não conseguíssemos chegar antes de anoitecer. Foi então que Percy sugeriu algo. Eu fiquei com certo receio, pois só havíamos usado aquele meio de transporte uma vez na vida. Mas como não estávamos com muitas opções, fiz o que ele pediu. Peguei um dracma em minha bolsa e o joguei no chão falando as palavras necessárias para fazer uma oferenda as Parcas. Elas quase que instantaneamente surgiram diante de nós em um carro tão velho e decadente quanto suas motoristas.

Frank e Hazel fizeram um monte de perguntas antes de aceitarem embarcar conosco. E mesmo alertando-os de que a viajem não seria nada confortável, eles não pareceram preparados quando o carro disparou pelas ruas de Nova York. Enquanto brigavam pelo único olho disponível para as três, as Parcas nos contaram coisas que não estávamos realmente interessados em saber. Elas também fizeram suposições sobre nosso futuro que não gostei muito de ouvir. Se estivéssemos em um carro comum teríamos atropelado uma dúzia de pedestres e ter causado pelo menos uns três acidentes sérios no trânsito. Felizmente o “Parcas móvel” conseguia desviar dos obstáculos tão rápido quanto conseguia ir exatamente em direção a eles o tempo todo. Quando chegamos ao nosso destino, estávamos todos ainda mais enjoados, e não era mais por causa do cheiro do nosso perfume “espanta monstros”.

Agradecemos a carona e nos despedimos das nossas simpáticas, porém não tão gentis, amigas parcas. Havíamos parado um pouco longe do posto de gasolina, cerca de dois quarteirões de distância. Fomos o restando do caminho a pé. Nos separamos em duplas para ficarmos ainda menos perceptíveis. Fui na frente com Frank enquanto Percy e Hazel esperaram para seguir na mesma direção um pouco depois. Torci para que meu plano desse certo e que Emily e Hanna não percebessem nossa aproximação. O posto estava quase tão vazio quanto no sonho que eu tive. Quase achei que era a mesma cena que eu vira o que me fez pensar que eu poderia ter tido uma visão do futuro. As pessoas que estavam na loja de conveniência se afastavam de nós logo que percebiam a nossa desagradável fragrância. Em pouco tempo éramos os únicos sobrando dentro do estabelecimento, o que favorecia e muito nossa “invasão”.

Apenas com os olhares, Frank que eu concordamos que estava na hora de pôr em ação o plano que havíamos bolado para conseguir adentrar os fundos da loja. Ele foi até o balconista e perguntou onde podia encontrar barras de cereal saber torta de limão. O único atendente que havia no balcão deixou seu posto e foi mostrar a Frank a prateleira. Aproveitei a distração e me esgueirei por uma porta que eu já sabia que levava a cozinha da lanchonete. Esperei pelo filho de Marte que apareceu depois de eu ouvir o barulho de algumas latas de conserva caindo no chão. Essa fora a estratégia para que ele também conseguisse vir até onde eu estava, sem que ninguém percebesse. Em seguida nós dois fomos caminhando lentamente pela cozinha em direção a grande dispensa.

Antes que chegássemos ao ponto onde eu vira Hanna e Emily em meu sonho, ouvi um barulho à nossa esquerda. Segurei a respiração, mas eram apenas Percy e Hazel que haviam encontrado uma entrada lateral. Percy tinha essa vantagem de conhecer melhor o lugar por haver trabalhado ali por alguns meses. Suspirei de alívio e coloquei o dedo indicador sobre os lábios, indicando para eles fazerem silêncio. Tomei a frente e prossegui ainda mais devagar até ficar a apenas dois passos da estante que encobria o lugar onde em meu sonho, os monstros estavam. Assomei a cabeça apenas o suficiente para confirmar que as criaturas estavam mesmo lá. Dei um sorriso vitorioso e maligno. Apenas com gestos eu indiquei aos meus amigos que iriamos aparecer e encurralá-las. Iriamos “atacar” no três. E com os dedos eu comecei a contar.

– Não se mecham! - exclamei me sentindo uma policial combatendo o crime - Ou acabaremos com vocês antes que possam dizer as palavras “loja de conveniência”.

– É isso ai, vocês a ouviram - me apoiou Percy sem conseguir conter o riso na voz - É melhor nem tentaram resistir. Estão cercadas e não tem chances de conseguir nos derrotar.

– Maldição! - Emily parecia realmente surpresa e muito furiosa com a nossa chegada inesperada - Como nos descobriram aqui? - Era impressão minha ou eu tinha visto um brilho de medo em seu olhar? As duas pareciam acuadas e sem saber o que fazer.

– Não interessa como encontramos vocês - continuou Percy apontando sua espada na direção do pescoço de Emily que estava quase colada na parede as suas costas - Só o que tem que fazer para talvez não saírem tão machucadas é começar a falar. Queremos saber quem é que está comandando vocês. Quem foi que as mandou fazer tudo aquilo a mim e a Annabeth?

– Está louco se acha que vamos falar alguma coisa - respondeu a monstra em forma de garota. Ela ainda mantinha o tom presunçoso, mesmo que a lâmina de contracorrente já estivesse tocando sua pele. Pensei ter visto um vestígio da pele roxa e gelatinosa que havia por trás de seu disfarce por um breve segundo - Você não faz ideia do que ela faria conosco. Prefiro deixar que vocês mesmo nos matem a abrir o bico. Fora que eu duvido que sejam cruéis o bastante para nos atacar se não tentarmos revidar. Eu posso sentir a nobreza correr em suas veias de herói. Mesmo com todo esse odor estranho tentando encobrir.

– Não pense que iremos hesitar em acabar com vocês se acharmos que não são de utilidade para nos dar informações - exclamei sentindo a raiva subir junto com a minha temperatura corporal. Eu devia estar vermelha como um pimentão naquele momento - Acredite, já matamos criaturas muito mais indefesas e inofensivas por muito menos!

Hanna tremia visivelmente e não ousou abrir a boca para dizer nada. Ela com certeza não estava duvidando que nós fossemos realmente atacá-las. Apostava que ela também desconfiava que mesmo que falassem, nós não as deixaríamos ir embora tão facilmente. Já Emily mantinha a postura desafiadora. Ainda que parecesse que ela não teria como revidar nosso ataque à altura. Percy me lançou um olhar que significava que estava na hora de usar mais do que ameaças contra as criaturas. Repassei o olhar para Hazel e Frank que estavam mais atrás. Percy iniciou o combate deferindo um golpe com sua espada que abriu um imenso corte no braço de Emily. Hanna que estava mais afastada deu um grito e imediatamente começou se transformar, assumindo a forma de monstro. Antes que ela completasse sua metamorfose eu dei um chute em seu peito derrubando-a e cravei minha adaga em suas costelas ao pular em cima dela.

Quando Emily parecia que iria reagir e partir para cima de Percy, uma das prateleiras de ferro tombou deixando cair vários quilos de farinha em sua cabeça. Não precisei olhar para saber que Hazel tinha a ver com isso. Meu golpe contra Hanna não pareceu ter sido fundo suficiente, pois ela agarrara meus braços e rolara no chão fazendo eu ficar por baixo de seu agora enorme corpo roxo e gelatinoso. Era muito difícil me mover debaixo daquela coisa. Por sorte vi uma das flechas de Frank acertar a criatura no olho, o que a vez grunhir e sair de cima de mim. Ela se virou furiosa na direção de Frank e lançou-se contra o semideus, que tentou mais algumas flechadas, sem muito sucesso devido a pequena distância que agora havia entre os dois. Como Percy e Hazel já pareciam estar tendo bastante trabalho com Emily eu me levantei e fui ao encontro de Hanna novamente, ajudar meu amigo romano.

Talvez as duas não fossem tão indefesas quanto eu imaginara. Nos deram até que bastante trabalho. Mas depois de alguns golpes e muitos alimentos derrubados, conseguimos acabar com elas. Estávamos os quatro cobertos com aquele gosma roxa que desprendia do corpo das criaturas. Retomamos os fôlego enquanto observávamos a areia cinza que restara do combate. Alguns segundos depois, como se meu sonho estivesse se repetindo, uma voz me sobressaltou e percebi uma luz vindo da janela as nossas costas. Me virei ao mesmo tempo que os outros três semideuses e me deparei com a mesma silhueta que vira no meu sonho. Na realidade porém, não havia nenhum escudo mágico protetor que me impedia de reconhecer quem era aquela mulher.

– Meus queridos! - a voz de Afrodite era irritante e doce no mesmo nível - Me fizeram um favor acabando com essas duas. Não sabem quanta dor de cabeça elas me causaram!


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam? Alguém já suspeitava quem estava por trás de tudo? Deem a opinião de vocês por favor! ;)
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