Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 73
Lute


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, meu povo.
Espero que gostem.



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(Na mansão Hernandez)

Paulina: Carlos Daniel e eu nos beijamos.

A reação de Alejandro contrariou tudo o que Paulina esperava. O riso, ou melhor, a gargalhada que saia de sua boca, a chocou e a desesperou mais ainda.

Paulina: Vo...você ta rindo?

Alejandro:To né, amor. Piadas são pra gente rir.

Paulina: Alê...

Alejandro: Não, amor. Olha, eu sei que as minhas crises de ciúmes te deixaram com muita raiva hoje, conheço teu temperamento, mas olha, eu já pedi desculpas, não precisa ficar inventando isso pra me castigar. – Ele ainda rindo estendeu a mão pra ela, como se a cumprimentasse pela brincadeira - Okay, senhora Hernandez, eu já aprendi a minha lição, agora pode parar.

Ao invés dela aceitar aquele cumprimento, ela levou suas mãos até o rosto dele fazendo com que suas miradas se encontrassem e conversassem.

Paulina: Olha nos meus olhos e vê se é mentira. Olha nos meus olhos e tenta ver alguma coisa além de culpa. Olha nos meus olhos, Alê, olha!

Ele olhou para a mirada verde dela e desmanchou o sorriso no mesmo instante. No fundo ele sabia que desde o primeiro momento ela estava sendo sincera, mas não podia acreditar, não queria acreditar.

Vendo os olhos dele se enchendo de lágrimas e abaixando a cabeça, ela decidiu falar tudo de uma vez. Os atos já haviam sido feitos, agora só restava enfrentar a realidade.

Paulina: Eu não sei como aconteceu, te juro que não sei. Não saí daqui com a intenção de beijar o Carlos Daniel, apenas aconteceu.

Alejandro: "Apenas aconteceu" "Apenas aconteceu" você fala como se não fosse nada.

Paulina: Não, você não entendeu. Eu sei do peso que tem isso, eu sei que to te ferindo, mas eu te amo, não podia te enganar.

Alejandro: AMA?? COMO VOCÊ PODE DIZER QUE ME AMA?

Paulina: Você prometeu que nunca duvidaria do meu amor por ti.

Alejandro: E você me prometeu por anos que já o tinha esquecido, que já não o amava, mas no primeiro dia que vocês se vêem vocês se beijam?!

Paulina: Não foi planejado, me escuta! Nós dois estavamos sensíveis por tudo que tava acontecendo, estamos desesperados pela Lizete, e aconteceu...

Alejandro: Você ta se ouvindo? Você ta me dizendo que foi vizitar a sua filha que tava no hospital com risco de sofrer um aborto e que nesse meio tempo você decide beijar seu ex marido como um gesto de apoio?

Paulina: Não, Alê, eu...

Alejandro: Chega! Chega, Paulina, não quero mais te ouvir!

Ele se levanta, anda até o corredor principal, pega as chaves que estavam em cima da mesa e abre a porta, deixando-a com lágrimas nos olhos na sala.

Paulina: Pra onde você vai? – Disse ela com a voz embargada pelo choro.

Alejandro: Vou dormir em algum dos nossos hoteis. Adeus.

(No hospital)

Carlos Daniel se manteve calado por um momento pensando em tudo o que tinha acontecido e também nas palavras de sua irmã. “Stephanie estava certa, eu não podia meter os pés pelas mãos, falar com a Paulina naquele momento poderia estragar tudo, se é que eu não já estraguei tudo. Quem eu quero enganar? A burrada já esta feita. Por 15 anos eu fui idiota o suficiente pra não ver o que tava na cara. Era óbvio que a Paulina não tinha mudado de comportamento e de caráter, então porque eu continuei ali alimentando uma relação que não existia?? Realmente minha irmã esta certa, antes de falar algo com a Paulina eu tenho que primeiro entender tudo o que aconteceu e colocar meus pensamentos em ordem”. Balançando a cabeça pra se livrar da voz de sua consciência gritando aquela dura realidade, Carlos Daniel entrou no quarto da filha.

Bela: Papi! – A menina falou com entusiasmo e com o rosto corado, sua feição não parecia nada com alguém que estivesse debilitada, e isso foi notado por seu pai.

Carlos Daniel: Oi meu amor, como você está?- Disse já perto da cama de hospital e passando a mão no cabelo de sua filha caçula.

Bela: To bem, quero ir pra casa.

Carlos Daniel: Temos que primeiro esperar o parecer do médico, filha. Não se esqueça do seu problema do coração, tenho que me certificar de que seu desmaio foi apenas por queda de pressão e não por outra coisa mais grave.

Bela: Mas papi!! Eu não aguento mais ficar enfurnada nesse quarto, quero ir pra casa agora!!

Carlos Daniel: Bela, eu já disse que temos que esperar o médico.

Bela: NÃO ME IMPORTO COM MÉDICO NENHUM EU QUERO IR PRA CASA!!

CD: ISABELA!

Bela: QUE?

Carlos Daniel: Primeiro, para de gritar, estamos em um hospital. Segundo que eu sou seu pai e você vai me respeitar. E Terceiro, se eu estou dizendo que você vai ficar aqui até o médico te dar alta é porque é isso o que vai acontecer.

Bela: QUE ÓDIO!! Quero ir embora desse inferno!

Stephanie: Garota, você ta aqui há no máximo duas horas, passou a maior parte do tempo dormindo, para de reclamar.

Assim como Carlos Daniel, Stephanie também já mostrava sinais de irritação com a atitude mimada da menina. Percebendo isso, Isabela decidiu mudar de postura, já que impor seu desejo não estava funcionando, talvés se fazer de vitima ajudasse.

Bela: Por que vocês estão me tratando assim? Eu desmaiei, alguém se lembra?

Carlos Daniel: Justamente porque você desmaiou que temos que te manter aqui até o médico... Ah Isabela, chega né, não vou ficar repetindo o mesmo discurso.

Bela: Ninguém me entende aqui!! Boa hora que a mamãe teve que sumir.

Carlos Daniel: Espera, o que você ta falando da sua mãe? Você desmaiou antes de qualquer coisa acontecer.

Bela: Eh...eh...eh, eu ouvi a tia Stephanie conversando com o tio Rodrigo sobre a mamãe ter ido embora.

Stephanie: Nós em momento algum falamos sobre isso aqui no hospital, Isabela.

Carlos Daniel: Bela??

Stephanie: A menos que você saiba disso porque você não estava desmaiada quando tudo aconteceu, você tava fingindo não é verdade?

Bela: QUE ABSURDO! Eu nunca faria isso.

Carlos Daniel: Então como você sabe que sua mãe saiu de casa?

Bela: Eh...eh... Eu não sabia. - Disse fingindo um choro.

Stephanie: Conta outra, isabela.

Bela: É verdade tia, eu achei que tinha ouvido vocês falarem que a mamãe tinha ido embora do hospital, não de casa. Papi, é verdade? Mamãe foi embora?

Com lágrimas dominando seu olhar e seu rosto, Isabela extendeu os braços na direção de seu pai pedindo um abraço e assim um conforto para aquela “dura” realidade. Vendo o estado da filha, ele não duvidou um segundo antes de atender aquele pedido e envolver sua princesa em seus braços.

Carlos Daniel: Vem aqui meu amor. Calma, vai dar tudo certo, papai vai cuidar de você, princesa.

Stephanie olhava aquela cena desacreditando no que estava vendo, mais uma vez seu irmão havia caido em uma farsa. O choro sem fim da menina era visivelmente mentira, e sua confirmação veio quando ainda nos braços do pai, Isabela esboçou um sorriso vitorioso nos lábios.

Carlos Daniel: Meu amorzinho, agora descanse. O médico deve vir amanhã cedo, e se você dormir bem é muito provável que ele te de alta logo.

Bela: Tudo bem, papi.

Carlos Daniel: Sua tia e eu vamos até a lanchonete comer alguma coisa enquanto você dorme, anjinho. Não demoramos nada, ta bom?

Bela: Ta bom, papi, boa noite.

Isabela fecha os olhos pra dormir enquanto Carlos Daniel e Stephanie saem do quarto com cautela. Quando já estavam bem distantes, Stephanie que tinha se mantido calada até pouco tempo, decide falar.

Stephanie: Eu não acredito que você acreditou naquela cena? Carlos Daniel, eu...

Carlos Daniel: Stephanie, mas é claro que eu não acreditei. Só precisei fazer a Isabela acreditar que a farsa tinha dado certo.

Stephanie: QUE? – Ela parou no meio do caminho em choque pelo que tinha ouvido.

Carlos Daniel: Sim, eu entendo tua surpresa. Como eu pude me dar conta disso se vivi anos enganado? Pois é, acho que as vendas que me cegavam cairam todas por completo. A Isabela falhou ao mencionar a Paola, de algum modo ela sabia muito bem que a desgraçada tinha saído de casa, e ao ver pela sua face, não foi surpresa alguma pra ela.

Stephanie: O que você esta pensando?

CD: Acho que o desmaio da Bela foi uma fraúde planejada por Paola, ela sabia muito bem o quão furioso eu estava, e precisava fazer alguma coisa pra escapar ilesa. Acredito que ela usou a filha pra isso, só não sei o quanto a Bela sabe da história. Mas ficarei atento.

Stephanie: Uau.

Carlos Daniel: Não me olha assim, Stephanie.

Stephanie: Como não? Você ta me dizendo que sua filha perfeita é capaz de mentir e de errar. Não me pede outra reação, estou esperando isso desde que aquela menina aprendeu a falar.

Carlos Daniel: Fui um verdadeiro idiota por todos esses anos não fui?

Stephenie: Foi!

Carlos Daniel: Poxa, obrigada minha irmã querida.

Stephanie: É a realidade, querido. Mas não se preocupa, eu te entendo, também fui uma idiota anos atrás, lembra do Willy.

Carlos Daniel: Como não lembrar daquele desgraçado?!

Stephanie: Pois é! Com ele eu preferi me enganar a ver uma realidade que machucava muito. E isso foi exatamente a mesma coisa que aconteceu com você. Você preferiu acreditar que sua filha era um anjo do que ver que ela é a cópia fiel da mãe. Carlos Daniel, será possível que você não percebeu que a Isabela é arrogante, prepotente, gananciosa e faz tudo pra conseguir o que quer assim como a Paola? Será que você não viu quando ela tratava mal os empregados da casa só pra se fazer superior a eles? E o pior, será que você não viu as diversas vezes que ela humilhou a Gabriela só porque a mãe a induzia a isso?

Carlos Daniel: Não, Stephanie, eu não via isso. Infelizmente eu passava tempo demais na fábrica tentando esquecer a realidade da minha casa e da minha familia. Se eu tivesse visto... Meu Deus, minha luz também já sofreu nas mãos da irmã e da mulher que ela pensa que é a mãe dela, meu deus...

Stephanie: E aposto que a Paola só tratava a Gabriela do modo que tratava por ela ter docura da Paulina, mas também ser forte e obstinada como a mãe.

Carlos Daniel: Ainda bem que a Gabriela ta naquele acampamento fora da cidade. Eu ainda não sei como falar pra ela que a mãe dela na verdade é a tia dela, que a mãe dela voltou disposta a se vingar de meio mundo, que a irmã dela quase sofreu um aborto por culpa da desgraçada que ela passou a vida toda acreditando que era a mãe dela. Como vou falar isso pra minha filha? Como?

Stephanie: Não sei como, mas você vai ter que descobrir isso com a cabeça fria. Por isso te peço, só tome qualquer atitude depois de pensar, você precisa refletir nos próximos passos para poder conversar tanto com a Paulina, quanto com a Gabriela e também com os seus outros filhos. Carlinhos, Paulinha e Gustavo também merecem saber da verdade, e eles devem descobrir por você.

Carlos Daniel: Você tem razão, irmã, eu preciso de um tempo pra refletir. Mas agora, se você me der licença, eu vou ver minha filhota. A Paulina já deve ter ido embora e não sei se o Miguel já chegou, não quero deixar a Lizete sozinha, não depois de tudo que ela passou.

Stephanie: Tudo bem, eu vou até a lanchonete me encontrar com o Rodrigo e aproveito pra comer alguma coisa.

Carlos Daniel se despede da irmã e segue em direção ao quarto da filha mais velha. Chegando lá ele abre a porta lentamente, evitando fazer qualquer barulho para não acordar a menina. Mas quando abre só uma fresta, ele escuta a voz de Miguel conversando com Lizete, e para onde estava.

Miguel: Eu fiquei com tanto medo de perder vocês, tanto medo, acho que nunca senti tanta angustia na minha vida.

Lizete: Ei, carinho, calma, estamos bem. Como a mamãe disse, nosso filhote é guerreiro e forte, assim como o pai dele.

Miguel: Você sempre fala como se fosse menino.

Lizete: É? Eu não percebo. Talvez seja alguma coisa de subconsciente, não sei, sinto que é menino.

Miguel: E se for menina?

Lizete: Eu vou ama-la do mesmo jeito, vai ser nossa princesinha.

Miguel: Sim, meu amor, graças a Deus vocês estão bem.

Lizete: Sim, graças a Deus e ao papai que me trouxe rápido. Falando no meu paizinho, Miguel, procura ele, meu amor, preciso conversar com ele.

Ao ouvir seu nome ser mencionado, Carlos Daniel os surpreende abrindo a porta.

Lizete: Paizinhoo!

Carlos Daniel: Oi princesa, desculpe, mas já ia entrar quando ouvi vocês conversando.

Miguel: Não se preocupe, meu sogro, vou na lanchonete tomar café e deixo vocês conversando.

Miguel dá um beijo em Lizete, cumprimenta Carlos Daniel e sai, deixando pai e filha sozinho para conversarem.

Carlos Daniel: Como minha princesa esta?

Lizete: To bem, paizinho.

Carlos Daniel: E... E o bebê?

Lizete: Graças a Deus também ta bem. – Buscando dar mais segurança para o pai, ela pega a mão dele e coloca sob sua barriga, ganhando um sorriso emocionado com o gesto. – Pai, me desculpa.

Carlos Daniel: Desculpar por que, meu amor?

Lizete: Por você ter descoberto assim. Poxa, eu estavatava planejando toda uma surpresa pra lhe dizer do seu primeiro netinho, mas graças a aquela louca você descobriu pelo pior dos modos.

Carlos Daniel: Ei, princesa. Não fique triste e nem se irrite por causa daquela mulher, lembre-se que o médico lhe recomendou que você não deve se estressa-se.

Lizete: Tudo bem, papai.

Carlos Daniel: E não importa como eu soube, o importante é a noticia. Meu amor, você vai me dar um netinho ou uma netinha. Vocês estão bem e com saúde, não posso estar mais agradecido com Deus.

Lizete: Sei que você ta emocionado, mas também sei como deve ter sido dificil descobrir naquelas circunstâncias.

Carlos Daniel: Não vou negar. Horas atrás eu vivi meu pior pesadelo por não saber como você estava e por não conseguir comemorar que ia ser avô por medo de que algo de ruim acontecesse. Mas tudo passou, minha vida, temos que ficar felizes com milagres e não nos entristecermos com possibilidades de um passado que nunca existiu.

Lizete: Parece que ouvi a mamãe falando agora.

Carlos Daniel: Sua mãe... - Disse abaixando a cabeça.

Lizete: Sim e sabe? Pelo menos essa situação ajudou a unir vocês.

Carlos Daniel: O quê? Do que você ta falando? - Saiu de perto da maca tentando desconversar.

Lizete: Tem certeza que não sabe do que eu to falando, senhor Bracho? O que eu vi você não pode negar!

Carlos Daniel: Você viu o beijo???

Lizete: VOCÊS SE BEIJARAM????

Carlos Daniel: Ham? O que.. O que você viu, Lizete?

Lizete: Na verdade eu não vi nada, acordei agora a pouco.

Carlos Daniel: Mas como você...

Lizete: Eu atirei no escuro e acertei o alvo. Paiiii, me conta, vocês se beijaram?

Carlos Daniel: Não Lizete, melhor você descansar..

Lizete: Não vou conseguir nunca descansar depois dessa informação. Bora pai, me fala.

Carlos Daniel: Não, Lizete.

Lizete: Você vai deixar uma mulher grávida curiosa? Que absurdo, senhor Bracho!

Carlos Daniel soltou um riso vendo a curiosidade e indignação da filha, atendendo ao seu pedido ele voltou pra perto de Lizete, e decidiu contar a verdade.

Lizete: Então é verdade? Você e a mamãe...

Carlos Daniel: Sim, nos beijamos.

Lizete: AHH EU SABIA!!

Carlos Daniel: Lizete, fala baixo, estamos em um hospital!

Lizete: Mas que rápidez, hein, senhor Bracho, no mesmo dia de ter desmascarado a cobra lá, você já ta correndo atrás do amor da sua vida, muito bem, gosto assim.

Carlos Daniel: Ai Lizete, não corri atrás, simplesmente aconteceu.

Lizete: Como que simplesmente aconteceu??? Vocês dois ficaram longe por 15 anos e no primeiro dia que se encontram BUM se beijam. Paizinho, isso não é mera casualidade, o nome disso é amor.

Carlos Daniel: Sei que é, mas...

Lizete: Mas nada, vocês dois se beijaram e é isso que importa.

Carlos Daniel: Não é tão simples filha, eu machuquei muito a Paulina. Por 15 anos eu vivi enganado e acabei perdendo a mulher da minha vida, eu tenho que aceitar isso.

Lizete: Que aceitar mane aceitar, papai, nem me venha em desistir antes de tentar.

Carlos Daniel: Você pareceu vovó Piedade falando agora.

Lizete: Se a vovó estivesse aqui ela ja tinha puxado sua orelha.

Carlos Daniel: Entenda filha, as coisas não são tão simples. A Paulina ta machucada, mudou da água pro vinho e além disso ta casada. Não tem jeito.

Lizete: A mamãe não mudou, ela apenas finge ser dura e fria pra se proteger, mas por dentro ela continua a mesma. Sim, ela ta magoada, mas cabe a você se retratar. E quanto ao casamento... é, isso complica um pouco, diria que bastante por ele ser bem legal.

Carlos Daniel: Como assim??? Você o conheceu?

Lizete: Sim, antes de chegar lá na mansão eu estava na casa deles.

Carlos Daniel: Filha! Desde quando você sabia de tudo isso??

Lizete: Não me olha assim, pai. Descobri tudo ontem assim como você.

Carlos Daniel: Mas você disse que estava na casa deles...

Lizete: E estava. Eu tava correndo em uma praça e acabei esbarrando na mamãe. Quando me dei conta que ela era ela eu obviamente passei mal e ela me socorreu. Fomos pra casa dela pra conversar e lá eu o conheci.

Carlos Daniel: E como... e como eles são? Digo, um com o outro?

Lizete: Pai...

Carlos Daniel: Vamos filha, me conte, eu preciso saber.

Lizete: Tudo bem. Eles ficaram pouco tempo juntos na minha frente, como mamãe e eu tínhamos que conversar, ele logo saiu da casa pra nos dar privacidade. Mas, ai paizinho, desculpa, mas eles se gostam. Era visível o quanto ele ama a mamãe, e ela, bom, ela o olha como...como...

Carlos Daniel: Como olhava pra mim?

Lizete: Sinto muito, papai.

Carlos Daniel: Não, filha, não se preocupe. Vou sair um pouco pro Miguel entrar e ficar aqui com você.

Lizete: Pai.

Carlos Daniel: Vou chamar ele, viu princesa. Já volto.

Lizete: Se você continuar fugindo não vai adiantar nada.

Carlos Daniel: Lizete..!

Lizete: Não, pai! Eu tenho que falar, não me importa que depois você me brigue. Só peço pra que você me escute, pai.

Carlos Daniel: Fale.

Lizete: Não vou mentir dizendo que ela não o ama, não vou te enganar dizendo que vai ser fácil ganhar o perdão dela, não vou criar falsas esperanças em você, paizinho, dizendo que você vai conseguir o amor da sua vida de volta, não, não posso. MAS, mas posso te dizer com toda a convicção do mundo que o amor sempre uniu vocês ainda está vivo. Pode não ser o mesmo de antes, não é mais puro e recente, esse amor já sofreu bastante, está calejado, abalado e sem dúvidas está marcado pelas provas que você e ela já tiveram que passar pra ficarem juntos. Esse sentimento lutou por anos pra continuar existindo, mesmo tudo contrariando, mesmo com a vida e as circunstâncias afirmando que era mais fácil desistir, e realmente o era. Sei que vocês já duvidaram que conseguiriam passar por tudo e por todos pra ficarem juntos, eu estava lá, eu vi esses momentos. Na época da usurpação eu era muito pequena para entender o que acontecia, mas as lembranças que eu tenho só confirmam o que eu estou lhe dizendo, meu pai. Quantas vezes vocês já não se amaram através do olhar? Quantos beijos vocês já desejaram que não puderam ser realizados? Quantas vezes o sorriso dela foi seu melhor presente? Quantas vezes você segurou a mão dela com a firmeza e delicadeza necessária pra cuidar de um tesouro? Quantas vezes você agradeceu a Deus por tê-la ao seu lado? Quantas vezes eu sonhei com o amor verdadeiro por saber que ele não era apenas um mito dos contos de fadas, era real, vocês me demostravam isso em cada instante. Pai, eu continuo acreditando. Mesmo sabendo das dificuldades, do que ela sente por ele, e de toda essa situação na nossa família, eu continuo acreditando que o final feliz de vocês ainda não chegou, porque um amor como o de vocês não tem fim. Lute por ela, papai, lute porque você melhor que eu sabe que esse beijo que vocês trocaram não foi apenas um gesto de cumplicidade ou de apoio, esse beijo foi a prova de que ainda há esperança. Apenas lute.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?
Eu vou tentar o máximo atualizar a fic antes de viajar pra Fortaleza pra ver a Gaby, juro que vou. Cruzem os dedos que eu vou tentar, já tenho tudo ambientado na minha mente, só falta escrever.
@deafmonteiro